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I - Introdução

Na primeira metade de século XIX, surgiu na região da África Austral, o


fortalecimento dos reinos e impérios Africanos que vieram mudar o panorama político da
mesma.
Na actual região da África do Sul, a partir da década vinte de 1800, verificamos a
formação de principados com uma forte centralização administrativa que lutavam na
procura do espaço vital.
É neste contexto que a partir de 1820 se formou no norte da actual África do Sul, a
hegemonia do poderoso Estado Zulu enquanto que ao sul desta região os principados
Xhosas, viviam em relativa independência dos seus territórios.
A chegada dos Boers e mais tarde os Britânicos veio abalar a estrutura política
destes estados que culminou na ocupação e destruíção da autonómia dos mesmos; mas
estes povos não ficaram alheios a essa pretensão dos Boers e dos Britânicos em conquistar
e dominar os seus territórios.
É neste âmbito que o tema em abordagem (A resistência dos Zulus e Xhosas)
pretende analisar e descrever qual foi a atitude dos africanos face a pretensão dos povos
que logravam dominar essa região, bem como mostrar quais foram as suas formas de
actuação.
Para a elaboração do tema fez-se o uso da investigação Bibliográfica. Que tem como
pontos a desenvolver para além da introdução, conclusão e bibliografia os seguintes itens:
 O panorama social e político nas vésperas da ocupação efectiva da África
do Sul;
 Causas imediatas da Resistếncia;
 Tipos de iniciativas da resistếncia na África do Sul.
Os seguintes capitulos serão desenvolvidos pelos seus respectivos itens.

1. Ambiente Interno dos Zulus e Xhosas antes da Resistência

O reino Zulu, desde 1870 era políticamente independente, e a sua estrutura interna
não tinha sido dominada economicamente pela força política colonial.
Visto que o desenvolvimento da resistência à colonizção na região sul do continente
deve ser compreendida primeiramente a partir do seu ambiente cultural e social em que
ela se desenrolou.
Segundo CHANAIWA (1985) As principais forças históricas eram o
expansionismo colonial, a cristianização e o ensino dos Missionários, a revolução zulu e
seus corolários: o Mfecane e as migrações Nguni. (p. 211)
Os colonos do sul da África, ao contrário dos do resto do continente, projectavam
fundar estabelecimentos permanentes nessa região nova que os atraía pelo clima
temperado, pela fertilidade das terras aráveis, pela mão de obra barata e, enfim, pela
riqueza mineral.
Na região zulu, os colonos não conseguiram obter mão-de-obra para as suas
plantações, nem os missionários conseguiram ter os crentes que desejavam, facto que
precipitou a força militar britânica, a criarem um grupo de pacificação a população zulu.
Os zulus eram um povo numeroso que deferiam dos Xhosas que era um grupo
menoritário que foram submetidos pela dominação dos ingleses que pretendiam usar e
submeter os nativos como mão-de-obra barata para suas plantaçõe agricolas e nas minas.
Atitude dos europeus perante os nativos era do seu interesse conquistar, governar e
explorar os africanos. Como também evitar utilização de tropas africanas como aliados
quando combatiam uns com os outros. Todas estas atitudes condicionaram ao
desenvolvimento de iniciativas e reações dos africanos, limitando suas possibilidades de
acção.

III - Causas Imediatas da Resistência

Vários acontecimentos iam agravando a situação social e cultural no sul da África


no século XIX.
Citam-se a revolução zulu e o Mfecane na África do sul, o factor missionário

