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FLAMENGOS E IBÉRICOS NO NORDESTE

BRASILEIRO
Maria do Socorro Ferraz Barbosa

A gradecendo aos organizadores do Seminário Internacio-nal,


na pessoa do professor Manuel Correia de Andrade o convite
para participar clesta mesa de discussão sobre o "Tempo dos
Flamengos" quero dizer que esses encontros são muito importantes
pelo que se pode aprender mutuamente.
A Fundação Joaquim Nabuco e a UFPE compreenderam que a
maneira mais positiva de comemorar 500 anos de Brasil será a de
discutir as teses da História relativas ao período, teses antigas e
novas , pertinentes à compreensão da atualidade dos dois países,
Portugal e Brasil; ao discutir teses lembramos que estas, em geral,
estão baseadas em alguns testemunhos históricos, entre eles os
documentos produzidos durante 350 anos por Portugal na qualidade
de metrópole e pelo Brasil na condição de colônia.
Razões históricas irreversíveis privavam a Colônia , física e
politicamente da guarda das informações geradas. Nesse sentido, o
Projeto Resgate será também algo concreto. Até o ano 2000 toda a
documentação referente ao Brasil estará aqui distribuída a cada
Capitania a que corresponde. Daí, porque apostam os historiadores
em uma revisão historiográfica após a chegada dessa documentação
e provavelmente o encontro entre historiadores brasileiros e
portugueses será muito profícuo.
A fraca resistência dos luso-brasileiros na invasão holandesa
de 1630 em Pernambuco pareceu tanto inexplicável a alguns
historiadores.
Autoridades espanholas, portuguesas e o próprio donatário
sabiam da preparação da armada holandesa e da pretendida invasão.
O fato de ser a segunda tentativa para os holandeses penetrarem no
Nordeste brasileiro açucareiro e, dessa forma, atingir o poder espanhol,
gerava entre as hostes batavas expectativas mais positivas que a

* Doutora em História pela Universidade de São Paulo. Professora Adjunta do


Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco.

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primeira tentativa, na Bahia. Com. mais experiência nas lutas contra
os ibéricos chegavam os holandeses para enfrentar a estratégia luso-
brasileira que combinava "poder naval e defesa local". Dessa forma,
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uma parte importante na estratégia da guerra era o apoio local


