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ÍNDICE

Tema 1 – Angola: conhecer o território.............................................................................................. 3


1.1– A localização de Angola na África e no Mundo.........................................................................3
1.1.2– Limites, dimensões e configurações.......................................................................................5
1.1.3– A hora legal de Angola.............................................................................................................. 7
1.2- A DIVISÃO ADMINISTRATIVA...................................................................................................... 9
1.2.1 – As províncias.......................................................................................................................... 11
1.3 – A morfologia costeira................................................................................................................ 12
1.3.1– A evolução costeira................................................................................................................. 12
1.4– A evolução geomorfológica do território angolano.................................................................14
1.4.1 As grandes unidades geológicas de Angola: Características principais.............................15
1.4.2- Características geomorfológicas de Angola: as grandes zonas de relevo.........................16
1.5 - O potencial hídrico de Angola................................................................................................... 18
1.5.1 - Características dos rios angolanos.......................................................................................18
1.5.2 – Principais rios angolanos...................................................................................................... 19
1.6 – Os climas de Angola................................................................................................................. 20
1.6.1 – Factores que condicionam os climas de Angola.................................................................20
1.7. Ecossistemas terrestres no território angolano.......................................................................26
1.7.1 Ecossistemas: Fontes de bem-estar e de riqueza..................................................................26
1.7.2. Áreas de protecção ambiental: parques e reservas..............................................................28
Tema 2 – Angola: potencial humano, tendências, problemas e soluções....................................30
2.2 - Os comportamentos demográficos perante o nascimento e a morte...................................31
2.2.1 – Alta taxa de natalidade........................................................................................................... 31
2.3. A distribuição espacial da população angolana.......................................................................35
2.3.1. Grandes vazios humanos: que soluções?.............................................................................35
2.3.2.Concentração da população nas cidades: o caso de Luanda...............................................36
2.3.3. Movimentos da população: o êxodo rural..............................................................................36
2.4. Estrutura da população angolana.............................................................................................. 38
2.4.1 Estrutura etária.......................................................................................................................... 38
2.4.2. Representação gráfica: as pirâmides etárias.........................................................................39
2.5. Que política demográfica para Angola?....................................................................................41
Tema: 3 Angola gestão dos recursos naturais e o desenvolvimento............................................41
3.1.Os recursos hídricos: Protecção e gestão.................................................................................41
3.2 Os recursos energéticos: suporte da actividade humana........................................................42
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................................... 43
Introdução
O gosto pela geografia sempre constituiu uma necessidade para os seres humanos
em geral e para os planificadores e especialistas em ordenamento do território em
particular .A contribuição de geógrafos , cartógrafos e de outros cientistas tem
permitido que tenhamos conhecimentos sobre outros territórios.
Conhecer características do espaço geográfico angolano nas áreas relacionadas
com a população ,com os recursos naturais e com o desenvolvimento do país é
muito importante para ti que inicias uma nova:

Objectivos gerais da disciplina na 8ªclasse


 Sensibilizar para o conhecimento do espaço angolano;
 Desenvolver sentido de localização para objectos geográficos de Angola;
 Compreender os aspectos mais significativos da evolução geológica de
Angola;
 Reconhecer a desigual distribuição da população no espaço angolano ;
 Reconhecer que o desigual desenvolvimento entre as áreas rurais e urbanas
influencia o movimento de pessoas , bens e informação;
 Compreender a existência de desigualdades na organização espacial do
território angolano;
 Reconhecer que o desenvolvimento do país depende em grande medida da
boa gestão dos recursos existentes e de politicas adequadas para a sua
protecção;
 Participar em programas que visem a protecção do património natural e
cultural e a melhoria das condições de vida das populações angolanas;
 Consciencializar de que o bem-estar é condição indispensável ao
desenvolvimento do país.

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TEMA 1 – ANGOLA: CONHECER O TERRITÓRIO

1.1– A LOCALIZAÇÃO DE ANGOLA NA ÁFRICA E NO MUNDO

Situação geográfica de Angola


A República de Angola localiza-se na costa ocidental e Austral do continente
africano, a Sul do equador, isto é no hemisfério Sul e a Este do Meridiano de
Greenwich. no hemisfério oriental.

Figura 1 Localização de Angola em África.

Coordenadas geográficas extremas de Angola

As coordenadas geográficas extremas de Angola são:

 4º 22´De latitude Sul a Norte e 18º02´ de latitude Sul a Sul, o que da uma
amplitude latitudinal de 13º 40´;
 11º 41´De longitude Este a Ocidente e 24º 05´ de longitude Este a Oriente, o
que da uma amplitude longitudinal de 12º 24´

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Figura 2 Coordenadas geográficas extremas de Angola

As coordenadas geográficas extremas de Angola são muito importantes, pois


permitem-nos:

 Situar o nosso país com precisão na superfície terrestre;


 Verificar que localiza-se inteiramente na região intertropical do Sul;
 Saber ainda em que fuso horário inclui-se.

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1.1.2– LIMITES, DIMENSÕES E CONFIGURAÇÕES.

Limites
O nosso país faz fronteira com vários países e ainda com o mar, tal como
representa a figura 3.
Os limites de Angola são:
 A Norte e a Nordeste a Republica Democrática do Congo;
 A Noroeste a Republica do Congo;
 A Sul a Republica da Namíbia;
 A Este a Republica da Zâmbia;
 A Oeste a o Oceano Atlântico.

Figura 3 limites e fronteiras de Angola.

Dimensões e configuração

A fronteira angolana tem uma extensão de 6.487 Km, dos quais 4.837 km de
fronteira terrestre e 1650 de fronteira marítima.

A superfície total do território nacional é de 1 246 700 km2.

5
4.837KM

1
6
5
0
K
M 1.246.700KM

Figura 4 Dimensões.

Configuração

A configuração do território nacional é sensivelmente aproximada a um quadrilátero,


apesar da província de Cabinda estar separada do resto do país.

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Figura 5 configuração.

1.1.3– A HORA LEGAL DE ANGOLA


Antigamente cada lugar determinava a hora a partir do seu próprio meridiano e
tomava como referência o meridiano que passava pelo observatório astronómico ou
por algum ponto. Este sistema de medir o tempo chama-se hora local.

Com a modernização dos transportes e as comunicações, o sistema de hora local


começou a apresentar serias dificuldades já que não era funcional, porque existiam
diferenças no tempo entre dois pontos vizinhos.

Para reduzir as disparidades horárias de país para país e facilitar a conversão das
horas, nasceu a convenção de fusos horários em 1884 num congresso internacional
reunido em Washington (E.U.A). A mesma consistiu em dividir a Terra em 24
sectores chamados fusos horários, partindo do principio de que ela ao realizar uma
rotação completa sobre o seu eixo, descreve um ângulo de 360º em 24 horas.

Assim sendo, o valor de cada fuso horário é de 15º. A que corresponde uma hora.

Fuso horário – É a parte da superfície terrestre compreendida entre dois


semimeridianos, no interior do qual todos os lugares têm a mesma hora legal.

Cada fuso horário tem como centro um meridiano de base ou central, do qual toma o
seu nome, exemplo: fuso horário do meridiano15º, fuso do meridiano30º.

Os meridianos de base dos fusos horários são múltiplos de 15º (30º, 45º, 60º, 75º,
90º, etc.).

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O Meridiano 0º ou de Greenwich é o ponto de partida para a contagem das
diferenças horárias, pois a hora de base passou a designar-se T.M.G (Tempo Médio
de Greenwich) ou T.U.C (Tempo Universal Coordenado).

Todos os países abrangidos pelo mesmo fuso têm a mesma hora oficial.