1. Revolução Zulu e suas Consequências


Esta veio provocar grandes pertubações no sistema político, económico, social e
militar de numerosas sociedades indigenas. Mas para os Áfricanos, de acordo com
CHANAIWA (1985), foi um período de edificação nacional e de expansão política em
que Estados mais fortes e centralizados estabeleceram seu domínio ou sua esfera de
influência sobre outros mais fracos e mais divididos.
Mas para os pol'iticos europeus e observadores da época estas transformações
cruciais era vista como um simples episódio barbárie, sede de sangue e paganismo, não
obstante para os africanos, significava uma manisfestação de força construtiva, de
criatividade política, que levou a formação de instituições e de alianças interétnicas.
Estas transformações que foram fundamentais, causaram por um lado imensas
perdas em recursos humanos e naturais. Várias calamidades como a seca, epidemias e
fome acompanharam a violência e agravariam profundamente os efeitos das destruições
provocados pelos acontecimentos.
Esta situação de conflito e de desastrosas contínuas gerou um sentimento
permanente de insegurança e de desespero no seio das pequenas comunidades tributárias,
fracas e pacificas, muitos dos quais se viram obrigadas a refugiar-se em cavernas ou a
fugir para montanhas inóspitas, evitando sofrer novos golpes de seus agressores.
Surgiram então aristocracias dirigentes, distinções de classes e tributações sem
representação ou consulta política. Por fim, se estabeleceu a divisão entre governantes e
governados, entre opressores e oprimidos, entre proprietários e deserdados.

2. Factor Missonário

Um dos factores que facilitou os europeus a ocupar a África foi o papel


desempenhado pelos missionários cristãos que vieram para África, que levaram avante
como seus objectivos a cristianização e o ensino, que constituiam como factores
importantes da evolução e da resistência africana à conquista colonial.

os missionários tinham criado uma classe de


pequenos burgueses africanos (catequistas, professores,
jornalistas, homens de neg'ocios, advogados e
empregadores do Escritório), que reconheciam a pretensa
inferioridade cultural dos africanos, aceitando a
colonização branca como facto consumado e que
admiravam os brancos por seu poderio, riqueza e técnica.
( CHANAIWA,1985, 214)

No plano ideológico estes africanos formados pelos missionários acreditavam no


universalismo, utopismo e não racismo de seus mestres e da aborigenes. Estes eram
adeptos do constitucionalismo, das reformas progressivas e da assimilação cultural, ideias
estas que eram defendidas pelos colonos.
Estes africanos cristianizados classificavam os africanos como nobres selvagens,
mergulhados nas trevas da ignorância", e se sentiam destinados a promover o progresso
da África tradicional pela introdução do cristianismo, da educação, do capitalismo, da
industrialização e da ética protestante do trabalho.esta classe de pequenos burgueses
africanos aprovavam o expansionismo e as conquistas coloniais, por um lado por que
assimilavam o colonialismo à cristianização e á “civilização" e por outro lado por
reconhecer a "superioridade esmagadora" das armas e dos exércitos europeus.
As elites africanas cometeram o erro de assimilar a conquista colonial a
cristianização e a difusão da técnica e da cultura, rejeitando a resistência africana como
manifestação do paganismo e barbárie. Esta forma de pensar ia minando
psicologicamente a capacidade de resistência dos africanos à proganda dos missionários
e dos colonos, um factor que desde o princípio da dominação colonial, os zulus rejeitaram
a acção dos missionórios no seu território.
IV - Tipos de Iniciativas da Resisểncia na África do Sul

Perante os factores evocados anteriores da revolução zulu e factor missionário,


influênciaram considerávelmente a natureza e a intensidade das reacções africanas diante
do avanço da colonização e do imperialismo europeu.
Oa zulus juntamente com outros reinos a iniciativa tomada foi de conflito armado
e os pequenos reinos como Xhosa e outros seguiram a iniciativa de alianças.
Das várias iniciativas, cada dirigente, cada sociedade e mesmo cada indivíduo
reagia às crescentes usurpações dos europeus em função do contexto de relacções e
realidades inter-regionais existente antes da chegada dos brancos.
Os europeus vendo a evolução e organização dos sistemas políticos para lutarem
contra a sua presença, procuraram estudar mecanismos mais fortes que lhes permitia
reagir a essas formas de resistência.
Estes descobrem que o expansionismo zulu e outros,
de acordo com só podiam funcionar sem choques se as
aristocracias fossem poderosos, os chefes locais fracos e
divididos, ou pelo menos, se estes sentissem necessidade de
protecção militar e confiassem na aristocracia dirigente
para lhes assegurar tal exploração. (CHANAIWA 1985,
216)

