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LIÇÃO Nº1e2

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL EM ÁFRICA

SUBTEMA: Panorâmica Geral das Sociedades Africanas nas Vésperas de Ocupação

SUMÁRIO: Introdução

A Dominação colonial é a submissão sociocultural, política e económica de um povo por outro.

Em África esta foi feita por duas fases:

Fase de Penetração – Começa no XI e durou até ao final do século XIX.

Caracterizada:

a) Pelos primeiros contactos entre europeus e africanos (de forma pacifica);


b) O Estabelecimento de relações de amizade baseadas nas trocas comerciais e nas relações diplomáticas;
c) A era do tráfico de escravos;

Fase de Ocupação – Inicia no fim do século XIX e termina no principio do século XX.

Caracterizada pela:

a) Luta para por fim o tráfico de escravos e da escravatura;


b) Viagens de exploração geográfica;
c) Revolução industrial, marcado pela invenção das máquinas a vapor, de fiar de tecer, de fundição de
metais;
d) Campanhas militares para a ocupar grandes extensões do continente negro, protagonizadas pelas
potências europeias.

Durante este período o continente atraia cada vez mais o mundo, não pelo sofrimento do povo, mas pelo seu
potencial económico e humano.

LIÇÃO Nº3e4

SUBTEMA: Panorâmica Geral das Sociedades Africanas nas Vésperas de Ocupação


SUMÁRIO: Relações de África com o resto do Mundo antes da chegada dos Europeus

Relações de África com o resto do Mundo antes da chegada dos Europeus


A África é o terceiro continente em dimensão e população, dos cinco existentes no mundo. Possui uma cultura
e História que durante muito tempo foi ocultada pelos colonizadores, uma fauna e flora invejável e uma das
mas raras no mundo.
Do ponto de vista político e social o continente possuía vários reinos hierarquicamente organizado e
estruturado que chegaram a evoluir a império como: reinos Sudaneses, (Mali, Ghana e Songahai) e os
impérios de Monomotapa (Zimbabué), Congo e Imirina (Madagáscar).
Estes reinos possuíam fortes laços económicos e comerciais com outros países. Trocavam o ouro, cola,
ginzibre e madeira, através das rotas transariana contra os muçulmanos que traziam especiarias como: canela,
tapetes, jóias e especiarias.

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Frutos destes comércio vários sábios árabes e muçulmanos: matemáticos, geógrafos, historiadores, artistas
plásticos e agricultores, visitavam o continente africano onde deixaram umas civilizações brilhantes e
soberanos africanos: Sundiata Keita do Mali, Mansa Mussa, Askia Mohamed do Songhai.
A chegada dos europeus às costas ocidentais de África a partir do século XV, veio alterar a situação sócio-
politico e económico dos povos africanos, sobretudo com a introdução de armas de fogo, barcos de longo
percurso, o sistema capitalista e a utilização de mapas.
Por isso, a afirmação de existência uma África sem história, cultura e contacto com o mundo exterior é uma
afirmação utilizada com objectivo de demonstrar a superioridade europeia sobre o resto do mundo na altura de
ocupação ilegal de terras doutrem e a exploração dessas populações.

Situação das Sociedades que Habitaram o Território no Século XIX antes da Ocupação Efectiva
No principio, a África Austral era um território habitado pelos bosquimanes e Pigmoides, todos vivendo em
regime de comunismo primitivo.
A expansão demográfica, a falta de terras para a agricultura, a procura de melhores fauna e flora para a caça, o
domínio da metalurgia, levou-os a emigrarem para outras regiões.
No século XIII, verifica-se as migrações dos povos bantus que vindos do centro de África se fixam no actual
território angolano. Já encontraram habitantes nestas regiões com uma organização estruturada a seu modo.
Tendo apoderando-se das suas terras, fixam-se nelas e formam grupos com estruturas politicas a partir do
século XIII.

SUBTEMA: Panorâmica Geral das Sociedades Africanas nas Vésperas de Ocupação

Os primeiros contactos europeus com Angola.

Em 1482/83, o navegador português Diogo Cão chega a foz do rio Zaire e baptiza rio com o nome de São
Jorge.

Ao chegar ao Soyo, estabeleceu contactos com o Mani Soyo e a população, tendo apercebido da existência de
um rei Nzinga -Nkuvu na cidade de Mbanza Kongo. Mandou emissários ao rei com presentes e ele prosseguiu
a sua viagem para o sul até ao Cabo de Santa Maria.

Ao regressar a foz do rio Zaire, antes da sua delegação, apoderou-se de quatros indígenas e levou-os à
Portugal e estes foram instruídos e baptizados na religião católica em 1484.

Na segunda viagem 1485 Diogo Cão regressou a região com os quatro jovens, tendo sido recebido com
entusiasmo por cumprir com a promessa.

Mandou para Mbanza um dos quatros nativos com presentes e pediu a troca de prisioneiros que se fez sem
dificuldades. Em 1489,o rei do Kongo mandou a primeira embaixada ao rei de Portugal, chefiada por
“Kasuta” , o qual fazia parte dos jovens Kongueses que iam a Portugal para serem instruídos e baptizados,
constituindo o segundo grupo cristão em Angola.

Como presente, o rei do Kongo mandou a D. João II alguns dentes de elefante e vestidos feitos de folha de
palmeira, em troca que lhe enviasse missionários, mestres pedreiros e carpinteiros para construírem igrejas e
“educarem o povo”.

Em 1507, o rei Nzinga Mbenza quando subiu ao trono, constituiu relações mais intensas, procurando através
de embaixadores e correspondência enviadas ao rei de Portugal estabelecer relações diplomáticas que
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assegurassem sem obtenção de vantagens para ambos estados. Mais obter auxílio técnico e económico para
desenvolver o seu reino.

(2) Kasuta um dos primeiros angolanos baptizado e instruído pela igreja católica em Portugal e apadrinhado
pelo rei D. João II;

Kongueses: pessoas naturais do reino do Kongo;

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA

SUBTEMA: Panorâmica Geral das Sociedades Africanas nas Vésperas de Ocupação


Factores da Ocupação Europeia
- Desenvolvimento Capitalista e Imperialismo
“ Causas”
Nos finais do século XIX e início do século XX, a Europa dominava o mundo. Os seus capitais eram
investidos não só na Europa, como no resto do mundo (na construção de linhas férreas, pontes, na criação de
empresas agrícolas e extracção de minas).
Entre as grandes potências europeias destacou-se a Inglaterra e a Bélgica e fora do espaço europeu os Estados
Unidos da América e o Japão.
No Século XVI instaurou-se um sistema colonial, apoiado no comércio de escravos, pilhagem da Ásia e
exploração e roubo massivo dos campos.
Principais Características do Capitalismo
 Economia de Mercado;
 Sociedade de Consumo;
 Politica Laboral e de Estado.
Assim chamamos de Mundo Capitalista ao conjunto de países onde predomina uma economia
capitalista e uma sociedade de consumo.
Economia de Mercado: é a economia do tipo liberal (livre) ou capitalista, em que os produtos
produzem mercadoria para o mercado onde entram em concorrência com outros produtos, sendo dessa
concorrência que resultam os preços desses produtos.
Os preços e a concorrência na economia de mercado, dependendo da qualidade de cada produto.
Com o desenvolvimento do capitalismo industrial e financeiro, surge uma nova fase Imperialismo:
política de expansão de um estado que tem por objectivo o controlo político e económico sobre outras
regiões.
Causas do Imperialismo:
 Revolução industrial: marcado pela invenção das máquinas a vapor, de fiar, de tecer e de
fundição dos metais;
 Abundâncias de capitais acumulados: fundamentalmente vindos do comércio colonial;
 Um regime político parlamentar: que se tornou como um instrumento da burguesia e da
nobreza e que facilitou a expansão;
 Desponibilidades de matérias-primas: vindos do comércio colonial como o algodão e outros
recursos naturais;
 Crescimento demográfico: xxxxxxxxxx
 O desejo de desenvolver uma missão civilizadora baseada em princípio racial.
( 1)Modos de produção: Forma de produção e distribuição de bens materiais adoptado por um grupo de
pessoas, tribos ou estados. Comunismo primitivo: caracterizado pelo baixo nível de forças produtivas, daí a
distribuição equitativa e proporcional de tudo o que a natureza oferecia para todos os membros da
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comunidade; Esclavagismo: baseado na exploração da força de trabalho dos escravos e na propriedade
privada dos meios; Feudalismo: Caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção e no
servinísmo da força de trabalho do camponês; Capitalismo: baseado na propriedade privada dos meios de
produção e na independência jurídica do operário como força de trabalho assalariada; Socialismo: Não existe
propriedade privada, os meios de produção pertencem ao estado

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA

SUBTEMA: Factores da Ocupação europeia


O Processo de abolição do tráfico de escravos no mundo
“ Causas”
A partir do século XVIII, um sector de intelectualidade europeia, envolveu-se num movimento de contestação
ao genocídio practicado em África. Royal Voltaire e Gregorie (França), criaram a associação de amigos dos
negros que desenvolveu campanha pela libertação dos negros.
Na Inglaterra as correntes religiosas os Queckeres e metodistas que facilitaram o movimento contra
escravatura.
Depois da agitação da opinião publica inglesa devido a agressão de um escravo pelo seu patrão “dono” 1772,
ficou decidido que todo escravo importado seria livre na Inglaterra;
Em 1807 os tribunais ingleses tornaram ilegal a practica de escravatura;
Em 1808 abolição na Inglaterra;
Em 1814 Proibição na Holanda;
Em 1838 Proibição no Brasil;
Em 1836 Proibição nas colónias portuguesas abaixo do equador.

