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Capítulo VIII – A força do direito – Elementos para uma sociologia do campo jurídico
O autor inicia falando das teorias jurídicas que retiram o aspecto jurídico do âmbito
social, pensando no desenvolvimento interno dos conceitos, assim em contra partida propõe
uma ciência rigorosa que utilize da ‘ciência jurídica’ como objeto. A partir daí cria-se uma
crítica à Althusser e até mesmo a Thompson, que segundo Bordieu permanece vendo o direito
como imbricado nas relações produtivas, mesmo quando tenta romper com o economicismo.
Dentro da divisão jurídica há divergência entre os intérpretes que gera a pluralidade das
normas jurídicas, dentro dessa o texto jurídico é lido e apropriasse sua força simbólica por
diferentes pessoas que brigam entre si dentro das instâncias. Esta luta se dá dentro da justiça
que organiza as instâncias judiciais e seus poderes ao mesmo tempo as normas e fontes que
confere autoridade em suas decisões, assim pode-se dizer que o direito se fundamenta em si.
Aspecto que pode gerar a compreensão de uma perspectiva transcendental que através da
linguagem jurídica pode gerar uma retórica impessoal e neutra.
Neste sentido, a linguagem jurídica pode causar efeito de neutralização quando se baseia em
frases impessoais e de construções passivas para marcar a impessoalidade da norma em um
sujeito universal. E de universalização onde se utiliza o indicativo para enunciar as normas
com poucas variações individuais, além do uso de verbos atestivos na terceira pessoa do
passado e presente, além do presente intemporal e o futuro jurídico.
Dentro deste local de disputas cabe à história social comparada da produção jurídica, onde se
deve considerar as relações entres as variações, o momento em que é tomada determinada
posição e as variações de forças dos dois campos em relação à estrutura. Assim se torna
possível compreender a capacidade desses grupos de imporem sua visão e interpretação do
direito dentro das diferenças sistemáticas.
Cria-se assim pelos juristas uma ciência nomológica (normativa) que tem como interesse
racionalizar o direito positivo por meio de controle lógico necessário para garantir coerência
do corpo jurídico e para deduzir dos textos suas consequências não previstas, preenchendo as
lacunas do direito. A regra não é puramente aplicada há um outro caso pois não há casos
perfeitamente idênticos, cabe aos juristas determinar quando e como aplicar determinada
regra.
“Em resumo, o juiz, ao invés de ser sempre um simples executante que deduzisse da lei as
conclusões diretamente aplicáveis ao caso particular, dispõe as conclusões diretamente
aplicáveis ao caso particular, dispõe antes de uma parte de autonomia que constitui sem
dúvida a melhor medida da sua posição na estrutura da distribuição do capital específico de
autoridade jurídica; os juízos, que se inspiram numa lógica e em valores muito próximos dos
que estão nos textos submetidos à sua interpretação, tem uma verdadeira função de
invenção.” 222/223 (19)
Neste sentido, o veredicto é resultado de uma luta simbólica entre profissionais dotados de
competências técnicas e sociais desiguais que mobiliza de modo desigual os recursos jurídicos
disponíveis como arma simbólicas para triunfarem suas causas. Seu significado real é
determinado na relação de força entre os que estão sujeitos à jurisdição. A Racionalização do
direito se deve mais às atitudes éticas dos agentes do que às normas puras do direito e é isso
que lhe confere a eficácia simbólica.
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Relacionado ao mundo moderno liberal.
Assim, o ritual de enaltecer autoridade jurídica para a interpretação é destinado à demonstrar
que a decisão não exprime a vontade e visão de mundo do juiz, mas sim a voluntas legis ou
legislatoris.
A instituição do monopólio
Linguagem jurídica = Uso partícula da linguagem vulgar, sendo esta marcada por uma relação
de dependência e independência entre elas. Interlocução com Austin para compreender o
motivo de nomearmos coisas diferentes com o mesmo nome e relaciona como a linguagem
jurídica utiliza da mesma tática para nomear coisas completamente diferentes do que seu
sentido vulgar, essa discordância se torna o fundamento estrutural dos mal-entendidos entre
aqueles que utilizam o código erudito e os simples profanos com sua linguagem vulgar
(Semelhante à falsos cognatos no inglês).
Neste campo, são os profissionais do direito que conhecem as regras do jogo, as leis escritas e
não escritas e tem o poder de mediar as relações. A entrada no universo jurídico busca fazer
com que os conflitos sociais só possam ser resolvidos juridicamente, assim deve-se conforma-
se com o direito para a resolução de conflitos. Para entrara no campo jurídico é necessário,
segundo Austin, três aspectos, sendo estes: