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Rebeliões Coloniais Nativistas

Não contestavam o pacto colonial e nem defendiam a independência: os

revoltosos queriam a diminuição da política opressiva da metrópole. Neste


sentido, são rebeliões coloniais nativistas: Revolta de Beckman (1684), Guerra
dos Emboabas (1709), Guerra dos Mascates (1710) e Revolta de Vila Rica (1720).

Rebeliões Coloniais Separatistas

Pretendiam separar o Brasil de Portugal, rompendo o pacto colonial e


proclamando a independência política do Brasil. Destaque para a
Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana

A Revolta de Beckman – 1684

O maranhão vivia uma crise econômica desde 1650 que não dava
condições de adquirir escravizados africanos. Para resolver o problema
da mão de obra para a produção de açúcar, os senhores de engenho
resolveram atacar os aldeamentos jesuítas.

Para resolver o problema da mão de obra e evitar o conflito entre


senhores de engenho e jesuítas, a coroa portuguesa criou em a
Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão para entregar
500 escravizados africanos por ano durante vinte anos. A companhia não
conseguiu cumprir o acordo, agravando a crise econômica do
Maranhão.

Manuel Beckman liderou os senhores de engenho em um movimento


para acabar com a Companhia Geral de Comércio do Estado do
Maranhão e com a influência jesuíta, além de obter a autorização para
escravizar índios.

Em 24 de fevereiro de a rebelião eclodiu o governador substituto foi


preso, os armazéns da Companhia foram destruídos e a escola dos
jesuítas foi invadida e os padres expulsos. Foi estabelecido um governo
provisório e Tomás Beckman, irmão de Manuel Beckman, foi a Portugal
esclarecer a situação ao rei.

O rei não aceitou a situação: prendeu Tomás, mandou um novo


governador para o Maranhão e enforcou os líderes do movimento. Mas
a coroa mudou a política na região: os jesuítas voltaram ao Maranhão,
Companhia foi extinta e a escravização indígena realizada pelas tropas
de resgate foi autorizada.
Guerra dos Emboabas
Aconteceu entre 1708 e 1709 em Minas Gerais;
A notícia da descoberta do ouro atraiu muitos exploradores para a região
das Minas. O conflito foi motivado porque os bandeirantes pediam
exclusividade na exploração do ouro, mas os portugueses continuavam
com a exploração crescentemente.
O nome “emboaba” definia aqueles que tentaram liderar chegaram na
região de ouro depois dos bandeirantes.
Manuel de Borba Gato (intendente das Minas) chefiou os paulistas e
Manuel Nunes Viana foi o principal chefe português. Em 1707, dois
paulistas foram mortos por linchamento e em 1708 Borba Gato decretou
a expulsão de Nunes Viana do Distrito do Rio das Velhas. Os emboabas
reagiram e ganharam terreno, ficando os paulistas com a área do rio das
Mortes. As derrotas dos paulistas culminaram com o episódio conhecido
como Capão da traição em 1709 – após a rendição, muitos paulistas
foram assassinados por emboabas chefiados por Bento do Amaral
Coutinho. Ainda em 1709, outra tentativa do paulista Amador Bueno da
Veiga terminou em fracasso.
Em 1711, D. João V criou as capitanias de São Paulo e Minas Gerias,
pacificando a região.

A Guerra dos Mascates - 1710


Olinda era a principal cidade de Pernambuco até o final do século XVII
onde moravam os senhores de engenho. Com a queda do preço do
açúcar no mercado europeu devido à concorrência do açúcar feito nas
Antilhas, os senhores de engenho passaram a contrair empréstimos
financeiros com os comerciantes de Recife, chamados pelos senhores de
engenho de mascates.
Enquanto os senhores de engenho de Olinda se endividavam, os
comerciantes de Recife prosperavam.
A crescente importância dos comerciantes fez com que estes pedissem
ao rei de Portugal, D. João V, que Recife fosse elevado à categoria de
vila, tornando a cidade independente de Olinda. Isto significava não
pagar impostos à Olinda e não obedecer às ordens estabelecidas pela
aquela cidade.
O rei atendeu ao pedido dos comerciantes de Recife, mas os senhores
de engenho de Olinda não aceitaram e organizaram uma rebelião
liderada por Bernardo Vieira de Melo que invadiu o Recife. Os
comerciantes fugiram.
Em 1711, a coroa portuguesa interveio na região e reprimiu a revolta.
Bernardo Vieira de Melo e outros líderes foram presos e condenados ao
exílio. Os comerciantes reassumiram suas funções e Recife se tornou a
capital de Pernambuco.