No entanto, é necessário que se compreenda que fuso vizinho há uma hora de


diferença que se soma se ficar para Oriente (Este) e subtrai-se se ficar Ocidente
(Oeste), isto devido ao movimento de rotação terrestre de Oeste para Este.

Há países abrangidos por vários fusos horários, por serem muito extensos em
longitude, como por exemplo E.U.A, Brasil, Canadá e Rússia.

Linha internacional de mudança de data

A linha onde começa o novo dia do calendário é denominada linha internacional de


mudança de data. Situada teoricamente seguindo o 180º de longitude, ou seja, no
antemeridiano de Greenwich, atravessa o oceano pacífico (Figura 6).

Quem atravessa esta linha de Oeste para Este, deve atrasar um dia e quem a
ultrapassa de Este para Oeste deve adiantar um dia.

Figura 6 Linha internacional de mudança de data.

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Regras de resolução de fusos horários

1-Extrair os dados.

2-Trabalhar com os fusos:

Primeiro caso: mesmo hemisfério

a) Calcular a diferença dos fusos;


b) O resultado da diferença de fusos deve-se somar quando se pretende
calcular a hora que se encontra a Este do fuso cuja hora é conhecida;
c) O resultado da diferença de fusos deve-se subtrair quando se pretende
calcular a hora que se encontra a Oeste do fuso cuja hora é conhecida.

Segundo caso: hemisférios diferentes

a) Faz-se o somatório dos fusos;


b) O resultado da soma de fusos deve-se adicionar quando se pretende calcular
a hora que se encontra a Este do fuso cuja hora é conhecida;
c) O resultado da soma de fusos deve-se subtrair quando se pretende calcular a
hora que se encontra a Oeste do fuso cuja hora é conhecida.

3-Verificação.

4-Dar a resposta.

Obs: no caso em que os dados apresentarem-se em graus de longitude, calcula-se a


diferença dos graus das longitudes e divide-se pela constante 15º para obter o fuso
pretendido.

1.2- A DIVISÃO ADMINISTRATIVA


Os Estados/Países a fim de exercerem um controlo mais efectivo das actividades
económicas e sociais, estruturam o seu território em áreas administrativas que de
país para país, adoptam denominações diferentes: províncias, distritos, municípios,
etc., em conformidade com diversos factores, como a superfície, população,
actividade económicas e sociais.

Angola, tal como os territórios de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São


Tomé e Príncipe, era considerada uma província de Portugal, estando estruturada
em distritos.

Angola alcançou a independência a 11 de Novembro de 1975. Antes desse


acontecimento a divisão administrativa era bem diferente da actual.

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Divisão administrativa de Angola antes da independência Nacional

O território da província de Angola – Estatuto que detinha na era colonial, dividia-se


em concelhos e circunscrições agrupadas em distritos. Assim em 1955 é
determinada uma nova divisão administrativa para a província de Angola.

Existiam 13 distritos, sendo eles: Cabinda, Congo, Luanda, Kwanza Norte, Kwanza
Sul, Malange, Lunda, Benguela, Huambo, Bié CuandoCubango, Moxico,
Moçâmedes, Huíla, Cunene e 73 concelhos ou circunscrições.

Em 1966, surge uma nova divisão administrativa, o distrito do Congo passa a


denominar-se distrito do Zaire e no mesmo ano é criado o distrito do Uíge. O então
distrito do Bú-CuandoCubango, dividiu-seem: Bié e CuandoCubango.Esta divisão
administrativa permaneceu até Dezembro de 1975.

Divisão administrativa de Angola apósa independência

Em 1977, o Governo angolano deu prioridade aos trabalhos de reestruturação da


divisão político-administrativa do País.

Em 1978 o território de Angola ficou estruturado em 17 províncias: Cabinda, Zaire,


Uíge, Luanda, Kwanza Norte, Kwanza Sul, Malanje, Lunda Norte, Lunda Sul,
Benguela, Huambo, Bié, Moxico, CuandoCubango, Moçâmedes, Huíla e Cunene.

Nos anos 80 é alterada a denominação de Moçâmedes para Namibe e o território da


província de Luanda é dividido em duas províncias: Luanda, com sede na cidade de
Luanda e Bengo com sede na cidade de Caxito.

O actual espaço geográfico angolano compreende as seguintes áreas


administrativas: províncias, distritos, municípios, comunas, bairros.

Obs: A nova divisão administrativa da Província de Luanda e Bengo.

Luanda, anteriormente com uma extensão territorial de 2257km2 e hoje com uma
nova divisão administrativa, consta agora com a superfície de 24657km2 e com sete
municípios, que são: Luanda, Belas, Icolo-Bengo, Quiçama, Viana ,Cacuaco e
Cazenga.

A província do Bengo com uma extensão territorial de 25139km2 e com seis


municípios que são: Ambriz, Bunla-Atumba, Dande, Dembos, Nambuangongo e
Pango Aluquem. A capital de Caxito situada no município do Dande.

A quando da nova divisão administrativa, a cidade do Dundo contará com três


distritos urbanos, designadamente Chitato, Dundo e Muvuluege, enquanto a
comuna do Louvua passa para a categoria de município.

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Figura 7 Actual divisão administrativa de Angola.

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1.2.1 – AS PROVÍNCIAS

Província Área Capital da província Nº de municípios


(km2)
Luanda 24657 Luanda 7
Bengo 25139 Caxito 6
Benguela 31178 Benguela 10
Bié 70314 Kuíto 9
Cabinda 7270 Cabinda 4
C. Cubango 199049 Menongue 9
K. Norte 24110 Ndalatando 10
K. Sul 55660 Sumbe 12
Cunene 87342 Ondjiva 6
Huambo 34270 Huambo 11
Huíla 75002 Lubango 14
L. Norte 103000 Dundo 10
L. Sul 77637 Saurimo 4
Malanje 97602 Malanje 14
Moxico 223023 Luena 9
Namibe 58137 Moçâmedes 5
Uíge 58698 Uíge 16
Zaire 40130 Mbanza Congo 6

Tabela 1 Províncias, suas respectivas áreas, cidades capitais e no de municípios.

Principais cidades de Angola

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, Luanda é considerada a maior cidade de


Angola, em número de habitantes. Para além de ser a capital do país, é também a
principal cidade sob o ponto de vista económico e social.

Destacam-se outras cidades como: Benguela, Lubango, Huambo, Cabinda e as


Lundas.

A guerra foi o principal factor de atraso do desenvolvimento de algumas cidades


angolanas.

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1.3 – A MORFOLOGIA COSTEIRA

1.3.1– A EVOLUÇÃO COSTEIRA


A costa ou litoral é a zona que une a Terra e o mar.

Acosta angolana possui aproximadamente 1650 km de extensão, desde a floresta


de Cabinda até às dunas do Namibe. A sua Origem deve-se à separação entre
África e a América do Sul, ocorrida há milhões de anos.

As zonas costeiras possuem características muito próprias, pois a massa de água


dos oceanos e mares, em constante movimento actua sobre a faixa litoral alterando
a sua morfologia. Os factores responsáveis pela morfologia são: as correntes
marítimas, as ondas e as marés.

A evolução da morfologia costeira depende da constituição das formações rochosas,


determinando os seguintes tipos de costa: costas altas rochosas e costas baixas
arenosas.

Principais características da costa angolana

A costa angolana é caracterizada por longas praias arenosas, intercaladas por


costas altas rochosa e costa abrupta.

Estudos realizados permitiram definir oito zonas distintas – zonagem litoral,


baseando-se em características da costa e na presença de rios.

