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UnIA

Universidade Independente de Angola

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Turma: A1 e B1

Sala: B.2.3

Lição nº 5 e 6

Sumário: Tipos de contratos

Forma que devem revestir os contratos

1) Forma que devem revestir os contratos

O contrato pode revestir a forma verbal ou escrita. A regra geral é a admissibilidade


de contratos verbais. Dado, porém, o valor probatório dos contratos escritos, aconselha-
se a redução de todos os contratos a escrito (de modo especial, quando eles revistam
um certo relevo económico), artigos 371.º e 373.º do C.C. A inobservância da forma
legalmente prescrita conduz à nulidade do negócio.

O contrato escrito pode ser celebrado por instrumento particular ou por instrumento
público. Por instrumento particular entende-se os documentos elaborados pelas partes
no âmbito da liberdade de regulamentação dos contratos e confirmados pelas partes
perante o notário, artigo 363.º nº 3 do C.C.

Por instrumento público entende-se os documentos exarados pelo notário ou uma


autoridade pública no exercício das suas funções, artigo 363.º nº 2 e 369.º do C.C

2) Aspectos a considerar quando se pretende celebrar um contrato

O que devemos ter em conta ao celebrarmos um contrato?

1º Verificar se o contrato obedece às condições de validade imposta pela Lei (requisitos


de validade).

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E aqui devemos separar (ter em atenção) os requisitos formais do contrato, a forma
como ele se manifesta, a forma externa do contrato, dos requisitos subjectivos do
contrato.

Em regra vigora o Princípio da liberdade de forma, artigo 219 do CC, mas por vezes, é
a própria lei que exige que o contrato de se exteriorizar de determinada forma, sob
pena de nulidade, artigo 220.º (inobeservância da forma legal).

Ex: a compra e venda de um bem imóvel, só será válida se for celebrada por escritura
pública (a forma legal será o documento: a escritura pública).

É necessário também ter em atenção o objecto do contrato, se é viável, determinável,


nos termos do artigo 280.º do CC (requisitos objectivos do contrato).

E ainda, saber, se as partes têm capacidade e legitimidade para contratar (requisitos


subjectivos de validade do contrato).

Quanto a capacidade para contratar, estão excluídos desde já os menores, artigo 122.º
do CC (excepção, artigo 13.º da LGT), os interditos, artigo 138 do CC, os inabilitatos,
artigo 152.º do CC.

Quanto a legitimidade, que é a susceptibilidade de celebrar em concreto determinado


contrato, diferente da capacidade de exercício que é a susceptibilidade para celebrar
contratos.

Ex: Venda de bens alheios, artigo 892.º do CC; Venda de direito litigioso, artigo 876.º
do CC (procura garantir os intersses do vendedor, evitando que a pessoa que age por
sua conta, ou o funcionário público por intermédio do qual os bens são vendidos (artigo
579.º e 587.º) sejam tentados a sobrepor ao intersse do vendedor um intersse pessoal).

Na questão dos requisitos subjectivos, podemos falar ainda da existência da vontade, e


ausência de vícios, a reserva mental, as declarações não sérias, coacção física e moral.

Cumpridas estas condições há que saber como redigí-lo1.

Elementos típicos do contrato

1
Dizemos redigir, porque estamos apenas a considerar os contratos escritos, que são objecto do presente capítulo,
descurando os contratos verbais.

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1) Denominação: o contrato deve ter um nome, um assunto, e este deverá estar no
centro da folha em letras maísculas, na parte superior.

2) Nome e identificação das partes: o nome completo das partes, estado civil, se for
casado, o nome do cônjuge e o regime de bens do casamento, residência, número
do BI e data de emissão do mesmo. Se o outorgante for uma pessoa colectiva,
deverá conter a denominação da social, sede social, nº do registo comercial e de
contribuinte, os dados pessoais do representante da mesma, a qualidade em que
outorga.

3) Cláusulas descritivas do negócio (cláusulas do contrato): o objecto do contrato,


duração, os direitos e deveres decorrentes da celebração do contrato, prazos,
preço, condições de pagamento, cláusulas de resolução do contrato, lugar do
cumprimento, resolução de lítigio, etc.

4) Local e data: a localidade e a data da assinatura do contrato.

5) Assinaturas: o contrato deverá conter as assinaturas de todos outorgantes. A


aposição da assinatura dos intervenientes com poderes para o acto é essencial.

6) Número de cópias: o contrato terá tantas cópias quanto o número de


outorgantes que cada um tenha uma delas ou uma via em sua posse. Há
situações em que se torna necessária para validação do mesmo, a entrega de
uma das vias junto de determinado organismo.

Tarefa

Redija um contrato.

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