Outra forma usada pelos Britânicos contra a resistência dos africanos, foi de
inventar pretextos para interferir nos negócios internos africanos oferecendo "libertação"
ou "protecção" aos pequenos grupos primidos e faziam "alianças" aos reinos menos
poderosos e invadindo os impérios militares.
Foram com novas tácticas destrutiva aplicar o sistema "Dividir para Reinar", dessa
forma os colonizadores europeus saem vitóriosos do panorama porque souberam explorar
as rivalidades, medos e fraquezas dos africanos em seu favor.

1. Os Zulus: E a Política de Confronto

Para os zulus, os violentos confrontos, conquistas e destruições eram inevitáveis,


visto que eles procuraram submeter os mesmos territórios e povos que os colonizadores
europeus.
Estes territórios ocupavam ou dominavam os territórios da África Meridional,
menos povoados, mais férteis e mais ricas em recursos minerais. Estes nunca aceitavam
qualquer acordo com os europeus, somente o mais forte poderia vencer e sobriviver.
CHANAIWA afirma que os zulus eram a maior potência africana estabelecida no
sul do rio Limpopo.
Os mesmo no ínicio estavam cercados por vizinhos fortes e poderosos que eram os
boêrs, Ingleses, Shoto e os Swazi e cada um destes povos representava um inimigo capaz
de vencê-los e eliminá-los.
Os boêrs e os portugueses eram os mais brutos na conduta de seus negócios
externos, praticando uma política de ataques e conquistas.
Até 1870, era um sistema que mantia a sua soberania, independência e segurança.
E estes procuraram resistir com êxito a entrada dos missionários, dos comerciantes, dos
concessionários e dos recrutadores da mão-de-obra europeia, alimentando que a conquista
e o desmembramento dos estados africanos eram indispensáveis. Apesar dos europeus
numa conversão dos africanos ao cristianismo, do comércio e a cultura europeia.
Mas os africanos reprimiam estas aspirações com ataques, tirania, e o paganismo
dos monarcas, administradores e guerreiros, por consequência os brancos recorreram à
conquista, antes da cristianização e do comércio.