 Costa de Cabinda – caracterizada por uma costa rectilínea, a costa é baixa


e arenosa formada essencialmente por praias arenosas;
 Da foz do rio Congo/Zaire a Luanda – o litoral é caracterizado por
penhascos alternando com costa baixa e arenosa. Na região é notório a
restinga da ilha de Luanda e do Mussulo.
 De Luanda a Porto Amboim– a costa é caracterizada por penhascos que
alcançam em alguns lugares 100 metros de altura.
 De Porto Amboim a Lobito – a costa é caracterizada pela existência de um
baixo-relevo, desde a Ponta do Morro ao Quicombo e do Quicombo ao
Lobito a costa encontra-se dominada por penhascos;
 Do Lobito a Benguela – coincide com o limite da costa norte do Deserto do
Namibe. Os rios Catumbela e Cavaco são característicos desta secção da
costa;
 De Benguela ao Namibe – caracterizado por apresentar uma costa árida e
maioritariamente rochosa.
 Do Namibe à foz do rio Cunene– a costa é constituída por deserto arenoso
suportado por dunas de areia, sendo caracterizado por praias de areia
relativamente pequenas.

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Principais saliências

De Norte a Sul as saliências da costa mais importante são:

 Ponta vermelhaem Cabinda;


 Ponta do Padrão, na margem Sul da foz do rio Zaire;
 Ponta do Dande, junto a barra do rio Dande;
 Cabo ledo, a Sul do rio Kwanza;
 Cabo de São Brás, Porto Amboim;
 Ponta do Morro, a Sul de Porto Amboim;
 Ponta das Salinas, Benguela;
 Cabo de Santa Maria, Benguela;
 Cabo de Santa Marta, Namibe.

Principais reentrâncias

As principais reentrâncias de Angola são constituídas por baias, das quais


destacam-se as seguintes:

 Baía de Cabinda
 Baía de Luanda
 Baía da Corimba
 Baía do Porto Amboim
 Baía do Lobito
 Baía de Benguela
 BaíaFarta
 Baía do Namibe
 Baía do Tômbwa.

Os problemas do litoral angolano: que soluções?

O espaço marinho e costeiro tornou-se um ecossistema frágil devido à acção


exercida pelo ser humano, que considera como um meio para as suas múltiplas
actividades.

Os principais problemas do litoral angolano são:

 A erosãocosteira;
 Exploração desmedida dos seus recursos e espaços marítimos;
 Poluiçãomarinha.

A erosão costeira é causada pela desertificação das margens, pela exploração de


areia e cascalho e pelo desaparecimento dos coqueiros ao longo da costa. A
desertificação costeira tem como causas a ocupação e construção anárquica de
edificação e locais de interesse turístico ao longo da costa, sem respeitar a
regulamentação do domínio marítimo.

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A exploração excessiva de areia e cascalho acelera a erosão e favorece a invasão
das águas sobre o continente. O desaparecimento dos coqueiros também contribui
para a rápida erosão sobre a costa.

1.4– A EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO TERRITÓRIO


ANGOLANO
A Geologia é a ciência que se dedica ao estudo da Terra: como se formou, que
materiais a constituem, qual a sua história, que transformações têm lugar no seu
interior e na sua superfície.

O objectivo principal da Geologia é de conhecer a evolução da Terra, procurando


investigar a sua história, desde a sua criação até a época actual, tendo como
documento básico o estudo das rochas e os territórios nos quais ficaram gravados
fenómenos ocorridos.

A Terra formou-se há aproximadamente 4600 milhões de anos. Os geólogos


conhecem as modificações da Terra e da vida que esta suporta, devido ao estudo de
restos fossilizados que foram sidocobertos por camadas sucessivas de sedimentos.

A história da Terra é dividida em diferentes épocas chamadas eras e, cada era em


unidade de tempo denominados períodos.

As Eras estão limitadas por grandes mudanças nas formas de vida. Emgeral, aceita-
se aexistência de quatro Eras:

 Era Arqueológica ou pré-câmbrico (com 1 período);


 Era Paleozóica ou Primária (com 6 períodos);
 Era Mesozóica ou Secundária (com 3 períodos);
 Era Cenozóicoou Terciária (com 2 períodos).

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1.4.1 AS GRANDES UNIDADES GEOLÓGICAS DE ANGOLA:
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Na natureza existem diferentes tipos de rochas, umas mais antigas e outras mais
recentes. De acordo a esta classificação, Angola é constituída por três grandes
unidades geológicas:

Orla litoral – Ocupa uma posição costeira, não se afastando muito da costa,
excepto a sul de Luanda, e também a norte, junto do rio Congo em Cabinda.

É formada por rochas sedimentares que começaram a formar-se na etapa tardia da


Era Paleozóica, continuando a sua formação na Era Mesozóica.

Na orla litoral é possível encontrar alguns dos mais importantes recursos minerais
como o petróleo, fosfato, etc. Rochassedimentarescomoareia, margas, grés,
calcário, etc.

Maciço antigo – Ocupa uma extensa zona de Angola, ao longo de uma faixa
sublitoralcom maiores dimensões no centro e sul do país. Rochas metamórficas e
magmáticas fazem parte desta unidade geológica. Associada as rochas deste
maciço, localizam-se vários recursos minerais de Angola, com destaque o diamante,
que aparece nas Lundas numa rocha eruptiva que recebe o nome de Quimberlito.

Formação de cobertura – Ocupam a maior parte do território nacional, a leste do


Maciço Antigo.

Resultam da acumulação de sedimentos da acção erosiva das diversas forças


externas que, ao longo dos tempos foram modificando o relevo de Angola.

As rochas deste tipo de formação correspondem aos períodos Terciário e


Quaternário da Era Cenozóica. É constituídoessencialmenteporrochassedimentares.

16
Figura 8 Unidades geológicas.

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1.4.2- CARACTERÍSTICASGEOMORFOLÓGICAS DE ANGOLA: AS
GRANDES ZONAS DE RELEVO
A superfície da Terra não é regular. Nalgumas regiões, a sua superfície é plana
noutras é bastante regular, variando muito de lugar para lugar.

As formas de relevo predominantes em Angola são as planícies, os planaltos e as


montanhas.

Característicasgerais do relevoangolano

 Apresenta-se em aspecto de escadaria;


 A altitude se eleva rapidamente entre os 0 metros no litoral até 100 metros;
 A zona cuja altitude varia entre os 100 e os 1500 metros ocupa a maior parte
do território nacional;
 As maiores altitudes de Angola superiores a 2000 metros, representa
somente 0,1%;
 A maior altitude de Angola encontra-se no morro do Moco, que se situa na
província do Huambo. Eleva-se a 2620 metros aproximadamente.

Esta distribuição da altitude em Angola determina a existência de diferentes zonas


de relevo:

 Faixa litoral ou zona litoral: Localiza-se ao longo do litoral com altitudes


médias de 150 metros a 250 metros;
 Faixa subplanáltica ou zona de transição subplanáltica: com altitudes
médias compreendidas entre 400 metros e 600 metros.
Emalgunslugaresatingem 1000 metros de altitude;
 Zona de cadeia marginal de montanhas:conjunto montanhoso, cujas
altitudes atingem os 2100metros aos 2200 metros, com ponto culminante no
Morro do Moco a 2620 metros de altitude;
 Zona planáltica: extensa superfície que atinge a sua maior altitude entre os
1750 aos 1800 metros, com vertentes suaves;
 Baixa de Cassange: superfície rebaixada em algumas centenas de metros
relativamente aos níveis planálticos (depressão relativa);
 Maciço do Alto Zambeze: Unidade geomorfológica individualizada por
integrar o maciço montanhoso da Calunda, com altitudes que variam entre os
1500 e 1612 metros.
 Planalto de Malange:Superfície com altitudes médias entre os 1000m e
1250m aplanada ou suavemente ondulada.

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Figura 9 Zonas geomorfologicas.

