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conta de suas insatisfações com medidas tomadas pela Coroa em questões relacionadas
ao comércio local e o trato dos indígenas. Iniciou-se em 1684 e se estendeu até
1685, quando uma esquadra portuguesa conseguiu restabelecer o domínio português
sobre a cidade maranhense. Os envolvidos com o movimento foram punidos de
diferentes maneiras."
Na década de 1630, a região foi conquistada pelos holandeses, mas, depois que eles
foram expulsos, a economia local começou a sofrer problemas de abastecimento, pois
a economia local era muito simples. A reconquista realizada pelos portugueses fez
com que o local passasse a ser chamado de Estado do Maranhão e Grão-Pará, a partir
de 1654. Essa província incorporava territórios que iam do Ceará ao estado do
Amazonas.
Essa companhia tinha como promessa entregar, ao menos, 500 escravos por ano no
Maranhão, mas nunca conseguiu cumprir sua promessa. Essa companhia também tinha
como atribuição o monopólio do comércio no Maranhão. Isso foi uma determinação
régia, portanto, vinha de uma ordem real.
"Com essa lei, o trato e o controle dos indígenas ficavam exclusivamente nas mãos
dos jesuítas, que os mantinha em suas missões, ensinando-lhes a cultura portuguesa
e o catolicismo. Isso irritava os colonos, porque os escravos africanos prometidos
pela Companhia de Comércio do Maranhão não eram entregues e só havia condições de
escravizar os indígenas.
A rivalidade existente entre São Luís e Belém também repercutiu para o início da
Revolta de Beckman. Os habitantes da cidade maranhense sentiam-se prejudicados pelo
fato de o governador da província, Francisco de Sá e Menezes, preferir morar em
Belém. Do ponto de vista popular, a miséria, na qual uma parte da população era
obrigada a viver, também serviu de motivação para a revolta.
Manuel era dono de engenho e foi um dos grandes líderes da Revolta de Beckman. Já
Tomás era advogado e cumpriu um papel secundário no desenrolar do movimento. Foi
Manuel um dos responsáveis por convencer outros habitantes de São Luís a rebelarem-
se contra a administração local.
Com a cidade de São Luís tomada, os rebeldes formaram um governo chamado de Junta
Geral de Governo e a entregaram para o comando de Tomás Beckman, João de Sousa de
Castro e Manuel Coutinho. O novo governo de São Luís tomou algumas medidas como a
deposição do capitão-mor, a expulsão do jesuítas e a abolição da Casa de Estanco.
Existem relatos que contam que, pouco a pouco, o comando da Revolta de Beckman foi
enfraquecendo-se, muito por conta de Manuel Beckman, dono de uma personalidade
entendida por alguns de seus colegas como controladora."
A chegada do governador fez com que a normalidade (do ponto de vista da Coroa)
fosse restabelecida. O novo governador emitiu as ordens para prender os envolvidos
com a revolta, e as punições foram ditadas. Manuel Beckman e Jorge de Sampaio de
Carvalho foram condenados à forca. Tomás Beckman e Eugênio Ribeiro Maranhão foram
presos, Belquior Gonçalves foi açoitado e degredado de volta para Portugal. Outros
envolvidos foram multados.
Em 1688, uma nova lei entrou em vigor a partir do mês de abril. Com essa lei, foram
criados critérios para escravização de indígenas e o controle sobre essas questões
foi atribuído à Fazenda Real e à Corte. Com essa lei, retomaram-se as expedições
(chamadas de “descimentos”) para realizar a captura de indígenas. A escravização de
indígenas no Brasil só foi terminantemente proibida em 1755, por ordem do Marquês
de Pombal."