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Colonização do Brasil

Descoberta e Colonização (1500 – 1808)

Perdido em sua busca de uma rota para as Índias Ocidentais, o explorador


português Pedro Álvares Cabral avistou terra em março de 1500.

O Brasil foi oficialmente descoberto em 22 de abril, quando Cabral


desembarcou na Bahia, perto do futuro local de Porto Seguro.

O escrivão português Pero Vaz de Caminha relata a sua chegada em solo


brasileiro em uma de suas cartas, descrevendo o encontro da expedição com
cerca de 20 homens de pele morena clara, completamente nu, arcos e
flechas que transportam.

Muitos anos se passaram desde o tempo em que o Brasil foi descoberto até
a sua colonização.

As três primeiras décadas após a descoberta foram utilizados principalmente


para a colheita de árvores pau-brasil para extrair um corante vermelho de
sua madeira. Foi esta árvore que deu ao Brasil seu nome. A população
indígena forneceu o trabalho para cortar, descascar e transportar as toras.

Os primeiros portugueses colonizadores chegaram até 1531. O rei de


Portugal anunciou o acordo do Brasil com a criação de capitanias
hereditárias. A área foi dividida em 14 capitanias que foram subdivididas em
15 partes e 12 proprietários.

O rei basicamente renunciou a sua soberania e concedeu essas concessões


de poder significativa.

Cada um era responsável por estabelecer e desenvolver a terra à sua própria


custa. Mas, como um resultado da tarefa árdua e falta de recursos, a maioria
dos esforços falharam. Das 14 capitanias, São Vicente experimentou um
breve período de prosperidade e o único a realmente prosperar era
Pernambuco, no nordeste do Brasil. As outras capitanias desmoronaram e
alguns donatários não só perderam seus bens, mas a sua própria vida.

Após o fracasso deste empreendimento, a coroa portuguesa realizou uma


segunda tentativa de resolver o território em 1549. Foi criado o primeiro
Governo Geral, nomeando Tomé de Souza como governador e transformou
Salvador na primeira capital do Brasil.

Desde os primórdios da colonização, houve grandes disputas em curso entre


os Portugueses e a população indígena e seu modo de vida.

Tomé de Souza alinhou-se com a tribo Tupi e declarou guerra contra as


outras tribos, escravizando aqueles que foram conquistados.

Foi uma guerra cultural e territorial.

Os pioneiros aventureiros Bandeirante que exploraram o interior do Brasil


conquistaram muitos índios e tribos inteiras foram assassinados. Os que
escaparam muitas vezes sucumbiram a doenças europeias que eram
estranhos para o seu sistema imunológico. Outros foram trabalhar até à
morte. Embora a missão dos jesuítas era proteger fisicamente os índios dos
Bandeirantes, o seu total desrespeito às tradições nativas resultou na
aniquilação cultural da população indígena.

Os jesuítas fundaram as chamadas missões, onde proselitismo dos índios


com a religião europeia e proibiu seus próprios costumes.

Duarte da Costa foi o segundo governador-geral do Brasil, que consolidou o


processo de colonização, introduzindo a produção de açúcar. Este produto
foi muito cobiçado na Europa e usada para fins medicinais ou como
ingrediente alimentar. No entanto, o crescimento das plantações de cana
passou de mãos dadas com o comércio de escravos.

A maioria dos africanos escravos foram retirados das regiões ao redor de


Angola, Moçambique, Sudão e Congo. Eles foram forçados a trabalhar longos
dias, sem condições de vida adequadas, expostos a doenças e exploração
sexual.

As relações sexuais entre senhores e escravos eram comuns, resultando em


uma grande população interracial. Com o tempo, muitos escravos fugiram
para formar quilombos (comunidades compostas por escravos fugitivos).
Estas comunidades rapidamente começaram a se espalhar por toda a terra.
A comunidade mais famosa foi a República de Palmares, que sobreviveram
a maior parte do século 17 e no seu auge era o lar de cerca de 20.000
pessoas.

Os holandeses, franceses e britânicos também foram atraídos pelos recursos


naturais do Brasil.
Em 1555, os colonos franceses colocaram os pés em uma pequena ilha no
Rio de Janeiro, a Baía de Guanabara em uma tentativa de expandir suas
posses territoriais.

Alguns anos mais tarde, Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil,


expulsou os franceses que ocupavam o Maranhão e Rio de Janeiro.

A União Ibérica, a anexação da coroa portuguesa pelos espanhóis, teve


consequências negativas para o Brasil a sério. Holanda, uma vez que aliado
dos Portugueses, agora tornou-se um inimigo, atacando e ocupando grandes
áreas do litoral brasileiro. Os holandeses tiveram seu olho em conquistar o
Nordeste. Eles brevemente conquistaram Salvador em 1624, mas logo foram
expulsos. Eles fundaram a leste empresa indiana e retomou seus ataques na
região. Em 1630, eles finalmente conseguiram conquistar Olinda e Recife,
que se tornou a capital da New Holland (Nova Holanda). Os Portugueses
declararam guerra e, eventualmente, foram capazes de recuperar Recife. Em
1661 os holandeses abandonaram a colônia no Brasil.

Agora que todo o território estava, mais uma vez sob seu controle, Portugal
fez do Brasil um vice-reino e partiu para explorar o interior.

Os Bandeirantes (pioneiros), que viajaram para o interior correndo atrás


escravos fugitivos, descobriram grandes jazidas de ouro em Minas Gerais em
1693, e os diamantes em 1721.

