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MOVIMENTO ÉTICA NA POLÍTICA/MEP-VR

PRÉ-VESTIBULAR CIDADÃO
Rua Santo Antônio, s/n – Niterói, Volta Redonda – CEP 27283-210
Endereço eletrônico: mep.voltaredonda@gmail.com
Professores: Anderson Couto, Herlaine
Disciplina: História do Brasil
Carvalho e Eloah Bernardo
Tema: Iniciando a História do Período Colonial Data: 1305/2021

Boa noite, galere! Como vocês estão? Esperamos que com saúde. Bem vindes à quarta aula de História do
Brasil!

Na última aula iniciamos o estudo das capitanias hereditárias até os Governos Gerais, falando sobre a
civilização do açúcar. Hoje vamos nos debruçar sobre a expansão territorial no território brasileiro. Iniciamos então
com alguns questionamentos, como o colonizador ocupou o interior do Brasil? Quais os fatores que permitiram que
os colonizadores ultrapassassem as bordas do tratado de Tordesilhas?

Passamos agora a responder as questões propostas, podemos dizer que a expansão territorial brasileira se deu
devido a alguns aspectos, dentre estes, a pecuária, a mineração, as missões jesuíticas e o bandeirismo. Iremos
então conhecer um pouco mais sobre cada um deles, vamos lá?

Retomando o assunto da aula passada, é válido lembrar que o território brasileiro na época era dividido em
Capitanias governadas pelo que podemos chamar de Governadores Gerais, além disso os territórios eram ocupados
através de Sesmarias onde aqueles que haviam prestado serviços à Coroa ou, possuíam bens o suficiente para o
desenvolvimento recebiam terras para cultivo. Além desses aspectos, a invasão dos territórios pertencentes á
Portugal pelos outros países europeus pode ser apontados como outro motivo de se encorajar a expansão territorial.
Iniciamos assim como os fatores que proporcionaram esta expansão:

➔ A pecuária

Com a produção do açúcar que foi carro-chefe da economia brasileira até o século XVII necessitava de animais para
transportes de cargas além de recursos para alimentação, assim por mais que o caráter monocultor fosse o principal
aspecto destas sociedades haviam também a criação de gados como atividade econômica complementar. Além dos
motivos já citado, era através do couro deste que se obtinha algumas ferramentas de subsistência como as cordas,
mochilas, bainhas de facas, roupas e sapatos.

No entanto, o aumento da quantidade de gados veio com a necessidade de se proporcionar novos espaços para
rebanho, o que de certa forma poderia ameaçar a plantação de cana de açúcar, assim no início do séc. XVII a coroa
portuguesa proibiu a criação de gados na costa, afastando a criação para territórios mais interioranos. Assim a
relação entre os criadores de gados e as necessidades do litoral se davam através das feiras de Gado.

Nordeste: Utilização de mão de obra livre, sendo estes indígenas, negros libertos e mestiços assalariados.
Fornecendo carne-seca e couro, além do trabalho de proteger e cuidar dos animais. (Sertão – Agreste)

Sul: Atividade mais importante da região, trabalho desempenhado por brancos, índios e mestiços
assalariados. Produção de couro, charque e manteiga.

➔ As drogas do Sertão

A ocupação do norte brasileiro, focada principalmente no vale amazônico se deu pela coleta de guaraná,
castanha- do- Pará , cravo, pimenta, castanha, ervas medicinais e aromáticas (especiarias brasileiras). Os
desbravadores deste tipo de exploração eram os Jesuítas, que através das missões de aldeamentos onde os nativos
eram catequizados aprendendo a cultura do branco e trabalhando para as necessidades deles. Contexto de conflito
entre os jesuítas e os bandeirantes que buscavam escravizar indígenas, este conflito se encerrou com a expulsão dos
jesuítas das colônias portuguesas em 1759.
Maranhão e o cultivo de algodão em grandes latifúndios, para criar roupas para negros escravizados e exportação.
Espaço com predomínio do trabalho indígena e negro.

