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INVASÕES HOLANDESAS

1. (Upf 2016) As invasões holandesas que ocorreram no século XVII foram o maior conflito
militar da Colônia. Embora concentradas no Nordeste, elas não se resumiram a um simples
episódio regional. Ao contrário, fizeram parte do quadro das relações internacionais entre os
países europeus, revelando a dimensão da luta pelo controle do açúcar e das fontes de
suprimento de escravos.

(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996, p. 84.)

Tendo em vista o quadro histórico descrito acima, considere o seguinte:

I. A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais teve como alvo principal a ocupação das
zonas de produção açucareira na América portuguesa.
II. Domingos Fernandes Calabar, alagoano, tornou-se colaborador das forças invasoras, até
ser preso e executado.
III. Durante o governo do príncipe Maurício de Nassau, ocorreu a vinda de artistas, naturalistas
e letrados para Pernambuco, e o Recife conheceu vários melhoramentos urbanos.
IV. Os holandeses defendiam o trabalho livre e postulavam pelo fim da escravidão.
V. A reconquista ocorreu porque os brasileiros uniram os brancos, os negros escravos e os
índios em prol de Portugal num acordo que ficou conhecido como a “união das três raças”.

Está correto apenas o que se afirma em:


a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) III, IV e V.
e) III e V.

2. (Unicamp 2015) Engenheiros, naturalistas, matemáticos e artistas, sob o mecenato de


Nassau, investigaram a natureza e transformaram a paisagem nordestina. Recife tornou-se
uma das cidades mais importantes da América, com modernas pontes e prédios. Além do
incentivo à arte, o governo [de Nassau] promulgou leis que eram iguais para todos, impedindo
injustiças contra os antigos habitantes.

RAMINELLI, Ronald. “Invasões Holandesas”, In: VAINFAS, Ronaldo (dir.). Dicionário do Brasil
Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 315.

As transformações durante o governo de Maurício de Nassau (1637-1645), em Pernambuco,


são exemplos de um contexto em que
a) o mecenato e a aplicação de leis idênticas para holandeses e luso-brasileiros eram uma
continuidade do modelo renascentista, representando um período de modernização da
região.
b) houve dinamização da economia açucareira na região, com a reativação de engenhos e
perdão de dívidas dos antigos proprietários, impulsionando a remodelação da cidade de
Recife.
c) houve a aplicação de princípios mercantilistas para a obtenção de lucros e a perseguição,
por parte dos holandeses calvinistas, a judeus, cristãos-novos e católicos.
d) as expedições dos artistas e cientistas tinham o propósito de retratar a paisagem e identificar
potencialidades econômicas da região, pois o açúcar estava em declínio no comércio
internacional.

3. (Pucrs 2014) A primeira metade do século XVII se caracterizou, na história da colonização


portuguesa na América, pelas invasões holandesas no nordeste do Brasil. Sobre esse
processo, é INCORRETO afirmar que
a) um dos motivos dessas invasões foi a proibição, estabelecida pela Espanha, de que a
Holanda comercializasse o açúcar brasileiro na Europa, visto que, devido à União Ibérica
(1580-1640), Portugal estava sob o domínio da coroa espanhola, rival dos holandeses.

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b) as invasões foram ocasionadas pelo fato de a Holanda – principal parceira comercial do


açúcar brasileiro na Europa antes da União Ibérica – pretender manter o fluxo desse
produto, de cuja comercialização dependia parte de sua economia, para o mercado europeu.
c) a Holanda, que era uma aliada da Espanha por ambas pertencerem ao Império da família
Habsbourg, invadiu o Brasil como parte da luta espanhola contra Portugal pelo controle da
navegação no Oceano Atlântico, objeto de acirrada disputa entre as duas coroas ibéricas.
d) o período áureo dessa ocupação foi marcado pela administração de Nassau (1637-1644),
quando os holandeses estenderam o seu domínio para o norte do Brasil – atingindo a
Paraíba, o Rio Grande do Norte e o Maranhão – e a produção de açúcar foi reorganizada.
e) a administração do “Brasil Holandês” ficou a cargo de uma empresa privada, a Companhia
das Índias Ocidentais (WIC); além do negócio do açúcar, esta companhia exercia o
monopólio do tráfico negreiro e tinha o direto de praticar a atividade de corso no Atlântico, o
que lhe permitia boas fontes de lucro.