A Revolta de Vila Rica (1720)


As Casas de Fundição causavam descontentamentos aos mineradores e
a Coroa rejeitou outras formas de tributação. Finalmente em 1719, a
Fazenda Real insistiu na instalação das Casas de Fundição e os mineiros
revoltaram-se com a situação.
No dia 29 de julho de 1720, cerca de dois mil revoltosos conquistaram a
cidade de Vila Rica, comandados pelo português Filipe dos Santos. Os
revoltosos exigiam de D. Pedro de Almeida Portugal, o conde de
Assumar, governador da capitania der Minas Gerais, a extinção das
Casas de Fundição. O governador fingiu aceitar as exigências, mas na
verdade, ganhou tempo para organizar tropas e reagiu energicamente.
Os líderes do movimento foram presos e Felipe dos Santos enforcado e
esquartejado para servir de exemplo.
A rebelião conseguiu a suspensão das Casas de Fundição até 1722.
Apesar da resistência dos colonos, foram implantadas as Casas de
Fundição em Vila Rica (1725), em Sabará e São João Del Rey em 1734.

Inconfidência Mineira (1789)


Meados do século XVIII – as jazidas começaram a se esgotar e a
metrópole portuguesa continuava a exigir pesados impostos dos mineiros
por acreditar que a redução da produção era decorrente do
contrabando.
O Governador de Minas Gerais – Visconde de Barbacena – decretou
nova derrama (cobrança de impostos atrasados rateados entre os
mineradores)
Membros da elite econômica e cultural de Minas se organizaram para
deflagrar uma rebelião no dia da derrama por não querer pagar
impostos abusivos cobrados pela metrópole. A elite havia estudo na
Europa e entrou em contato com as ideias liberais do Iluminismo e a
Independência dos EUA em 1776 impulsionaram o movimento;
Destaques entre os inconfidentes: Cláudio Manuel da Costa (minerador
e poeta formado em Coimbra), Inácio de Alvarenga Peixoto (minerador
e latifundiário), Tomás Antônio Gonzaga (poeta e jurista), Toledo e Melo
(padre e minerador), Abreu Vieira e Oliveira Lopes (coronéis) e o mais
pobre e com menor formação, Joaquim José da Silva Xavier – o
Tiradentes (entre outros ofícios, dentista).
Os planos dos revoltosos:
o Libertar o Brasil de Portugal, criando uma república com capital
em são João Del Rei;
o Adotar nova bandeira: Libertas quase sera tamem” (liberdade
ainda que tardia);
o Desenvolver indústrias no país;
o Criar universidade em Vila Rica;
o Criar serviço militar obrigatório;
o Incentivar a natalidade, oferecendo pensão para mães com
muitos filhos.
Não foi uma revolta de caráter popular: tinha por objetivo o fim da
opressão portuguesa, mas não o de acabar com a exploração interna,
como a escravidão.
Joaquim Silvério dos Reis denunciou o plano dos inconfidentes em troca
do perdão de sua dívida. Basílio de Brito Malheiros e Inácio Correia
Pamplona também participaram da denúncia.
Informado da inconfidência, o governador, Visconde de Barbacena,
suspendeu a derrama. Todos os inconfidentes foram presos e julgados,
sendo que D. Maria I trocou a sentença de morte pelo degredo perpétua
para a África, com exceção de Tiradentes que foi enforcado no Rio de
Janeiro em 21 de abril de 1792, teve sua cabeça cortada e presa no alto
de um poste em Vila Rica, seu corpo foi esquartejado e dividido em
quatro partes e pregados pelos caminhos de Minas Gerais. Sua casa foi
arrasada e a terra salgada.

Conjuração Baiana 1798


No ano de 1797, sob a influência da maçonaria francesa, formou-se em
Salvador uma sociedade secreta que tinha como foco inicial realizar a
disseminação do iluminismo. Composta por membros da elite intelectual
baiana, essa loja maçônica promovia a leitura de textos de Voltaire e
Rousseau. Além disso, seus integrantes, também conhecidos como
“Cavaleiros da Luz”, passaram a circular panfletos que criticavam o
governo local e defendiam a criação de uma República na Bahia.
Também conhecida como Revolta dos Alfaiates contou com a
participação de pessoas de camadas sociais mais humildes: alfaiates,
soldados, mulatos, negros livres e escravos, todos inconformados com a
fome e a miséria.
Os homens ricos e cultos que participaram do movimento recuaram
quando perceberam o viés popular.
Os planos dos revoltosos:
o Romper com a dominação portuguesa e proclamar uma república
democrática;
o Abolir a escravidão do negro;
o Aumentar a remuneração dos soldados;
o Abrir os portos brasileiros aos navios de todas as nações;
o Melhorar as condições gerais de vida do povo
Desejavam o rompimento com Portugal e modificar a ordem social
interna do Brasil, inspirados pelos ideais de liberdade, igualdade e
liberdade que corriam na França.
Espalharam panfletos nas portas das Igrejas, nos muros das cidades e em
outros lugares públicos. O governador da Bahia, D. Fernando José de
Portugal e Castro, procurou saber os autores dos panfletos e logo
apareceram vários denunciantes. Mais de 30 participantes foram presos
e processados: o alfaiate João de Deus do Nascimento, o aprendiz de
alfaiate Manuel Faustino dos Santos, e os soldados Luís Gonzaga das
Virgens e Lucas Dantas foram enforcados e esquartejados em 8 de
novembro de 1799.

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