➔ As Entradas

As entradas, também conhecidas como “bandeiras” foram organizadas pela Coroa portuguesa e alguns
grupos de caráter privados – conhecidos posteriormente como bandeirantes – no intuito de expandir para o interior
do território a busca por metais preciosos e a captura de indígenas para a escravização. Grande parte das expedições
que desbravaram o território brasileiro surgiram da Capitania de São Vicente, a capitania não interessava ao capital
mercantil europeu, portanto, possuía uma economia de subsistência. Na capitania havia poucas exportações e ura
carente de mercado interno tendo como principal fonte de renda a venda do Doce de banana para os Espanhóis em
Iguapé.

Não havia motivos para se manterem presos ao litoral e passaram a desbravar novos territórios no intuito de buscar
novas alternativas de sobrevivência.

Caça ao Indígena

Quando os Holandeses ocuparam alguns territórios da Costa Africana como o Senegal, a Costa do Ouros,
Angola e Aguim, houve um rompimento de fornecimento de escravizados para as colônias portuguesas. Neste
contexto, os bandeirantes passaram a caçar indígenas para manter a mão de obra na produção nas plantations do
Nordeste. Os milhares de homens que saíam para desbravar os territórios iam em busca dos indígenas aldeados
pelos Jesuítas, visto que estes eram “presas fáceis” para o apresamento uma vez que, estes já estavam acostumados
com o trabalho agrícolas e mais “domesticados” do que os povos que se encontravam dispersos. Em 1648 quando
Portugal recuperou seus territórios em África a caça aos indígenas para a escravização acabou por cessar, mas as
figuras dos bandeirantes não se acabaram, se debruçando na busca de metais preciosos.

Na segunda metade do
século XVII as
autoridades coloniais do
nordeste, como
proprietários de fazendas
engenhos e outras
propriedades passaram a
contratar os
bandeirantes para
capturar indígenas
rebeldes e negros
fugitivos. Vocês sabiam
que o Quilombo dos
Palmares – no estado do
Alagoas – foi destruído
pelos bandeirantes,
tendo como o principal destes Domingos Jorge Velho, após a destruição o mesmo recebeu para si uma sesmaria
onde se tornou fazendeiro. Para saber mais sobre o quilombo dos Palmares e o papel dos negros em relação aos
bandeirantes que tal ler Angola Janga, uma história em quadrinho de Marcelo D’Salete. Resenha disponível em: <
https://www.instagram.com/p/CH1FoO7Dl4I/ >.
AS INVASÕES ESTRANGEIRAS

Denominamos invasões estrangeiras a tentativa de alguns países europeus tomarem posse do território
brasileiro durante o período colonial, através de saques e invasões.

Neste sentido, não foi fácil para os portugueses garantir a posse do Brasil. Ingleses, franceses e holandeses
não queriam respeitar o Tratado de Tordesilhas, que dividia as novas terras entre portugueses e espanhóis. Assim,
estes países também queriam tomar parte no saque e na exploração do Brasil. Para proteger o território, os
portugueses procuraram garantir a posse sobre o litoral, isto é, a faixa de terra próxima ao mar. Para isso, tiveram de
enfrentar piratas ingleses e invasores franceses e holandeses.

Devido as estes conflitos, os portugueses levaram cerca de 150 anos para estabelecer o seu domínio sobre
todo o território brasileiro. Vale ressaltar que os portugueses também desrespeitaram o Tratado de Tordesilhas.
Passaram a invadir e ocupar terras que, pelo tratado, pertenciam à Espanha. Para tanto, utilizaram as mais variadas
formas de conquista. Piratas e contrabandistas de vários países europeus quando souberam da existência do Brasil e
que aqui havia riquezas que podiam ser vendidas a bom preço na Europa não perderam tempo.

Os primeiros que chegaram foram os franceses. De 1500 a 1530 exploraram o pau-brasil. Chegavam,
carregavam e iam embora, despertando a ira de portugueses. Depois vieram os ingleses. Estes só fizeram alguns
ataques. Chegavam, invadiam cidades litorâneas, saqueavam casas e se retiravam. Os principais ataques ocorreram
nos fins do século XVI, em Santos, Salvador e Recife. Contra os piratas e contrabandistas os portugueses pouco ou
nada podiam fazer. É que eles atacavam de surpresa e logo iam embora. Por isso, não traziam maior perigo ao
domínio português.

Mas não foram só piratas que atacaram o Brasil. Os governos de vários países, como a França e a Holanda,
apoiaram esquadras para tomar posse do território brasileiro. E os portugueses tiveram que lutar muito para
expulsá-los daqui.