“ Causas”
 A Renitência africana;
 A Revolução industrial;
 A Influencia das forças progressistas do mundo capitalista;
 A Necessidade económica da Inglaterra
Conclusão: Oficialmente a abolição do tráfico de escravos no mundo aconteceu em 1830.
(3) Escravo:
TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA
SUBTEMA: Factores da Ocupação Europeia
A Abolição do tráfico de escravos em Angola
“ Causas”
A abolição da escravatura foi aprovada pelo parlamento inglês em 1807 e tornou-se lei em1808 de seguida a
outras regiões como Dinamarca, Cuba e Brasil.
Os europeus fizeram tratados com chefes africanos para renunciarem o tráfico e substitui-lo pela concessão de
terras para a sua instalação, com o objectivo de cultivarem nelas produtos que posteriormente
comercializariam com a Europa.
Este processo foi lento porque os chefes africanos não se predispunham a conceder as suas terras e os
europeus não se adaptavam facilmente às condições físicas, económicas e climáticas de África.
Em Angola 1854 Marquês de Sá da Bandeira fez sair um decreto que abolia a escravatura apenas para os
escravos do governo;

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1856 Fez-se a abolição em Ambriz e nas terras ao norte do rio Lufume, tendo ainda decidido no dia 24 de
Julho a libertação dos filhos de pais escravos, mas os seus donos podiam força-los a trabalhar por mais 20
anos;
A 25 de Fevereiro de 1869, foi promulgado um decreto que abolia imediatamente a escravatura em todas as
posições portuguesa, mas que os libertos pudessem deixar de trabalhar para seus donos até 1878.
Conclusão: oficialmente a abolição do tráfico de escravos em Angola aconteceu em 1836.
(3) 1869 Ano da formação da antiga província ultramar de Angola;
Promulgar: Divulgar;
Escravatura: comércio de escravos ou exploração de recursos humanos associado aos recursos humanos e
naturais
Ultramar: Terras situada além do mar territorial;

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA

SUBTEMA: As Explorações geográficas em África e a ocupação efectivam

As viagens Explorações geográficas em África


Durante o período tráfico de escravos século XV, os europeus (Portugueses) haviam explorado toda a costa
da África do atlântico ao indico, limitando-se a construir fortalezas e navios e ancorados a partir dos quais
exerciam a sua influencia sobre os povos em redor. O interior continuou a ser desconhecido.
Após a abolição do tráfico de escravos a Europa sentiu a necessidade de conhecer melhor a África e para isso
era necessário realizar explorações geográficas através dos grades cursos de água que lhe permitiriam depois
conquistar e explorar as suas riquezas.
Foi assim que os ingleses devido o seu desenvolvimento capitalista, criaram no século XVIII a Associação
para a Promoção da Descoberta das Regiões Interior de África, sob direcção de um grupo de comerciantes,
humanistas e cientistas.
Os principais exploradores e realizadores destas viagens foram:
De 1841/1873, o escocês reverendo e Dr. David Livingstone, percorreu as margens do rio Zambeze até a
nascente de Niassa, Tanganica e o Congo, cidade de Cabo e até o rio Kuanza e tendo decido ao rio Nilo;
De 1871/72 o Jornalista americano Henry Morton Stanley que indo a procura de David Livingstone que tinha
desaparecido a três anos, fez a circum-navegação do lago Victória e o encontrou em Ujiji e na segunda viagem
construiu Kinshasa e o caminho de ferro de Matadi- Kinshasa;
De 1874/77 Henry M. Stanley atravessa a África Equatorial desde Zanzibar até a foz do rio Congo (Zaire);
De 1875/1882 o italiano Sarvorgnan Brazza, nacionalizado francês viajou desde Congo até ao Tchade.
As Causas dessas viagens de explorações são:
Movimento Abolicista;
Interesses Polípticos;
Interesses Económicos;
Desenvolvimento da curiosidade científica e geográfica
As consequências das viagens de explorações são:
Cientifica: Ficou-se a saber sobre as ciências geográficas de África (Meteorologia, Climatologia,
Hidrografia, Cartografia e geografia Humana);
Economica: A Europa econtrou um novo e vasto mercado para escoamento dos seus produtos,
utilizando os rios como vias de escoamento o que beneficiu financeiramente;
Politica: Surgiram conflitos entre as potências europeias na disputa desse vasto mercado.

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Conclusão: Com as viagens de explorações no interior de África, a Europa voltou definitivamente o
seu olhar para o continente que estava a tomar novos rumos, sob a influência europeia. As explorações
foram por isso o prelúdio da penetração da conquista militar e da exploração capitalista de África.

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA

SUBTEMA: As Explorações geográficas em África e a ocupação efectiva


As Explorações geográficas em Angola
De 1884/85, na conferência de Berlim, foi estabelecido o princípio que legitimou a presença dos europeus no
território africano para a ocupação efectiva e já não a alegação de direitos históricos.
Até ao século XIX, a ocupação portuguesa do território africano tinha um carácter periférico, centrado em
postos militares no litoral, fundamentais para o comércio.
As explorações geográficas portuguesas foram impulsionadas pelas Sociedades de Geografia de Lisboa
(1875).
Serpa Pinto, Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens, realizaram as explorações geográficas no interior de
África em nome do governo português, tendo chegado as regiões de Angola, Moçambique e África do Sul.
Com as expedições feitas do lado de Portugal surge o famoso projecto “ Mapa-cor-de-Rosa” que colidia com
o projecto da inglês Cecil Rhodes que pretendia ligar as cidades de Cabo (África do Sul) ao Cairo (Egípto).
Em 1898, aproveitando a perspectiva de Portugal vir a contrair um empréstimo, a Inglaterra e Alemanha,
numa convicção secreta anexa, estabeleceu-se que caso Portugal não conseguisse pagar a divida, os território
de Angola, Moçambique e Timor Leste seriam divididos entre si. Porem Portugal nunca chegou de solicitar tal
ajuda financeira.
Os europeus, desejando colonizar o continente africano tinham que libertar os escravos e reconduzi-los as suas
províncias para constituírem territórios de povoamento.

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA

SUBTEMA: As Explorações geográficas em África e a ocupação efetiva

Relacionamento com Reino do Congo


Quando em 1484 reinava Nzinga Nkuvu chegou a notícia a Mbanza Congo de que tinha aparecido na foz do
rio Zaire uns barcos de grandes velas com homens brancos que desembarcaram e contactaram com os
habitantes do Soyo e com próprio Mani- Soyo. Assim se teve pela primeira vez no Congo da existência de
europeus vindo de um Reino chamado Portugal. A partir de então foram trocados presentes entre os
representantes do rei conguês e as embaixadas sucederam-se umas a outras. Vieram alguns padres católicos
que começaram a baptizar membros da família real e alguns manis.
Em 1489 foi enviada a Lisboa primeira embaixada conguesa. Com todas relações mais intensas foram
iniciadas quando subiu ao poder o rei Nzinga Mbemba em 1507. Este monarca procurou através de
embaixadores e correspondência enviada ao rei português, estabelecer relações diplomáticas que
assegurassem a obtenção de vantagens para ambos os Estados.
Portanto, esperava Nzinga Mbemba, ao facilitar a acção de comerciantes e missionários portugueses no Congo
e ao converter I ele próprio ao cristianismo, que aqueles lhe concedessem auxílio técnico e económico para o
desenvolvimento do seu reino. O futuro porém iria revelar grandes surpresas. As intenções dos portugueses
eram muito diversas.
TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA
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SUBTEMA: As Explorações geográficas em África e a ocupação efetiva

A Conferência e o Reino do Congo

Em 1884, Portugal e a Inglaterra assinaram um tratado sobre o congo ao qual o bloco franco belga, a quem
mais tarde se junto a Alemanha, o logo reagiu.