traduzido em homens, alimentos, apoio aos feridos,
recondicionamento de armas e outros. F, isto era garantido, como o
foi na Bahia, pela retaguarda que somente a colonização efetiva
pode oferecer.
A outra parte da estratégia , poder naval, é de responsabilidade
do governo de além-mar. Este, combalido com as guerras contínuas
na Europa, principalmente a Espanha, enfrentando sublevações em
vários estados subordinados aos Habsburg, não acudiam aos luso-
brasileiros dentro da perspectiva militar esperada.
Evaldo Cabral de Mello diz que as "guerras holandesas foram
inegavelmente guerras do açúcar, não só pelo açúcar mas sustentadas
pelo sistema econômico cuja base era o açúcar. Portanto, torna a
invasão holandesa parte da guerra maior que se desenvolvia na
Europa: Portugal subordinado à Espanha (pela União Ibérica), esta
em guerra com a Holanda. Até o início do século XVI ocuparam-se
os holandeses com viagens às índias Orientais através de expedições
financiadas por um capital particular, que formaram companhias de
comércio. No início, estas expedições não obtiveram grandes lucros,
algumas foram até desastrosas, mas, em fins do século XVI e começo
do século XVII houve uma fusão de várias companhias e os resultados
financeiros apareceram e chegaram até 265%. Investiram nas
especiarias, pimenta e têxteis, chá e café, "As guerras do açúcar",
portanto, não eram apenas sustentadas pelo sistema que se baseava
no açúcar mas na minha opinião era o açúcar, a mercadoria açúcar
que possibilitava a Portugal e Espanha a manutenção da colônia
Brasil, o objeto do desejo holandês.
Na análise feita por Juan Vicencio San Felichio sobre a Empresa
da Bahia de São Salvador do Brasil, isto é, a primeira tentativa dos
holandeses em invadir o Brasil, na Bahia, ele faz considerações
sobre o fim da trégua entre os rebeldes estados da Holanda e a
Espanha em 1620 e informa que os holandeses se apoiaram em
notícias que lhes deram alguns compatriotas que haviam estado
presos na Bahia de São Salvador do Brasil. Em resumo, as notícias
eram as seguintes:
Salvador e Pernambuco eram duas praças sem defesa; que os
portugueses não tinham a confiança das várias nações indígenas,
por exemplo os potiguaras eram inimigos dos portugueses. Os índios
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poderiam ser seus grandes aliados e poderiam avisar-lhes sobre a
província, de que maneira as praças estão fortificadas e que defesa
teriam; quanto o rei retirava do pau-brasil e cio açúcar e quanto os
mercadores aproveitavam desses produtos pois, sabe-se que tanto o
rei quanto os mercadores obtiveram rendas com estes produtos.
Outra informação que os holandeses poderiam administrar a
seu favor foi a ausência de solidariedade entre portugueses e
espanhóis. Com base nessa circunstância os holandeses fariam acordos
com os portugueses, levando em consideração a liberdade de religião,
o estabelecimento de boas leis e políticas, administrando um governo
doce e suave. Os portugueses e eclesiásticos que não aceitassem o
acordo poderiam ter seus bens usurpados.
No setor econômico, os holandeses prometiam dobrar o número
de engenhos. Na Bahia havia 200 engenhos, poderiam fundar outro
tanto e a produção de açúcar poderia chegar a 8000 (oito mil)
caixas, o que levaria a uma maior distribuição dos ganhos.
Com base nessas e outras informações, a empresa se organizou
em 1623 e uma companhia de 19 mercadores se constituiu (mesmo
que a estes se juntaram outros novos) que inscreveram um capital
nominal de 2 milhões de florins cujo capital não se integralizou de
imediato e sim se recolheu dia a dia. Com esse capital disponibilizou-
se 25 navios grandes, 8 patachos e 3400 homens. Em três meses
tudo estava pronto. Aos homens pagaram dois meses de soldo
antecipado com obrigação de servirem ao exército holandês durante
três anos.
As ordens eram invadir a Bahia de São Salvador, tornar-se
dono dela e não ser hostil aos portugueses.
Não cumpriram a última ordem. Sevilha e Madri levantaram
fundos, conseguiram dinheiro e Madri e Lisboa organizaram o socorro.
A armada de Madri ficou sob o comando de Don Fradique e a
armada de Lisboa comandada por Dom Manoel de Menezes.
A estratégia da guerra lenta funcionou na Bahia. Os holandeses
são repelidos pelo poder naval e pelo apoio local e de outras
províncias como Pernambuco.
O não êxito da invasão à Bahia não arrefeceu os planos dos
Estados Gerais da Holanda e de acordo com as informações citadas
a próxima praça promissora e indefesa seria Pernambuco.
Parece ser do senso comum que o donatário de Pernambuco
Matias de Albuquerque e Duarte, seu irmão, não avisaram às
autoridades portuguesas do despreparo da capitania para enfrentar
os holandeses. Temiam a intervenção do poder luso e
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conseqüentemente a perda dos seus-privilégios. Brito Freire refere-
se ao assunto responsabilizando os Albuquerque pelo abandono
que o governo português relegou à Capitania. Entretanto, a
bibliografia sobre o tema aponta para uma outra face da situação: as
autoridades portuguesas não arcaram com as despesas por não terem
recursos. Os parcos recursos deveriam ser alocados na manutenção
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da guerra lenta, estratégia do Duque de Olivares, que consistiu em


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manter o impasse militar na sua forma inicial entre 1630 a 1632:


controlando o interior do Nordeste, a região produtora do açúcar
mantinha os holandeses no litoral, restritos aos fortes e praças, até
que a coroa enviasse o auxílio necessário para que se pudesse
completar a estratégia - poder naval e apoio local.
O historiador americano Stuart Schwartz aponta diferentes
percepções em Madri e Lisboa quanto à invasão holandesa no
Nordeste do Brasil. Em Lisboa havia interesses econômicos em reatar
os laços comerciais com a Holanda. A documentação trocada na
época entre os dois países mostra que ambos alimentavam
expectativas. E mesmo depois de consumada a invasão pode-se
acompanhar a intenção portuguesa, ora deixar as coisas como estão
- o território dominado pelos portugueses e o território dominado
pelos holandeses - ora fazer propostas aos holandeses, troca do
território por caixas de açúcar ou mesmo a proposta do padre Antônio
Vieira, embaixador português na Holanda, da entrega definitiva de
Pernambuco aos holandeses. O documento do rei D. João IV
advertindo o Conselho Ultramarino que fez chegar às suas mãos
cartas de João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros solicitando
ajuda financeira para a expulsão dos holandeses é bem explícito
sobre as esperanças portuguesas em relação a uma situação anterior
à guerra entre Holanda e Espanha: adverte os Conselheiros por
receberem e encaminharem semelhante documento lembrando-lhes
que os acordos com os holandeses caminhavam e esses senhores
"João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros fazem um
desserviço à minha real pessoa".
Em Madri a presença holandesa no Nordeste brasileiro era
uma grande ameaça às colônias hispano-americanas. Os observadores
políticos da época consideravam que a presença holandesa no Brasil
poderia se constituir numa base para operações contra o Caribe,
contra as frotas carregadas de prata do Peru, e contra toda política
da Espanha na região do Rio da Prata. Nesta ótica, o Brasil seria a
primeira linha de defesa das índias de Castela. Portanto, o controle
da guerra seria de Madri que entrega ao conde Bagnuolo, oficial
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napolitano, o comando de terços de castelhanos e italianos e assegura
a presença espanhola nas decisões militares. Mesmo com toda esta
cautela a estratégia do Conde de Linhares não pode ser realizada de
uma forma integral. Havia apoio local mas, faltou a força naval.
Pernambuco foi dominado. Entretanto, passado o impacto primeiro,
os portugueses e alguns brasileiros venderam seus bens aos
holandeses que no início tentaram dominar a atividade agrícola - do
plantio de cana-de-açúcar. F.ntre 1640 e 1643 o movimento é no
sentido inverso, os portugueses e brasileiros retornam à terra e aos
engenhos.
Essas relações comerciais poderiam ser entendidas como sinais
da tolerância holandesa? O que levaria o vencedor a realizar transações
comerciais com o vencido, quando poderia pela força e a submissão
obter a riqueza que o moveu da Europa à América?
Talvez a resposta esteja nas declarações de Gaspar van Barlaeus:
os portugueses "sabem fazer trabalhar seus negros melhor do que
os nossos, com a vantagem, porém, de que se servem de negros já
de há muito acostumados ao trabalho e os holandeses de negros
novos e inexperientes", ou na informação dada por Nassau ao
Conselho dos XIX, em 1646, sobre como agir em relação à revolução
no Brasil e ele (Nassau) sugere que se fizesse um edital de perdão
geral "porque a conquista do Brasil sem os portugueses trará poucas
vantagens à Companhia". Toda esta aparente política de boa
vizinhança com os portugueses se desfaz após a Restauração da
Coroa Portuguesa . Ela acontecerá em 1640 e já em fevereiro de
1641 os Diretores da Companhia expediram ordens ao Conde Nassau
sobre a nova política de ocupação da terra. Vejamos um extrato
dessas ordens:

Extracto
Das Ordens, que os Diretores da
Companhia expedirão ao Conde
Maurício de Nassau
Em fevereiro de 1641
Achando-se a Companhia em diferentes circuns-
tancias, depois da Revolução de Portugal, para
mandar socorros ao Brasil; ordenou ao Conde
que aproveitando-se das ocazioens que se lhe
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prezentassem,. cuidasse seriamente em delatar
as Conquistas dos Hollandezes no Brazil;
Continuando gloriosamente a guerra naquelle
Continente, antes que as operaçoens Militares
Se suspendessem ou terminassem pelos Tracta-
dos de Paz: Que ainda então tudo era permitti-
do ao vencedor: Que pela Convenção, que se hou-
vesse de fazer, estipularia ficarem as Partes
com o que possuíssem e não poderia estender-
se a mais. Que elles Directores não podião
dar Ordens especificas a respeito das operaçoens
que se hão executar; porquanto se deviam
estas regualar pelas circunstacias ocorrentes
dos tempos, dos lugares, das forças, e dos Inimigos.
Que comtudo dezejavão muito, que o Conde
ajuntando todas as Tropas Hollandezas que
se achavam dispersas, e incorporando-lhes as
Milícias compostas do Naturaes do Brazil, marche a
Invadir de novo a Bahia de Todos os Santos, pela gran-
de utilidade do seu Porto, proprio para a cons-
trucção de Naôs; e pela segurança, e defeza de
todas as mais Terras, que se achão ocupadas
pelos Hollandezes: Que fizesse todo o esforço,
e diligencia, que o seu talento, capacidade,
e industria Militar lhe suggerisse, para
conseguir esta Conquista, ou por força, ou
por estratagema. Quando porem lhe pareça
dezesperada esta empreza, ao menos
bloquee aquela Cidade, lhe embarace a com-
municação; por ser de muita importancia
os sitios das cidades, e os apertos para se
renderem, quando se trata de armistício.
Idêntica política está contida em outra carta que os Estados
Gerais dirigiram ao Conde Maurício de Nassau, também em fevereiro
de 1641 em resposta ao pedido de demissão do próprio Nassau:
Extracto
da Carta que os Estados Geraes das Províncias
Unidas dirigirão ao Conde Maurício de Nassau
em resposta do que o dito Conde lhes havia escrito
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pedindo a dimissão do Governe) da Terras
do Bra7.il ocupadas pelos holandeses
em fevereiro de 1641
Os Estados Geraes, considerando o estado actual
das suas Operações no Brazil, e na Europa, tem
assentado, que o inconveniente, e intempestiva à pre-
tendida dimissão que o perfeito conhecimento, que
o Conde tem, da terras do Brazil, e do gênio da-
quelles povos, lhe facilitaram os meyos de os governar.
Que dilatando as conquistas do hollandezes, e des-
truindo por todas as partes os seus inimigos, abate-
ram a soberba destes, e faram perder o medo, que os
habitantes do Brazil tem concebido, de serem mal-
tratados pelos hollandezes. Que as grandes revo-
luçoens, com que Portugal se achava agitado, sub-
trahindo-se a dominação de El Rey Filipe, e ac-
clamando ao mesmo tempo o Rey o Duque de
Bragança, darão ao Conde opportunidade de em-
prender ilustres, e gloriozas acçoens naquellas
partes, que El Rey de Hespanha tinha guar-
necido com tropas Portuguezas. Que os Estados
Geraes uniformemente tinha rezoluto auxiliar
o Duque de Bragança contra o Inimigo agora
commum dos Portugueses, e Hollandezes. Que
na certeza destes Tactos, * ~~
não duvidãõ os Estados Geraes, que o Conde
pelo grande amor, que tem a Republica haja de sofrer
com paciência prorrogar-se-lhe por alguns an-
nos o Governo, de que se acha encarregado. Que
se devia aproveitar da opportunidade, que resul-
ta das revoluçoens actuaes do inimigos, para
dilatar as Conquistas entre aquellas discórdias;
achando-se as forças dos Hespanhoes enfraquecidas
com as declaradas rebelioens dos seus Vassalos.
Que conclua com sua prezença e sabido-
ria as operaçoens, que tinha principiado com
tanta felicidade. Que a fama das suas proezas,
os seus bons costumes, com que sabe ganhar
os ânimos dos Homens, e o seu aspecto amavel
ainda aos mesmos inimigos, lhe tinhão conciliado
a obediencia, a vontade, e o amor de muitos. Que
reputarão por grande benificio,
o querer o Conde con-
tinuar por algum tempo mais o seu Governo
tão bem principiado. E que lhe não faltará aos
Pays da Patria animo, e vontade
de premiar, e honrar condignamente
as suas obzequiosas condescendencias.
Como se pode observar pelo que foi exposto, a Restauração
de Portugal em 1640 influenciou tanto brasileiros e portugueses (a
Revolução de 1645) quanto as atitudes da Companhia Holandesa.
Com a exceção do período de 1637 a 1645 - período que
corresponde ao governo de Maurício de Nassau - todos os anos de
1630 a 1637 e de 1645 a 1654 foram anos de guerras. O primeiro
período a "guerra lenta" e o segundo onde se forjou a Restauração
Pernambucana: refletindo mais demoradamente sobre a guerra, todos
os anos, incluindo o período nassoviano, foram vividos sob tensão.
Foi durante este último citado que os holandeses alargaram suas
conquistas tanto para o Norte quanto para o Sul. Os contornos da
ocupação holandesa se firmam: ao Norte até o Ceará e ao Sul até o
Rio São Francisco, expulsando populações luso-brasileiras do interior
e fazendo alianças com várias tribos indígenas.

NOTAS

1. MELLO, Evaldo Cabral. Olinda Restaurada. Guerra e açúcar no


Nordeste, 1630-1654. São Paulo: Editora Forense Universitária/
Editora da Universidade de São Paulo, 1975.
2. Em um balanço dos negociantes de Lisboa calculava-se que Portugal
havia perdido 120 navios. Em 1626 apenas 20 embarcações
haviam chegado ao Brasil. F. em 1627 a Bahia e Pernambuco
apenas receberam 2 ou 3 navios. Entre 1625 e 1626, 80 navios
foram capturados e desses 60 carregados de açúcar. Evaldo Cabral
de Mello, Olinda restaurada, op. c/f. p. 54.
3. A guerra lenta obrigava a monarquia dos Habsburg a participar
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dos ônus de defesa imperial, redistribuindo-se de modo a aliviar
o peso fiscal, iniquamente concentrado sobre os recursos de
Castela. . Evaldo Cabral de Mello, Olinda restaurada, op. cit. p.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARLAEIJS, Gaspar. História dos feitos recentemente praticados


durante oito anos no Brasil, [s.l. : s. n. ].
COELHO, Duarte Albuquerque. Memórias diárias da guerra do Brasil.
Recife: Secretaria do interior, 1944.
FREYRE, Francisco de Brito. Nova Lusitânia. História da Guerra
Brasílica. Governo de Pernambuco, 1977.
MAURO, Fréderic. La expanción europe;i.[s.l.]: Editorial Labor, 1968.
MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada: Guerra e açúcar no
Nordeste, 1630/1654. [São Paulo]: Ed. Forense-Universitária/
Edusp.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos. Recife:
Ed. Massangana.

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