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FACULDADE DE GESTÃO DE RECURSOS FLORESTAIS E FAUNÍSTICOS (FAGREFF)

Licenciatura em Direito, 3º ano 2º semestre


Cadeira: Direito das Obrigações II
Trabalho individual
Tema: contractos em Especial

Discente:
Joice Luis

Docente:
M.s.c Célio Varieque

Lichinga, agosto de 2023

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Índice
1.Introdução......................................................................................................................................3

II. objectivo Geral.............................................................................................................................3

III. objetivos específicos...................................................................................................................3

IV. Metodologia do trabalho............................................................................................................3

2.Contrato de compra e venda..........................................................................................................4

2.4 Natureza Jurídica do Contrato De Compra e Venda..................................................................5

2.5 Regras Especiais Da Compra e Venda.......................................................................................6

2.6 Das Cláusulas Especiais Da Compra e Venda...........................................................................6

3.Contrato de doação........................................................................................................................7

3.1Características do contrato de doação.........................................................................................7

3.2 .Classificação da doação.............................................................................................................8

4.1 Conceito e natureza jurídica do contracto de prestação de serviço............................................9

4.2 Obrigações do prestador de serviços........................................................................................10

4.3. Principais características do contrato de prestação de serviços...............................................10

5.Contrato de sociedade..................................................................................................................10

5.1 Forma do contrato de sociedade...............................................................................................11

6.Contrato de trabalho....................................................................................................................15

6.1 Elementos do contrato de trabalho...........................................................................................15

6.2 escisão do contrato de trabalho.................................................................................................16

7.Conclusão....................................................................................................................................17

8. Referencias bibliográficas..........................................................................................................18

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1.Introdução
O presente trabalho introduz sobre os contractos em especial, em que encontrei os contractos
contracto de compra e venda em que as partes se comprometem a transferir a propriedade de um
bem para a outra pessoa. A doação é um contracto pelo qual se manifesta pela vontade de uma
das partes, é um contracto unilateral. O contracto de prestação de serviços, em que ilustrarei as
obrigações que deve haver no contracto de prestação de serviços, a suas características, nos
contractos em especial também encontramos os contractos de sociedade, em que abordarei as
clausulas que devem aparecer nos contractos e as obrigações dos sócios a quando a criação das
sociedades comerciais, e por ultimo destrinçarei sobre os contractos de trabalho que tem uma
relação de complementaridade com os contractos de prestação de serviços.

II. objectivo Geral


 Conhecer os contractos em especial

III. objectivos específicos


 Definir os contractos em especial
 Identificar os contractos em especial
 Apresentar procedimentos para elaboração dos contractos em especial no ordenamento
jurídico Moçambicano

IV. Metodologia do trabalho


Este trabalho tem como método de pesquisa bibliográficas

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2.Contrato de compra e venda
Os contractos de compra e venda são documentos compostos por artigos clausulas que estipulam
todos os pormenores referentes a negociação da coisa. trata-se de um instrumento legal no qual o
vendedor relaciona todas as características do que esta sendo colocado em venda, incluindo
forma, peso, metragem ou qualquer outra característica referente ao bem material.

os elementos da compra e venda são os seguintes:

 Partes (comprador e vendedor), sendo implícita a vontade livre, o consenso entre as


partes, sem vícios (consensus).
 Coisa (res).
 Preço (pretium

2.1 As partes1

às partes, estas devem ser capazes sob pena de nulidade ou anulabilidade da compra e venda, o
que depende da modalidade de incapacidade. Nesse sentido, não se pode esquecer das regras
especiais de legitimação, como a que consta do, que trata da necessidade de outorga conjugal
para venda de bens imóveis a terceiros.

No que concerne ao consentimento emitido pelas partes, que deve ser livre e espontâneo, deve
ainda recair sobre os demais elementos do contracto de compra e venda, quais sejam a coisa e o
preço. Havendo um dos vícios do consentimento (erro, dolo, coacção moral, estado de perigo e
lesão), o contracto de compra e venda é anulável.