4. (Uern 2013) Os habitantes de Pernambuco iniciaram uma guerrilha contra os invasores. As


ações estavam equilibradas até que Domingos Fernandes Calabar, nascido em Alagoas,
passou para o lado dos invasores e os auxiliou. Aos poucos, toda a costa do Rio Grande do
Norte e o campo de Santo Agostinho foram dominados. Em 1635, o governador Matias de
Albuquerque ordenou a retirada para Alagoas, onde prendeu e fez executar Calabar. Os
invasores conseguiram dominar ainda por alguns anos.

(Barbeiro, Heródoto. Coleção de olho no mundo do trabalho. História.Volume único para o


ensino médio. São Paulo: Scipione. 2004. p. 220-221.)

O episódio, descrito anteriormente, eclodiu no Brasil ainda no período colonial, no contexto do


ciclo da cana-de-açúcar, envolvendo várias províncias do Nordeste, inclusive o Rio Grande do
Norte.

Trata-se da(s)
a) invasões francesas, cujo objetivo era redistribuir as terras divididas entre Portugal, Espanha,
França e Inglaterra através do Tratado de Madri.
b) invasões holandesas ocorridas, entre outras razões, com o intuito de permitir um comércio e
refino do açúcar pelos holandeses, diretamente em terras brasileiras.
c) Guerra dos Mascates, envolvendo os comerciantes portugueses e os senhores de engenho
nordestinos, revoltados com os abusos cometidos em relação ao preço do açúcar.
d) Revolta dos Malês, conflito grave que envolveu todo o nordeste, cuja causa principal era a
invasão de terras devolutas, demarcadas pelo governo português na região açucareira.

5. (Ufrgs 2011) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes ao


período das invasões holandesas no Nordeste brasileiro.

( ) A motivação principal das invasões batavas ao Brasil está relacionada à conjuntura da


União Ibérica, que fez com que os adversários da Espanha se tornassem hostis a
Portugal.
( ) O ataque às regiões produtoras de açúcar, inicialmente na Bahia e depois em
Pernambuco, foi realizado pela Companhia das índias Orientais.
( ) Em função do desenvolvimento urbano e de uma política conciliadora entre luso-
brasileiros e batavos, o governo de Nassau é considerado a "idade de ouro" do domínio
holandês na América.
( ) A chamada Restauração Pernambucana foi uma consequência do processo de
endividamento dos lavradores de cana luso-brasileiros com o governo holandês.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) V - F - V - V.
b) V - F - F - V.
c) F - V - V - F.
d) F - F - V - V.
e) V - V - F - F.

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6. (G1 - col. naval 2011) "As invasões holandesas que ocorreram no século XVII foram o maior
conflito político-militar da Colónia. Embora concentradas no nordeste, elas não se resumiram a
um simples episódio regional. Ao contrário, fizeram parte do quadro das relações internacionais
entre os países europeus, revelando a dimensão da luta pelo controle do açúcar e das fontes
de suprimento de escravos. [...] O ataque a Pernambuco se iniciou em 1630, com a conquista
de Olinda. A partir desse episódio, a guerra pode ser dividida em três períodos distintos. [...]
O segundo período,entre 1637 e 1644, caracteriza-se por relativa paz, relacionada com o
governo do príncipe holandês Maurício de Nassau,que foi o responsável por uma série de
importantes iniciativas políticas e realizações administrativas."

(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2004.p.84 e 85.)

São características do governo Maurício de Nassau, exceto:


a) concessão de créditos aos senhores de engenho.
b) investimentos em obras urbanas, sendo construídas pontes e obras sanitárias.
c) criação da cidade de Maurícia, hoje um bairro da capital pernambucana.
d) a intolerância religiosa, pois Nassau que era calvinista, perseguiu outros segmentos
religiosos.
e) estímulo à vinda de artistas, naturalistas, médicos e astrônomos.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[C]

A questão aponta para a relevância das invasões holandesas no Brasil, em especial


Pernambuco, 1630-1654. Entre 1630 e 1637 ocorreu a luta contra os invasores, com destaque
para Calabar que mudou de lado e ajudou os holandeses a dominarem a região. O auge foi
entre 1637 e 1644, com Nassau administrando a Companhia das Índias Ocidentais trazendo
artistas e intelectuais, modernizando algumas regiões de Pernambuco. Entre 1644 e 1654
ocorreu a Insurreição Pernambucana, a luta para expulsar os invasores com a união de índios,
negros e brancos.