Para o norte paralelo 8* (território do Ambriz, soyo e Cabinda) reconhecia os direitos de Portugal, mas não
permitia se promovesse a ocupação efetiva desses territórios, em virtudes das reservas e diferenças
diplomáticas.

Na costa norte e nas duas margens do zaire havia algumas feitorias portuguesas e numerosas estrangeiras.
Estes factos deram origem a várias contestações. Diziam-se os portugueses com direitos históricos sobre as
duas margens do rio zaire, mas tais direitos foram contestados pela Bélgica, Inglaterra e França. Foi este facto
que provocou a conferência de Berlim.

Nela foi reconhecida o estado livre do congo, também foram afirmadas as regras para a supressão da
escravatura e criou-se o conceito ´´ ocupação efetiva´´ que exigia dos colonizadores a ´´existência de uma
autoridade suficiente para fazer respeitar os direitos´´.

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA

SUBTEMA: As Explorações geográficas em África e a ocupação efectiva

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL EM ÁFRICA

SUBTEMA: As Explorações geográficas em África e a ocupação efectiva


A Politica Colonial Portuguesa

Os europeus em África apareceram com objectivo de explorar.


No caso dos portugueses em Angola, esta exploração adaptou-se de quatro formas:
*No princípio a colonização era feita através de do comércio desigual;
*De 1500 a 1885, a colonização era feita através da conhecida guerra de “kwata-kwata”;
*De 1885 a 1910 a colonização era feita através das lutas de ocupação colonial;
*De 1910 a 1961 é chamado de período de exploração capitalista e de 1961 a 1975 é também chamado
de período exploração capitalista mas interrompido pelas lutas de libertaçao nacional.
No decorrer da governação de Sousa Coutinho, procurou reconverter a economia da colónia através da
extracção de sisal, pesquisa mineira (cobre e ferro), pesca, agricultura e industria tomando duas
medidas:
 Deu liberdade aos presos portugueses para se casarem e dedicarem a agricultura e indústria;
 Determinou o alargamento do domínio colonial aos planaltos de Benguela e Huíla e litoral de
Novo Redondo (Sumbe) e Porto Alexandre (Tômbwa).
Para a sua implementação utilizou-se a politica de Administraçao directa com seus representes
no poder:
Ministro Ultramar: Responsável pelas colónias portuguesas;
Governador-geral: Entidade máxima da colónia;
Conselho do Governo: Ajudava o governador a administrar a colónia;
Governador de Distrito: Governavam as actuais províncias;
Administradores dos conselhos: Dirigiam os actuais municípios;
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Chefe de posto: Dirigiam as actuais comunas;
Cabos, Civis, Cipaios e Sobas: Cobravam impostos e recrutavam mão-de-obra.

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA


SUBTEMA: As Explorações geográficas em África e a ocupação efectiva
Política Colonial Portuguesa

Da Escravatura ao trabalho forçado

Depois da abolição da escravatura em 1836, os colonialistas criaram em substituição o trabalho contratado ou


trabalho forçado em proveito do Estado ou dos patrões privados. Os patrões quando precisassem de mão-de-
obra deveriam requerê-la ao governo e o chefe de posto ou administrador da região mandava o angariador
reunir um número de homens solicitados.

Os angolanos submetidos ao trabalho forçado prestavam serviços na construção de pontes, estradas, linhas
férreas e quartéis, nas roças de café e de cacau em São Tomé, nas indústrias pesqueiras da Baia dos Tigres, na
cultura de Sisal e de algodão e em troca recebiam como recompensa um salário miserável e maus tratos.

Havia também o trabalho voluntario, onde estes eram obrigados a assalariar-se para a sua sobrevivência,
recebendo salários mais baixo estipulado pelo patrão.

Neste período os portugueses utilizavam formas de coerção e discriminação como monocultura, colónia penal,
assimilado, racismo.

() Trabalho forçado: os negros eram obrigados a trabalhar para os brancos e todo tipo de tarefa de baixo nível;

Monocultura: os camponeses africanos eram obrigados a fazer culturas para exportação a preços fixados por
companhias compradoras estrangeiros como Cottonang e pagar impostos;

Colónia Penal: lugares para enviar presos degredados como Pungo-Andongo / Malage;

Opressão Cultural: Englobava todos os aspectos da dominação dos povos colonizados como a cultura, vida
espiritual e matéria, organização social e política;

Assimilado: Era considerado o homem negro que rejeitava a sua língua, nome, cultura e a religião;

Racismo: Afirmação de que havia raças superiores em relação a outra e que as inferiores deviam ser
dominadas pelas superior;

TEMA: I – A OCUPAÇÃO COLONIAL DE ÁFRICA

SUBTEMA: As Explorações geográficas em África e a ocupação efectiva


Relacionamento com os reinos independentes
Até ao século XX, havia em Angola quer em Moçambique regiões às quais os portugueses ainda não
tinham chegado e nem explorado. O comércio de escravos continuou até 1840 nos portos do rio Zaire
(Cabinda, Malembo e Luango). Por outro lado o comércio a longa distância continuou, comprando-se
escravos, ferro, sal, cobre, óleo de palma, tecidos de ráfia e tabaco.
Neste período verificaram-se guerras constantes entre a colónia e os reinos independentes.
As relações comerciais entre os reinos Ovimbundos, Matamba e Kassanje permitiram estabelecer
contactos entre vários em Angola.

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A produção de vários artigos era garantida pelos reinos independentes, os quais comercializavam com
os reinos vizinhos e as colónias.

Nessas regiões continuava a resistência no quadro da organização dos povos e adita “ocupação efectiva”
estava limitada a “missões religiosa”, “Estabelecimentos comerciais” e aos “postos militares” , sempre em
risco, com medo de serem expulsos por uma revolta da população.

TEMA: II – A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

SUBTEMA: Os Factores de desencadeamento


Introdução

- A Primeira Guerra Mundial

Introdução
No início do século XX e no resto do mundo encontravam-se numa autentica transformações politicas
economias sociais e financeira. Vivia-se um ambiente «paz armada» na Europa que denominava o mundo em
todos os aspectos. Era um mundo Europeu era a hegemonia Europeia.
1. Aspecto Politico: a Europa dominava quase todos os continentes americanos onde perdeu a
supremacia política no século XVI, mas onde ainda exercia uma certa influência.
Existiam colónias europeias no continente asiático, africano e na Oceânia.
Na África existiam colónias euro portuguesas, francesas, inglesas, etalinas , espanholas e alemão.
Na Ásia o domínio era exercido pelos ingleses, holandeses, e russos. Sendo só o Japão e a china
independentes.
Na Oceânia o domínio era total.
2. No aspecto económico e financeiro: as grandes potências são ainda europeias sobre tudo a inglesa
seguida pela Alemanha e a França dos quais se destacava a Ingla-terra como a grande senhora do
comércio mundial e dos bancos mundiais.
3. No aspecto demográfico: verifica-se uma emigração massiva para América.
4. No aspecto cultural: o velho continente mais uma vez é superior afirmando-se através da
literatura, filosofia, das artes e da técnica e acima de tudo através das línguas europeias faladas em
todos continentes.
Servia
 01 de Agosto: Alemanha declara guerra a Rússia.
 3 de Agosto: Alemanha declara guerra a França e Bélgica.
 4 de Agosto: a Inglaterra declara guerra á Alemanha.
 6 de Agosto: Austrália Hungria declara guerra a Rússia.
 11 de Agosto: a França declara guerra á Austrália Hungria.

