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Conhecimentos Gerais Estaduais| Material de Apoio

Professor Rodrigo Donin.

A Insurreição Pernambucana

Invasões Holandesas no Brasil

Invasões holandesas é o nome normalmente dado, na historiografia brasileira, ao projeto de ocupação da Região
Nordeste do Brasil pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.) durante o século XVII.

As invasões holandesas foram o maior conflito político-militar da colônia. Embora concentradas no atual Nordeste,
não se resumiram a um episódio regional. Fizeram parte do quadro de relações internacionais entre os Estados
europeus: foi uma luta pelo controle do açúcar, bem como das fontes de suprimento de escravos. Houve duas frentes
interligadas, embora distantes: Brasil e África.

A resistência foi caracterizada por um esforço financeiro e militar baseado em recursos locais e externos. Os recursos
levantados na colônia representaram dois terços dos gastos entre 1630 e 1637, com tropas majoritariamente
europeias; e quase a totalidade do gasto entre 1644 e 1654, com tropas mormente pernambucanas.

Embora não aceito por alguns, pode-se falar no surgimento de um sentimento de nacionalismo brasileiro. A Batalha
dos Guararapes resultou na vitória do "exército patriota", integrado por combatentes das três raças dominantes.
Porém, a resistência, com certeza, foi um marco do nativismo.

Antecedentes

O conflito iniciou-se no contexto da chamada Dinastia Filipina ("União Ibérica", no Brasil), período que decorreu entre
1580 e 1640, quando Portugal e as suas colônias estiveram inscritos entre os domínios da Coroa da Espanha.

À época, os neerlandeses lutavam pela sua emancipação do domínio espanhol. Apesar de algumas províncias terem
proclamada a sua independência em 1581, a República das Províncias Unidas, com sede em Amsterdã, apenas teve a
sua independência reconhecida em 1648, após o acordo de paz de Münster, quando se efetivou a sua separação da
Espanha.

Durante o conflito, uma das medidas adotadas por Filipe II de Espanha foi a proibição do comércio espanhol com os
portos neerlandeses, o que afetava diretamente o comércio do açúcar do Brasil, uma vez que os neerlandeses eram
tradicionais investidores na agromanufatura açucareira e onde possuíam pesadas inversões de capital.

Diante dessa restrição, os neerlandeses voltaram-se para o comércio no oceano Índico, vindo a constituir a Companhia
Neerlandesa das Índias Orientais (1602), que passava a ter o monopólio do comércio oriental, o que garantia a
lucratividade da empresa.

O sucesso dessa experiência levou à fundação da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (1621), a quem os
Estados Gerais (seu órgão político supremo) concederam o monopólio do tráfico e do comércio de escravos, por vinte
e quatro anos, nas Américas e na África. O maior objetivo da nova Companhia, entretanto, era retomar o comércio do
açúcar produzido na Região Nordeste do Brasil.

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Captura de Recife

A "Captura do Recife", também conhecida como "Expedição Pernambucana de Lancaster", foi um episódio da Guerra
Anglo-Espanhola ocorrido em 1595 no porto do Recife, em Pernambuco, Brasil Colônia. Liderada pelo almirante inglês
James Lancaster, foi a única expedição de corso da Inglaterra que teve como objetivo principal o Brasil, e representou
o mais rico butim da história da navegação de corso do período elisabetano.

A União Ibérica colocou o Brasil em conflito com potências europeias que eram amigas de Portugal mas inimigas da
Espanha, como a Inglaterra e a Holanda. A Capitania de Pernambuco, mais rica de todas as possessões portuguesas,
se tornou então um alvo cobiçado.

Poucos anos após derrotarem a Invencível Armada espanhola, em 1588, os ingleses tiveram acesso a manuscritos
portugueses e espanhóis que detalhavam a costa do Brasil. Um deles, de autoria do mercador português Lopes Vaz,
veio a ser publicado em inglês e enfatizava as qualidades da rica vila de Olinda ao dizer que "Pernambuco é a mais
importante cidade de toda aquela costa". A opulência pernambucana impressionara o padre Fernão Cardim, que
surpreendeu-se com "as fazendas maiores e mais ricas que as da Bahia, os banquetes de extraordinárias iguarias, os
leitos de damasco carmesim, franjados de ouro e as ricas colchas da Índia", e resumiu suas impressões numa frase
antológica: "Enfim, em Pernambuco acha-se mais vaidade que em Lisboa". Logo a capitania seria vista pelos ingleses
como um "macio e suculento" pedaço do Império de Filipe II.