Invasões Francesas

Depois de explorar o pau-brasil, os franceses procuraram um jeito de ficar no Brasil. Invadiram o Rio de
Janeiro em 1555, fundaram uma colônia francesa – a França Antártica – e só foram embora em 1567. Saindo do Rio
de Janeiro, foram se apoderando de vários pontos do litoral do Nordeste e do Norte. Eles sempre procuravam
manter boas relações com os índios, o que facilitava o comércio de vários produtos. Os portugueses levaram mais de
trinta anos para expulsar os franceses do litoral brasileiro. Começaram expulsando os franceses da Paraíba, em 1584.
Depois os franceses foram derrotados no Maranhão, Sergipe, Ceará e Pará. Com sua expulsão do Pará, em 1616, os
franceses desistiram do Brasil e foram se estabelecer mais ao norte, na região que ficou conhecida como Guiana
Francesa. Os franceses chegaram ao Maranhão em 1612. Lá fundaram a cidade de São Luís, em homenagem ao rei
da França, a partir da qual pretendiam desenvolver uma colônia chamada França Equinocial. Foram expulsos em
1615.

Invasões Holandesas
Com a união entre Portugal e Espanha (1580-1640), os holandeses, que estavam em guerra contra a
Espanha, acabaram invadindo o Brasil e ocupando as regiões produtoras de açúcar.

Suas primeiras tentativas foram na Bahia, em 1624 e 1625. Expulsos da Bahia, voltaram sua atenção para
Pernambuco, a capitania que mais produzia açúcar na época. Os holandeses dominaram boa parte do litoral
nordestino de 1630 a 1654.

Os senhores de engenho do Nordeste não resistiram muito contra o domínio holandês. Para eles, o que
interessava era ganhar dinheiro com a venda de açúcar. De qualquer parte que viesse o dinheiro, era bem-vindo.
Além disso, os holandeses fizeram empréstimos aos senhores de engenho, para que estes reconstruíssem as
propriedades destruídas pela guerra, o que facilitou muito.

Por volta de 1642, os holandeses tomaram algumas medidas que não agradavam aos senhores de engenho:
tentaram forçar a produção de açúcar, aumentaram os impostos e confiscaram propriedades. Os senhores de
engenho quando viram que a presença holandesa não era mais vantajosa, uniram-se a escravos e índios na luta
contra os invasores. Esta luta ficou conhecida como Insurreição Pernambucana. As duas principais batalhas
aconteceram em 1648 e 1649. Os holandeses só deixaram definitivamente o Brasil em 1654, indo para as Antilhas.

PRIMEIRAS MINAS DE OURO E PEDRAS PRECIOSAS

Houve um momento em que, no século XVIII, a extração do ouro foi a principal atividade econômica
brasileira. No final do século XVII, as exportações de açúcar brasileiro começaram a diminuir. Com preços mais
baixos e boa qualidade, a Europa passou a dar preferência para o açúcar holandês. Esta crise no mercado brasileiro
colocou Portugal numa situação de buscar novas fontes de renda.

Foi neste contexto que os bandeirantes começaram a encontrar minas de ouro em Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso. No século XVII, o bandeirante Fernão Dias saiu de São Paulo com seus seguidores em busca de prata e
esmeraldas em Sabará. Porém, foi só no fim do século XVII que revelou-se em Minas Gerais a ocorrência de ouro. Os
diamantes, por sua vez, foram descobertos na segunda década do século XVIII. O primeiro ouro encontrado era
chamado “ouro de aluvião”, ou seja, o ouro que se encontra nos vales dos rios. Foi achado no vale do rio Doce e do
rio das Mortes. Isso desencadeou uma verdadeira corrida para a região de Minas Gerais.

Transformações ocorridas:

➔ Sociedade

O ciclo econômico da mineração dinamizou a sociedade brasileira. Como as riquezas passaram a se


concentrar na região sudeste, a capital da colônia deixou de ser Salvador e passou a ser o Rio de Janeiro. O Rio de
Janeiro tornava mais fácil e rápido o acesso as regiões mineradoras.

