Você está na página 1de 6

História de Mato Grosso

O estado de Mato Grosso foi ocupado durante o perído colonização do Brasil através
das expedições dos Bandeirantes e do Tratado de Madri de 1751.

Os primeiros indícios de bandeirantes paulistas na região onde hoje fica cidade datam
de entre 1673 e 1682, quando da passagem de Manoel de Campos Bicudo pela região.
Ele fundou o primeiro povoado da região, onde o rio Coxipó deságua no Cuiabá,
batizado de São Gonçalo.

Em 1718, chega ao local, já abandonado, a bandeira do sorocabano Pascoal Moreira


Cabral. Em busca de indígenas, Moreira Cabral sobe pelo Coxipó, onde trava uma
batalha, perdida, com os índios coxiponés. Com o ocorrido, voltam e, no caminho,
encontram ouro. Deixam, então, a captura de índios para se dedicar ao garimpo. Pascoal
Moreira foi eleito, em uma eleição direta, em plena selva, em 1719, comandante da
região de Cuiabá.

Em 8 de abril de 1719, Pascoal assina a ata da fundação de Cuiabá no local conhecido


como Forquilha, às margens do Coxipó, de forma a garantir os direitos pela descoberta
à Capitania de São Paulo. A notícia da descoberta se espalha e a imigração para a região
torna-se intensa.

Em outubro de 1722, índios escravos de Miguel Sutil, também bandeirante sorocabano,


descobrem às margens do córrego da Prainha grande quantidade de ouro, maior que a
encontrada anteriormente na Forquilha. O afluxo de pessoas torna-se grande e até a
população da Forquilha muda-se para perto desse novo achado. Em 1723, já está
erguida a igreja matriz dedicada ao Senhor Bom Jesus de Cuiabá, onde hoje é a basílica.

Tipos de expedições
O que hoje conhecemos como Mato Grosso já foi território espanhol, levando-se em
conta os limites estabelecidos pelo [Tratado de Tordesilhas][1], por este tratado o brasil
teria menos que 30% do territorio atual. As primeiras excursões feitas no território do
mato grosso datam de 1525, quando Pedro Aleixo Garcia vai em direção à Bolívia,
seguindo as águas dos rios Paraná e Paraguai. Posteriormente portugueses e espanhóis
são atraídos à região graças aos rumores de que havia muita riqueza naquelas terras
ainda não exploradas devidamente. Também vieram jesuítas espanhóis que construíram
missões entre os rios Paraná e Paraguai, com o objetivo de assegurar os limites de
Portugal, já que as terras estavam nos limites da Espanha.

Assim, em 1718, um bandeirante chamado Pascoal Moreira Cabral Leme subiu pelo rio
Coxipó e descobriu enormes jazidas de ouro, dando início à corrida do ouro, fato que
ajudou a povoar a região. No ano seguinte foi fundado o Arraial de Cuiabá. Em 1726, o
Arraial de Cuiabá recebeu novo nome: Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Em
1748, foi criada a capitania de Cuiabá, lugar que concedia isenções e privilégios a quem
ali quisesse se instalar. Foram feitas diversas expedições entre elas as entradas e
bandeiras, as entradas foram financiadas por Portugal partiam de qualquer lugar do
Brasil e não ultrapassavam o Tratado de Tordesilhas. As bandeiras foram financiadas
pelos paulistas somente eles foram ao oeste, ultrapassando Tordesilhas, inclusive.

Os motivos pelos quais ocorreram as expedições para oeste do Brasil são diversos, a
coroa portuguesa precisava ocupar as terras a oeste para se defender da ocupação
espanhola de oeste para leste e preservar o Tratado de Tordesilhas. As expedições feitas
pelos paulistas foram de carater principal econômico como a procura por indígenas que
era uma mão-de-obra mais barata que a escrava ocorridas em 1718 e 1719, a mineração
em 1719 com o propósito de exploração de ouro e pedras preciosas. As monções em
1722 foram realizadas a fim de estabelecer a troca de mercadoria de consumo com o
ouro nas áreas de mineração...