A expedição de James Lancaster saiu de Blackwall, na Grande Londres, em outubro de 1594, e navegou através do
Atlântico capturando numerosos navios antes de atingir Pernambuco. Ao chegar, Lancaster confrontou a resistência
local, mas se deparou na entrada do porto com três urcas holandesas, das quais esperava uma reação negativa, o que
não aconteceu: os antes pacíficos holandeses levantaram âncora e deixaram o caminho livre para a invasão inglesa, e
além de não terem oposto resistência à ação, terminaram por se associar aos ingleses, fretando seus navios para o
transporte dos bens subtraídos em Pernambuco. Lancaster então tomou o Recife e nele permaneceu por quase um
mês, espaço de tempo no qual se associou aos franceses que chegaram no porto e derrotou uma série de contra-
ataques portugueses. A frota partiu com um montante robusto de açúcar, pau-brasil, algodão e mercadorias de alto
preço. Dos navios que partiram do porto, apenas uma pequena nau não chegou ao seu destino. O lucro dos
investidores, entre eles Thomas Cordell, então prefeito de Londres, e o vereador da cidade de Londres John Watts, foi
assombroso, estimado em mais de 51 mil libras esterlinas. Do total, 6.100 libras ficaram com Lancaster e 3.050 foram
para a Rainha. Com tal desfecho, a expedição foi considerada um absoluto sucesso militar e financeiro.

Após a visita de Lancaster, a Capitania de Pernambuco organizou duas companhias armadas para a defesa da região,
cada uma delas com 220 mosqueteiros e arcabuzeiros, uma sediada em Olinda e outra no Recife. Anos depois, o então
governador Matias de Albuquerque procurou estabelecer posições fortificadas no porto do Recife.

A Insurreição Pernambucana ou Guerra da Luz Divina

Também conhecida como Guerra da Luz Divina, foi o movimento que expulsou os neerlandeses do Brasil, integrando
as forças lideradas pelos senhores de engenho André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, pelo afro-descendente
Henrique Dias e pelo indígena Felipe Camarão.

A Restauração Portuguesa em 1640 conduziu à assinatura de uma trégua de dez anos entre Portugal e os Países Baixos.
Com este abalo ao domínio espanhol, a guerra de independência dos Países Baixos prosseguiu.

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Na América, o Brasil se pronunciou em favor do Duque de Bragança (1640). Na região Nordeste, sob domínio da W.I.C.,
Maurício de Nassau foi substituído na administração. Ao contrário do que preconizara em seu "testamento" político,
os novos administradores da companhia passaram a exigir a liquidação das dívidas aos senhores de engenho
inadimplentes, política que conduziu à Insurreição Pernambucana de 1645 e que culminou com a extinção do domínio
neerlandês após a segunda Batalha dos Guararapes.

Formalmente, a rendição foi assinada em 26 de Janeiro de 1654, na campina do Taborda, mas só provocou efeitos
plenos, em 6 de agosto de 1661, com a assinatura da Paz de Haia, onde Portugal concordou em pagar aos Países Baixos
oito milhões de Florins, equivalente a sessenta e três toneladas de ouro. Este valor foi pago aos Países Baixos, em
prestações, ao longo de quarenta anos e sob a ameaça de invasão da Marinha de Guerra. De acordo com uma corrente
historiográfica tradicional em História Militar do Brasil, o movimento assinalou ainda o gérmen do nacionalismo
brasileiro, pois os brancos, africanos e indígenas fundiram seus interesses na expulsão do invasor.

Mauritsstad, o Recife nassoviano.

Em 15 de maio de 1645, reunidos no Engenho de São João, 18 líderes insurretos pernambucanos assinaram
compromisso para lutar contra o domínio holandês na capitania. Com o acordo assinado, começa o contra-ataque à
invasão holandesa. A primeira vitória importante dos insurretos se deu no Monte das Tabocas, (hoje localizada no
município de Vitória de Santo Antão) onde 1200 insurretos mazombos munidos de armas de fogo, foices, paus e
flechas derrotaram numa emboscada 1900 holandeses bem armados e bem treinados.