A descoberta de ouro teve um profundo impacto sobre o Brasil. Estima-se


que dois milhões de escravos que foram enviados para o Brasil no século 18
e foram colocados para trabalhar nas minas. Esses recém-chegados se
juntaram a uma população de colonos, que também tinha feito o seu
caminho para as minas de ouro.

No início do século 18 o Brasil se torna o maior produtor de ouro do mundo.

Parte da riqueza financiou a construção de cidades históricas como Ouro


Preto, em Minas Gerais.

No entanto, a corrida do ouro não sobreviveu por muito tempo.

Em 1750 a produção das minas estava em declínio e a população começou a


se mudar para as áreas costeiras. Muitos dos garimpeiros fizeram o seu
caminho para o Rio de Janeiro.
No mesmo ano, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri para
resolver os “conflitos de fronteira” no mundo hispânico. Sob as condições do
tratado, a Coroa Portuguesa deu à Espanha todas as terras na margem
ocidental do Rio de la Plata e em troca recebeu o Amazonas, Mato Grosso,
Goiás e Rio Grande do Sul.

Para reestruturar a colônia, Marques de Pombal, Secretário de Estado da


Coroa Portuguesa, implementou diversas iniciativas para centralizar o poder.
Ele promoveu o desenvolvimento e as fronteiriças patrulhas urbanas,
estimulado a agricultura e, em 1762, a capital do Brasil foi transferida de
Salvador para o Rio de Janeiro, aumentando o controle sobre as rotas de
comércio.

No entanto, em 1785, a rainha de Portugal, Dona Maria, Pombal removeu do


cargo e proibiu qualquer desenvolvimento industrial no Brasil.

Esta opressão renovada só resultou em crescente apelo para a


independência do Brasil.

Em 1789, Tiradentes e 11 outros conspiradores ressentidos formaram a


Inconfidência Mineira (Minas Infidelidade) em uma tentativa de derrubar o
governo português. Todos os 12 conspiradores foram presos e seu líder
Tiradentes foi enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro em 1792. Sua
cabeça foi exibida em Ouro Preto e sua casa foi destruída. Ele se tornou um
símbolo nacional de resistência e, muito mais tarde, um museu foi dedicado
em sua homenagem em Ouro Preto.

Fonte: > soulbrasileiro.com

Colonização do Brasil

A colonização do Brasil aconteceu por volta do século XVI, por meio da


expedição de Martim Afonso de Souza. O objetivo era manter o domínio das
nossas terras sobre tudo o que havia sido encontrado, para que pessoas de
outros países não tomassem posse do que havia sido descoberto.
Os índios trabalhavam como escravos, cultivavam suas próprias terras e os
alimentos extraídos eram usados para abastecer o mercado europeu.
Também eram obrigados a derrubar árvores de pau-brasil, cortá-las em
toras e carregar os navios portugueses, que levavam a madeira.
O pau-brasil, uma madeira muito avermelhada, era usado para fazer tintura
de tecidos, o que lhe dava grande valor comercial na Europa. Por isso era
muito explorado.

Na primeira expedição, Martim Afonso de Souza trouxe aproximadamente


quatrocentas pessoas, a fim de explorar e garantir para os portugueses as
riquezas do nosso país. Nessas viagens, os portugueses trouxeram animais
domésticos, sementes e mudas de cana-de-açúcar, ferramentas agrícolas e
armas.

Em razão da beleza da madeira e sua grande utilidade, os franceses também


passaram a visitar o Brasil, com o intuito de explorar a madeira e obter altos
lucros para seu país. Com isso, os portugueses foram implantando as
feitorias para garantir que a exploração de determinadas terras ficasse
apenas sob o domínio de Portugal. Uma das primeiras feitorias foi a da baía
de Guanabara, onde conseguiram manter a rota dos produtos, não
permitindo que fossem desviados.

No dia 22 de janeiro de 1.532, Martim Afonso de Souza fundou ainda a ilha


de São Vicente, em São Paulo, deixando ali uma de suas feitorias.

A disputa pela colonização era grande. Ao chegar à costa de Pernambuco,


Martim Afonso de Souza encontrou três navios carregados com pau-brasil e
os prendeu, garantindo a mercadoria para Portugal.

Os índios ficavam encantados com as bugigangas que os portugueses lhes


ofereciam, como canivetes e espelhos. Trocavam essas quinquilharias pelas
riquezas de nossas terras, ao que deram o nome de escambo (troca feita sem
dinheiro). Dessa forma, estavam sempre satisfeitos, mantendo uma relação
amigável com os portugueses.

Jussara de Barros
Fonte: professorajanainaspolidorio.files.wordpress.com

Colonização do Brasil

A Colonização do Brasil foi um processo de povoação, exploração e


dominação do território, já que a Corte Portuguesa acreditava na hipótese
de ter o território brasileiro invadido e tomado caso não fosse ocupado.
Apesar dessas intenções, a Corte Portuguesa também tinha como objetivo
transformar o novo território em fonte de renda para Portugal.
Indiscutivelmente os primeiros colonizadores das terras brasileiras foram os
índios. Não se sabe ao certo a origem destes povos, acredita-se que os índios
vieram da Ásia e Oceania através do estreito de Behring ou pelo Oceano
Pacífico.