Durante as bandeiras, uma expedição chegou ao Rio Coxipó em busca dos índios
Coxiponés e logo descobriram ouro nas margens do rio, alterando assim o objetivo da
expedição. Em 08 de abril de 1719 foi fundado o Arraial da Forquilha as margens do rio
do Peixes, Coxipo e Mutuca, sendo que o nome forquilha vem justamente pelo fato de
que neste ponto de encontro destes dois rios cria o formato de uma forquilha formando
o primeiro grupo de população organizado na região (atual cidade de Cuiabá). A região
de Mato Grosso era subordinada a Capitania de São Paulo governada por Rodrigo César
de Meneses, para intensificar a fiscalização da exploração do ouro e a renda ida para
Portugal, o governador da capitania muda-se para o Arraial e logo a eleva à categoria de
vila chamando de Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá.

Como marco oficial, a História de Mato Grosso iniciou-se, em 1719, nas margens do rio
Coxipó-Mirim, com a descoberta de ouro pelos homens que acompanhavam o
bandeirante Pascoal Moreira Cabral.
Com o sucesso da mineração e a necessidade de garantir para Portugal, a posse de terras
além Tratado de Tordesilhas, foi criado em 1748 a Capitania de Mato Grosso, sendo a
primeira capital Vila Bela da Santíssima Trindade, na extremidade oeste do território
colonial.
Para trabalhar na mineração, chegaram, no século XVIII, em Mato Grosso, os primeiros
escravos de origem africana. Como resistência à escravidão, as fugas foram constantes,
sendo individuais ou coletivas, formando diversos quilombos. Por ocasião da presença
da capital â?? Vila Bela da Santíssima Trindade a região do vale do rio Guaporé foi
onde houve maior concentração dessas aldeias de escravos fugitivos.

O quilombo do Piolho ou Quariterê, no final do século XVIII, localizado próximo ao rio


Piolho, ou Quariterê, reuniu negros nascidos na África e no Brasil, índios e mestiços de
negros e índios (cafuzos). José Piolho, provavelmente foi o primeiro chefe do quilombo.
Depois, assumiu o poder sua esposa, Teresa.
Fugidos da exploração branca, os habitantes do quilombo conviviam comunitariamente
em uma fusão de elementos culturais de origem indígena e africana. Os homens
caçavam, lenhavam, cuidavam dos animais e conseguiam mel na mata; as mulheres
preparavam os alimentos e fabricavam panelas com barro, artesanato e roupas.
As dificuldades de abastecimento, principalmente de escravos, com que constantemente
conviviam os habitantes da região guaporeana, levou-os a organizar uma bandeira para
atacar os escravos fugitivos.
O poder público, através da Câmara Municipal de Vila Bela da Santíssima Trindade, e
os proprietários de escravos patrocinaram a bandeira para destruir o quilombo e
recapturar seus moradores.
A bandeira contendo cerca de trinta homens e comandada por João Leme de Prado,
percorreu um mês de Vila Bela até o quilombo, e, de surpresa, atacou-o, prendendo
quase a totalidade dos moradores. Alguns morreram no combate que se travou, outros
fugiram.
Os escravos que sobreviveram foram capturados e levados para Vila Bela, sendo
colocados para reconhecimento público, a mando do capitão-general de Mato Grosso
Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres e após o ato de reconhecimento, os
escravos foram submetidos a outros momentos de castigos, com surras, tendo parte de
suas orelhas cortadas e tatuados o rosto com a letra "F" â?? de Fugitivo â?? feita com
ferro em brasa.
O objetivo da repressão era intimidar novas fugas, porém, a vontade, o desejo e a luta
pela liberdade era maior que essa humilhação.

Outros quilombos também foram organizados em terras mato-grossenses durante os


séculos XVIII e XIX, podendo ser registrados aqui, apenas para exemplificar, os
quilombos "Mutuca" e "Pindaituba", situados na Chapada dos Guimarães, os
"Sepoutuba" e "Rio Manso", próximos a Vila Maria (atual Cáceres).

A história de Mato Grosso, no período "colonial" é importantíssima, porque durante


esses 9 governos o Brasil defendeu o seu perfil territorial e consolidou a sua
propriedade e posse até os limites do rio Guaporé e Mamoré. Foram assim contidas as
aspirações espanholas de domínio desse imenso território.

Proclamada a nossa independência, os governos imperiais de D. Pedro I e das


Regências ( 1º Império) nomearam para Mato Grosso cinco governantes e os fatos
mais importantes ocorridos nesses anos ( 7/9/1822 a 23/7/1840) foram a
oficialização da Capital da Província para Cuiabá (lei nº 19 de 28/8/1835) e a
"Rusga" (movimento nativista de matança de portugueses, a 30/05/1834).