1.5 - O POTENCIAL HÍDRICO DE ANGOLA

1.5.1 - CARACTERÍSTICAS DOS RIOS ANGOLANOS


Angola possui uma extensa e complexa rede hidrográfica com 47 bacias
hidrográficas. As características do relevo de Angola refletem-se em certa medida
nas características dos rios angolanos. Este facto faz com que:

 Os rios angolanos escorrem das zonas mais elevadas para as regiões mais
baixas;
 Apresentam ao longo do seu perfil longitudinal numerosas quedas de água e
rápidos;
 Os rios angolanos considerados de maior importância, nascem na zona
planáltica e na montanha marginal, dirigindo-se depois para as regiões mais
baixas;
 Maior parte dos rios angolanos, sobre tudo os que desaguam no oceano
atlântico, não são navegáveis numa grande parte dos seus cursos;
 As bacias hidrográficas dos rios angolanos ocupam em geral grandes áreas;
 O regime de alimentação dos rios angolanos é as chuvas. Na época das
chuvas aumentam o seu caudal e, no período seco diminuem, chegando
alguns rios a secar completamente;
 Os rios angolanos que apenas transportam água quando chove têm um
regime que se denomina de intermitente.

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Figura 10 Bacias hidrográficas.

1.5.2 – PRINCIPAIS RIOS ANGOLANOS


A distribuição da água em todas as direcções é causada pelo relevo, já que o país
apresenta zona litoral mais ou menos plana e um interior planáltico, onde nascem as
suas maiores bacias hidrográficas que se distribuem para cinco vertentes de
escoamento das águas:

 Vertenteatlântica
 Rio Chiloango;
 Rio Zaire ou Congo;
 Rio Mbrige;
 Rio Loge;
 Rio Dande
 Rio Bengo
 Rio Kwanza
 Rio Longa

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 Rio Keve ou Kuvo
 Rio Catumbela
 Rio Cunene
 Vertente do Congo ou Zaire
 Rio Cuango
 Rio Cassai
 Vertente do Zambeze
 Rio Zambeze
 Rio Cuando
 Vertente do Cubango
 Cubango
 Okavango
 Vertente do Etosha

1.6 – OSCLIMAS DE ANGOLA

1.6.1 – FACTORES QUE CONDICIONAM OS CLIMAS DE ANGOLA


O tempoatmosférico,são as condições da atmosfera (temperatura, precipitação,
ventos, nebulosidade, etc), num dado momento e num determinado lugar.

Ex: Quando dizemos que hoje o dia está quente e frio.

O conjunto de fenómenos meteorológicos (ventos, pressão atmosférica, temperatura


e precipitações) que caracterizam durante um longo período de tempo o estado
médio da atmosfera de uma determinada região, chamamos de clima.

Ex: Quando dizemos que no equador o tempo é quente e húmido todo ano.

Elementos e factores do clima

Os elementos do clima são fenómenos atmosféricos que nos permitem caracterizar


o clima. Exemplo: a temperatura, precipitação, humidade, o vento, a pressão
atmosférica e nebulosidade.

Os elementos do clima variam de lugar para lugar. Isto acontece porque existem na
natureza, uma serie de factores que actuam sobre esses elementos.

Factores do clima, são todas as causas específicas que definem ou condicionam os


climas. Os factores do clima são: latitude, proximidade ou afastamento em relação
ao mar, relevo e a corrente fria de Benguela.

O principal factor climático é a latitude, cujainfluência vai sendo atenuada a medida


que intervêm outros factores, tais como: a altitude, corrente fria de Benguela e a
proximidade ou afastamento em relação ao mar

Qualquer um destes factores faz com que os elementos do clima se manifestem de


maneira diferente no litoral ou no interior do país.

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Temperatura atmosférica

As isotérmicas anuais são linhas que unem os pontos de igual temperatura média
anual.

Em Angola a temperatura média anual é mais ou menos elevada, diminuindo a


medida que aumenta a latitude, a altitude ou com a maior proximidade em relação
ao litoral.

Os meses mais frios do ano, em Angola são: Junho, Julho e Agosto.

Os meses mais quentes do ano variam conforme o local que nos encontramos:

 Na zona costeira e Norte, ocorrem nos meses de Março e Abril;


 Na zona central e Sul do país, verifica-se entre Setembro e Outubro.

A temperatura máxima (TM) é o valor de temperatura mais alto registado ao longo


de um determinado período de tempo.

Ex: 1 dia, 1 mês, 1 ano, etc.

A temperatura mínima (Tm) é o valor de temperatura mais baixo registado ao longo


de um determinado período de tempo.

Ex: 1 dia, 1 mês, 1 ano, etc.

As temperaturas médias obtêm-se somando os valores de temperatura dos vários


registos efectuados ao longo de um determinado período de tempo, dividindo depois
o resultado obtido pelo número de parcelas.

Assim determina-se a temperatura média diurna, a temperatura média mensal e a


temperatura média anual a partir dos registos de temperatura efectuados ao longo
do dia, mês ou ano.

A amplitude térmica é a diferença entre a temperatura máxima e a temperatura


mínima (TM – Tm).

Exercícios

1 – Tomando como base os dados de temperatura registado ao longo do dia:

Hora 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Temp. ºc 26 24 21 20 22 25 28 33 31 20 18 17

a) Constrói o termograma referente a variação da temperatura;

2- Tomando como base os dados de temperatura abaixo:

22
Meses J F M A M J J A S O N D
Temp. 3 32 34 3 31 2 17 23 2 29 2 31
ºc 2 5 0 6 9
a) Constrói o termograma referente à variação anual da temperatura;

b) Indica a temperatura do mês mais quente e do mais frio;

c) Calcule a temperatura média anual;

d) Calcule a amplitude térmica anual.

Pressão atmosférica

A força exercida pela atmosfera por unidade de superfície dá-se o nome de pressão
atmosférica.

A pressão atmosférica em Angola, varia segundo o movimento anual da zona de


convergência inter tropical (C.I.T), que se caracteriza pela existência de baixas
pressões atmosféricas.

Nos meses da estação das chuvas, a zona de convergência intertropical desloca-se


para Sul, enquanto no cacimbo se desloca para o Norte.

Figura 11 Atmosférica em África no mês de Janeiro ̸Figura 12Circulação atmosférica no mês de Julho.

Na estação das chuvas, a zona das baixas pressões equatoriais está precisamente
sobre Angola, pelo que o território é invadido por ventos do sudoeste que trazem
massas de ar marítimo quente e húmido e que provocam a queda de chuvas.

23
No cacimbo, em Angola a influência dominante é exercida pelas altas pressões
tropicais e os ventos sopram de sudoeste em quase todo o território, pelo que as
massas de ar que transportam são secas e frias. Por isso o cacimbo é seco e frio.

Humidade atmosférica

A humidade é a quantidade de vapor de água que há na atmosfera. A humidade,


varia tempo e no espaço, sendo a temperatura um dos principais elementos
responsáveis pela sua variação.

Em climatologia, usa-se a noção de humidade relativa designa-se pelas letras HR.

Humidade relativa é a relação entre a quantidade de vapor de água existente em


metros cúbicos e a quantidade de vapor necessário para saturar esse ar.

Através da humidade relativa podemos saber se o ar está próximo ou não do ponto


de saturação.

O ar tem uma capacidade limitada para conter humidade. Assim quando o ar atingir
a quantidade máxima de humidade diz-se que está saturado, ou seja atingiu o ponto
de saturação.

Ponto de saturação é a quantidade máxima que o ar pode conter humidade a uma


determinada temperatura.

Humidade absoluta é quantidade de vapor de água existente numa dada porção da


atmosfera. Exprime-se em g ∕ m3

Exercícios

1- Uma massa de ar que se encontra a uma temperatura de 23ºC pode aceitar 18g
∕m3 de vapor de água, no seu ponto de saturação. Mas na realidade esta massa de
ar contém apenas 12g ∕m3 de vapor de água. Calcule a humidade relativa.