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 12 de Agosto : a Inglaterra declara guerra a Austrália Hungria.
Tema: 2 – A Primeira Guerra Mundial.
Factores de Desencadeamento.
Causa ou Antecedentes da 1ª Guerra Mundial.
O ambiente era de facto de paz armada e o equilíbrio entre as potências tornavam-se cada vez mais difícil.
A situação que vinha desde a guerra franco prussiana (1870-1871) era imaginária e o equilíbrio das
potênciassentia-se fraquejar em qualquer momento porque as ameaças eram muitas.
Causas da 1ª Guerra Mundial
1. Rivalidades políticase Inter nacionais desde a partilha de África (conferencia de Berlim de 1884 á
1885).
2. O colonialismo imperialista motivado pelas necessidades da industrialização.
3. O nacionalismo exagerado de algumas potênciascomo Alemanha nos Balcãs e na França, para
recuperar Alsácia e Lorena perdidos na guerra franco – Prússia.
4. A concorrência económica contra as grandes potências industrializadas sobretudo entre a Inglaterra e
Alemanha devido ao desenvolvimento do capitalismo e ao aumento das suas necessidades.
Perante esta situação as alianças vão se formando entre as nações europeias: em 1882 forma-se a
tríplice aliança formada por Alemanha, Austrália Hungria, e Itália.
Em 1904 é formada a tríplice entanto constituída por Inglaterra, França, e Rússia.
As principais potências encontram-se assim divididas em dois grandes blocos preparados para se
afretarem; muitos outros países aderiram a tríplice entanto tendo alargado assim o número de aliados e
convertendo aquela que parecia ser uma guerra regional numa guerra mundial.
O Desenvolvimento da Guerra.
- Suas Fases
No continente europeu a guerra travou-se em três frentes de combate:
1. Frente ocidental: no mar do norte á fronteira da suíça; e desta ao mar adriático.
2. Frente oriental: do mar báltico adriática á Turquia.
Ao longo de (4) anos os exércitoconfrontaram-se nestas três frentes sobretudo a Alemanha que
teve que acombater em duas dessas frentes: os orientes contra Rússia e o ocidente contra França.
Ao mesmo temo a Itália derrotava os austríacos obrigando o governo deste país a pedir paz e
assinar o armistício, (suspender a guerra e fazer acerto de paz). Pouco tempo depois os búlgaros e
os turcos também pediam a paz e assinaram armistícios.
Alemanha encontrava-se então sozinha na guerra e com muitos problemas internos como: revoltas,
deserções dos soldados, greve, dos operários e descontentamento contra a guerra em toda
Alemanha.

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Esta situação tão grave levou a queda do Kaiser Guilherme II e a proclamação da república em
9 de Novembro de 1918. Dois dias depois o governo republicano assinou o armistício na França
entregando grande parte do seu armamento às forças aliadas.
Portanto terminava assim a 1ª guerra mundial e iniciavam-se as negociações do tratado
de paz.
A entrada dos E.U.A na primeira guerra mundial ao lado dos aliados deu-se apenas em 6 de
Abril de 1917. Embora estes se tinham colocados ao lado dos aliados desde o início do conflito
fornecendo-lhes armas, alimentos e munições o que abasteceu a tríplice entanto é que ao mesmo
tempo contribuiu para o desenvolvimento económico dos E.U.A.
Mas como os produtos fornecido pelo E.U.A. a Europa eram «agredidos» os Americanos
tinham o maior interesse em ver a tríplice entanto vitoriosa nessa guerra para poder liquidar as
dívidas.
Causas da Entrada dos E.U.A. 1ª Guerra Mundial
Ao sentirem-se atacado nos seus barcos e nos seus interesses económicos os americanos vão
intervir na guerra declaradamente ao lado dos aliados (Inglaterra, França e Rússia) para manter a
«demografia» em todo mundo nas palavras do presidente Wilson na sua mensagem no congresso
em Abril de 1917.
1. Conclui-se que os E.U.A. entraram na 1ª guerra mundial para defender os seus aliados que estavam
sendo esmagados pela Alemanha salva guardar a sua independência e a democracia
fundamentalmente os seus interesses que estavam em causa, uma vez que eram o fornecedor
principal acredito.

A Intervenção de Portugal na Guerra.


- Causas, Consequências e Vantagens.
A entrada de Portugal na 1ª guerra mundial deu-se em Fevereiro de 1916 no período denominado de
posição ou guerra de trincheira.

Causas da Entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial.


1. A necessidade de defender as suas colónias africanas pelo imperialismo alemão e inglês os quais
estavam a ser atacados pelos alemãs pois Angola, Moçambique eram vizinhos das colónias alemãs do
Tanganica e do sudoeste africano.
2. A convicção do governo português que ao tomar parte no conflito iria igualmente tomar parte
assinatura do tratado de paz.
3. A opinião publica republicana que era favorável a defesa da causa dos aliados em oposição ao regime
autoritário dos impérios centrais ﴾Alemão e Inglês.﴿

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4. Os interesses do governo republicano que ao apoiar as demográficas ao saírem estas vitoriosas sentir-
se mas reforçadas e apoiados.
5. As existências de aliança luso-britânica que continuava em vigor a quando da partilha de África.
Consequências da intervenção de Portugal na guerra.
1-Perdas humanas significativas tais como.﴾15000 000﴿soldados na Franca e 2100 000 nas campanhas de
África.
2-Exacasse de mercados e produtos.
3-Consequencias política e económica.
Vantagem da Entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial.
Consegui defender os seus interesses em África em relação as suas colónias e participar na assembleia
das nações, criada em Abril de 1919.
Uma paz precária
O Tratado de Versalhes
Depois da I guerra terminar foi convocada para o início de 1919 em Paris uma conferência de paz que
tinha como os países vencidos definir as condições que lhes foram impostos e organizar o mapa politico
europeu.
Os trabalhos foram d ominados pelos quartos principais países vencedores. E.U.A Grã-Bretanha Franca e
Itália. Vencedores da primeira guerra mundial
Os países vencidos não foram autorizados a participar a mesa das negociações.

Tratado de Versalhes
Foi um tratado assinado em 28 de junho de 1919 em Versalhes na Franca. Foi um tratado de paz assinado
pelas potências europeus que encerrou oficialmente a primeira guerra mundial, onde Alemanha foi
obrigada a assinar esse tratado e responsabilizado pela eclosão da 1 guerra mundial foram-lhes impostos
duras condições tais como.
1-A restituição da Alsácia e Lorena a Franca.
2-Perda de todos os direitos sobre todas as suas colonias no sudoeste africano.
3-Dismilitarizacao do seu território limitação do exército alemão a 100 mil homens e inibição da posse
de carros de combates submarinos aviões e artilharia pesada.
4-Pagamento de pesadas indeminizações de guerra aos países aliados﴾a tripla entente.
Para Alemanha o tratado de versalhês foi uma humilhação uma vez que as ações aos olhos da Alemanha
pareciam ceveiras e injustas impostas unilateralmente.
O ressentimento dos dos alemães havia de trazer graves consequências para a paz europeia e mundial
visto que Alemanha perdia todas as suas vantagens favor dos vencedores da guerra.
Os Africanos na I Guerra Mundial e o Nacionalismo.

12
A I guerra mundial que envolveu as potências coloniais exerceu profundas influências no continente
africano. Muitos atlânticos para ajudar os europeus a combater na europa contra Alemanha, o tipo de
consciência sobre a desigualdade da sua posição em vezes com capacidades inferiores as dos seus
compatriotas.
Os especto mais importantes da experiencia que os africanos descobriram na europa foi o tratamento
amigável que os negros receberam na Inglaterra e na Franca onde chegaram a conclusão de que afinal o
branco não e racista por natureza. Os europeus que estavam a viver fora da europa como em Africa e na
América podiam viver sem racismo se quisessem.
Contornando a harmonia racial que eles experimentaram na europa quando começaram voltar a Africa e
América constituíram uma forca que contribuíram para a obtenção da independência dos seus respetivos
países.
Nos E.U.A começaram exigir direitos iguais aos dos brancos o que provocou muitas revoltas que
resultaram em mortes em varias cidades como por exemplo no Chicago.
Assim sendo considerando os seus interesses económicos os Franceses e Ingleses começaram a
introduzir algumas mudanças nas suas colonias em África tais como. Foram obrigados a encontrar
métodos que diminuíssem a resistência dos povos nas suas colonias sobre tudo através de leis que
atenuas sem as reivindicações repentemente surgidas. Assim aboliram o trabalho forcado a inclusão dos
tribunais reconheceram o direito a associação e a liberdade sindical foram mais liberais na permissão da
formação de partidos políticos do que os portugueses.
Os aspetos positivos da participação dos africanos na 1 guerra mundial foram:
- Serviu de ponto de partida para ganhar experiencias maturidade política e o grau de consciencialização
quanto a unidade o que posteriormente veio a ser concretização nos seus respetivos países dando lugar
aos movimentos de libertação nacional.
Os horizontes dos africanos tinham-se alargado uma vez tendo visto um mundo bem mais vasto do que o
seu.
Era uma vez que a Africa sentia de modo tao forte a realidade dos acontecimentos mundiais.
O aparecimento do sistema socialista e a liquidação dos regimes coloniais.
Tudo isso teve ressonância no continente africano e criou condições favoráveis a luta pela libertação de
africa.