Proclamada a 23 de julho de 1840 a maioridade de Dom Pedro II, Mato Grosso foi
governado por 28 presidentes nomeados pelo Imperador, até à Proclamação de
República, ocorrida a 15/11/1889.

Durante o Segundo Império (governo de Dom Pedro II), o fato mais importante que
ocorreu foi a Guerra da Tríplice Aliança, movida pela República do Paraguai contra o
Brasil, Argentina e Uruguai, iniciada a 27/12/1864 e terminada a 01/03/0870 com a
morte do Presidente do Paraguai, Marechal Francisco Solano Lopez, em Cerro-Corá.

Os episódios mais notáveis ocorridos em terras matogrossenses durante os 5 anos


dessa guerra foram:

a) o início da invasão de Mato Grosso pelas tropas paraguaias, pelas vias fluvial e
terrestre;

b) a heróica defesa do Forte de Coimbra.;

c) o sacrifício de Antônio João Ribeiro e seus comandados no posto militar de


Dourados.

d) a evacuação de Corumbá;

e) os preparativos para a defesa de Cuiabá e a ação do Barão de Melgaço;


f) a expulsão dos inimigos do sul de Mato Grosso e a retirada da Laguna;

g) a retomada de Corumbá;

h) o combate do Alegre;

Pela via fluvial vieram 4.200 homens sob o comando do Coronel Vicente Barrios,
que encontrou a heróica resistência de Coimbra ocupado por uma guarnição de
apenas 115 homens, sob o comando do Tte. Cel. Hermenegildo de Albuquerque
Portocarrero. Pela via terrestre vieram 2.500 homens sob o comando do Cel.
Isidoro Rasquin, que no posto militar de Dourados encontrou a bravura do Tte.
Antônio João Ribeiro e mais 15 brasileiros que se recusaram a rendição,
respondendo com uma descarga de fuzilaria à ordem para que se entregassem. Foi
ai que o Tte. Antônio João enviou ao Comandante Dias da Silva, de Nioaque, o seu
famoso bilhete dizendo: "Ser que morro mas o meu sangue e de meus
companheiros será de protesto solene contra a invasão do solo da minha Pátria" A
evacuação de Corumbá, desprovida de recursos para a defesa, foi outro episódio
notável, saindo a população, através do Pantanal, em direção a Cuiabá, onde
chegou, a pé, a 30 de abril de 1865.

Na expectativa dos inimigos chegarem a Cuiabá, autoridades e povo começaram


preparativos para a resistência. Nesses preparativos sobressaia a figura do Barão
de Melgaço que foi nomeado pelo Governo para comandar a defesa da Capital,
organizando as fortificações de Melgaço. Se os invasores tinham intenção de chegar
a Cuiabá dela desistiram quando souberam que o Comandante da defesa da cidade
era o Almirante Augusto Leverger - o futuro Barão de Melgaço -, que eles já
conheciam de longa data.

A Retirada da Laguna

A retirada da Laguna foi, sem dúvida, a página mais brilhante escrita pelo Exército
Brasileiro em toda a Guerra da Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina).

A chamada Retirada da Laguna foi um episódio da Guerra da Tríplice Aliança (1864-


1870) imortalizado na literatura pela pena de um de seus protagonistas, o futuro
visconde de Taunay.

Após a apreensão da Canhoneira Amambaí da Marinha do Brasil, no rio Paraguai, e da


invasão da então Província do Mato Grosso pelas forças do Exército Paraguaio em
dezembro de 1864, declarada a guerra, uma das primeiras reações brasileiras foi a de
enviar um contingente militar terrestre para combater os invasores em Mato Grosso.

Desse modo, em abril de 1865, uma coluna partiu do Rio de Janeiro, sob o comando do
coronel Manuel Pedro Drago, recebendo reforços em Uberaba, na então Província de
Minas Gerais, percorrendo mais de dois mil quilômetros por terra até alcançar Coxim,
na Província do Mato Grosso, em dezembro desse mesmo ano, que encontrou
abandonada.

O mesmo se repetiu ao alcançarem Miranda, em setembro de 1866.

Em janeiro de 1867, o coronel Carlos de Morais Camisão assumiu o comando da


coluna, então reduzida a 1.680 homens, e decidiu invadir o território paraguaio, onde
penetrou até Laguna, em abril. Por demais distante das linhas brasileiras, e sem víveres
para o sustento da tropa, afetada pela cólera, o tifo, e pelo beribéri, a coluna do Exército
Brasileiro foi forçada a retirar sob os constantes ataques da cavalaria paraguaia, que
utilizou táticas de guerrilha, inflingindo perdas severas aos brasileiros.