2.2 A coisa

A coisa deve ser lícita, determinada (coisa certa) ou determinável (coisa incerta, indicada pelo
género e quantidade). trata da compra e venda de coisa futura, como ocorre nas vendas sob
encomenda. Mas essa coisa futura deve existir em posterior momento sob pena de ineficácia do
contracto, salvo se a intenção das partes era celebrar um contracto aleatório, dependente da sorte
ou risco. Aliás, diante da boa-fé objectiva a doutrina recomenda que, no momento da realização
do contracto de venda sob encomenda, o vendedor já tenha a coisa à sua disposição.

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TARCUCE Flávio et al. Direito civil: Teoria Geral dos contractos e contractos em espécie. 14ed. Editora forense,
2019, Rio de Janeiro.
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2.3Preço

No tocante ao preço, remuneração do contracto, este deve ser certo e determinado e em moeda
nacional corrente, pelo valor nominal, conforme consta do (princípio do nominalismo). O preço,
em regra, não pode ser fixado em moeda estrangeira ou em ouro, sob pena de nulidade absoluta
do contracto.

O preço pode ser arbitrado pelas partes ou por terceiro de sua confiança (preço por avaliação), A
título de exemplo, cite-se que é comum, na venda de bens imóveis, a avaliação por uma
imobiliária ou por um especialista do ramo. No que interessa a essa confiança, deve-se mencionar
que o princípio da boa-fé objectiva está implícito nesse comando legal. Se esse terceiro não
aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contracto (ineficácia), salvo quando os contratantes
concordarem em indicar outra pessoa.

2.4 Natureza Jurídica do Contracto De Compra e Venda


buscar a natureza jurídica de um determinado contracto é enquadrar a sua classificação diante das
mais diversas modalidades contratuais. Pode-se afirmar que a compra e venda possui as seguintes
características:2

a) O contracto de compra e venda é bilateral ou sinalagmático, havendo sinalagma (direitos


e deveres proporcionais entre as partes, que são credoras e devedoras entre si).
b) Constitui contracto oneroso, porque há sacrifícios patrimoniais para ambas as partes, ou
seja, para o comprador e para o vendedor (prestação mais contraprestação). Essa
onerosidade é confirmada pela presença de uma remuneração que é denominada preço.
c) Por regra, a compra e venda é contracto comutativo porque as partes já sabem de antemão
quais serão as suas prestações. Eventualmente, incidirá o elemento álea ou sorte, podendo
a compra e venda assumir a forma de contracto aleatório, – – envolvendo riscos.

2.5 Regras Especiais da Compra e Venda


A primeira regra especial da compra e venda a ser estudada é a venda por amostra, por protótipos
ou por modelos, que funciona sob condição suspensiva. Inicialmente, é preciso diferenciar o que
seja amostra, protótipo e modelo.

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TARCUCE Flávio et al. Direito civil: Teoria Geral dos contractos e contractos em espécie. 14ed. Editora forense,
2019, Rio de Janeiro.

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A amostra pode ser conceituada como a reprodução perfeita e corpórea de uma coisa
determinada. O protótipo é o primeiro exemplar de uma coisa criada (invenção). Por fim, o
modelo constitui uma reprodução exemplificativa da coisa, por desenho ou imagem,
acompanhada de uma descrição detalhada (DINIZ, Maria Helena. Código..., 2005, p. 450).

Se a venda tiver como objecto bens móveis e se realizar por amostra, protótipos ou modelos, há
uma presunção de que os bens serão entregues conforme a qualidade prometida. Caso tal entrega
não seja efectuada conforme o pactuado, terão aplicação as regras relacionadas com os vícios
redibitórios e do produto, outrora estudadas.