Consequências da Primeira Guerra Mundial


Terminada a primeira guerra mundial em 1918, tendo em conta os seus efeitos temos a destacar as
seguintes consequências:
- A Crise da Europa e ascensão internacional dos EUA; (Economico)
- A Criação das Sociedades das Nações e seus objectivos; ( Social)

13
- O Reforço da Exploração Colonial e o movimento anticolonial em África; (Económico)
- O Nascimento do Pan - Africanismo (Política)

Consequenciais Politicas
- Desmoronamento das monarquias militares da Áustria Hungria da Alemanha,
Rússia e da Turquia, dando origem ao nascimento de novas nações como – Áustria Finlândia Hungria
U.R.S.S. «união das republicas socialista soviéticas «Checoslováquia Jugoslávia, Colômbia e Turquia.
- Alemanha perdeu as suas colonias em africa.
- Modificaram-se as fronteiras de alguns estados europeus.
- As monarquias diminuíram de 17 para 13.
- As repúblicas aumentaram de 3 para 13.
- As democracias liberais afirmaram-se perante os regimes autoritários.
- Disputas entre as principais nações europeias. Inglaterra, Franca e Itália.
- Consolidação do sistema demográfico parlamentar.

Consequências Económicas.
- Ascensão económica dos E.U.A.
- Desvalorização da moeda europeia.
- Valorização do dólar americano.
- Divida externa elevada dos países europeus.
- Aparelho produtivo desorganizado.
Consequências Sociais.
- O empobrecimento das classes sociais médias.
- Enriquecimentos das grandes indústrias e comerciantes.
- Afirmação laboral das mulheres e dos operários.

Consequências Demográfica.
- A guerra provocou cerca de 8 milhões de mortos.
- Vinte milhões inválidos.
- Redução da população.
- Problemas de saúde.
- Epidemias «gripe espanhola ou pneumonia «.
- Envelhecimento demográfica.
- Excedente de população feminina.

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A Crise da Europa e ascensão internacional dos E.U.A.
Ao contrário dos países europeus os E.U.A. aceleraram o seu crescimento económico apos o conflito. Pais
começaram a receber os rendimentos das dívidas contraídas pelos países europeus durante a 1°guerra mundial.
A este facto associam-se os recursos naturais, isso fez com que os países europeus que no início do seculo XX
dominavam economicamente o mundo fossem suplantados pelos E.U.A. que vai tornar-se na principal
potência económica do mundo ate a atualidades.
A criação da sociedade das nações « S.D.N. « e seus objetivos.
A criação das sociedades das nações.
A sociedade das nações foi uma organização internacional criada ao 28 de Abril de 1919 com sede em
Genebra na Suíça. Tinha por missão acabar com o conflito a primeira guerra mundial.
Foi inspirada sobretudo pelo presidente Wilson do E.U.A mas porque o congresso americano não fez parte da
S.D.N. porque o congresso americano não aprovou a participação dos E.U.A. devido a sua política
isolacionista.

Seus Objetivos.
1- Manter a paz no mundo resolver disputar através da conversação e acordo.
2- Desenvolver a cooperação entre as nações.
3- Garantir a paz e a segurança.
4- Observar rigorosamente internacionais.
5- Respeitar os tratados nas relações mútuas entre os estados.
Perante estes objetivos qualquer problema entre os estados deveria ser apresentado a assembleia da sociedade
das nações e qualquer violação a este facto por meio de agressão armada implicaria sanções económicas e
financeira contra o estado agressor.
O fracasso da S.N.U. teve o seu dramático desfecho com a eclosão da 2° guerra mundial em 1939.
O Reforço da Exploração Colonial e o Movimento Anti-Colonial em Africa.
Depois da 1°guerra mundial os países vencedores e os seus aliados pensaram em reforçar a exploração das
colonias que eles detinham e organizar o que haviam retirado dos vencedores.
Para reforçar a exploração nas colonias as grandes potências criaram mecanismo como:
- Campanhas comerciais associações científica e de explorações geográficas construções de pontes criação de
estradas e meios mais desenvolvidas para o transporte de matérias-primas provenientes das colonias para as
metrópoles.
Os países africanos colonizados pelos europeus são.
1- Colonia da Inglaterra: Serra Leoa Gana Nigéria, Egipto, Sudão, e Africa Oriental.
2- Colonias de Alemanha: Togo, Camarões, Namibia,Tanzania.
3- Colonias da Bélgica: Congo Belga.

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4- Colonias da Franca: Guine, Tunísia, Senegal e Madagáscar.
5- Colonias da Itália: Etiópia e Somália.
6- Colonias de Portugal: Angola, Moçambique, Cabo Verde, São-tomé e Príncipe e Guine Bissau.
A medida que a exploração ia aumentando nas colonias também os africanos iam compreendendo o a
necessidade da sua unidade no sentido da luta comum contra o regime colonial em africa.

O Nascimento do Pan-africanismo.
O Pan-africanismo – e um movimento de redenção da africa e do homem negro no mundo, tinha como
principal objetivos o estabelecimento de relações humanas justas baseadas no principio da igualdade de
direitos todos homens e de todos os povos entre sim.
Este movimento iniciou-se a partir da existência de alguns movimentos como: Associação para o avanço
da gente de cor criado por WILLIAM DUBOIS e a liga urbana e associação para o melhoramento dos
negros criados por MARCUS AURELIUS GARVES.
Através dos contactos com os emigrantes da europa nos E.U.A. que constataram a cruel exploração
humilhação e separação racial praticadas pelos europeus contra os povos africanos no início do seculo XX,
começou então a surgir na américa um movimento de contestação e revoltar, originado pelas ideias
revolucionista de africanas que para la tinham sido levados como escravos.
Houve outros precursores do pan-africanismo como PAUSSAINT LAUVERTUR HERAI da
independência do Hait que foram fonte de exploração da diáspora «fora do continente «escravizados.
Liderados por LAUVERTUR os haitianos proclamaram a primeira república negra do mundo e cortaram o
sistema colonial expulsando os esclavagistas « colonizados «brancos.
O jamaicano MARCUS AURELIUS GARVES foi primeiro popular da ideia do pan-africanismo tendo
lançado a palavra de ordem o regresso a africa

Alguns colaboradores
Deste movimento foram.
- Alexandre Walter, Bispo da igreja Metodista, Silvestre William o ajudante do campo do imperador da
Etiópia o conselheiro territorial da Serra Leoa e o Advogado do Gana.

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TEMA III: A REVOLUÇÃO PROLETÁRIA E A CRISE DO SISTEMA CAPITALISTA
INTERNACIONAL

3.1. A Revolução Socialista de Outubro de 1917

O Surgimento do Primeiro Estado Proletária – Causas e Importância Histórica

Introdução

Nos primeiros anos do século XX, a Rússia era uma das maiores potências da Europa. Abarcava um extenso
território com 22 milhões de Km 2, desde a Europa de leste à costa oriental da Ásia, povoado por cerca de 170
milhões de habitantes. No entanto, era uma potência frágil, com estruturas sociais e económicas arcaicas e um
regime político autoritário, violentamente contestado.

Contudo, em 1917 este enorme país foi palco da primeira revolução socialista do mundo, a qual, para além de
modificar as estruturas políticas, económica e sociais, traria importantes consequências a nível mundial, como
a expansão do comunismo.

Situação Social

Havia no império russo duas classes sociais, a saber:

a) Classe dominante – composta por três grupos sociais:


1º A coroa (o Czar, senhor de todos os poderes, governava automaticamente a Rússia).
2º A Igreja (rica, com enorme prestigio junto da coroa e das populações).
3º A Nobreza (rica, com importantes cargos na administração e exercito).
b) A classe dominada e explorada, também composta por três grupos sociais:
1º Composses – 80% da população sem terras muitos deles eram servos, obrigados apesar dos tributos
e castigos corporais com uma vida dura e miserável, aspiravam a uma reforma gralha que lhes
oportunassem a posse a posse de terras e ao fim das dificuldades a que estavam sujeitos.
2º Operários – concentrados nos grandes centros urbanos e fabris com condições de vida, baixos
salários, muitas horas de trabalho (11 à 12h) e péssimas habitações também não tinham Sindicato e
nem direito a fazer greve. Como aspiravam naturalmente a melhorar a sua situação, em muitos
receptivos aos ideais revolucionários.
3º A Burguesia – sem capitais, fracas e em números reduzidos, desempenhando um papel modesto na
sociedade. Era sensível da reforma da sociedade.