De um efetivo de cerca de 3.000 homens, retornaram às linhas brasileiras em Coxim,


em junho de 1868 apenas 700 homens, alquebrados pela doença e pela fome.

Governadores coloniais
Lista de governadores de Mato Grosso

A partir de 1748, Mato Grosso e Goiás são desmembradas da capitania de São Paulo,
criada então a cpitania de Mato Grosso e os seguintes governantes:

• Antônio Rolim de Moura de 1751 a 1765, fundou a primeira capital Vila Bela da
Santíssima Trindade.
• João Pedro Câmara de 1765 a 1769,
• Luís Pinto de Sousa Coutinho de 1769 a 1772, expulsou os jesuítas e fundou
vários fortes e povoados.
• Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres de 1772 a 1789.
• João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres de 1789 a 1796.
• Caetano Pinto de Miranda Montenegro de 1796 a 1802.
• Manuel Carlos de Abreu e Meneses de 1802 a 1807.
• João Carlos Augusto d'Oeynhausen e Gravembourg (Marquês de Aracati) de
1807 a 1819, iniciou a transferência da capital de Vila Bela para Cuiabá.
• Francisco de Paula Magessi de Carvalho (Barão de Vila Bela) de 1819 e 1821.

A mudança da capital foram por motivos de distância e dificuldade de comunicação


com os grandes centros do Brasil, o processo de transferência foi iniciada no governo de
João Carlos Augusto d'Oeynhausen e Gravembourg e grande parte da administração foi
transferida no governo de Francisco de Paula Magessi de Carvalho que por dificuldades
na administração, a capital retornou a Vila Bela, somente em 1825 por um decreto de
Dom Pedro I a capital ficou definitivamente em Cuiabá.

Província de Mato Grosso


Um ano antes da proclamação de Independência do Brasil todas as capitanias se
tornaram províncias. O primeiro acontecimento político da época foi a Rusga, em que
os grupos políticos liberais e conservadores que queriam reformas políticas, sociais e
administrativas. Em 1864 inicia a Guerra do Paraguai, Paraguai fazia fronteira com
Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul), Mato Grosso participou com soldados e
protegendo as fronteiras do Estado.
Divisão do estado
Depois de uma pequena divisão do estado durante a revolta Constitucionalista onde o
sul aproveitou a situação e formou um pequeno governo durante 90 dias, em 1977 o
governo federal decretou a divisão do Estado de Mato Grosso, formando então Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul devido a "dificuldade em desenvolver a região diante da
grande extensão e diversidade".

Em 1943 a área localizada a noroeste, com pequena área do estado do Amazonas às


margens do rio Madeira, passou a constituir o território do Guaporé, que atualmente
constitui o estado de Rondônia.

Além disso, do mesmo ano de 1943 a 1946, uma pequena porção do território
matogrossense a localizada a sudoeste, constituiu o território de Ponta Porã.

ORIGEM NOME DE CUIABÁ

Há várias versões para a origem do nome "Cuiabá". Uma delas diz que o nome tem
origem na palavra Bororo ikuiapá, que significa "lugar da ikuia" (ikuia: flecha-arpão,
flecha para pescar, feita de uma espécie de cana brava; pá: lugar). O nome designa uma
localidade onde os bororos costumavam caçar e pescar com essa flecha, no córrego da
Prainha, afluente da esquerda do rio Cuiabá.[5][6] Outra explicação possível é a de que
Cuiabá seria uma aglutinação de kyyaverá (que em guarani significa "rio da lontra
brilhante") em cuyaverá, depois cuiavá e finalmente cuiabá.[6]

Uma terceira hipótese diz que a origem da palavra está no fato de existirem árvores
produtoras de cuia à beira do rio, e que "Cuiabá" seria "rio criador de vasilha" (cuia:
vasilha e abá: criador)[6]. Martius traduz o vocábulo como "fabricante ou fazedor de
cuias". Teodoro Sampaio interpreta, duvidando da origem tupi, como "homem da
farinha", o farinheiro. De cuy: farinha e abá: homem. Há ainda outras versões menos
embasadas historicamente, que mais se aproximam de lenda do que de fatos. O certo é
que até hoje não se sabe com certeza a origem do nome.

Você também pode gostar