2.6 Das Cláusulas Especiais da Compra e Venda 3

Conforme o magistério de Maria Helena Diniz, “o contracto de compra e venda, desde que as
partes o consintam, vem, muitas vezes, acompanhado de cláusulas especiais, que embora não lhe
retire os seus caracteres essenciais, alteram sua fisionomia, exigindo a observância de normas
particulares, visto que esses pactos subordinam os efeitos de contracto a evento futuro e incerto,
tornando condicional o negócio” (Curso…, 2005, p. 206). Essas cláusulas especiais, também
chamadas de pactos adjectos, previstas pela actual codificação privada, são as seguintes:

Cláusula de retrovenda

Cláusula de venda a contento

cláusula de venda sujeita a prova

Cláusula de preempção ou preferência

Cláusula de venda com reserva de domínio

Cláusula de venda sobre documentos.

3.Contrato de doação
Doação é um contracto onde uma das partes se obriga a transferir para a outra parte um bem de
sua propriedade. - O artigo 538 do Código Civil define a doação como o contracto em que uma

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TARCUCE Flávio et al. Direito civil: Teoria Geral dos contractos e contractos em espécie. 14ed. Editora forense,
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das partes, por liberalidade, transfere bens ou vantagens do seu património para terceiro, que os
aceita.
3.1Características do contracto de doação 4

 Contratualidade: o nosso Código Civil considerou expressamente a doação como um


contracto, exigindo para sua formação a intervenção do doador e do donatário. Dessa maneira,
temos a distinção do testamento que é uma liberalidade causa mortis, ato unilateral. 
“Animus donandi”: é a vontade do doador de fazer uma liberalidade, que proporciona ao
donatário vantagem à custa do património daquele. O acto do doador deve ser espontâneo.
 Transferibilidade: consiste na transferência de bens ou de direito do património do doador
para o donatário. É necessário que o donatário enriqueça e o doador empobreça.
 Aceitação do donatário: o contracto só se aperfeiçoa quando o beneficiário manifesta sua
aceitação com relação à doação. Portanto, de um lado há o animus donandi e do outro a aceitação
do 4 donatário, consentindo na liberalidade do doador. Trata-se de um contracto benéfico em que
o donatário não precisa ter capacidade de fato para aceitar a doação, de acordo com o artigo 543
do Código Civil5
Porém, para Paulo Luiz Netto Lôbo, a aceitação do donatário não é mais elemento essencial do
contracto, sendo “elemento complementar para tutela dos interesses do donatário porque ninguém
é obrigado a receber ou aceitar doação de coisas ou vantagens, inclusive por razões subjectivas”
(Comentários..., 2003, p. 279).

o doador “pode” fixar prazo para que o donatário declare se aceita ou não a liberalidade,
percebe-se que a aceitação não é essencial ao acto. Aliás, eventual silêncio do doador traz a
presunção relativa (iuris tantum) de aceitação.

O contracto de doação é também um contracto consensual, que tem aperfeiçoamento com a


manifestação de vontade das partes. Lembra Maria Helena Diniz “a nítida natureza contratual da
doação, visto que gera apenas direitos pessoais, não sendo idónea a transferir a propriedade do
bem doado. A doação acarreta unicamente a obrigação do doador de entregar, gratuitamente, a

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Código civil Moçambicano
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coisa doada ao donatário serve de ‘titulus adquirendi’, pois o domínio só se transmitirá pela
tradição se móvel o bem doado.

No tocante às formalidades em sentido genérico, o contracto pode ser assim classificado:

a) A doação será formal e solene no caso de doação de imóvel com valor superior a 30
salários mínimos.
b) A doação será formal e não solene nos casos envolvendo imóvel com valor inferior ou
igual a 30 salários ou bens móveis. Nos dois casos não é necessária escritura pública
(contracto não solene), mas sim escrito particular, o que faz com que o contracto seja
formal.