Situação Política

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O império russo governado por Czar Nicolau II, senhor de ilimitados poderes. Com efeito, o Czar apoiado na
igreja, exercito e política, fazia as leis, administrativo o país e aplicava a justiça. Governava assim,
autocraticamente. O último Czar foi Nicolau II (1868).

Situação Económica

a) Agricultura – A terra pertencia à coroa, a igreja, nobreza e apenas uma pequena área era propriedades
dos camponeses rurais e explorada directamente por eles; os instrumentos e técnicas de trabalho eram
rudimentares e por isso, a produtividade dos campos era baixa.
b) Industria – A indústria russa, de pequena expressão, localizava-se em determinados centros urbanos –
S. Petersburgo, Moscovo e Baku. As principais fábricas eram propriedades de estrangeiros: franceses,
belga, ingleses e alemãs que investiam na Rússia.
c) Comércio – O comércio era pouco dinâmico. Os meios e as vias de transportes eram insuficientes e os
centros urbanos estavam dispersos pelo vasto império russo, a vida comercial limitava-se praticamente
a grandes cidades.

Os Antecedentes da Revolução

A situação da miséria e descontentamento generalizado, foi agravada pelas sucessivas derrotas da Rússia na
guerra que travou contra o Japão (1904 – 1905), depois da qual os liberais tentaram uma revolução (1905).
Milhares de trabalhadores contestavam contra as dificuldades da vida e do trabalho, por sinal agravadas por
aquele acontecimento, que deu corpo a uma gigantesca manifestação frente ao Palácio de Inverno.

Em resposta a esta situação, as tropas disparam cruelmente sobre a multidão – a data de 22 de Janeiro de 1905
ficou conhecida como “Domingo Sangrento”. Face a crescente agitação social que sucedeu a esta situação,
Czar Nicolau II, viu-se obrigado a retirar alguns privilégios à aristocracia, conceder algumas liberdades civis
e, permitir a convocação e criação de uma assembleia legislativa – a Duma (Parlamento). Porem, os
Deputados eram apenas figuras simbólicas, já que o poder do Czar continuava rigoroso e despótico como
dantes.

No entanto, o dirigente bolchevique de ideias marxistas Vladimir Ilitch Ulianov – Lenine - que se encontrava
exilado na Suíça, organizava uma intensa campanha contra o regime czarista, e a sua ideologia revolucionaria
foi sendo infiltrada entre o proletariado urbano no seio do exercito.

Da revolução Burguesa à Revolução Bolchevique

Revolução Burguesa – Fevereiro de 1917

Entre os 13 milhões de homens que haviam sido mobilizados, mais de um milhão


e meio morreram durante o combate nas trincheiras – de fome e de frio. Muitos
homens desertaram e foram para grandes cidades, ao ponto de aumentar o número
de desempregados e dos manifestantes que clamavam “paz, pão e terra”.

Após o derrube do Imperador, o Governo foi entregue a um Comité executivo


provisório, no qual se destacaram figuras como o Príncipe Livov (constitucional – democrata) e Kerenski
(social – revolucionaria). Ao lado deste governo provisório constituiu-se o Soviete (conselho da representante
dos operários soldados), que exigia implementação de medidas revolucionárias bem como a abdicação do
Czar Nicolau II.

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Apoiado pela Burguesia e por socialistas moderados, o novo governo saindo da Revolução de Fevereiro
instituiu o regime liberal burguês de carácter semelhante ao dos regimes Czar Nicolau II
ocidentais. Czarismo tinha chegado ao fim, portanto a revolução de
Fevereiro, espontânea e popular, provocou a queda do regime. Esta primeira fase da revolução denominou-se
Revolução Liberal ou Burguesa.

Revolução Bolchevique – Outubro de 1917

Chegado ao poder sem ser conduzido por um movimento popular, o Governo Bolchevique tinha de tomar
rapidamente medidas para responder as aspirações do povo russo. Foi este objectivo dos grandes decretos de
Outubro – Novembro, que confirmaram uma situação já efectiva: a grande propriedade e mobiliária era
abolida sem indemnização e as terras confiscadas ficaram na posse dos sovietes; a pequena propriedade não
foi, em contrapartida, posta em causa. O controlo operário foi instaurado nas fábricas. A igualdade e a
soberania das nacionalidades dos povos da Rússia foram reconhecidas como princípio.

Na Linha das teses de Abril, foi assinado em Dezembro o acordo com Alemanha. Os Bolchevique, dirigidos
por Lenine, souberam tirar partido da desorganização económica e da inércia dos homens que sucederam ao
Czar Nicolau II, para se aliarem à população e tomar o poder. Porem, a sua posição era frágil: eles eram
apenas uma minoria em todo país.

Na noite de 24 para 25 de Outubro (Novembro, segundo calendário ocidental), os guardas vermelhos (milícia
popular) apoderam-se dos pontos estratégicos: pontes, centrais eléctricas, gares e o Palácio do Inverno – sede
do Governo – em São Petersburgo. Kerensky .

A Construção da URSS

Etapas da Revolução

Graças a um regime de terror, os Bolcheviques salvaram a revolução numa Rússia que estava em ruína. Desde
a Revolução de Outubro de 1917 até consolidação da liderança de Estaline, em finais da década de 1920, a
revolução socialista soviética conheceu diferentes fases na actuação governamental de Lenine, na qual se
destaca duas fases:

 O Comunismo de Guerra (1918-1921);


 A Nova Politica Económica – NEP (1921- 1927).

O Comunismo de Guerra (1918-1921)

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Atendendo a necessidade de agradar e conquistar a adesão das massas populares, Lenine teve como primeira
preocupação assinar a paz com a Alemanha em Março de 1918, pelo Tratado de Brest-Litovsk, considerado
mais tarde pelo próprio Lenine como uma paz vergonhosa, mas necessária, na qual a Rússia se retirava da
guerra, renunciando a posse da Finlândia, das regiões do Báltico, da Polónia e reconhecendo a autonomia da
Ucrânia. Uma paz com um preço elevado, mas que salvava a Revolução.

Entretanto em plena guerra civil, o Governo de Lenine seria extremamente radical e revolucionário. Entre
1918 e 1921, Lenine promulgou uma serie de decretos revolucionário que tinha essencialmente em vista a
destruição total dos sistema capitalista através da nacionalização de toda economia:

 Os bancos e comércio externo passavam a constituir o monopólio do estado;


 Todas as colheitas da agrícola eram entre ao estado (com excepção da parte necessária ao consumo
próprio);
 As grandes propriedades foram expropriadas sem indemnizações e entregue a comités agrários e
aos sovietes camponeses;
 Todas as empresas industriais com mais de dez operários, foram nacionalizadas e confiadas aos
sovietes operários.

A instauração da ditadura do proletariado, a fim de abolir a exploração do homem pelo homem, foi o grande
objectivo de Lenine – mas estas medidas vieram até certo ponto, agravar a situação económica da Rússia. A
aplicação do programa conhecido por “Comunismo de Guerra” deparou-se com numerosas resistências,
especialmente por parte dos agricultores, que passaram a produzir apenas para o consumo próprio a partir das
suas antigas propriedades, tendo preferido destruir os equipamentos e as colheitas face a colectivização dos
mesmos. Isto fez com que a produção descesse brutalmente, tendo a produção agrícola e industrial decrescido
de 30% para 20% entre 1913 e 1920. No entanto estava em perigo o regime.

OBS: em 1919 foi criado o organismo controlado pelos dirigentes soviéticos – o Komintern – dissolvido
em 1942 por Estaline? Este organismo foi criado com o objectivo de agrupar os Partidos comunista a
nível internacional.

A Nova Política Económica – NEP (1921 – 1927)

Na tentativa de desenvolver a produção, foi adoptada uma nova política económica que incluía as seguintes
medidas:

 Estabelecimento da liberdade de comercio interno, autorizando os produtores a venderem


directamente os seus produtos no mercado (o comercio externo continuava a nas mão do estado);
 Restabelecimento da liberdade de imprensa, sendo devolvida a iniciativa privada as fabricas e
oficinas com menos de vinte operários;
 Promoção da entrada de capitais e técnicos estrangeiros, a fim de melhorar os níveis de
produtividade;
 Restauração parcial da iniciativa privada.