Em 1516, sob comando de Dom Manuel I a Corte Portuguesa enviou pessoas


dispostas a iniciar o povoamento no Brasil e lhes entregou ferramentas para
que conseguissem iniciar o desbravamento de algumas terras. Dois anos
após a chegada dos portugueses, os índios invadiram e destruíram a colônia
firmada em Porto Seguro. Após este ataque, o Brasil permaneceu até 1530
sem receber novas pessoas intencionadas em residir ali.

No ano de 1530, Dom João III, rei de Portugal da época, enviou Martim Afonso
de Souza ao Brasil para explorar seu território em busca de minerais e ainda
fazer demarcações estratégicas no território de modo que beneficiasse a
extração dos minerais. Com total autonomia dada pelo rei, Martim Afonso
designava autoridades e distribuía terras para aqueles que se
comprometiam a realizar a missão determinada pelo rei. Quase todo o litoral
foi explorado por Martim Afonso e suas expedições.

No litoral paulista foram firmados os primeiros povoados do país, onde as


primeiras plantações de cana-de-açúcar foram formadas, além dos primeiros
engenhos.

Síntese sobre a colonização do Brasil

No começo da colonização, Portugal não se interessou pelas terras


brasileiras; somente após o declínio do comércio oriental e das feitorias
africanas é que a Coroa investiu na possibilidade de obter lucro do Brasil. A
Corte Portuguesa também tinha como objetivo transformar o novo território
em fonte de renda para Portugal. Indiscutivelmente os primeiros
colonizadores das terras brasileiras foram os índios. Não se sabe ao certo a
origem destes povos, acredita-se que os índios vieram da Ásia e Oceania.

Em 1516, sob comando de Dom Manuel I a Corte Portuguesa enviou pessoas


dispostas a iniciar o povoamento no Brasil e lhes entregou ferramentas para
que conseguissem iniciar o desbravamento de algumas terras. Dois anos
após a chegada dos portugueses, os índios invadiram e destruíram a colônia
firmada em Porto Seguro. Após este ataque, o Brasil permaneceu até 1530
sem receber novas pessoas intencionadas em residir ali. No ano de 1530,
Dom João III, rei de Portugal da época, enviou Martim Afonso de Souza ao
Brasil para explorar seu território em busca de minerais e ainda fazer
demarcações estratégicas no território de modo que beneficiasse a extração
dos minerais. Com total autonomia dada pelo rei, Martim Afonso designava
autoridades e distribuía terras para aqueles que se comprometiam a realizar
a missão determinada pelo rei. Para isso, criou um sistema chamado de
“ Capitanias Hereditárias” , a qual doaria terras para o donatário.

O Brasil foi então dividido em imensos lotes, mas a falta de recurso para
esses donatários gerou descontentamento com a Coroa Portuguesa. O
sistema fracassou, ficando apenas as Capitanias de São Vicente e de
Pernambuco que prosperaram com o plantio de açúcar.

Quase todo o litoral foi explorado por Martim Afonso e suas expedições. No
litoral paulista foram firmados os primeiros povoados do país, onde as
primeiras plantações de cana-de-açúcar foram formadas, além dos primeiros
engenhos. O pau-brasil, a economia açucareira e a mineração tinham
respectivamente por base a mão de obra indígena, mão de obra escrava e o
ultimo era também escravista.

A economia no Brasil Império

Com o fundo do capital criado pela liberação de mão-de-obra escrava das


minas, o café abriu os portos para o comercio exterior onde recuperou a
economia da crise financeira. Devido ao pequeno investimento, o café foi se
expandindo, mas por outro lado, os latifundiários, cafeicultores, ansiosos
pelos lucros imediatos, acabaram com a natureza, sendo assim, as terras não
aguentaram mais e em 1870, como declínio do Vale, o Oeste Paulista foi a
nova trajetória. A abolição do tráfico negreiro em 1850, pela Lei Eusebio de
Queiroz, sofreu um aumento na economia interno, já que não podia mais
comprar escravos.

A partir de 1860, a tarifa Silva Ferraz anulou Alves Branco, por pressões
inglesas, sobre a redução de taxas Alfandegárias.

No processo abolicionista na mudança do trabalho escravo para o


assalariado, quem sofreu bastante foi o negro, não estando preparado para
a concorrência no mercado de trabalho, permaneceu marginalizado, sobre
preconceitos. O regime republicano só estabeleceu no Brasil, com o fim do
Império.

Fonte: > marechalrondon.wikispaces.com/ucbweb2.castelobranco.br

Colonização do Brasil
A Contribuição dos Portugueses na Colonização do Brasil

A experiência portuguesa no processo de colonização do Brasil


Os colonizadores que chegaram ao Brasil a partir do século XVI possuíam
uma cultura e se pautavam na cultura portuguesa, com suas leis, tradições,
família e uma religião oficial. Na colônia pelo modo de produção
desenvolveram lavouras de cana e produziram em seus engenhos o açúcar
através do trabalho escravo. A cultura portuguesa que havia lhe
proporcionado as Grandes Navegações e os descobrimentos lhes concedera
o Brasil para colonização, portanto os senhores de engenho possuíam um
padrão cultural, uma enraizada cultura reinícola. Porém muitos
colonizadores a fim de atender seus próprios interesses desconsideravam
alguns aspectos da sua cultura oficial, tornando-se preocupação e alvo da
justiça da coroa, das ações dos donatários de capitanias, intervenção da
igreja e dos senhores de engenho. Todavia é importante ressaltar que a
cultura portuguesa mesmo com alguns desvios tinha uma grande
predominância, abrangendo o viver diário da colônia.