O sucesso deu ao líder Antônio Dias Cardoso o apelido de Mestre das Emboscadas. Os holandeses que sobreviveram
seguiram para Casa Forte, sendo novamente derrotado pela aliança dos mazombos, índios nativos e escravos negros.
Recuaram novamente para as casas-forte em Cabo de Santo Agostinho, Pontal de Nazaré, Sirinhaém, Rio Formoso,
Porto Calvo e Forte Maurício, sendo sucessivamente derrotados pelos insurretos. Por fim, Olinda foi recuperada pelos
rebeldes. Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa que ficou conhecida como Nova Holanda, indo de Recife a
Itamaracá, os invasores começaram a sofrer com a falta de alimentos, o que os levou a atacar plantações de mandioca
nas vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. Em 24 de abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de Tejucupapo,
onde mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves expulsaram os invasores holandeses,
humilhando-os definitivamente. Esse fato histórico consolidou-se como a primeira importante participação militar da
mulher na defesa do território brasileiro.

Em 19 de abril de 1648, os holandeses romperam o cerco, dirigindo-se para Cabo de Santo Agostinho. O local foi palco
de duas importantes batalhas da história militar brasileira - as duas Batalhas dos Guararapes - a primeira ocorrendo
assim que os invasores chegam ao local, e a segunda pouco menos de um ano mais tarde, em 19 de fevereiro de 1649.
O destino dos invasores foi selado com a segunda Batalha dos Guararapes, porém os invasores permanecem cercados
até 1654. No dia 20 de janeiro desse ano, foram penetradas as últimas defesas holandesas, forçando os invasores a
assinar um tratado de rendição. Após 24 anos de dominação holandesa sobre Pernambuco, após 62 horas de
negociação, em 27 de janeiro de 1654 na Campina da Taborda, os holandeses se renderam incondicionalmente,
entregando as 73 chaves da cidade maurícia aos insurrretos vitoriosos.

A Insurreição Pernambucana foi um marco importante para o Brasil, tanto militarmente, com a consolidação das
táticas de guerrilha e emboscada, quanto socio-politicamente, com o aumento da miscigenação entre as três raças
(negro africano, branco europeu e índio nativo) e o começo dum sentimento de nacionalidade.

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O historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello comenta em sua obra «A fronda dos Mazombos» que, em 27 de
janeiro de 1654, o exército de Sigismund van Schkoppe se rendeu no Recife, pondo fim a um quarto de século de
domínio holandês, e «cinquenta anos depois parte da «nobreza da terra», ou seja, dos filhos e netos dos que haviam
restaurado a suserania portuguesa, promovia uma sedição contra o governador Castro e Caldas», que governou
Pernambuco de 1707 a 1710. E que, na historiografia brasileira, a chamada Guerra dos Mascates» (ver a seguir)
representaria «um caso típico de ´carro diante dos bois´, utilizada «como marco romanesco em obras de José de
Alencar ou de Franklin Távora. Segundo ele, Robert Southey, Varnhagen, Handelmann, Capistrano de Abreu (que
apelida «os pais fundadores da historiografia brasileira») perceberam a conexão entre a experiência da guerra batava
e os conflitos civis de 1710-1711. Sua obra é a tentativa de «preencher a lacuna que representa a inexistência de uma
história da Guerra dos Mascates e do meio século que a precedeu».

Em 1630, com uma esquadra de setenta navios, os holandeses chegaram a Pernambuco, dominando, sem maiores
problemas, Recife e Olinda, apesar dos preparativos de defesa efetuados por Matias de Albuquerque, governador de
Pernambuco. O governador de Pernambuco, Matias de Albuquerque, afastou-se com o povo para o interior.
Organizou-se a resistência entre Recife e Olinda num lugar por ele chamado Arraial do Bom Jesus. Matias Albuquerque
ajudado por colonos e índios, consegui u resistir, usando o sistema de emboscada (ataques de surpresa). Esses foram
denominados de Companhias de Emboscada. Apesar de os holandeses estarem mais bem armados e contarem com
um contingente apreciável de soldados, a resistência luso-brasileira possuía a seu favor o fator surpresa aliado ao
melhor conhecimento do terreno. Porém, essa situação se alterou com a passagem de Domingos Fernandes Calabar,
que era conhecedor da região, para o lado holandês. Calabar foi uma peça de fundamental importância para os
holandeses expandirem o seu domínio territorial no nordeste. O Arraial foi cercado durante seis meses pelos
holandeses e Matias de Albuquerque fugiu para Alagoas. Ao passar em Porto Calvo, aprisionou Calabar, que foi
enforcado. Pelo fato de ter sido derrotado, Matias foi preso para Portugal. Os ataques aos canaviais estavam
prejudicando a produção de açúcar, e a Companhia das Índias Ocidentais estava perdendo dinheiro. A Companhia,
então, indicou para governar os domínios holandeses no Brasil o conde João Maurício de Nassau-Siegen, que aqui
permaneceu de 1637 a 1644.