Luiz Netto Lôbo afirma: “O valor de cada doação será considerado no momento em que for feita.
A soma dos valores da doação não poderá ultrapassar a metade do património. Se ocorrer, terá de
ser calculado o excesso; este será pronunciado nulo, considerando a doação que por último for
realizada6

3.2 .Classificação da doação 7

1.O Unilateral: somente uma das partes tem ônus; a outra aufere a vantagem, não tendo
contraprestação.
2.O Formal: o artigo 541 do Código Civil exige a escritura pública ou o instrumento particular
para o aperfeiçoamento da doação. A doação verbal só é válida para bens móveis de pequeno
valor, desde que a tradição seja imediata;

3.O Gratuito: gera para o donatário apenas enriquecimento. Caso seja imposto um encargo ao
donatário, o contracto passa a ter natureza de oneroso.
4.O consensual (a entrega é apenas o momento da sua materialização
4. Contracto de prestação de serviço

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LUIZ José Carlos Ferreira, Direito civil 2014
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4.1 Conceito e natureza jurídica do contracto de prestação de serviço

O contracto de prestação de serviços (locatio operarum) pode ser conceituado como o negócio
jurídico pelo qual alguém (o prestador) compromete-se a realizar uma determinada actividade
com conteúdo lícito, no interesse de outrem (o tomador), mediante certa e determinada
remuneração.

Trata-se de um contracto bilateral, pela presença do sinalagma obrigacional, eis que as partes são
credoras e devedoras entre si. O tomador é ao mesmo tempo credor do serviço e devedor da
remuneração. O prestador é credor da remuneração e devedor do serviço.8

O contracto de prestação de serviços é oneroso, pois envolve sacrifício patrimonial de ambas as


partes, estando presente uma remuneração denominada preço ou salário civil. Trata-se de
contracto consensual, que tem aperfeiçoamento com a mera manifestação de vontade das partes.
Constitui um contracto comutativo, pois o tomador e o prestador já sabem de antemão quais são
as suas prestações, qual o objecto do negócio. Por fim, o contracto é informal ou não solene, não
sendo exigida sequer forma escrita para sua formalização, muito menos escritura pública.

Ainda quanto à prestação de serviço, é forçoso reforçar que ela não é mais tratada pelo Código
Civil como espécie de locação, pois a actual codificação distancia a prestação de serviços da
locação de coisas, tratando-a após o contracto de empréstimo (comodato e mútuo). Essa alteração
estrutural demonstra uma mudança de paradigma em relação ao anterior enquadramento da
matéria, uma vez que a locação de serviços era apontada como espécie do género locatício.
Então, deve ficar claro que apenas para fins didácticos é que se está tratando a prestação de
serviço antes do contracto de empréstimo.

Em complemento, essa análise da prestação de serviços de acordo com o contexto da sociedade


retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver
de ser adiantada, ou paga em prestações”. Observe-se que o pagamento ao final da prestação é
preceito de ordem privada podendo a remuneração ser adiantada, pelo próprio permissivo legal.
Em algumas actividades, como na prestação de serviços jurídicos, é comum a antecipação da
remuneração, especialmente de forma parcial, a título de adiantamento.

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TARCUCE Flávio et al. Direito civil: Teoria Geral dos contractos e contractos em espécie. 14ed. Editora forense,
2019, Rio de Janeiro.

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4.2 Obrigações do prestador de serviços
Um dos cuidados a ter está relacionado com as obrigações que tem como prestador de
serviços. Assim, como prestador de serviços, deve:
 Praticar os actos especificados no contracto de prestação de serviços, de acordo com as
instruções facultadas pelo adquirente dos serviços;
 Prestar contas, após o término do serviço ou quando o adquirente do serviço as requerer;
 Comunicar atempadamente ao adquirente do serviço, a realização do serviço ou, caso não
tenha sido executado, a razão pela qual não foi possível fazê-lo.9
4.3. Principais características do contracto de prestação de serviços
As principais características no contracto de prestação de serviços são:

 Não há subordinação ou dependência;


 Remuneração livremente acordada
 Não isenta as partes as obrigações fiscais;
 É um contracto regulado pelo código civil

4.4. Elementos pessoais contidos no contracto de prestação de serviços

Contraente: O contraente é aquele que solicita a prestação de algum serviço profissional e é


obrigado a remunera-lo ou compensa-lo.