A identidade portuguesa pode ser assim definida: os portugueses eram


sobretudo católicos, eram europeus, vassalos do rei ou de um senhor,
eclesiásticos etc.
Com uma cultura de personalidade, atribuíam grande valor a pessoa
humana e a autonomia de cada um, eram portadores de uma característica
peculiar. Devido a influência da cultura portuguesa em especial na vida dos
senhores do engenho pode-se afirmar que a cultura portuguesa possuía
uma amplitude no desempenho do papel social. A sociedade colonial dava
grande importância nos hábitos sociais, políticos e culturais.

A relação dos portugueses com os habitantes da terra (índios) e os


escravos
No processo de colonização do Brasil os portugueses não estavam
sozinhos, tiveram que se relacionar com os indígenas e com os africanos que
os próprios portugueses trouxeram. O relacionamento com estes povos
provocou alterações na cultura dos primeiros colonizadores, as modificações
não sugiram da noite pro dia, foi necessário transcorrer um período de
mudanças sociais. O modo de ser dos colonizadores era hegemonicamente
fundado na cultura portuguesa, esses vieram para o Brasil determinado a
trabalhar no cultivo da lavoura de cana, suas maiores preocupações eram se
enriquecer e enobrecer. Porém esses colonizadores não vieram dispostos a
usar de sua própria força de trabalho, sendo assim tentaram escravizar os
índios, mas estes demonstraram resistência ao trabalho, mostrando-se
maus trabalhadores, devido a isto, de não se adaptarem a cultura dos
portugueses, estes por sua vez substituíram os índios pelos negros para
realizarem o trabalho braçal. Em Portugal os africanos eram responsáveis
por quase todo o tipo de trabalho, muitas das atividades especializadas
acabaram sendo realizadas pelo braço escravo. Os portugueses estavam
admirados com os africanos, pois provinham de culturas em que trabalhos
com ferro, gado e outras atividades úteis para a lavoura açucareira eram
praticados, especialmente os congoleses, que não sabiam a arte da escrita,
mas eram considerados os povos mais avançados da raça negra. A maior
parte dos escravos traficados para o Brasil provinha da costa ocidental da
África, e era referido pelos colonizadores como “ escravos da Guiné” , só a
partir de 1550 que prevaleceram o embarque de africanos das regiões de
Angola e do Congo.
Aspiração pela Nobreza
Para os portugueses a busca pela nobreza era algo natural, pois essa
condição oferecia poder e privilégios, no entanto nobreza em Portugal dos
séculos XVI e XVII era entendida como transmissível pelo sangue ou
proveniente da reputação ou fama que certas atividades sociais
proporcionavam. Existia a possibilidade de mobilidade social, mesmo para o
estado do povo, através das categorias profissionais os cidadãos podiam
ascender a um novo estado. Essas aspirações eram algo muito presente na
sociedade portuguesa, pois, com esse estatuto diferenciador podiam obter
isenções fiscais, regime especial de prova, prisão domiciliar e formas de
tratamento diferenciadas. Apesar de acontecerem mudanças no
pensamento social europeu, com os novos descobrimentos e a Reforma
Protestante, essas classificações sociais fundamentadas na tradição
perduraram em Portugal. Mesmo que o rei concedesse armas e brasões para
as pessoas que não tivessem os títulos correspondentes, a nobreza
continuava a ser vista como uma virtude essencialmente natural e quaisquer
alterações radicais feitas pelo rei nesse pensamento eram mal recebidas.

Poderes Informais
Na sociedade Portuguesa, as relações sociais como: amizade, serviço e
clientela, eram considerados por eles de grande valor, fato este, para se
obter benefícios e proteção. Consequentemente essas relações iriam auxiliar
em suas práticas corporativistas. Nas diferentes relações sociais da
sociedade portuguesa, os poderes informais, ligados ao vínculo familiar,
possuíam grande influência e não eram nada desprezíveis.
Portanto, questões institucionais ou jurídicas tinham por vista se
misturarem e estarem em comum com outras relações paralelas
baseadas em critérios, tais como: parentesco, amizade, fidelidade, honra
e serviço.
Senhores de Engenho
Ser senhor de engenho no Brasil não era atividade simples e para qualquer
um. Apesar de ser um sonho de boa parte dos colonos, esse ideal mantinha-
se, desde o princípio da colonização, até o final de século XVII. André João
Antonil era escritor, e, em seu livro “ Cultura e Opulência do Brasil” , ele
descreve as longas atividades e as relações sociais do engenho e de seu
senhor. Ele revela que ser senhor de engenho não é para quem quer, mas,
para quem tem cabedal e governo. O título de senhor de engenho a que
muitos desejam, tornava o homem mais respeitado, servido e obedecido por
todos. No Brasil o sonho de conquistar o título de nobreza pelos
colonizadores não foi atingido, pois a Coroa Portuguesa regulamentava a
autorização dessas honrarias para os colonizadores e até mesmo para os
senhores de engenho. Mesmo não alcançando o título de nobreza e os
privilégios senhoriais que eram concedidos aos senhores de capitanias, os
senhores de engenho não renunciaram ao ideal de viver nobremente na
colônia.

