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Desde os primórdios, os colonizadores portugueses tinham pleno interesse em explorar as

regiões interioranas do território brasileiro. A partir do século XVII, essa exploração se intensificou
com a crise econômica que atingiu a economia açucareira em decorrência dos baixos valores obtidos
no mercado europeu. Dessa maneira, a formação das entradas e bandeiras se tornou alternativa para
que as dificuldades econômicas do período fossem superadas.
As entradas eram expedições organizadas pelas autoridades portuguesas que tinham como
finalidade promover o apresamento de índios, a destruição de comunidades quilombolas e a
prospecção de metais e pedras preciosas.
As bandeiras, geralmente, tinham a mesma finalidade das entradas organizadas pela Coroa
Portuguesa. No entanto, o bandeirantismo era um tipo de atividade promovida por particulares, em
sua grande maioria, interessados na obtenção de escravos indígenas.
O Bandeirismo foi um movimento expansionista desenvolvido por São Paulo, sendo que se
dirigiram para o interior da colônia,eles queriam ampliar suas áreas de dominação, para que
pudessem ir muito além das fronteiras paulistas. Com o tempo eles empurraram a fronteira
espanhola, portanto aumentando o território português na América.
O Bandeirismo ocorreu de três formas:
 Bandeirismo de Preação (ou apresamento): o objetivo era a captura dos índios com o fim de
escravidão.
 Bandeirismo de Contrato: o objetivo era recapturar escravos fugitivos/ destruir quilombos.
 Bandeirismo de Prospecção: visava buscar minérios preciosos.
A Vila de São Paulo de Piratininga, no início do século XVII, era pobre e de habitantes na maioria
de mamelucos, que é a mistura do branco com o índio,Muitos eram os que dormiam em redes e
comiam carne de caça e de peixes, frutas e farinha, milho, feijão e mandioca.
Era comum organizarem Bandeiras visando o apresamento de índios para a escravidão, sendo
eles chamados de “negros da terra”.
O Bandeirismo de Preação do índio
Inicialmente a preação (captura) do índio bravio acontecia nas matas e se destinava à mão de
obra ali mesmo em São Paulo. Mas no século XVII faltavam braços escravos nos engenhos
litorâneos ,por isso que, entre 1612 e 1628, o Bandeirante paulista Manuel Preto atacou diversas
vezes a missão jesuítica de Guairá e aprisionou milhares de índios.
Em 1629 a Bandeira de Antônio Raposo Tavares atacou com tal violência as missões que os
jesuítas fugiram para outros locais,os religiosos se fixaram em Tapes, no Rio Grande do Sul, e Itatim,
no Mato Grosso, só que foi inútil todo o esforço,essas missões foram destruídas entre 1637 e
1648 pelo mesmo Raposo Tavares, que entrou para a história como destaque no Bandeirismo de
Preação.
Deve-se ressaltar que o Bandeirismo de Preação coincide com invasão holandesa das feitorias
da África e a crise de falta de africanos no Brasil.
O Bandeirismo de Contrato e seu caráter militar
Na segunda metade do século XVII, os Bandeirantes trabalhavam para os proprietários rurais do
Nordeste e para a própria Coroa portuguesa,eles combatiam os índios hostis e destruíam os
quilombos, local de moradia dos escravos foragidos.
Eles assinavam um contrato, onde constava a remuneração ou compensação, e a Bandeira
passava a possuir caráter militar,podemos mencionar nessa época as Guerras Justas (contra índios do
Norte do Brasil) e a Guerra dos Bárbaros. Esta última destruiu a Confederação dos Cariris, no Ceará e
Rio Grande do Norte. A mais famosa atuação do Bandeirismo de Contrato, no entanto, foi a
destruição do Quilombo dos Palmares (1695), por Domingos Jorge Velho.
O Bandeirismo de Prospecção na busca de minérios preciosos
As Bandeiras de Prospecção nasceram na metade final do século XVII.
Na década de 1690 foi descoberto ouro no Sertão do Cuieté, nas Serras Gerais, hoje o Estado
de Minas Gerais a interiorização do povoamento deu origem às capitanias de Minas Gerais, Mato Grosso
e Goiás.
Os principais Bandeirantes de Prospecção foram Fernão Dias Pais, Antônio Rodrigues Arzão,
Pascoal Moreira Cabral e Bartolomeu Bueno da Silva.

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