2. Resistência Zulu

A resistência dos zulus deve ser entendida a partir dos seus conflitos dinasticos
desde 1856.
Segundo GENTILI (1998:109), “1856, quando começou o longo conflito dinástico
protoganizado por dois filhos de Mpande, apesar de cercado e ameaçado, o reino zulu
continuava sólito e ao ataque.”
Depois da morte de Mpande, em 1872, o seu filho Chetshwayo, cuja posição
política estava consolidada desde 1857, torna-se rei. Este que veio a mudar a situação
política e social da região.
A resistência zulu foi liderado por Cetshwayo e teve inicio em Dezembro de 1878,
quando os Ingleses enviaram um ultimato para que este desmantelasse o seu exército.
Cetshwayo, rei dos zulus adoptou uma estrat'egia de confronto, a principio usando
a táctica de diplomacia e depois da resistência armada.
De acordo com esta estratégia, Cetshwayo deu andamento de ínicio a política
externa pacifista e isolacionista do seu antecessor Mpande.
Com o domínio e a força dos Boers do Transvaal, os zulus mantinham uma sólida
aliança com os ingleses de natal e relações amistosas com Theophilus Shepstone, o
cérebro Secretário dos Negócios Indigena do natal.
Mas quando os Britânicos anexam o transvaal em 1877 e nomea-se Shepstone
administrador, automáticamente o sistema de aliança montado por cetshwayo se
desmorou rapidamente.
A partir daí Shepstone passou a apoiar os Afrikaners que haviam cruzado o rio
Bufalo, penetrando no território Zulu, ocuparam fazendas e que então reclamavam titulos
de posse das terras.
Enquanto que o Sir Bartle Frese, alto comissário Britânico para África do Sul, só
tinha como preocupação concretizar a federação das cólonias brancas.
Em contrapartida Shepstone persuade a ideia afirmando que "a federação só seria
realizável na África Austral com o desmantelamento da potência militar Zulu", porque
esta nação, ameaçava a segurança e o desenvolvimento económico do Natal. Por outro
lado Shepstone acreditava que a destruíção dos zulus demostraria aos Afrikaner, que o
governo Britânico sabia conduzir uma política racial eficaz e era suficientemente
poderosa para fazer executar suas decisões.
Com esta situação Cetshwayo procura formas de como ultrapassar o conflito
fronteiriço que opunha os zulus aos Afrikaners. Para efeito tomou as seguintes soluções:
 Solicitar ao vice-governador do Natal Sir Henry Bulwe para arbitar o conflito
fronteiriço que opunha os zulus aos Afrikaners.
 Sir Henry compromete-se a nomear uma comissão para exame do lítigio, a qual
declarou serem ilegais as prentensões dos Africanrs.
Mas o alto comissário Britậnico Frese, querendo realizar o seu projecto de
Federação, esconde a decisão tomada por Sir Henry esperando que encontra-se um
pretexto justificativo da invasão.
A ocasião se dera em 28 de Julho de 1878, quando Mehlokazulu Kululu e
Tshekwana, filhos do chefe Sirayo, bem como seu tio Zulyhlenga, atravessaram o rio
Bufalo trazendo consigo as mulheres do chefe, que tinham emigrado para o natal.
Frese e Shepstone exploraram o máximo incidente. Logo se expalhando pela África
e pelo Ministério das cólonias, em Londres, que era iminente uma invasão de natal pelos
zulu.
Neste caso, o secretário dos negócios indigenas Shepstone e o Alto Comissário
britãnico Frese passaram a se referir ao exército zulu como uma força de ataque
ameaçadora e a Cetshwayo como um tirano sedento de sangue.
Frese tendo intimidado Cetshwayo pedira que lhe entregasse seu irmão e os filhos
de sirayo a Sir Henry Bulwer para julgamento, embora os zulu jamais tivessem sido
conquistados e submetidos à dominação Britânica. Em resposta, Cetshwayo propôs pagar
50 libras esterlinas por perdas e danos e pediria desculpas pelo incidente.
Em 11 de janeiro de 1878, Frese enviara um ultimato a Cetshwayo. Entre as suas
exigências figuravam a entrega dos acusados, com 500 cabeças de gado, a dispersão do
exército zulu no prazo de um mês, a admissão de missionários e a instalacão de um
residente Britậnico na Zululândia. Frese sabia de antemão que nenhum dirigente político
independente é digno dessa função se submeteria a tais condições.

3. Ataques e Declínio dos Zulus

Perante as condições submitidas aos zulus em 878, iniciaram-se os vários ataques.