Contratado: é a pessoa (física ou jurídica) que por seu conhecimento profissional ou técnico, é
capaz de prestar serviços em favor de outro e solicitar a devida compensação por isso.

5.Contrato de sociedade

O contracto da sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com
bens e serviços para o exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera
fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa sociedade.

5.1 Forma do contracto de sociedade

O contracto de sociedade não esta sujeito a forma especial, á excepção de que for exigida pela
natureza dos bens que os sócios entram para a sociedade. A observância da forma, quando esta
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for exigida, só anula todo o negocio se este não puder converter-se segundo o disposto do artigo
293º do código civil de modo que a sociedade fique o simples uso e fruição dos bens cuja
transferência determina a forma especial, ou se o negocio não puder reduzir-se, nos termos do
artigo 292, as demais participações.10

São três os requisitos essenciais do contracto de sociedade referidos no art. 980º CC: a
contribuição dos sócios, o exercício em comum de certa actividade económica que não seja de
mera fruição e a repartição dos lucros.

A contribuição será de bens ou serviços. Podem os sócios contribuir com a propriedade ou


titularidade de bens, simplesmente com o seu uso e fruição (art. 984º CC) ou com a prestação de
determinada actividade ou com os resultados desta. Falando intencionalmente na obrigação de
contribuir, o art. 980º CC não exige uma contribuição imediata.11

Atenta a natureza obrigacional que o contracto no fundo reveste, qualquer dos sócios, se o outro
ou outros não realiza a prestação a que ficou adstrito, pode exigir do faltoso ou faltosos a
contribuição em dívida. Essa prestação não se destina, porém, a quem tem o poder de a exigir,
mas ao conjunto dos sócios. Neste aspecto se distingue o contracto de sociedade do contracto de
troca ou permuta, em que a prestação de cada um dos contraentes se destina ao património do
outro.

Atenta a natureza obrigacional que o contracto no fundo reveste, qualquer dos sócios, se o outro
ou outros não realiza a prestação a que ficou adstrito, pode exigir do faltoso ou faltosos a
contribuição em dívida. Essa prestação não se destina, porém, a quem tem o poder de a exigir,
mas ao conjunto dos sócios. Neste aspecto se distingue o contracto de sociedade do contracto de
troca ou permuta, em que a prestação de cada um dos contraentes se destina ao património do
outro.

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BASTOS, Rodrigues Jacinto. Código civil anotado e actualizado. 7ed. Almedina editora, 1984, Coimbra Portugal

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Escola.mmo.mz/contracto-de-sociedade.
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A actividade a exercer em comum – o fim comum a todos os sócios – deve ser determinada
(certa). Não podem constituir-se sociedades para fins indeterminados. Estes têm de ser sempre
especificados ou individualizados no contracto, embora possam ser vários, esses fins.

O fim comum deve consistir numa actividade económica, o que significa que dela deve resultar
um lucro patrimonial, embora se não deva confundir actividade económica com simples produção
de bens, pois a economia abrange outras actividades além da produção.

A sociedade tem sempre por objecto repartição de lucros, não bastando que o sócio lucre
directamente através da actividade em comum. As sociedades civis são aplicáveis,
subsidiariamente as disposições que regulam as pessoas colectivas, quando a analogia das
situações o justifique (art. 157º CC). A organização é a forma coordenada de prossecução do
objecto.
5.2Elementos constitutivos da sociedade12

contribuição com bens ou serviços.

Sem esta contribuição frustrar-se-ia a possibilidade de surgirem os outros elementos. Se o fim do


contracto de sociedade é a obtenção de lucros e o lucro representa o aumento do valor do
património no termo da actividade social, ou dos seus ciclos periódicos, em relação aos
elementos utilizados para produzi-lo, é óbvio que a atribuição, por parte dos sócios, dos meios
necessários ao exercício da actividade social, constitui elemento essencial do contracto.13

As entradas dos sócios, destinam-se funcionalmente a possibilitar o exercício de uma empresa.