Dados Fórmula
T=23ºC HR=H.A ˟100%
PS=18 g̸ m³ P.S.
HA=12 g ̸ m³ HR= 12 g ̸ m³ ͓ 100%
HR=? 18 g̸ m³

HR= 1200%
18
HR = 66,6 %

24
R:A humidade relativa é de 66,6%.

2-Uma massa de ar que se encontra a uma temperatura de 24ºC pode aceitar 20g
∕m3 de vapor água no seu ponto de saturação. Mas na realidade, esta massa de ar
contém 13g ∕ m3 de vapor de água. Calcule a humidade relativa.

3-Calcule a humidade relativa de uma massa de ar que contém 12g ∕m3 de vapor no
seu ponto de saturação. Mas na realidade esta contém 10g ∕m 3 de vapor de água, a
uma temperatura de 32ºC.

R:A humidade relativa é de 83,3%.

Precipitação atmosférica

A transformação do vapor de água existente na atmosfera, em chuva, neve, granizo,


proveniente da atmosfera para a superfície terrestre chama-se precipitação
atmosférica.

Em Angola, as precipitações diminuem, em geral, à medida que aumenta a latitude.

Os valores mínimos da precipitação atmosférica em Angola verificam-se nas


seguintes regiões:

 No Sudoeste de Angola, na zona do deserto do Namibe, onde a latitude e a


corrente fria de Benguela se conjugam para provocar a secura do ar. O
deserto do Namibe encontra-se muito próximo do centro de altas pressões
tropicais, sendo por isso atingido durante quase todo o ano por massas de ar
continental seco;
 Todo o litoral está sob influência da corrente fria de Benguela que, devido a
sua baixa temperatura, não origina grandes concentrações de vapor de água
nas massas de ar que atravessam;
 A fronteira Sudeste, devido à acção do factor afastamento em relação ao mar,
é uma região com fracas precipitações, embora maiores do que a Sudoeste do
território nacional;
 Todo o litoral angolano, atingido com maior ou menor grau pela acção da
corrente fria de Benguela, apresentam valores pouco elevados de
precipitação.

Os valores máximos de precipitação atmosférica ocorrem nas seguintes


regiões:

 Na zona central da montanha marginal, a região mais elevada de Angola;


 No interior de Cabinda;
 Na zonaplanáltica.

A distribuição da chuva ao longo do ano, em Angola, faz-se essencialmente de


três maneiras distintas:

25
 Em quase todo território nacional, excepto o litoral Sul de Nzeto, a época das
chuvas prolonga-se de Setembro ou Outubro até Abril ou Maio. A época seca
vai de Junho àAgosto, nas mais chuvosas estende-sedeMaioà Dezembro;
 No litoral, entre o Nzeto e a zona desértica do Namibe, há duas épocas secas,
sendo uma principal, em que não chove, de Maio ou Junho à Agosto ou ainda
Setembro e outra secundária, em que chove pouco, em Dezembro e Janeiro;
 Na zona do deserto do Namibe, a precipitação é tão escassa que, embora
ocorram chuvas de Outubro à Maio, todos os meses podem-se considerar
secos.
Tipos de climas

As combinações formadas pelos diferentes elementos do clima, associados aos


factores que os condicionam vão originar vários tipos de climas.

Angola encontra-se na zona de clima tropical. No entanto, distinguem-se quatros


tiposde climas:

 Clima tropical húmido;


 Clima tropical seco;
 Clima tropical modificado pela altitude;
 Climadesérticoquente.

1º Clima tropical húmido: Estende-se por quase todo território nacional, excepto no
litoral centro e sul e na fronteira sul. Apresenta a estação das chuvas mais longa do
que a estação seca.

2º Clima tropical seco: Abrange uma faixa costeira a sul de Luanda, atéao sul
deBenguela, e a restante fronteira sul do país, apresenta a estação seca mais longa
do que a estação chuvosa.

3º Clima tropical modificado pela altitude:No interior centro e leste de Angola,


sobretudo nas zonas mais elevadas, a altitude e latitude concorrem para que o clima
tropical húmido destas regiões apresente temperaturas não muito elevadas,
sobretudo no cacimbo.

4º- Clima desértico quente: Abrange o sudoeste de Angola, caracterizado por uma
precipitação anual muito escassa, ou quase nula, inferior a 250 milímetros, e
grandes amplitudes térmicas diurnas.

26
Figura 13 Tipos de climas.

Importância do conhecimento do clima

O conhecimento e o estudo profundo dos tipos de climas de Angola são muito


importantes, pois permite-nos:

 Conhecer os aspectos que condicionam os sectores da economia do


nosso país, como a agricultura;
 Compreender questões como as da distribuição dos ecossistemas em
Angola, assim como o regime hidrográfico dos rios angolanos.

1.7. ECOSSISTEMAS TERRESTRES NO TERRITÓRIO ANGOLANO.

1.7.1 ECOSSISTEMAS: FONTES DE BEM-ESTAR E DE RIQUEZA


Os seres vivos, integrados no ambiente onde vivem, constituem sistemas
ecológicos relacionados entre si.

Ecossistemas é um sistema formado pelos seres vivos e pelo seu ambiente.

Ex: Desertos, rios, lagos, lagoas, florestas e savanas.

27
1ºFloresta tropical húmida:Este constituído por uma mata densa, muito
frequente na região do Alto Maiombe. Nesta zona encontra-se um tipo de floresta
que mais se aproxima de floresta equatorial típica-floresta de Maiombe.

O gorila e o chimpanzé são animais típicos da floresta de Maiombe. Em Angola


encontramos também florestas húmidas e densas em todos o interior da
província de Cabinda e em algumas regiões do Noroeste.

2º Savana: Maior parte do território nacional é composta por savanas associadas


a matas, apresentando este tipo de associação uma grande diversidade ao longo
do território.

Assim, a norte, encontramos mata densa e húmida ao longo dos rios, associada
a savana. Este tipo de mata costuma designar-se por floresta-galeria. Na Lunda,
onde é frequente, os Tchokwé chamam-lhe Muxito.

A associação mais representativa desta grande zona natural caracteriza-se pela


existência de largas áreas de florestas aberta, alternando com espaços cobertos
por savana, como acontece nas chanas.

O golungo, a palanca negra gigante, a pacaça, a seixa e o elefante, entre outros,


são animais frequentes nestas zonas.

Nas savanas também encontram-se plantas Xerófitas e as Herbáceas.

A Savana seca com árvores ou arbustos encontra-se em certas áreas da


fronteira a sul, baixa de Cassange e em certas áreas de Luanda.

3ºA estepe: Encontra-se ao longo da faixa costeira e subcosteira meridional, a


sul do Sumbe. É constituída geralmente por uma vegetação xerófita e capim
rasteiro que ocupa o solo de forma descontínua, deixando alguns espaços
vazios.

Animais mais frequentes nesta zona são a cabra de leque, guelengue do deserto,
a impala e o búfalo.

4ºO deserto: Ocupa uma estreita faixa costeira no extremo meridional do nosso
país. A vegetação é muito escassa.

As plantas e os animais encontram-se adaptados a secura. As plantas possuem


raízes longas e folhas largas, como a WeliwítschiaMirabilis, ou desenvolvem-se
para assumir o aspecto de recipiente de água, como os odres do deserto.

O camelo, o avestruz e o guelengue do deserto são os animais mais frequentes


no deserto.

28
Figura 14 Vegetação.

1.7.2. ÁREAS DE PROTECÇÃO AMBIENTAL: PARQUES E


RESERVAS
Os parques e reservas naturais

Parques nacionais: São áreas que contem reservas naturais, integrais e


parciais, rodeadas por espaços de protecção e recreio.