Em de Janeiro de 1879, um exército Britânico, sob comando do Lord Chelmsford,
com mais de 7 mil soldados, uns mil voluntários brancos e 7 mil auxiliares africanos,
invadem 3 pontos do território zulu.
No dia 22 de Janeiro o exército zulu obteve uma vitória memorável na Batalha de
Isandhlwana, durante o qual 1600 atacantes foram mortos, e a invasão repelida.
Incitados por tal derrota, os ingleses organizaram um grande exército a 4 de junlho,
voltaram e saqueararm a nação zulu, esta que foi conhecida de Batalha de Ulundi.
Com a derrota dos zulus, Cetshwayo foi levado para exilio, no cabo, e a zululândia
foi dividida em 13 circunscrições diferentes, tratou-se de uma estratégia para enfraquecer
a unidade dos zulus.
Desta forma dá-se o inicio do enfraquecimento e do declínio da nação zulu.
Depois do lider Chetshwayo ser exilado foram colocadas em frente da direcção
novos chefes escolhidos e sugeridos pelos Britãnicos. Entre eles figurava o rival de
Chetshwayo, chamado Zibhebhu, seu primo Hamu, que tinha desertado e aderido as
forças inglesas no decorrer da guerra e John Dunn que era um britãnico.
Esta partilha representava um sonho premeditado da destruíção de uma nação e
tinha como política "Dividir para reinar". Para sustentar tal política, os novos chefes
receberam ordem de dissolver todas as organizações militares existentees, proibir a
importação de armas e aceitar a arbitragem dum residente Britãnico.
Com as novas leis promulgadas, os zulus deixaram de ser desta forma uma ameaça
política para o natal e à sua capacidade de resistência a penetração dos criadores de gado
e proprietários agricolas Afrikaners foi enfraquecida.
“As rivalidades entre os chefes chegaram a tal ponto e a ameaça da anarquia
desenvolveu-se tão depressa que, para restaurar a ordem nas zonas mais estáveis da nação
zulu, Chetshwayo teve que ser trazido de volta,” (CHANAIWA, 1985, passim).
Com o regreso deste e a restauração do seu trono, a nação foi dividida em 3 partes.
“Os principados de Hamu e Zibhebhu, no norte permaneceram autonomos, sob a
protecção inglesa; a região sul do rio Tugela, fronteira com o Natal. Chetshwayo e seu
partido Usuthu ficaram apenas com a região intermédia.” (GENTIL, Idem:169)
Mas logo, a guerra civil, entre as forças de Zibhebhu e Chetshwayo, visto que
Zibhebhu foi mantido em frente da circunscrição de Chetshwayo, este que morreu em
fuga, no auge das hostilidades, em 1884. A nação zulu, debilitada, foi então colocada sob
a chefia de Dinzulu, filho de Chetshwayo, de 15 anos de idade, cujo o poder e autoridade
dependia do apoio dos brancos.

A crise e a dissolução do poder zulu, a perda dos recursos e da


autonomia, pioradas pela onda de greves secas dos fins de anos
80, provocaram o êxido de massas de migrantes sem recursos de
sobrivivência, grande reserva de força de trabalho,
principalmente para económia mineira, nascente em
Witwaterrand que se vinha desenvolvendo desde a descoberta de
importantes jazidas de ouro. Idem

Este panorama político, permitiu que a nação politicamente forte sucumbisse


definitivamente a colonização Britênica, dando-se desta forma a decadência do Império
Zulu.

4. Xhosas - E a Política de Armamento

Os xhosas, optaram pela resistência armada contra a ameaça capitalista.


Devido as vàrias acções de opressão económica, política e religiosa visto que os
europeus tinham como objectivo introduzir o imposto de palhota, o trabalho forçado, a
rigorosa proibição de costumes e das crenças tradicionais, principalmente, o confisco de
terras.
A atitude dos colonos perante os africanos era de explorar a mão-de-obra autóctone
barata para suas fazendas e minas.
Para os Xhosas estes acontecimentos crescentes de golpes do colonialismo, da
exploração, da miséria, da opressão e da ocidentalização permitiram com que os Xhosas
percebessem que o homem branco era a causa das suas infelicidades. De tal modo que na
década de 1890 e começos do século XX o òdio contra a dominação estrangeira gerou a
intensificação da resistência contra os brancos.