Os senhores de engenhos possuíam poder dentro de suas terras, e


construíam relações que acrescentava e reforçava os seus poderes e
influências, através de participações no esforço de segurança, milícia, havia
também outros meios sutis como, uma política de casamentos que visava
benefícios as famílias envolvidas.

Através do casamento e do compadrio era possível trazer para as suas


relações funcionários que ocupavam postos importantes da administração
da Coroa. No entanto esta estratégia de casamento não agradava ao Concílio
de Trento, que defendia a liberdade de escolha dos noivos.Com todas estas
ações os senhores de engenhos foram dominando a vida social e
administrativa da Colônia. Faltava à sociedade colonial, mecanismos de
interlocução que possibilitasse a defesa de seus interesses junto à
metrópole. Na época de Duarte Coelho senhor das capitanias hereditárias
de Pernambuco, o estabelecimento do Regimento de Tomé de Sousa,
representou uma ameaça aos privilégios dos senhores de engenhos e
lavradores de sua capitania. Como Duarte Coelho mantinha acesso direto a
D. João III, o problema foi superado, mas, ainda corria-se o risco da perda de
privilégios. Tomé de Sousa e o padre Manoel da Nóbrega sugeriram ao rei a
retomada de direitos em todas as capitanias.

Quando a Assembleia dos Três Estados se reunia, o que era acontecia


somente quando era da vontade do rei, os representantes das colônias não
participavam dessas reuniões. Havia chance de encaminhar petições à
Coroa, mas a falta de interesse da administração e a política de interesses da
assessoria de gabinete acabavam influenciando mais. Impossibilitados pela
distância da metrópole e pela falta de representações que lhes
possibilitassem influir na política, restava aos colonos somente à utilização
dos “ poderes informais” , e até ao suborno. Os senhores de engenhos que
se destacavam como representantes dos grupos de interesses da colônia
exerciam uma constante pressão sobre os funcionários da administração da
Coroa, quanto à imposição da lei. As estratégias de casamentos, compadrio
e atração de figuras importantes da administração da Coroa para as famílias
locais, tem o mesmo significado da prática da cultura portuguesa, conhecida
como os poderes informais. Os colonos que se encontravam afastados dos
recursos da metrópole, da parentela e de amigos influentes do reino, sabiam
das facilidades que os poderes informais proporcionavam. Por isso faziam o
possível para atrair os amigos mais influentes para o seu convívio íntimo.

Essas relações sociais fundadas no parentesco, na amizade e no compadrio


tornaram-se uma realidade na cultura dos senhores de engenho e de outros
colonizadores portugueses, e era algo perfeitamente natural e aceito sem
restrições para a época.

O significado da família na cultura portuguesa


No Brasil Colônia, nos séculos XVI e XVII, a família detinha grande
importância, sendo esta direcionada pela tradição.

Na sociedade portuguesa, a família correspondia às pessoas que viviam


sobre o mesmo teto, ou seja, os integrantes que compõe uma
família: pai, mãe, filhos e até mesmo os domésticos. Também era comum,
as elites de Portugal fazerem uso do termo família para se referirem aos
escravos, e não aos seus filhos. A família podia também, ser compreendida
pela descendência, pela hereditariedade, onde se inicia com um elemento
principal que vai se multiplicando, isto é, se estendendo através de seus
descendentes (filho, netos e outros), construindo assim, uma família. Os
portugueses mantinham a convicção de que os pais continuavam através de
seus filhos e que por isso, o amor que sentiam por seus filhos era
considerado um sentimento superior a todos os demais.
Portanto, nota-se que a família na sociedade portuguesa possuía significados
amplos, podendo abranger tanto seus descendentes como os criados,
escravos e até mesmo os seus bens. Era uma sociedade patriarcal, em que o
senhor de engenho era a autoridade máxima da casa, e todos deviam lhe
obedecer. O processo de colonização do Brasil se estendeu através das
capitanias hereditárias, em que se destaca a capitania de Pernambuco, que
foi doada a Duarte Coelho. Sua família pertencia à nobreza rural da região
de Entre Douro e Minho. Duarte Coelho antes de sua vinda ao Brasil realizou
importantes serviços para a Coroa Portuguesa, e também chefiou uma
armada no litoral africano. Tanto Duarte Coelho como os outros
colonizadores possuíam uma experiência cultural, no entanto, ao
estabelecerem contatos com os outros povos que aqui viviam tanto
transformaram como também foram transformados, ocorrendo mudanças
em suas relações sociais, onde paralelamente atuaram como elemento
principal dessas relações. O Primeiro Reinado

Em 1959 foi estabelecido o primeiro governo geral do Brasil e a primeira


ordem religiosa, a Companhia de Jesus, tendo como superior da ordem o
padre Manoel da Nóbrega. Um de seus primeiros feitos foi a criação do
colégio da Bahia, onde a educação era gratuita e para brancos, pardos,
mestiços ou escravos sem distinção. No final do século XVII houve um
conflito social no Brasil, especificamente no colégio da Companhia de Jesus
da Bahia, pela falta de perseverança e maus costumes, a sociedade passou a
não tolerar mais a presença dos afro-brasileiros na escola, e eles não foram
mais admitidos nas ordens que haviam se estabelecido no Brasil.