Reservas naturais: São regiões que protegem certos componentes do


ecossistema (fauna, flora, solo ou reservas de águas).

Angola existem diversos parques nacionais, parques regionais e reservas


naturais, integrais ou parciais.

29
Tabela 2 Parques nacionais e suas respectivas áreas, localização e espécies.

Parquesnacionais Áreas Localização Espécie de animais


(km2) (Província)
Iona 15.150 Namibe Mabeco, hiena, protelo,
chita, olongo, Guelengue,
etc.
Cameia 14.450 Moxico Hiena, chita, potamuchero,
palanca vulgar, nunce e
guinu.
Quissama 9.900 Luanda Mabeco, elefante, pacaça,
gulungo, nunce, etc.
Bicuar 7.900 Huíla Mabeco, chita, elefante e
hiena, olongo e gulungo,
impala vulgar etc.
Mupa 6.000 Cunene Elefante, zebra da planície,
bâmbi e palanca vulgar, etc.
Cangandala 630 Malanje Palanca negra gigante ou
palanca real, mabeco, leão,
leopardo, potamuchero,
palanca vermelha, nunce,
etc.

Principais reservas de caça e florestais

1. Reserva florestaldeCalongo, na província de Cabinda;


2. Reserva florestal do Béu, na província do Uíge;
3. Reservas florestais do Cubale da Ganda na província de Benguela.

Parques/reservasnaturais Área (km2) Localização (Província)


Região de Chimalavera 100 Benguela
Integral do Luando 8280 Malanje
Integral do Ilhéu dos pássaros 1,7 Luanda
Parcial do Namibe 4450 Namibe
Parcial de Mavinga 5950 C. Cubango
Parcial de Luiana 8400 C. Cubango
Parcial do Búfalo 400 Benguela

Tabela 3 Reservas naturais e suas respectivas áreas e localização.

30
Parques e reservas naturais

Figura 15 Parques e reservas naturais

TEMA 2 – ANGOLA: POTENCIAL HUMANO, TENDÊNCIAS,


PROBLEMAS E SOLUÇÕES.
2.1 – C RESCIMENTO DA POPULAÇÃO ANGOLANA: PROBLEMAS
E SOLUÇÕES.

O crescimento populacional angolano deve-se em grande parte ao crescimento


natural, isto é, ao maior número de pessoas que nascem (natalidade) em relação
as que morrem (mortalidade) bem como as que entram no país para fixarem
residência e as que saem (Migração).

31
 Entre 1940 e 1950, o crescimento foi lento, com um elevadíssimo valor da
mortalidade;
 Entre 1950 e 1960, ocorre um razoável crescimento;
 Entre 1960 e 1970, verifica-se um recuo no aumento da população;
 Entre 1970 e 1980, houve aumento sensível da população devido ao
regresso de muitos angolanos à pátria libertada e independente após
1975.

De acordo as estimativas do censo geral realizado em 2014, Angola possui cerca


de 25 859 210 habitantes.

A solução para os diversos problemas que afectam a população passa


pelos seguintes factores:

 Melhoria da qualidade de vida e do bem-estar das pessoas;


 Redução dos elevados níveis de mortalidade, através de melhoria do
saneamento básico e da educação higiénico-sanitária e ambiental das
populações;
 Redução do elevado número de filhos por mulher, através de campanhas de
sensibilização das populações, facilitando o acesso a modernos métodos e
meios anticoncepcionais seguros e clinicamente recomendáveis;
 Desenvolvimento sócio-economico de todas as províncias e das zonas rurais;
 Ampliação e melhoria da satisfação das necessidades básicas da população
(alimentação, água, energia eléctrica, habitação, educação, saúde, vias de
comunicação, actividades culturais e de lazer).

2.2 - OS COMPORTAMENTOS DEMOGRÁFICOS PERANTE O


NASCIMENTO E A MORTE.

2.2.1 – ALTA TAXA DE NATALIDADE


A evolução da população angolana depende da relação entre a natalidade e a
mortalidade:

Natalidade (N), é o número de nados vivos ocorridos durante um ano em


determinado território.

Mortalidade (M), é o número de óbitos ocorridos durante um ano em determinado


território.

Da diferença entre a Natalidade e a Mortalidade, resulta o Crescimento Natural (CN),


que influencia o ritmo do crescimento demográfico.

Logo: o CN = N – M

O crescimento natural pode ser positivo, negativo ou nulo:

 Se a N > M, o crescimento natural é positivo; a população aumenta.

32
 Se a N < M, o crescimento natural é negativo; a população diminui.
 Se a N = M, o crescimento natural é nulo, a populaçãomatem-se.

Quando se comparam os valores em épocas, países e regiões diferentes não se


utiliza a natalidade (N), a mortalidade (M) e o crescimento natural (CN), mas sim as
respectivas taxas, que estabelecem a relação entre esses indicadores e a
população total.

Taxa de natalidade (TN), é o número de nados vivos ocorridos durante o ano, por
cada 1000 habitantes. Calcula-se dividindo a natalidadepelapopulaçãoabsoluta.

No de nados vivos
TN= ×1000
População absoluta

A taxa de crescimento natural também pode ser positiva, negativa ou nula:

 TCN > TCM


 TCN < TCM
 TCN = TCM
TCN = TN – TM

A taxa de natalidade em Angola situa-se na ordem de 47∕ 1000. Estima-se que a


mulher tenha em média entre 7 a 8 filhos, um índice considerado elevado.

O nosso país apresenta uma das taxas mais elevadas do mundo, o que se reflecte
no rápido crescimento da população e no aumento das suas necessidades.

Exercícios

1- No ano de 2003, numa dada região de Angola viviam 4 321 700 de habitantes.
Em 2004 nasceram 200 000 crianças. Calcula a taxa de Natalidade.
Dados
P.A=4 321 700Hab
Nº.N.V=200 000Hab
T.N=?
F ó rmula
No de nados vivos
TN= ×1000
População absoluta
Substituição dos dados.

200 000 Hab .


TN= ×1000
4 321700 Hab .

200 000 000 Hab .


TN=
4 321700 Hab .

TN=46 , 27 º /00

R: A taxa de natalidade para o ano de 2004 é de 46,27º/00

33
2- No ano de 2009, numa determinada região de Angola, viviam 75 000 pessoas,
neste mesmo ano nasceram 2000 crianças. Calcula a TN.

Os factores que determinam estas taxas são:

 Número elevado de filhos como sinónimo de riqueza e prestígio, sendo muito


desejado pela população;
 Baixo nível de instrução da mulher;
 Fraca taxa de contracepção;
 Casamentoprecoce;
 Influência da religião.

Esperançamédia de vida

A esperança média de vida exprime o número de anos que em média se tem


possibilidade de viver.

Em Angola, a esperança de vida medeia entre 47 a 50 anos. Actualmente é de 52,5


anos. Regra geral, a esperança média das mulheres, em todas sociedades é
superiora dos homens.

Alta taxa de mortalidade e a mortalidade infantil: que soluções?

Taxa de mortalidade (TM), é o número de óbitos ocorridos durante o ano, por cada
1000 habitantes. Calcula-se dividindo a mortalidade pelapopulação absoluta.

No de óbitos
TM = ×1000
População absoluta

Da diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade, obtemos a taxa de


crescimento natural (TCN).

A mortalidade mede o número de falecimentos que se produzem em uma área


concreta durante um ano.

Em Angola a mortalidade continua muito elevada, sobre tudo a mortalidade infantil.

A taxa de mortalidade infantil é um índice importante, pois é um indicador do


desenvolvimento de cada país.