Batalha dos Guararapes e Dia do Exército Brasileiro

Brasília, 19 de abril de 2016

Na data de hoje, o Brasil comemora o aniversário da Primeira Batalha dos Guararapes – episódio fundador de nossa
nacionalidade. A vitória no campo dos Guararapes, em Pernambuco, em 1648, definiu o triunfo sobre o invasor
holandês e, acima de tudo, o destino e o futuro do Brasil. Nas palavras de Gilberto Freyre, quando a Batalha
completava 300 anos, em 1948: “Nas duas batalhas dos Guararapes escreveu-se a sangue o endereço do Brasil: o de
ser um Brasil só e não dois ou três. O de ser um Brasil fraternalmente mestiço, na raça e na cultura”.

Ao escolher Guararapes como marco fundador da Força Terrestre, o Exército Brasileiro, por influência de um
pernambucano, General Zenildo Zoroastro de Lucena, enalteceu a data como pedra basilar da Instituição e como
alicerce da nacionalidade brasileira.

As três etnias que formaram a miscigenação nacional a partir de Guararapes são representadas pelas figuras dos três
líderes da Batalha: o índio potiguar Filipe Camarão, que comandou o destacamento indígena; o negro Henrique Dias,
filho de escravos africanos libertos, que comandou o destacamento negro; e o mazombo André Vidal de Negreiros,
que comandou o destacamento de mestiços e brancos. O Brasil herdou a grandeza desses antepassados e precisa
consolidar uma Política de Defesa compatível com essa grandeza, tanto em relação ao aspecto espiritual, forjado na
abnegação e no patriotismo que guiaram a vida dos heróis de Guararapes, quanto em relação ao destino geopolítico
do País.
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Temos dimensões continentais: compartilhamos quase 17 mil quilômetros de fronteiras terrestres com 10 países.
Nossos mais de 7 mil quilômetros de litoral integram-se a 4,5 milhões de quilômetros quadrados de águas
jurisdicionais. Somos responsáveis por mais de 20 milhões de quilômetros quadrados de área de busca e salvamento,
e nosso território encerra um patrimônio de valor incalculável de riquezas naturais, biodiversidade, cultura e
população. Essa grandeza constitui o nosso destino como País e impõe obrigações incontornáveis na área da Defesa.
Se escapar a esse destino e negligenciar o futuro, o Brasil pode comprometer sua identidade diante de sua população,
de seus vizinhos e da comunidade internacional.

A valorização dessa tarefa histórica relaciona-se a dois grandes conjuntos de condições fundamentais para que a
Defesa seja condizente com a geografia, a economia e as responsabilidades geopolíticas do Brasil. O primeiro e mais
óbvio desses conjuntos corresponde às condições materiais, aos meios indispensáveis para que as Forças Armadas
cumpram sua missão constitucional com segurança. Marinha, Exército e Força Aérea só poderão proteger a Nação
com os meios e equipamentos adequados e suficientes, e nossos militares só terão condições de dar a melhor resposta
possível em uma situação de necessidade, se estiverem garantidos sua formação e permanente treinamento.

Os projetos estratégicos das Forças Armadas são prioritários para a Defesa e geram benefícios para toda a sociedade
por meio do desenvolvimento científico tecnológico de uso dual. Para tanto, programas como o PROSUB e o Programa
Nuclear da Marinha; o SISFRON e o Blindado Guarani, do Exército; e o KC-390 e o FX-2 da Força Aérea, serão protegidos
e terão sua continuidade garantida.

A viabilização das condições materiais deve expressar-se no orçamento adequado para a Defesa, fixo e previsível,
acima do nível médio dos últimos anos, de 1,5%. Esse tema está em debate na Câmara dos Deputados e a recém-
apresentada PEC 197 estabelece para a Defesa a aplicação de, no mínimo, 2% do PIB. Sua aprovação conferirá à Defesa
os recursos necessários para que projetos estratégicos de longo prazo sejam executados de forma contínua e
previsível.