Os excluídos apelaram para o El-Rei e para o padre geral, ambos


respondem encaminhando uma carta ao governador, admitindo a
presença deles nas ordens, porem o governador apresentou sua
resposta com determinados pontos de que: foram excluídos pelos ricos
que provocaram constantemente com os filhos dos brancos; porque estes
não queriam estar onde eles estivessem; porque admitidos ao sacerdócio, e
tendo, por outro lado, letras não se davam a ofícios úteis e transformavam-
se em’ ’ vadios’ ’ ; Porém, a exclusão só se devia manter nas escolas
superiores, nas elementares de ler, escrever, contar e doutrinar, se admitiam
sempre, e continuariam a admitir. Essa resposta dada pelo governador não
mudara a questão dos excluídos. O direito da educação era um privilégio
garantido somente aos primeiros, nem mesmo a primeira república teve
êxito em solucionar os problemas educacionais, só se preocupou com a
mudança de um regime.
Conclusão
A experiência portuguesa no processo de colonização do Brasil traz alguns
feito e ações que até o dia de hoje torna-se a repetir. São comportamentos
que por muitos adquiridos, prejudicam o bom relacionamento social e o
desenvolvimento de nossa sociedade.

Tais relações sociais como: amizade, família e serviços, que eram


considerados por aquela cultura como vínculos que lhes traziam privilégios
foram aos poucos e através de algumas ações diminuindo sua grande
importância em meio à sociedade. De fato, torna-se importante conhecer as
diversas relações sociais desenvolvidas até os nossos dias.
Aline Jenifer Cantador
Edinéia Viana
Fernanda Oga
Geice Mara
Luciane Marcelino
Patrícia Parmezan
Tatiele Rodrigues
Fonte: www.mundofilosofico.com.br

Colonização do Brasil

A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA

Os primeiros trinta anos do domínio português no Brasil (1500-1530) é


chamado de período pré-colonial, pois o governo português não traçou um
plano de ocupação, limitou-se apenas a defendê-la contra invasões,
principalmente francesas. O interesse pelo pau-brasil. A extração do pau-
brasil foi predatória, utilizando-se mão de obra indígena, com retribuição de
presentes, (escambo).

Em 1530, preocupado em perder as terras para os franceses e o fracasso


com o comércio oriental, a Coroa portuguesa decidiu pela ocupação das
terras brasileiras.

A organização na forma de Capitanias Hereditárias: o território foi


dividido em lotes e concedidos a pessoas interessadas e com recursos
próprios.
Dois documentos regiam o sistema: as Cartas de Doação e os Forais. A
Carta de Doação é o documento hábil de posse e os poderes a ele concedido.
O Foral determinava os direitos e deveres dos donatários. O efeitos foram
satisfatórios e apenas duas prosperaram (Pernambuco e São Vicente).
O Governo Geral (1549-1553) – Tomé de Sousa, a vinda dos jesuítas e criação
do primeiro bispado.

A consolidação do governo geral (1553-1558) Duarte da Costa A Base


Econômica da Colonização. O açúcar. Os portugueses não encontraram de
início metais preciosos e optaram pela colonização a base agrícola devido
suas experiências nas ilhas do Atlântico (Açores e Cabo Verde). O açúcar é de
origem indiana, foi introduzido na Europa e chegou a ser produzido na Sicília
São Vicente foi a primeira capitania onde se fez cultivo da cana, mas o
Nordeste foi a região que mais se destacou na empresa do açúcar.
Os fatores que determinaram o êxito da empresa são: o interesse do
mercado externo; a experiência dos Portugueses; a qualidade dos solos e as
condições climáticas; a participação holandesa, através do financiamento,
refino e distribuição na Europa.
A forma de ocupação da terra: a grande propriedade (sesmarias- tinha em
média entre 6 e 24 km). O engenho como unidade produtora.
Produzia além o açúcar tudo mais do que necessitava, havia dois tipos
de engenho: os engenhos reais, movidos à água e os trapiches, utilizavam
tração animal.
O engenho era composto: casa-grande, senzala, casa do engenho e capela.
Um engenho de porte médio contava com cinquenta escravos, os grandes
com centenas . As terras do engenho eram formadas pôr canaviais,
pastagens e áreas dedicadas ao cultivo de alimentos.
A especialização da economia: a monocultura, cujo caráter era extensivo,
incorporação de novas terras e não pela melhoria técnica. Ao mesmo tempo
desenvolvia-se a pecuária, que se tornou uma atividade independente do
engenho, interiorizando o processo colonização. O povoamento e
colonização do Brasil começou com a ocupação do litoral mediante á
expansão da cultura açucareira

O início da colonização

Apesar de os portugueses terem chegado no Brasil em 1500, a colonização


de fato só começou nos anos de 1530.

Quando os portugueses chegaram aqui, o escrivão Pero Vaz de Caminha,


mandou uma carta ao rei D. Manuel. Na carta ele usa palavras moderadas e
nenhum exagero. Para Caminha, não havia nada que pudesse servir aos
portugueses aqui. Segundo o documento, os índios deveriam ser convertidos
e o Brasil deveria ser usado como um porto para as viagens ao Oriente, esse
sim o grande objetivo.

Ao contornar a costa da África, por causa dos ventos, os navios acabavam se


afastando do continente e se aproximando da América. Tendo o controle do
Brasil, apenas Portugal poderia usar o país como escala, impedindo e
dificultando o acesso de outros países ao Oriente.