No de óbitos ate1 ano


TMI= ×1000
Node nados vivos

A mortalidade infantil em Angola é uma das mais elevadas do mundo e resulta


das seguintes situações:

34
 Reduzida assistência médica e medicamentosa, durante a gravidez, parto e os
primeiros meses de vida das crianças;
 Guerra nosúltimosanos;
 Péssimas condições higiénicas e sanitárias, fome e miséria;
 Deficienteredehospitalar.

A mortalidade infantil influencia a taxa de mortalidade e reflete-se nas condições


sanitárias e nas características económicas e sociais de um país ou região.

1 Ocorreram cerca de 24000 óbitos numa população total de 11 600 700


habitantes. Calcula a TM.
Dados
Nº Óbitos= 24 000 Hab
P.A=11 600 700 Hab
T.M=?
Fórmula

No de óbitos
TM = ×1000
População absoluta

Substituição dos dados.

24 000
TM = ×1000
11600 700

24 000 000 Hab .


TM =
11 600700 Hab .

TM =2,06º/00.

R: A taxa de mortalidade é de 2,06º/00.

2 Ocorreram cerca de 2000 óbitos numa população de 1 600 000 habitantes.


a) Calcula a taxa de mortalidade da referida região.
3 Numa determinada região de Angola viviam em 2010 cerca de 12 500 000
habitantes, ocorreram 725 000 nascimentos e um total de 24 000 óbitos. Calcula
a TN, TM e a TCN.
4 Numa região de Angola, viviam em 2011 cerca de 15 000 000 de habitantes,
ocorreram 825 000 nascimentos e uma total de 30 000 óbitos. Calcula a taxa de
natalidade mortalidade e a taxa de crescimento natural.

2.3. A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO ANGOLANA.

2.3.1. GRANDES VAZIOS HUMANOS: QUE SOLUÇÕES?

35
A população absoluta é o número total de habitantes de um país ou região. A
população relativa (densidade populacional ou densidade demográfica) é o número
de habitantes por quilómetro quadrado, isto é:

Em 1990, o vasto território angolano (1 246 700 km 2) apresenta uma população


bastante desigual, que variam aproximadamente entre:

 0,6 hab/ km2 para a província do CuandoCubango;


 638,7 hab./km2 para a província de Luanda;
 43,3 hab/ km2 para a província do Huambo;
 20 hab/ km2 para as restantes províncias.

Em geral a densidade populacional média do país é de 20,7 hab/km 2


aproximadamente. Em Angola existem regiões que são mais povoadas do que
outras, dando origem a grandes desigualdades na distribuição da população.

As maiores densidades populacionais no país registam-se principalmente nas


seguintes zonas:

 Litoraldopaís;
 Regiãocentro e Norte;
 Planalto central.

Quanto as mais despovoadas, destacam-se as seguintes regiões:

 Todo o leste e a fronteira Sul;


 Nas províncias do Zaire e Namibe.
Exercícios
1 Angola tem uma população absoluta estimadaem25 859 210 habitantes.
Determine a densidadedemográfica?
Dados
P. A=25 859 210 Hab.
Superfície=1 246 700km2
D.D=?

Fórmula.

Popula çã oabsoluta
D . D=
Superf í cieKm 2.

25 859210 Hab .
D . D= =¿20,74Hab/km2
1 246 700 Km 2

R: A densidade demográfica de Angola é de 20,74Hab/km2.

2.3.2.CONCENTRAÇÃO DA POPULAÇÃO NAS CIDADES: O CASO DE


LUANDA.

36
O vasto território angolano encontra-se desigualmente povoado, com uma
população que não está apenas a crescer a um rítimo rápido, mas que apresenta
uma tendência para concentrar-se nas cidades.

Em 1990 as províncias de Luanda e Huambo repartiam em partes aproximadamente


iguais em quase 30% da população total do país.

Luanda é a cidade mais populosa do país com cerca de 6, 5milhões Habitantes, pela
sua densidade demográfica, Luanda ocupa o quarto lugar entre as cidades africanas
e o décimo quarto lugar no Mundo.

A excessiva concentração populacional em Luanda reflecte-se em toda uma serie de


dificuldades e problemas ligados á:

 Habitação;
 Abastecimento de águapotável;
 Fornecimento de energiaeléctrica;
 Saneamentourbano;
 Insuficiência de infra-estruturas produtivas e sociais para abrigar um efectivo
populacional que vem crescendo de forma acelerada;
 Intensotráfegorodoviário;
 Poluição, etc.

A redistribuição da população angolana passa por:

 Fimdashostilidades (guerra);
 Reactivação do sector industrial;
 Acesso a educação e assistência médica;
 Distribuição e comercialização de alimentos, vestuários, calçados, etc;
 Estabelecimento e melhoramento da rede de vias de comunicação (estradas,
pontes, caminho-de-ferro, aeroportos).

2.3.3. MOVIMENTOS DA POPULAÇÃO: O ÊXODO RURAL.


A deslocação das pessoas quer em termos de residência, trabalho, de uma região
para outra, geralmente em busca de melhores condições de vida, corresponde ao
que designa-se por migração.

A migração em Angola reflecte, sem dúvida, a transferência de um número


significativo de pessoas dos campos para as cidades. A estes movimentos do
campo para a cidade dá-se o nome de êxodo rural, tem-se verificado com alguma
frequência em Angola ao longo dos últimos anos, como sintoma de que nas áreas
rurais a vida é cada vez mais difícil.

As principais causas das migrações em Angola são:

 Segurançafísica e alimentar;
 Emprego;
 Melhorescondições de habitação;

37
 Saúde e educação.

As migrações têm efeitos tanto nas zonas de saída (proveniência) como nas zonas
de chegada (destino).

Nas zonas de saída (emigração):

 Os campos e as povoações perdem a mão-de-obra, atrasando o


desenvolvimento;
 Dá-se a desagregação de núcleos familiares.

Nas zonas de chegada (imigração):

 Aumento da população jovem e da natalidade;


 A concentração excessiva de habitação, emprego, água, energia eléctrica,
transporte e outros serviços.

Quando essas necessidades não são totalmente satisfeitas as condições de vida da


população rural torna-se difíceis.

As más condições de vida têm como consequência:

 Fome;
 Delinquência;
 Prostituição;
 Assaltos;
 Desagregação familiar;
 Abandono escolar.

Ao melhorar as condições de vida da população rural nas zonas de origem, pode


contribuir para reduzir as migrações e a concentração de pessoas nas cidades.
Istosóserápossível com a criação de:

 Escolas;
 Centros de saúde, recreativos;
 Fábricas;
 Industrias para a transformação de produtos do campo;
 Construção de infra-estruturas comunitárias.

2.4. ESTRUTURA DA POPULAÇÃO ANGOLANA

2.4.1 ESTRUTURA ETÁRIA.


Estrutura profissional

Designa-se por população activa, aquela que exerce uma actividade profissional
remunerada, ainda que eventualmente desempregada. Consideram-se excluídos da

38
população activa as mulheres que se ocupam exclusivamente das actividades
domésticas, estudantes, os reformados e os enfermos permanentes.

Dá-se o nome de taxa de actividade ao número de activos de activos por cada cem
habitantes

A taxa de actividade depende dos seguintes factores:

 Participação da mulher na vida activa;


 Idade da reforma;
 Duração da escolaridadeobrigatória
 Desenvolvimentosócio-economico.

As actividades económicas de uma população podem ser extremamente


diversificadas. Por isso estão associadas em grupos ou sectores profissionais,
dentro dos quais existem numerosas classificações.

Consideram três grandes sectores de actividade económica:

 Primário: Consiste em explorar directamente os recursos naturais.