Resposta da questão 2:
[A]

Somente a alternativa [A] está correta. A questão remete as invasões holandesas no Brasil,
sobretudo em Pernambuco entre 1630-1654 com destaque para o governo de Nassau, 1637-
1644. Segundo o historiador Pedro Puntoni em seu livro “A Guerra dos Holandeses” (coleção
“Guerras e Revoluções Brasileiras”) em 1637 a Companhia das Índias Ocidentais decidiu
enviar um governador experiente para seus negócios no Brasil. A escolha recaiu sobre João
Maurício de Nassau, conde de Nassau. Este consolidou o domínio da Companhia no então
chamado Brasil Holandês. Nassau passou para a História como um bom estadista com viés
humanista. Usou de moderação política e tolerância religiosa no convívio com os
pernambucanos. Para isso muito contribuiu o seleto grupo de 46 intelectuais que o
acompanharam, homens cultos, artistas, cientistas. Era o Mecenato de Nassau no nordeste
brasileiro. Surgiram os primeiros tratados sobre flora e fauna brasileira, lindas imagens
registradas pelos pintores como Albert Eckout e Frans Post. Nassau mandou construir a
“Cidade Maurícia”. Trata-se de uma espécie de continuação do Renascimento Cultural com a
modernização do nordeste brasileiro.

Resposta da questão 3:
[C]

Somente a proposição [C] está incorreta. A questão remete a invasões Holandesas no Brasil
no século XVII. A Holanda pertencia a Espanha até 1581 quando se separou da dinastia
Habsburgo de Filipe II. A Espanha que já dominava Portugal desde 1580 (União Ibérica)
boicotou a Holanda no comércio do açúcar. A Holanda criou a Companhia das Índias
Ocidentais para invadir o Brasil visando a produção do açúcar. Portanto, no momento da
invasão holandesa na Bahia em 1624, Holanda e Espanha não eram aliadas. As demais
alternativas estão corretas. A Holanda era a grande parceira comercial do açúcar brasileiro na
Europa antes da antes de 1580. Em 1630, a WIC, Companhia das Índias Ocidentais, invadiu
Pernambuco e Nassau foi o grande administrador entre 1637 até 1644 quando surgiu um
“Império Holandês” no Brasil.

Resposta da questão 4:
[B]

Somente a proposição [B] está correta. O texto de Heródoto Barbeiro faz referência a
Domingos Fernandes Calabar, personagem polêmico que mudou de lado e passou apoiar os
holandeses em Pernambuco na década de 1630. A Companhia das Índias Ocidentais
Holandesas invadiram o Brasil com objetivos econômicos, produzir, refinar e comercializar o
açúcar. Invadiram a Bahia em 1624, sem sucesso, e Pernambuco entre 1630-1654, sendo o
auge com João Maurício de Nassau entre 1637-1644. As demais proposições estão incorretas.
O texto não remete as invasões francesas com intuito de redistribuir terras. A Guerra dos
Mascates ocorreu em Pernambuco em 1710, consistiu em um conflito entre Olinda e Recife. A
Revolta dos Malês ocorreu na Bahia em 1835, quando os negros que falavam árabe e
praticavam a religião Islâmica se revoltaram contra a escravidão e a imposição do cristianismo.

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Resposta da questão 5:
[A]

Batavo é uma referência aos holandeses. As invasões foram realizadas sob comando da Cia
das Índias Ocidentais e não orientais.

Resposta da questão 6:
[D]

O “período nassoviano” foi caracterizado por uma política de modernização, destacando as


obras que remodelaram a cidade de Recife, também conhecida como “Cidade Maurícia”. A vida
cultural e intelectual tornou-se dinâmica e região conheceu a recuperação da economia
canavieira. Apesar de orientação religiosa calvinista, a política adotada foi de tolerância,
permitindo as manifestações tradicionais do catolicismo, religião dos colonos de origem
portuguesa.

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