Ora, no contracto de sociedade esse exercício vem a ser prosseguido através de uma organização.
Assim, o título do direito de crédito correspondente terá de ser a própria organização e, portanto,
a sociedade enquanto entidade jurídica.

5.3 Objecto do contracto de sociedade


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Escola.mmo.mz/contracto-de-sociedade
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TARCUCE Flávio et al. Direito civil: Teoria Geral dos contractos e contractos em espécie. 14ed. Editora forense,
2019, Rio de Janeiro.
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O que caracteriza a sociedade é, a funcionalização atribuída a essas prestações que só se tornam
relevantes em ordem à prossecução em comum de determinada actividade. Essa actividade que os
sócios se propõem exercer vem a constituir o segundo elemento do contracto de sociedade, o
chamado objecto social.

O art. 980º CC exige que a actividade a desenvolver pelos seus sócios sejam certos, pelo que se
faltar essa determinação o contracto não pode deixar de considerar-se nulo por
indeterminabilidade do objecto (art. 280º/1 CC).

Porém, para se poder falar em sociedade é ainda necessário:

 Que essa actividade tenha conteúdo económico, não podendo este consistir na mera
fruição;
 Que essa actividade seja exercida em comum pelos sócios.
5.4 O fim dos contractos de sociedade14

O fim para o qual converge toda a actividade societária é a repartição dos lucros. Constitui este,
com efeito, o momento da realização do interesse individual dos sócios, por força do qual se
subordinaram ao interesse social na prossecução do objecto. Por essa mesma razão é que o art.
980º CC vem considerar elemento do conceito de sociedade o fim de repartir os lucros e não a
sua produção.15

5.5 Características qualificativas do contracto de sociedade

a) A sociedade como contracto consensual

O contracto de sociedade exige apenas a sua celebração pelas partes para se constituir, não sendo
necessário uma efectiva atribuição de bens à sociedade. O preenchimento do elemento
instrumental deste contracto verifica-se com a simples assunção de obrigações por parte dos
sócios. Por essa razão a sociedade não é um contracto real que constituem, mas antes um
contracto consensual.

b) A sociedade civil como contracto primordialmente não formal


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Código civil Moçambicano.
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Escola.mmo.mz/contracto-de-sociedade.
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O art. 981º CC não exige a observância de forma especial para a constituição de sociedades civis
vigorando, portanto quanto a estas a regra geral do art. 219º CC. O art. 981º CC excepciona,
porém, o caso de essa forma ser exigida pela natureza dos bens com que os sócios entram para a
sociedade. Assim é, que tanto a redução como a conversão do negócio, em consequência
daquelas causas de invalidade, encontram aplicação no contracto de sociedade com as meras
adaptações que o preceito consagra.16

c) A sociedade como contracto de execução continuada ou duradoura

As obrigações do contracto de sociedade são obrigações de cumprimento ininterrupto, tais como


a obrigação de colaboração, a obrigação de não concorrência e as obrigações derivadas do
exercício da gerência. Consequência do carácter duradouro desta relação contratual é a faculdade
de denúncia ad nutum, prevista no art. 1002º CC quando o contracto não tenha prazo fixado.17

d) A sociedade como contracto sinalagmático e oneroso

A sociedade assume-se como um contracto oneroso, dada a necessidade de haver uma atribuição
patrimonial por parte de todos os contraentes, uma vez que o art. 983º CC que estabelece a
obrigação de entrada dos sócios é inderrogável.

f) A sociedade civil como contracto “intuito personae”

A existência de uma responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios pelas dívidas da sociedade
(art. 997º CC) impõe que se verifique, para a celebração do contracto uma relação de confiança
mútua entre todos, sem a qual a sociedade civil não teria condições de funcionamento. Daí que se
deve qualificar a sociedade civil como um contracto intuito personae, atenta a importância
fundamental que nesta reveste a pessoa dos sócios.18

g) A sociedade civil como contracto obrigacional e ainda real “quod effectum”

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Escola.mmo.mz/contracto-de-sociedade.