Durante esse período (chamado de pré-colonial, 1500-1532) o Brasil foi


utilizado apenas para conseguir pau – Brasil. Expedições reais vinham para o
Brasil consegui a madeira. Se alguma fosse particular iria necessitar de
autorização da coroa. Os próprios índios cortavam as árvores para os
portugueses e em troca recebiam “presentes” (essa troca era chamada de
escambo). No litoral existiam depósitos (feitorias) para armazenar a madeira,
ferramentas e armas.

Apesar de dar algum dinheiro, os lucros com o pau-Brasil não eram


astronômicos. No século XVII, com a produção de açúcar, o preço atingiu o
máximo, mas em seguida caiu vertiginosamente no mercado internacional.
Além de pau – Brasil, muitos bichos como araras e macacos eram levados
para a Europa.

No ano de 1532 chegou a primeira expedição colonizadora no Brasil.


Liderada por Martim Afonso de Souza e contando com cerca de 400 pessoas,
eles fundaram a primeira vila, chamada São Vicente (atual São Paulo).

Mas quais foram os motivos para Portugal resolver colonizar o Brasil? Vários.
O medo de perder a posse do mesmo, o desejo de aumentar o império, a
intenção de evangelizar os índios e conseguir vantagens mercantilistas e etc.

A economia portuguesa era frágil. A agricultura era fraca e a manufatura era


pobre. Portugal tinha que importar quase tudo que fosse vender para o
Oriente. O comércio com essa região do mundo era o que salvava Portugal.
Mas com o tempo ele deixou de ser tão lucrativo. Primeiramente, essa
expansão exigia investimentos pesados e Portugal não tinha esse dinheiro,
tendo que recorrer a bancos holandeses. Aos poucos, outros países também
chegavam ao oriente e Portugal ia perdendo espaço.

Fonte: www.cepa.if.usp.br

Colonização do Brasil
O marco da Colonização
Colonização do Brasil expressão usada para definir o processo geral de
ocupação, administração e exploração econômica do Brasil por Portugal
entre os séculos XVI e XIX, do descobrimento em 1500 à independência em
1822. Esse processo é controlado pelo Estado e dele participam a nobreza, a
burguesia e o clero, com seus interesses próprios.
Iniciada com a expedição de Martim Afonso de Souza em 1530, que fundou
a primeira vila na colônia – São Vicente, em 1532 – , a ocupação das terras
brasileiras é lenta e dispersa.

Martim Afonso de Souza


Martim Afonso de Souza
Até meados do século XVII permanece limitada à estreita faixa litorânea,
onde se concentram a exploração do pau-brasil e a produção açucareira,
mas daí por diante se estende para o interior, estimulada pela pecuária, pela
mineração e pela atividade missionária. A base econômica da colonização é
a produção – extrativista, agrícola ou mineral –, sustentada no trabalho
escravo e voltada essencialmente para o comércio com a própria metrópole.
A estrutura político-administrativa da colônia é constituída pelas capitanias
hereditárias e pelo governo-geral, estando o governo local de vilas e cidades
a cargo das câmaras municipais. O culto religioso, a educação e o controle
moral da população, além da catequese indígena, cabem à Igreja Católica e
às suas ordens religiosas.

Pacto colonial

A colonização portuguesa do Brasil, como outras colonizações


europeias na América no mesmo período, tem caráter essencialmente
mercantilista: ocupar a terra e produzir riquezas para proporcionar renda
ao Estado e lucros à burguesia. Isso é garantido pelo monopólio comercial e
pelo pacto colonial, que legitima o direito exclusivo de comprar e vender na
colônia por meio de seus comerciantes e de suas companhias. Mas a
sociedade colonial desenvolve interesses próprios, econômicos e políticos. E,
quando começa a entender que nesse pacto suas aspirações são sempre
secundárias, passa a contestá-lo. Crescem as revoltas entre os séculos XVII e
XVIII. O sistema colonial enfraquece e avança o movimento de
independência.
Fonte: www.santacruz.br

Colonização do Brasil
O Pacto Colonial e a Colonização do Brasil

A descoberta de terras brasileiras em 1500 foi fruto das grandes expedições


desempenhado pelos países ibéricos, que ocorreram ao longo do século XV;
elas buscavam encontrar rotas alternativas para se chegar as grandes
riquezas asiáticas.

Nesta época os estados ibéricos foram os grandes pioneiros desse tipo de


expedição, pois tinham grande conhecimento náutico, ricos comerciantes
interessados na causa e um Estado organizado, que apoiou as expedições. A
eficiência destas expedições seriam comprovadas com os descobrimento da
América Central em 1492 pelos espanhóis e do Brasil em1500, pelos
portugueses.

A ocupação do Brasil, entre 1500 e 1534, foi apenas comercial. Foram


estabelecidas feitorias com o intuito de garantir a propriedade da coroa
portuguesa sobre as terras brasileiras. Nesta época, a metrópole
comercializava do Brasil, apenas produtos de pouco valor, como animais
silvestres (macacos, pássaros etc.) e madeiras (entre outras, pau-brasil). As
feitorias não asseguravam para a coroa portuguesa, riqueza imediata,
porém, significavam um tipo de “carta na manga” estrategicamente
importantíssima, do ponto de vista geográfico, político e econômico.