5. Os Xhosas e as Ideias Religiosas

As ideias religiosas tiveram um grande papel nos movimentos de resistência no seio


do povo Xhosa. Tal como Mongameu Mabona, ao reconstituir as ideias religiosas dos
Xhosas.
Mabona descreve os ensinamentos do militante Xhosa Makana que é visto como
uma grande miscêlania de conceitos religiosos incopativeis ou incoerentes - em especifico
o conceito de espaço e de difusão da luz "seu poderoso espirito e seu gênio religioso
elaboraram um corpo de doutrina que iria servir de base ideologica na nação Xhosa.
Este ensinamento de Makana, era uma versão africana da ideologia cristã
protestante de soberania, soube explorar as diferenças fundamentais entre brancos e
negros - diferenças de costunes, de divindandes, de destinos.
O grande acestral dos Xhosas era o criador Dali'dephu que tinha feito Uthixo para
ser o deus dos homens brancos que era inferior ao deus dos negros, e estes consideravam
que os brancos eram moralmente inferiores aos Xhosas.
Estas diferenças não tinham importância até ao momento em que os dois universos
morais entraram em contacto e em conflito. Então, desta forma Dali'dephu impôs-se para
garantir que seus filhos, os Xhosas, e seu modo particular e de vida triunfassem sobre os
poderoso superficiais brancos.
Makana apelava à unidade pan-xhosa, à confiança em seu universo moral.
Dali'dephu tinha como objectivo iliminar os brancos para que os defuntos regressassem
na expetactiva de existir uma nova era.
Estas inovações de Makana permitiram ao surgimento de movimentos de
resistência.
Esta importância dada à ideologia religiosa na resistência foi atacada por dois lados:
 Por um lado certos especialistas julgavam que o papel da religião na resistência
foi superestimado;
 Em contraposição, outros afirmavam que se exagerou o papel da resistência na
religião.

Mabona, salienta no discurso defendendo que o profetismo xhosa elaborou ao


mesmo tempo uma "ideologia para a resistência" e uma ideologia para um processo de
"acomodação controlada".
O profeta da resistếncia era Makana, e Ntsikana, o da "acomodação controlada".
Este ultimo era um génio religioso criador, do mesmo status que Makana.
A preocupação principal de Ntsikana não era a "colaboração", sua intenção era
antes reformar a sociedade Xhosa, aceitando certas dinâmicas do pensamento cristão e
rejeitando ao mesmo tempo, grande número das acções culturais dos brancos.
Por isso, para os xhosa a implantação do cristianismo não deve ser visto como um
mérito dos missionários, mas antes a um percursor cristão na pessoa de Nitsikana.

Conclusão

A penetração e dominação dos reinos africanos seguiu-se duma forte resistência


que culminou com a subjugação dos povos dessa região. Ao analisarmos a resistência dos
povos Zulus e Xhosas verificamos que esses povos só foram subjugados após uma longa
fase de lutas e fragmentação política.
As pretenções britãnicas após as descobertas dos jazigos de ouro e diamantes em
Witwatersand e Kimberley nomeadamente, vieram mudar radicalmente o panorama
político desta região.
A Grã-bretanha como a princípal potência colonial da época via na ocupação da
África de sul como o usufruto de uma zona estratégica em África e pósteriorimente com
as descobertas das minas de ouro e diamantes, uma maneira de aumentar ainda mais o
seu poderio económico.
Os zulus e Xhosas com sua organização social e política souberam fazer face a essas
pretensões impondo a sua força e por vezes se deslocando para uma àrea longe da
jurisdição Britãnica.
Por um lado encontramos os boers e ingleses a querer dominar a região, por outro
lado encontramos os reinos africanos a degladear na luta pelo espaço vital.
Foi a actividade dos boers movido por Great-Trak e a descoberta dos jazigos de
ouro e diamantes que precipitou as guerras de resistência. É neste âmbito que os boers
expulsos pelos ingleses vão tentar dominar os povos autoctones,estes por sua vez vão
lutar pela prevalência da sua autonómia.
É neste contexto que se deve entender a resiatência dos zulus e xhosas, como
havendo uma estreita ligação entre os acontecimentos que proporcionaram a dominação
desta região.

Bibliografia

GENTILI; Anna Maria. O leão e o caçador-uma história da africa sub-sahariana


dos séculos XIX-XX. Maputo; Arquivo Histórico de Moçambique; 1999.

(UNESCO). História Geral de África Vol. VII.

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