O segundo conjunto é o das condições espirituais do exercício de nossa missão de Defesa, que motivam o soldado e
lhe conferem o sentido de causa superior em nome da qual juram até mesmo o sacrifício da própria vida. Não podemos
prescindir desse estímulo, dessa força indispensável para a Defesa Nacional. O soldado precisa conhecer a biografia
da Pátria e dos seus heróis, não apenas para cultuar essas personalidades, mas para deixar-se envolver por seu espírito
de renúncia e sua tenacidade. Precisamos continuar integrando civis e militares, respeitar continuamente a memória
dos grandes defensores e construtores de nossa Nação e fazer da Defesa, cada vez mais, um compromisso prioritário
para todo o Brasil.

A história do Exército Brasileiro confunde-se com a trajetória da construção de nosso País e de nossa identidade
nacional. Celebramos, hoje, a Data Magna de uma Instituição que, assim como a Marinha e a Aeronáutica, é desprovida
de qualquer busca por protagonismo fácil no cenário político institucional. As Forças Armadas ajudam a formar o
pensamento nacional e a modelar os objetivos permanentes do País. Que o aniversário dos Guararapes seja também
oportunidade de celebrarmos o sentido de permanência que as Forças Armadas conferem à soberania da Nação.

Guerra da luz divina

Toda nação deve cultuar seus líderes e os fatos marcantes de sua história, sem o que não cria entre os nacionais o
sentimento patriótico. O Livro dos heróis da pátria, de acordo com a Lei 11.597/07, destina-se ao registro perpétuo

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do nome dos brasileiros ou de grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção,
com dedicação e heroísmo. A distinção só pode ser concedida no mínimo 50 anos depois da morte do homenageado.

No Livro dos heróis da pátria, constam grandes vultos da história brasileira, como Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes, Marechal Deodoro da Fonseca, Zumbi dos Palmares, dom Pedro I, Duque de Caxias, Marquês de
Tamandaré, José Bonifácio de Andrada e Silva, Almirante Barroso, Alberto Santos Dumont, e Frei Caneca.

Nada mais justo, portanto, que, por seus inequívocos méritos, incluíssemos os líderes da Insurreição Pernambucana
contra o domínio holandês (1624-1654) neste elenco de personalidades que marcaram momentos distintos de nossa
rica trajetória histórica.

Daí porque, como senador por Pernambuco, apresentei ainda em 2009, projeto de lei com esse objetivo e que agora,
após receber a sanção presidencial, transformou-se na Lei 12.701. A Insurreição Pernambucana, também conhecida
como Guerra da Luz Divina, ocorreu no contexto da segunda das invasões holandesas no Brasil, culminando com sua
expulsão do Nordeste. Os principais chefes militares do movimento de restauração de Pernambuco foram o general
Francisco Barreto de Menezes, os senhores de engenho João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros, o africano
Henrique Dias, o indígena Filipe Camarão, e Antônio Dias Cardoso.

Para o povo pernambucano, e nordestino, poder homenagear ilustres brasileiros que contribuíram para a unidade
nacional e que, em sua época, participaram dofortalecimento de nossa nascente Nação é motivo de jubilo e reitera
nossa visão de brasilidade. Devemos porém ter sempre presente que, como bem salientou Carlo Lévi, o futuro tem
um coração antigo. Não basta exaltar as glórias do passado, representado nos Montes dos Guararapes, berço da
nacionalidade. A história é um compromisso do presente na busca da construção do futuro. E é por isso que o passado
de Pernambuco faz crescer a responsabilidade daqueles que assumem a tarefa de construir o seu porvir.

Não permita Deus que nos cansemos de nosso esforço. Não permita Deus que nos satisfaçamos de nossas conquistas.
Nossa luta exige superação permanente de nossos limites. Nossa luta exige procura permanente de novos caminhos
e de mais amplos horizontes.

Fonte:

Batalha dos Guararapes e Dia do Exército Brasileiro. Disponível em: https://www.defesa.gov.br/artigos-e-


entrevistas-do-ministro/171-menu-superior/area-de-imprensa/artigos-e-entrevistas-do-ministro/19957-batalha-dos-
guararapes-e-dia-do-exercito-brasileiro. Acesso em julho de 2018.

História de Pernambuco. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABYccAF/historia-pernambuco.


Acesso em julho de 2018.

Invasões Holandesas no Brasil. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Invas%C3%B5es_holandesas_no_Brasil#A_Insurrei%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana.
Acesso em julho de 2018.

MACIEL, Marco. Guerra da Luz divina. Disponível em: http://www.academia.org.br/artigos/guerra-da-luz-divina.


Acesso em julho de 2018.

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