Com o desenvolvimento de cidades como Vila Rica, Mariana, Diamantina, entre outras, apareceram os
comerciantes, artesãos, intelectuais, padres, funcionários públicos e outros profissionais liberais. O trabalho de
escravizados também foi amplamente utilizado na mineração. Um outro grupo que se destacou foram os tropeiros,
que faziam comércio de alimentos e mercadorias. Muitos faziam o transporte da carga entre Rio Grande do Sul e São
Paulo, seguindo depois para Minas Gerais.

➔ Cultura

O desenvolvimento da vida urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais na colônia,


destacando-se a chamada escola mineira, geralmente ligada ao Barroco. São expoentes as obras esculturais e
arquitetônicas de Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais e do Mestre Valentim, no Rio de
Janeiro. Na música, destacou-se o estilo sacro do mineiro José Mesquita, além da música popular representada pela
modinha e pela cantiga de ninar de origem lusitana e pelo lundu de origem africana. Na literatura, se destacaram
grandes poetas, como Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, entre outros.

Portugal e o ouro

Portugal exerceu sobre a exploração do ouro controle maior do que aquele exercido no açúcar. Um dos
motivos é o fato de que, no decorrer do século XVIII, a economia portuguesa estava muito dependente da economia
inglesa. Assim, para recuperar sua economia, Portugal criou vários mecanismos de controle e fiscalização, como a
Intendência de Minas e as Casas de Fundição. A Intendência de Minas foi um órgão criado em 1702. Controlado pelo
rei, a intendência tinha a função de distribuir terras para exploração do ouro, fiscalizar e cobrar impostos. As Casas
de Fundição, por sua vez, eram locais em que todo o ouro encontrado nas minas era transformado em barras para
facilitar a cobrança de impostos. Dentre os principais impostos cobrados sobre a exploração do ouro, podemos
destacar o quinto, a capitação e a derrama:

Quinto. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição, que retiravam 20% do total e enviavam para
Portugal. Este era o procedimento legal e exigido pela coroa portuguesa. Porém, muitos sonegavam mesmo
correndo riscos de prisão ou degredo, ou seja, a expulsão do país.

Capitação. Valor cobrado por cada escravo utilizado como mão-de-obra na extração das minas.

Derrama - Portugal cobrava de cada região aurífera uma certa quantidade de ouro, aproximadamente 1500
kg anuais. Quando esta taxa não era paga, havia a execução da derrama. Neste caso, soldados entravam nas
residências e retiravam os bens dos moradores até completar o valor devido.

As cobranças excessivas de impostos, as punições e a forte fiscalização da coroa portuguesa provocaram


reações na população. Várias revoltas ocorreram neste período, como a Guerra dos Emboabas, a Revolta de Felipe
dos Santos, a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana.

Na segunda metade do século XVIII, a mineração entrou em decadência com o esgotamento as jazidas.

Enfrente!
Em frente!
“[...]
Desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
E a tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati

[…]”

História para Ninar Gente Grande – GRES Mangueira, 2019.

Dicas de estudo:

✔ Podcast História FM: Indígenas no Brasil: Uma história de violências e resistência. Disponível em: <
https://anchor.fm/historia-fm/episodes/055-Indgenas-no-Brasil-uma-histria-de-violncias-e-resistncia-
ev2ltr >

✔ Guerras do Brasil.Doc ep. 1. Disponível em: < (16) Guerras do Brasil.Doc episódio1 - YouTube >

✔ O que fazer com as estátuas de Bandeirantes> Disponível em: < O que fazer com as estátuas de
Bandeirantes? | FCS - Fundação Clóvis Salgado >

✔ O amanhã Não está à venda. Livro gratuito disponível em: < O que fazer com as estátuas de
Bandeirantes? | FCS - Fundação Clóvis Salgado >

✔ Como foi o povoamento no interior do Brasil? Disponível em: < (16) COMO FOI O
POVOAMENTO DO INTERIOR DO BRASIL? | Resumo de História para o Enem - YouTube >

✔ Uma história de amor e fúria – Filme, disponível em: < (16) UMA HISTORIA DE AMOR E FURIA
Legendado - YouTube >

✔ União ibérica para o Enem – Aula #04. Disponível em: < (16) UNIÃO IBÉRICA PARA O ENEM -
Aula #04 - YouTube )

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