O Estado continuava na posse dos sectores estratégicos da economia. Conservava apenas o monopólio dos
grandes meios de produção, dos bancos da grande indústria e do comércio externo. Estas medidas marcadas
pela liberdade económica levaram Lenine afirmar que o capitalismo era necessário, mas apenas por o tempo
limitado.

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Na medida em que vigorava estas medidas a nível económico e político, a Rússia foi organizada numa União
das Repúblicas Socialista Soviéticas (URSS), criada em três de Dezembro de 1922, compreendia
inicialmente quatro República, a saber:

A Rússia, a Ucrânia, a Bielorrússia e Transcaucásia (constituída por sua vez, pela Arménia, a Geórgia e o
Azerbaijão). Só passado dois anos após a criação da União da República Soviética é que esta passaria a ser o
Estado Federal, baseado na igualdade de direito entre todos os povos das repúblicas unidas e respeito pela sua
identidade cultural.

A sucessão de Lenine

Vladimir Ilitch Ulianov – Lenine, o grande construtor da União Soviético


– morreu em Janeiro de 1924. A sua sucessão apresentava-se difícil.
Duas figuras importantes do Partido disputavam-na: Trotsky, Comissão
de Guerra; Estaline, Secretario Geral do Partido Comunista da União
Soviética (PCUS).

Em poucos anos Estaline conseguiu afastar os seus opositores, levado


Trotsky a exilar-se na Turquia e posteriormente no México, onde foi
Trotsky
assassinato.

A época estalinista iria transformar a URSS na segunda potência mundial.


É criado o Gosplan – “Departamento do Governo Central” -, que
planificava a economia por períodos de cinco anos a nível de taxas de preços
para cada artigo e os salários a pagar aos trabalhadores,
recebendo, em contrapartida, relatórios das empresas onde estas
apresentavam as suas necessidades. Por outro lado, a denominada
planificação quinquenal tinha como objectivo alcançar metas elevadas
de crescimento económico e industrial.

3.2. A crise económica internacional de 1929 à 1932 – da Estaline América


à Europa

Ao longo do século XIX, o sistema capitalista conheceu períodos de prosperidade e de depressão. No entanto,
foi no século XX, em plena época de prosperidade, na “loucura americana” dos anos 20, que a Grande
Depressão se deu, iniciando-se nos Estados Unidos da América (EUA) e estendendo-se rapidamente a todos
os países do mundo, com a excepção da URSS.

Como vimos, após a primeira Guerra Mundial, os EUA saíram vencedores, sendo por fornecedor de toda
Europa, e até mesmo de todo mundo, excepto da URSS nessa altura os EUA detinham cerca de metade da
reserva mundial de euro, que aumentou de 1800 milhões de dólares em 1914 para 4.500 milhões de dólares
em 1919. No dia 24 de Outubro de 1929 – a chamada “quinta feira negra” ocorreu o “craque” (queda) da
Bolsa de Valores de Nova Iorque.

O avultado número de acções foi posto a venda, e, não encontrando compradores, o seu valor caiu
vertiginosamente. Deu-se assim inicio a maior crise económica vivida nos EUA, e que iria arrastar não só a
Europa como o mundo inteiro, que estava extremamente dependente da economia americana.

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A busca da saída – o New Deal

A resposta à crise nos EUA

Apesar das suas declarações tranquilizadoras, o Governo do Presidente Hoover não conseguiu controlar a
sensação generalidade de catástrofe – com as duas medidas mais directas:

1- O fortalecimento da politica comercial proteccionista;


2- A criação de novos canais e depósitos de financiamento industrial.

Assim, apesar de contar com a oposição de um crescente número de economista internacionais, aprovou o
notável incremento nas taxas de comércio externo através da Lei Smoot – Hawley, em Junho de 1930. Dois
anos mais tarde, facilitou a criação da Corporação de Reconstrução das Finanças, a fim de oferecer créditos
governamentais as instituições financeiras e as grandes empresas.

Roosevelt e o New Deal

Roosevelt sucedeu a Hoover, tendo assumido o cargo de presidente americano em1932. Por sua vez, laçou em
prática o plano económico chamado Método Novo (New Deal) – um vasto programa de reforma que visava
dar ao país uma nova base social para impedir uma catástrofe semelhante aquela que o país estava viver. O
mesmo tinha basicamente três propostas:

1- A luta contra o desemprego;


2- O saneamento da agricultura;
3- A reforma económica.

A principal característica foi o fim do liberalismo económico. O programa económico abrangia quatro
pontos: agricultura, trabalho, segurança social e administração.

Na agricultura foram elevado os preços da agrícola. Construíram-se armazéns e foram concedidos


empréstimos aos fazendeiros. Sector laboral, a preocupação foi a diminuição do desemprego; na área da
segurança social, criaram-se leis que reduziram a jornada de trabalho, aumentaram-se os salários, proibiu-se o
trabalho infantil ou feminino, fortaleceram-se os sindicatos e desenvolveu-se a política da saúde pública e
protecção social, sobretudo com a “Lei da Segurança Social”, para os mais velhos, desempregados e doentes.
O Governo passou igualmente a controlar a Bolsa de Valores.

A política de método novo (New Deal) de Franklin Roosevelt contava também com programa institucionais
para restabelecer a estrutura básica da economia norte americana, como a Nacional Recovery Administration
(NRA) e a Agricultura Adjustement Administration (AAA), assim como medidas contra o infortúnio pessoal,
incentivo dos seguros de desemprego e dos planos de assistência pública.

Sendo assim, o método novo (New Deal), conseguiu evitar que a crise fosse mais violenta, tendo as suas
directivas por todos os países do mundo, com excepção da Rússia, entretanto, o que acabou com a crise foi um
fenómeno especial – a indústria do armamento, que alimentou a II Guerra Mundial e outros conflitos.

22
3.3. Outras consequências no mundo

O Fascismo Italiano

Do mesmo modo que sucedeu com os demais países europeus, também a Itália experimentou importantes
dificuldades económicas na sequência da primeira Guerra Mundial.

Para além de uma acentuada inflação, aumentou o número de desempregados e na sequência da


desmobilização dos contingentes militares, cresceu a agitação social (greves e ocupações de fabricas e
propriedades). Incapaz de controlar qualquer destes problemas, o Governos Italiano entrou em descrédito e fez
voltar contra si à opinião pública, já antes insatisfeita com as quase nulas compensações resultantes dos trados
de paz que sucederam ao conflito mundial.

Surge então Benito Mussolini na vida política – por sinal um ex-combate de guerra e ex-militante do Partido
socialista, de onde fora expulso. Organizou em 1919 o movimento que depois transformou em partido – o
Nacional Fascista. Atendendo o clima de agitação social que se verificava por todo país, especial as greves, a
ocupação de terras no sul e a organização de grupos fascistas (do latim fascis – “feixe”, símbolo de poder
imperial de Roma e da união do povo italiano), é organizada uma campanha de intimidação e violência. Surge
então ataques a sedes de partidos e sindicatos, repressões a movimentos grevistas, perseguições a assassinatos
de socialistas e comunistas.

Mussolini organizou em 1922 uma “Marcha sobre Roma” com os seus partidários, na qual tomaram parte
cerca de 50 mil milícias armadas fascistas, o que se significou o autentico golpe do estado. Nessa altura, o Rei
Victor Emanuel III indicou Mussolini para formar o novo governo. Em 1924 houve eleições gerais,
caracterizadas pela intimidação e violência fascista, Mussolini obteve a maioria no Parlamento e assumiu
plenos poderes.

O poder foi centralizado e introduzida a censura e a pena de morte, os dissidentes políticos foram postos na
prisão, sobretudo socialistas e comunistas. A única força que restava e era a Igreja Católica, que aproveitou a
ocasião para solucionar o antigo problema: a questão de Roma – a Igreja não reconhecia a Estado Italiano
desde a unificação da Itália, em 1870. Mussolini resolveu tudo isso, depois de prolongados encontros secretos,
com assinatura do Pacto de Latrão, em 11 de Fevereiro de 1929.

O Pacto do Latrão compreendia três documentos:


23
 O trado que reconhecia a soberania do Papa e sua independência no seu próprio Estado – a cidade do
Vaticano;
 O contrato que reconhecia o matrimónio religioso, obrigação do ensino religioso na escola e algumas
proibições dos clérigos, além de reconhecer a acção Católica e a isenção tributaria para os organismos
eclesiástico;
 Uma convenção financeira segundo a qual o Estado Italiano iria ressarcir o que o Estado pontifício
tinha perdido.