A localização geográfica do Brasil poderia levar aos portugueses a descobrir


uma rota alternativa para se chegar a Ásia, pois desconheciam o tamanho
real do Brasil, e pensavam que ao desbravarem as matas brasileiras
poderiam chegar ao oceano pacífico. A ocupação do Brasil tinha também
caráter político, representava para coroa portuguesa um poder de barganha
frente às outras potências europeias, por ser detentora de um vasto
território. E caráter econômico, pois acreditavam adentrando mais as
florestas, poderiam encontrar metais preciosos, como os espanhóis
havia conseguido nas suas possessões nos atuais México, Peru e Bolívia.

Nas nações europeias reinavam a ideia mercantilista que defendiam que a


riqueza de um país era obtida através do superávit da balança comercial, ou
seja, exportando mais do que importando e formando barreiras a
importação (política protecionista). Pois assim poderia acumular cada vez
mais metais preciosos, que seriam frutos do pagamento de outras nações.
Só exportar muito, não era o bastante; teria de exportar produtos com valor
alto, assim não correndo o risco de exportar menos do que importar e
mesmo assim receber menos do que o valor importado.
A ideia mercantilista se espalhou pela Europa, ficando cada vez mais difícil
uma nação europeia obter superávit em relações comerciais com outras
nações europeias.

As metrópoles precisaram buscar novas alternativas de mercado, em


que as colônias vieram a solucionar grandes dos problemas comerciais
metropolitanos: primeiro a falta de mercado para se exportar; e segundo a
obtenção de insumos baratos para beneficiamento nas manufaturas
metropolitanas.
Portugal decide colonizar o Brasil segundo a filosofia mercantilista.
Estabelece então para o Brasil, o chamado Pacto Colonial; este pacto fazia o
Brasil colônia, refém e extremamente dependente da coroa portuguesa.
Através do Pacto Colonial era imposto que a colônia só poderia exportar para
Portugal ou para os mercadores que convinham a Portugal; por
consequência desse exclusivismo os mercadores conseguiam barganhar
preços muito vantajosos. A metrópole também tinha reserva sobre o
mercado brasileiro. A colônia Brasileira só poderia importar de Portugal ou
se não de outra nação que a metrópole permitisse. Esse regime de comercio
é chamado de exclusivismo metropolitano, considerado a grande razão da
transferência de riquezas do Brasil colonial para metrópole Portugal.

O exclusivismo metropolitano fazia com que muitos produtos produzidos


nas colônias fossem exportados para Europa, onde eram transformados
pelas manufaturas em produtos acabados, e da Europa eram exportados
para o Brasil com preço agregado, preço superior aos preços pagos pelo
produto na Europa.

O preço dos produtos coloniais era constituído pelo fundo de depreciação,


ou seja, reserva que a colônia deveria ter para manter a capacidade de
produção, mais fundo de manutenção, que consistia na reserva que a colônia
deveria ter para reparar perdas referentes principalmente a mão-de- obra,
garantir o que o trabalhador precisava para continuar trabalhando mesmo
escravos, e, finalmente, o excedente econômico. O fundo de depreciação
mais o fundo de manutenção formavam o mínimo que a colônia precisa
receber para continuar produzindo constantemente. Então, a parte
negociável da produção colonial era o excedente econômico.

Apesar de os mercadores portugueses terem poder de monopólio para


impor preço que desejariam pagar, não o faziam, pois, assim estariam
desestimulando os colonos que também eram portugueses, a continuar a
produzir no Brasil, pois haviam saído de Portugal com esperança de se
tornarem ricos como senhores de engenho.
Eles deixavam para os colonos uma parte do excedente econômico que
era dividida: parte para reinvestir na produção colonial e outra parte para
sustentar o luxo dos colonos portugueses. O preço pago pelos mercadores
não poderia ser menor que a soma dos custos de depreciação e manutenção
dos trabalhadores, porém o preço pago pelos mercadores era menor que o
preço de produção da mercadoria colonial.
Segundo Celso Furtado, com a forte demanda externa a produção das
colônias brasileiras foi bastante estimulada, a cada dois anos, o Brasil
colonial tinha potencial produtivo para crescer dez vezes, porém nesta fase
cresceu efetivamente, duas vezes, o motivo disto foi o exclusivismo
metropolitano que transferiu para Portugal grande parte do excedente
econômico produzido no Brasil impossibilitando que as colônias brasileiras
pudessem investir mais na produção.

A produção das colônias brasileiras foi fundamentada na utilização de mão-


de-obra escrava, pois a coroa portuguesa tinha objetivo de enriquecer muito
com a colonização do Brasil e a mão-de-obra assalariada seria inviável a este
objetivo, uma vez que para convencer trabalhadores europeus a vir trabalhar
no Brasil, longe de toda civilização organizada e perto de muitos perigos
oferecidos por matas fechadas, os salários oferecidos seriam onerosos.
Então seguindo o fato de que Portugal, com Vasco da Gama, havia realizado
circunavegações pelo périplo africano, em 1450 – 1458, onde havia
estabelecido feitorias e tinha domínio sobre algumas regiões africanas, de
onde conseguiu abundante mão-de-obra escrava com preços muito baixos
pois não necessitava de intermediadores.

O tráfico internacional de escravos era um dos seguimentos mais lucrativos


do comércio colonial. Durante o pacto colonial não ocorreram muitas
inovações tecnológicas por razão de que toda inovação tecnológica faz do
instrumento de trabalho mais vulneráveis e caros podendo ser o alvo das
agressões dos escravos.

Edilaine Cristina do Prado


Fonte: www.santacruz.br

Referência: https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/colonizacao-do-
brasil?v=1433074001 acessado em ago/2021

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