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Código civil Moçambicano
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Escola.mmo.mz/contracto-de-sociedade.
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O facto de as entradas no contracto de sociedade não serem típicas, antes podendo consistir em
quaisquer bens ou serviços (arts. 980º e 983º/1 CC), desde que os aptos para a prossecução da
actividade económica que os sócios se propõem desenvolver, dá origem a que a sociedade, que se
apresenta primordialmente como um contracto obrigacional, venha a ter natureza real quanto a
entrada consista na transmissão de um direito real. Nesse caso a sociedade adquire características
de um contracto real quod effectum.

6.Contrato de trabalho
O contracto de trabalho é o acordo entre o empregador e empregado que estipula as
especificações do trabalho, com obrigações e direitos para cada parte. O trabalhador presta
serviços manuais e intelectuais e a entidade empregadora paga os mesmos através de um
vencimento e outros abonos definidos no contracto. Normalmente, o contracto é realizado por
escrito, impresso em duplicado, assinado e rubricado. Deve ser entregue uma copia ao
trabalhador, dentro de 60 dias, apos a data do inicio do contracto.19

6.1 Elementos do contracto de trabalho


O contracto de trabalho deve conter os seguintes elementos:

 A identificação do trabalhador e das empresas;


 O local de trabalho;
 Descrição das funções a desempenhar pelo trabalhador;
 A data de início do contracto e do documento;
 A duração prevista para o contracto (no caso de contractos de trabalho a termo);
 Indicação dos prazos de período experimental;
 Os prazos de aviso prévio em caso de cessação do contracto;
 O valor e a periodicidade da remuneração e outros prémios;
 O período normal de trabalho diário e semanal.

6.2 Rescisão do contracto de trabalho

Constituem justa causa para rescisão do contracto de trabalho pelo empregador:

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TARCUCE Flávio et al. Direito civil: Teoria Geral dos contractos e contractos em espécie. 14ed. Editora forense,
2019, Rio de Janeiro.
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O acto de improbidade; incontinência de conduta ou mau procedimento; negociação habitual por
conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir acto de concorrência à
empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; condenação criminal do
empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; desídia
no desempenho das respectivas funções; embriaguez habitual ou em serviço; violação de segredo
da empresa; acto de indisciplina ou de insubordinação; abandono de emprego; acto lesivo da
honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas
mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; acto lesivo da honra
ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo
em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; prática constante de jogos de azar, e.tc. 20

7.Conclusão
Chagado ao fim do meu trabalho, vale ressaltar que os contractos em especial são um instrumento
essencial para a transferência de riqueza. Entende-se que um contracto regido de acordo com as
espectadores das partes e do tipo de obrigação que as vincula é uma forma segura de explicitar
regras e princípios básicos da relação que esta sendo estabelecida, o objecto dos contractos de
doação, compra e venda, de sociedade é coisa que pode ser objecto da relação jurídica, os
contractos em especial vem evoluindo ao longo dos tempos, o legislador já adoptou politicas para
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TARCUCE Flávio et al. Direito civil: Teoria Geral dos contractos e contractos em espécie. 14ed. Editora forense,
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a protecção credor e do devedor na execução dos contractos e as suas sanções caso não sejam
cumpridas as clausulas estabelecidas por ambas as partes na elaboração contracto.

8. Referencias bibliográficas
- TARCUCE Flávio et al. Direito civil: Teoria Geral dos contractos e contractos em espécie. 14ed.
Editora forense, 2019, Rio de Janeiro.

- LUIZ José Carlos Ferreira, Direito civil. 2014

- BASTOS, Rodrigues Jacinto. Código civil anotado e actualizado. 7ed. Almedina editora, 1984, Coimbra Portugal

-Código civil Moçambicano


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- Escola.mmo.mz/contracto-de-sociedade.

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