Princípios Fundamentais do Fascismo

 Primazia do estado sobre o indivíduo (“Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”).
 Culto do chefe, o qual concentra todos os poderes e quem tudo submete e todos obedecem sem
contestação.
 Militarismo, através da valorização do treino, deparadas militares, da importância das milícias armadas
e das ordens do chefe.
 Corporativismo, que, negando a luta de classes e proclamando a subordinação dos interesses dos
trabalhadores aos interesses do estado, agrupava patrões e operários em organismo ditos de interesses
comuns – as corporações -, substituindo o parlamento por uma câmara corporativa.
 Nacionalismo e imperialismo, que visavam tornarem a Itália grandiosa e herdeira das glórias da Roma
Antiga. Como consequência da defesa do imperialismo, os exércitos de Mussolini invadiram e
conquistaram a Etiópia em 1936 e 1939.

O Nazismo Alemão

Para a generalização dos Alemãs, o Trado de Versalhes era um autêntico vexame, tendo favorecido o aumento
dos que se oponham ao “Diktat”, ou seja as humilhante exigências impostas pelos países vencedores. Ao
sentido de repúdio pelo Trado de Versalhes juntava-se o descontentamento provocado pela desorganização
económica e pela inflação, decorrente do esforço de guerra e das destruições das mesmas.

Ao mesmo tempo que a instabilidade política se apoderam na Alemanha do pós-guerra, cresceu a exaltação
nacionalista. Na sequência do clima de descontentamento, surgiu na cena política
o Partido Nacional – Socialista (ou Partido Nazi), que a partir de 1921 foi
chefiado por Adolf Hitler. Após uma tentativa falhada de golpe de Estado em
1923, Hitler foi preso. Na prisão escreveu a obra a “Minha Luta” (Mein
Kampf), onde expõe a ideologia Nazi e seu programa político.

A partir de 1924, a economia alemã entrou numa fase de recuperação,


atingindo a estabilidade em 1928. No entanto, a crise de 1929 veio afectar Adolf Hitler

particularmente a Alemanha, muito dependente do comércio e dos capitais americano. Afunda-se a produção
industrial e numero de desempregados sobem vertiginosamente.

A Ideologia Nazi

O Livro de Hitler “Minha Luta” (Mein Kampf), onde este apresentava todo pensamento Nazi, enumerava os
princípios fundamentais do seu partido:

 Vingança contra as decisões de Versalhes;

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 Culto do chefe – era evidente que o Fuhrer (chefe) tinha de ser venerado pela maioria dos Alemãs,
assim como pelo Partido Nazi;
 Nacionalismo – exaltação gloriosa da pátria tal como existia antes da derrota de 1918. Proclamação do
III Reich como símbolo da unidade e da grandeza da Alemanha.
 Totalitarismo – Partido Nazi governava tudo, dirigia tudo, desde o Governo aos órgãos de
comunicação social e à própria “mentalidade” de cada cidadão.
 Racismo – proclamação da raça ariana (alemã) como superior, de que os germânicos seriam os
perfeitos representantes; o Nazismo foi extremamente racista para os Judeus, Eslavos e Latinos.
 Anti-Marxismo – atendendo à condição de “superioridade” Nazi, não se poderia aceitar a igualdade
nem os órgãos defesas dos operários, assim como toda a ideologia Marxista;
 Corporativismo – união dos interesses das diferentes categorias sociais.
 Imperialismo natural – considerando-se superior, o Fuhrer (chefe) precisava de “Lebensraum”
(espaço vital) para alargar os seus domínios e tornar-se ainda mais forte.

A Alemanha Hitleriana

Obtendo do Parlamento plenos poderes para governar, em poucos meses o chefe iria estabelecer na Alemanha
uma ditadura total através das seguintes iniciativas:

 Proclamação de um regime de caris imperial – III Reich;


 Afastamento de todos os que no Partido Nazi, na policia e na administração pública se opunham à sua
politica;
 Proibição dos partidos, da oposição e dos sindicatos;
 Perseguição, exílio ou prisão dos militantes comunista ou socialistas e dos judeus;
 Criação de diversos organismos dirigidos pelo partido com o objectivo de propagandear a ideologia
Nazi e de intimidar os seus opositores; a juventude e Hitleriana, os “camisas castanhas”, as SA
(“Secções de Assalto”) e as SS (Secções de Segurança);
 Estabelecimento da censura e da repressão.

Com os objectivos de relançar a produção e de diminuir o desemprego, foi traçado um amplo programa de
construção obras públicas (auto-estradas, estádios, bairros operários, fabricas da armamento, teatros, museus,
aeródromo). Além do interesse colectivo, as grandes obras tinham importância estratégico-militar e
estimularam progressivamente todos os sectores da economia.

Portugal – a queda da Primeira República

A degradação da situação económica e financeira, a agitação social e a instabilidade política, situação por
sinal agravada pela participação de Portugal na I Guerra Mundial, caracterizaram o primeiro decénio do
regime republicano português.

A crescente inflação, as greves, as acções terroristas, o anticlericalismo dos republicanos e as nacionalizações


e reforma socializantes operadas pelo partido democrático no poder, constituíram os motivos fundamentais do
crescente aumento dos adversários do regime democrático-parlamentar, em especial os proprietários rurais e a
classe média, que tinha constituído a base social da República. Por outro lado, crescia também o
descontentamento do povo em virtude do aumento dos impostos e da diminuição do seu poder de compra.

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Seguindo o exemplo de Mussolini, o General Gomes da Costa, deu inicio a 28 de Maio de 1926, a partir de
Braga, a uma marcha militar sobre a Lisboa, tendo conquistado a adesão de numerosos membros do exército,
o Presidente da República (Bernardino Machado) renunciou ao cargo.

Nesse contexto, chegava ao fim a Primeira República, o regime é substituído por ditadura militar que
governaria o país até 1933, data e que foi aprovada a nova constituição da República Portuguesa.

Portugal – A ditadura salazarista

Em 1928, foi escolhido para Presidente da República o General Óscar Carmona, através de eleições em que
era único candidato. Esse mesmo ano, face ao agravamento da situação económico-financeiro, o Presidente da
República, General Óscar Carmona, chamou António de Oliveira Salazar para ministro das finanças.
Recorrendo a uma política de austeridade, Salazar consegue resolver a crise financeira, e a partir de 1932
passa a chefiar o Governo. Dispondo já de uma imagem de homem providencial em 1933, apresentou o país
uma nova Constituição, aprovada por plebiscito (voto popular), em que se estabeleceriam as bases do novo
regime.

Apesar da constituição de 1933 serem teoricamente de aparência democrática, acabaria por dar oportunidade à
instauração do regime autoritário em Portugal. Tendo subordinado os direitos dos cidadãos aos interesses do
estado, o regime salazarista proibiu os partidos políticos, instituindo o sistema de partido único (a União
Nacional); estabeleceu a censura; desencadeou perseguições e prisões contra os seus opositores; e criou
organismo destinado à defesa e propagada do regime.

Foi criada em 1933 uma polícia política de vigilância e do Estado – PVDE -, com objectivo de defender o
regime contra qualquer ameaça. A mesma foi substituída em 1945 pela Policia Internacional de Defesa do
Estado – PIDE. O Estado Novo – Estado autoritário e corporativo – apresentava muitos aspectos comuns ao
Fascismo italiano, nos quais se tinha inspirado e Salazar foi primeiro-ministro durante 36 anos, até em 1968.

Referência bibliográfica

KI-ZERBO, Joseph (1981) - Historia da África Negra, Volume 1, Lisboa, Europa-América.

BENDER, Geral (1976) – Angola sob o Domínio Português – Mito e Realidade, Lisboa, Livraria Sá da Costa
Editorial.

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FERRO, Marc (1997) – A Revolução Russa de 1917, Publicação Dom Quixote, Lisboa.

ANTA Diope, Cheik (1979) – Nacionalidade Negra e Cultura, Paris, Presença Africana.

DU GARD, Martin (2007) – A Descoberta de África, As viagens Épicas de Stanley e Livingstone, Casa das
Letras.

MED -HISTORIA Universal – Ensino de Base 8ª Classe Volume, 1º e 2º.

CARR, E, H, (1979) – A Revolução Bolchevique, 1917 – 2º volume, Afrontamento, Porto, 1979.

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