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BANDEIRAS
Pietro Ruan: Eram expedições militares financiadas pela Coroa portuguesa, cujo objetivo era
explorar as terras coloniais em busca de metais preciosos. Por serem expedições oficiais,
normalmente não ultrapassavam a demarcação ibérica estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas.
Tais expedições exigiam grande investimento humano e financeiro e envolviam muitos riscos, em
razão de confrontos com indígenas, ataques de animais, entre outros motivos pelos quais a maior
parte delas fracassou.
Sara Heleny: Eram expedições particulares que promoviam grande expansão territorial. São Paulo,
na capitania de São Vicente, foi a vila de onde partiu a maior parte das bandeiras. Localizada no
planalto de Piratininga, foi fundada pelos jesuítas Antônio Nóbrega e José de Anchieta e, na época,
caracterizava-se pelo clima frio e úmido, o que impossibilitava a implantação da cultura canavieira;
além disso, essa região estava situada geograficamente longe do litoral. São Paulo vivia, assim, da
economia de subsistência, utilizando mão de obra indígena – a mão de obra escravizada africana era
de alto custo para os habitantes da região.
Agnis Gabrielly: Nesse contexto, o domínio espanhol e a invasão holandesa contribuíram para que
os paulistas transformassem esse cenário. Durante o período em que a Espanha dominou Portugal,
os bandeirantes paulistas tiveram livre acesso ao interior, pois, com a unificação de Portugal e
Espanha, o limite do Tratado de Tordesilhas não tinha mais sentido. Além disso, com os holandeses
de posse do Nordeste, as demais regiões produtoras de açúcar passaram a sofrer falta de mão de
ROTEIRO HISTÓRIA/ ENTRADA E
BANDEIRAS
obra, pois eles, que também se apoderaram de feitorias na África ligadas ao comércio negreiro,
abasteciam somente as áreas canavieiras sob seu controle. Dessa forma, os senhores de engenho da
Bahia foram obrigados a substituir a mão de obra escravizada africana pela indígena, estimulando os
paulistas a escravizá-los. Havia três tipos de bandeiras
Maria Paula: Bandeiras de caça a indígenas As bandeiras de caça a indígenas (também conhecidas
como bandeiras de apresamento) tinham como objetivo atacar as missões jesuíticas – aldeamentos
onde viviam indígenas sob o controle de missionários. Como os indígenas aldeados já haviam tido
contato com a cultura europeia e o cristianismo, eles formavam uma categoria lucrativa para os
paulistas, que conseguiam altos valores por indígenas que já se adaptavam mais facilmente ao
trabalho agrícola. Apesar disso, os indígenas não aceitavam a escravização sem resistir; pelo
contrário, reagiam por meio de fugas, de revoltas etc.
Curiosidade: A Rodovia Raposo Tavares é uma importante via de transporte que liga a cidade de São
Paulo a várias cidades e regiões do interior do estado, incluindo cidades como Sorocaba, Presidente
Prudente e outras localidades no oeste de São Paulo. A escolha do nome "Raposo Tavares" para essa
rodovia reflete o reconhecimento da importância histórica de Antônio Raposo Tavares na exploração
do interior do Brasil e no desbravamento de vastas áreas do país durante o período colonial (falar
após a Julia)
Ana Júlia: A preferência bandeirante por essa mão de obra deu início a vários atritos entre colonos e
jesuítas. As missões do Sul, do Centro-Oeste e da Amazônia foram sistematicamente atacadas e
pilhadas pelas bandeiras, que eram compostas, em grande parte, por caçadores indígenas e
mestiços a serviço de brancos. Uma famosa bandeira de caça a indígenas foi a liderada por Antônio
Raposo Tavares, que percorreu mais de 10 mil quilômetros.
Jamilly Vitória: Bandeiras de contrato: Com a expulsão dos holan- deses, em 1654, a normalização
do tráfico negreiro e a decadência canavieira em razão da concorrência antilha fizeram com que as
bandeiras de caça a indígenas diminuissem. A experiência que os bandeirantes haviam adquiri- do
foi aproveitada pela metrópole portuguesa e pelos senhores de engenho para combater indígenas
em guerra ou para destruir quilombos. Essas bandeiras ficaram conhecidas como bandeiras de
contrato ou sertanismo de contrato. Um exemplo desse tipo de bandeira é a de Domingos Jorge
Velho, que destruiu o Quilombo dos Palmares, em 1694-1695.
curiosidade: Domingos Jorge Velho foi um bandeirante do período colonial brasileiro que liderou
várias expedições à região do sertão nordestino, principalmente no atual estado do Ceará. Ele é mais
conhecido por sua participação na Guerra dos Bárbaros, na qual combateu povos indígenas locais e
se destacou pela sua brutalidade nas operações.
curiosidade: A Rodovia Fernão Dias, uma rodovia federal que liga a cidade de São Paulo (no estado
de São Paulo) e Belo Horizonte (no estado de Minas Gerais), é um exemplo. Inaugurada pelo
presidente Juscelino Kubitschek em 1959, trata-se de uma homenagem a Fernão Dias Paes Leme,
bandeirante que nasceu na vila de Piratininga – atual São Paulo – e que participou de diversas
bandeiras, sendo a mais conhecida delas a “bandeira das esmeraldas”, em 1674
Ana Júlia: Monções: A partir do século XVIII, surgiram as monções: bandeiras de caráter comercial
para abastecer, desde gêneros alimentícios até outros artigos, os povoados localizados no interior.
Seu grande impulso ocorreu com a descoberta de ouro na região Centro-Oeste. As monções
utilizavam os rios como via de transporte, sendo o Rio Tietê, em São Paulo, seu ponto de partida. As
canoas, feitas de troncos de árvores à moda indígena, navegavam pelos rios, interligando várias
partes do interior e criando entrepostos comerciais, que deram origem a vilas e cidades.