Ex: Agricultura, pesca, criação de gado, extracção mineira. A agricultura é o
sector mais importante deste sector.
 Secundário: Consiste em transformar as matérias-primas em produtos
elaborados ou semi elaborados. Inclui as actividades industriais e extractivas,
as transformadoras, construção civil e obras públicas e a distribuição de
água, gás e electricidade.
 Terciário: Consiste na prestação de serviços. Esta actividade permite a
distribuição dos bens económicos produzidos pelos sectores primários e
secundário.

Ex: Comercio, transportes, livrarias, serviços de saúde, educação, bancos, seguros,


profissões liberais, como os médicos, advogados, engenheiros etc. Abrangem os
que não produzem bens materiais mas asseguram o seu trabalho a existência de
todos os outros ou seja trata-se de um sector fornecedor de serviços.

2.4.2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA: AS PIRÂMIDES ETÁRIAS

O processo mais usual de representação gráfica da estrutura etária de uma


população é o das pirâmides etárias.
Na ordenada inscrevem-se as idades e na abcissa os respectivos efectivos. As
idades associam-se normalmente em grupos(classes etárias) de cinco anos (0- 4, 5-
9, 10-14,15-19, etc.), que são representadas por retângulos de igual altura, mas de
comprimento proporcional ao respectivo número de indivíduos. Habitualmente a
população masculina é representada a esquerda e a feminina a direita.

39
Para se fazerem comparações em termos de estruturas demográficas, através das
pirâmides, torna-se mais fácil e mais perceptível se, em vez de valores absolutos
dos quantitativos estiverem expressos em percentagem e com a mesma escala.
Se a pirâmide tem uma base larga e se estreita rapidamente no topo, a população é
muito jovem. Se pelo contrário, a base ser relativamente estreita e se alargue nos
escalões adultos estreitando-se depois lentamente para o cimo, assumindo a forma
de Ogiva, a população é envelhecida. Entre
estesdoisextremoshásituaçõesintermédias (Figura 16).

Figura 16 Pirâmide etária.

A estrutura etária da população angolana reflecte as características de um


contingente bastante jovem, pois permite perceber a influência dos aspectos
demográficos como elevada natalidade, mortalidade e os movimentos migratórios.

Para representar a estrutura etária de um país recorre-se a um gráfico específico, a


pirâmide etária, que permite-nos compreender claramente as características de uma
população, no que diz respeito a idade e o género.

A estrutura etária de uma população oferece um conjunto de dados muito úteis, pois
permite conhecer:

 A proporção da população apta para o trabalho;


 Os efectivos que estão em condições de procriar;
 Os efectivos actuais e futuros em idade escolar;
 A proporção da população dependente.

40
Habitualmente considera-se três grupos etários principais:

 O dos jovens, com menos de 15 anos;


 O dos adultos, dos 15 aos 64 anos;
 O dos idosos, com 65 ou mais anos.

Exercícios.

1- Constrói uma pirâmide etária a partir da seguinte base de dados:

Idades Mulheres Homens %


%
0-4 90 85
5-9 85 80
10 -14 75 60
15 - 19 55 50
20 - 24 40 40
25 - 29 40 38
30 - 34 30 29
35 - 39 25 24
40 - 44 20 19
45 - 49 17 15
50 - 54 14 12
55 - 59 12 10
60 - 64 10 8
65 - 69 8 6
70 - 74 6 4
+ 75 4 1

a) Construção da pirâmide;

b) Referir o país em análise e o ano;

c) Analisar as características gerais da estrutura da pirâmide.

2.5. QUE POLÍTICA DEMOGRÁFICA PARA ANGOLA?


No âmbito da estratégia de combate a pobreza (ECT) desenvolvido pelo governo de
Angola, incluem um conjunto de objectivos e metas que constituem políticos
relacionados com a população angolana, em particular, e com o processo de
reconstrução e desenvolvimento nacional, das quais se destacam as seguintes:

1. Realizar o censo da população, atendendo que o ultimo foi realizado permitindo


trabalhar a penas com estimativas que constituem uma grande limitação de

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ponto de vista analítico, de forma a permitir elaborar estratégias de
desenvolvimento do país;
2. Promover uma ocupação mas equilibrada das populações no território,
desenvolvendo as potencialidades das regiões menos desenvolvidas;
3. Incentivar a fixação e a mobilidade das populações para as zonas menos
povoadas do país;
4. Minimizar o risco da fome (satisfação das necessidades alimentares internas e
relançamento da economia rural).

TEMA: 3 ANGOLA GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS E O


DESENVOLVIMENTO

3.1.OS RECURSOS HÍDRICOS: PROTECÇÃO E GESTÃO


O excepto o sudoeste, a maior parte do território nacional é bem alimentado em
água sendo Angola, um dos países mais húmido da África Austral.

Angola tem zonas com 1500 mm de precipitações por ano, ao norte.NoSudoestecom


cerca de 10,3% do território nacional, as precipitações anuais estão abaixo dos 600
mm.

Águas subterrâneas

Em termos gerais poder-se-ia caracterizar os recursos hídricos subterrâneos de


Angola, pela ocorrência de três grandes unidades aquíferas correlacionadas, por
analogia com as suas características geológicas:

1. Os aquíferos fracturados representados pelas rochas cristalinas e metamórficas


do maciço antigo;
2. Os aquíferos das formações de cobertura;
3. Os aquíferos da orla sedimentares litorânea;

Águas minero-medicínais

Existem águas minero- medicinais e de mesa, encontra-se varias nascentes de


águas minero-medicinais em Angola.

No Balombo (Benguela) ocorrem em águas sulfúrias, para o reumatismo,


carbonatadas sódicas, para o aparelho digestivo.

Na província do Cuanza Sul encontra-se águas sulfúrias gasosa e quentes para o


reumatismo. Nesta mesma província no município do Seles, existe águas para
ajudar a tratar doenças do aparelho digestivo.

Água potável: Desigualdade na sua distribuição

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Apesar das suas riquezas naturais e particularmente das suas grandes
potencialidades hídricas, Angola apresenta uma situação de penúria no que
concerne ao abastecimento de água potável.

O 22 de Março é o dia mundial da água. Em 2003 a Assembleia Geral da


Organização das Nações Unidas proclamou esse ano como o ano internacional da
água doce.

Gestão e protecção da água doce

A gestão dos recursos hídricos de Angola é importante para implementação do


projecto de abastecimento de água a população, a agricultura e a indústria e entre
outros.

3.2 OS RECURSOS ENERGÉTICOS: SUPORTE DA ACTIVIDADE


HUMANA
Recursos energéticos
O rápido crescimento do consumo de energia constitui um dos aspectos mas
característicos da vida moderna. A indústria, os transportes, a agricultura e as
actividades terciárias e domésticas consomem crescentes quantidades de energia.

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BIBLIOGRAFIA

ZERQUERA J. ; GEOGRAFIA 8ª CLASSE – CONHECER O TERRITÓRIO I


CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO ; LIVRARIA MENSAGEM EDITORA ; 2011.
ZERQUERA J. Geografia 8ª Classe caderno de actividades; I ª edição
Luanda editora Lda, 2002.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATISTICA; Resultados preliminares do


recenseamento geral da população e da habitação de Angola, 2004.

MARGARIDA CAMILO SABINO;GEOGRAFIA 8ª Classe – Livro do


aluno; Plural editores.

ZERQUERA J. ; Caderno de actividades ; GEOGRAFIA 8ª CLASSE;


TEXTO EDITORES 1ª edição,2010.

Programa de Geografia-7ª classe Editora Moderna, 2ª edição/2013

ZERQUERA J. ;Guia do professor 7ª classe I ciclo do ensino


secundário ;Texto editora1ª edição/2006

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REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO PROVINCIAL DO NAMIBE
DIRECÇÃO PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO,CIÊNCIA E TECNOLOGIA
NÚCLEO PROVINCIAL DE GEOGRAFIA
MATERIAL DE APOIO

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