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Aluno: Kauã Felipe Teodoro

Professor(a): Juliana Pascon


Disciplina: Direito Empresarial
Período: 6º Termo

CONTRATOS MERCANTIS
INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento da sociedade e suas relações, houve a
necessidade de intervenção estatal, onde o Estado estabeleceu regras para a
manifestação de vontade daqueles que pretendem realizar algum negócio
jurídico. Com isso, o Estado, objetivando coibir abusos e excessos, criou o
ordenamento jurídico correspondente à realidade social.
Recentemente, com o advento do Código Civil de 2002, o
relacionamento da sociedade foi aprimorado, pois as relações civis
contemporâneas foram abrangidas e protegidas pelo texto normativo. Na área
empresarial não foi diferente, uma vez que o Código Comercial de 1850, que
regulamentava diversas áreas deste ramo do direito, foi parcialmente revogado
pelo CC/2002 que, por sua vez, abrangeu as relações empresariais. Desta
forma, os contratos mercantis também foram objeto de regulamentação pelo
texto civilista.
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo abordar o conceito de
contratos mercantis, sua presença na realidade empresarial e a respectiva
visão doutrinária. Para isso foram utilizadas as doutrinas de Fábio Ulhoa
Coelho e Humberto Theodoro Junior, bem como sites da internet para basear
este trabalho, além de vídeos-aulas encontradas no Youtube.
O que é contrato mercantil?
Para conceituar, o contrato mercantil é aquele que refere-se a acordos
celebrados entre em partes empresárias para realização de atividades
comerciais, como por exemplo a compra e venda de mercadorias, distribuição,
representação comercial, entre outras.
Dessa forma, com as transformações sociais, houve uma necessidade
de estruturar os relacionamentos entre partes, daí surgiu o contrato. Fabio
Ulhoa Coelho explica que “exploração da atividade empresarial, a que se
dedica, o empresário individual ou a sociedade empresária celebram vários
contratos. Pode-se dizer que combinar os fatores de produção é contrair e
executar obrigações nascidas principalmente de contratos”. Contudo, a
natureza do contrato está intimamente relacionada com o interesse das
partes, o que não é diferente quando se trata dos contratos mercantis, porém
o que define a natureza jurídica do contrato mercantil é a condição dos
contratantes, o que relaciona-os em sua igualdade material.
CONTRATO MERCANTIL DE COMPRA E VENDA
De modo geral, o Código Civil regulamenta as disposições referentes
aos contratos, o que abrange os negócios obrigacionais relacionados a
compra e venda mercantil, os quais se configuram quando o comprador e o
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vendedor são empresários e é considerado um contrato elementar da
atividade empresarial. No entanto, existe uma ressalva de Coelho no que
tange a relação mercantil entre empresário-comprador e empresário-
vendedor, sujeita ao Código de Defesa do Consumidor (CDC) que ocorrerá
quando o empresário comprador assumir o papel de consumidor (na
concepção do termo) ou quando estiver em relação análoga à consumidor.
Para que o contrato de compra e venda tenha efeito no mundo jurídico
necessita-se existir como requisitos imprescindíveis o consentimento das
partes, a coisa e o preço, conforme vê-se no art. 482 do CC, pois é neste
momento que o vínculo contratual se aperfeiçoa. Com isso, nasce uma
obrigação entre eles, devendo um dos contratantes se obrigar a transferir o
domínio da coisa ao qual foi acordado, enquanto o outro obriga-se a pagar-
lhe certo preço em dinheiro, conforme redação do art. 481 do CC. No entanto,
quando ocorre o não cumprimento da obrigação acordada por parte do
comprador, este fica sujeito a multa, conforme previsto nas cláusulas
contratuais, e pela indenização por perdas e danos, conforme se verifica no
art. 475 do CC/2002. No entanto, caso o inadimplemento ocorra por parte do
vendedor, a parte prejudicada pode requerer a indenização por perdas e
danos ou o cumprimento do contrato.
Especificidades do Contrato de Compra e Venda Mercantil
No contrato de compra e venda mercantil existe uma especificidade
que se faz necessário mencionar. O art. 495 do CC possibilita o vendedor
reter a entrega da mercadoria caso o comprador, antes da transferência
efetiva da posse, entre em insolvência (incapacidade de cumprir as
obrigações devidas). Contudo, Fabio Ulhoa Coelho explica que na hipótese
de o vendedor constatar a falência do empresário ou sociedade empresária,
este não pode simplesmente condicionar a entrega da coisa vendida à
prestação de caução, já que a prática de proteger a atividade econômica é
regulamentada por lei própria, qual seja, Lei de Falências – Lei 11.101/2005.
Outra hipótese que pode ser mencionada é a retrovenda, que é um
pacto dentro do contrato de compra e venda no qual o vendedor tem o direito
de recomprar o imóvel vendido dentro de um prazo determinado, devolvendo
o preço e reembolsando as despesas feitas pelo comprador durante esse
período, conforme o art. 505, CC. Não só este, mas também a venda a
contento, que conforme estipulado no artigo 923 do Código Civil e nos artigos
470 e 471 do Código Comercial, é aquela em que o comprador possui total
discricionariedade para decidir se aceita ou não a compra. Existem outras
hipóteses, como perempção, venda com reserva de domínio e a venda sobre
documentos que poderão ser mencionados em outro momento.
Conclusão
Conforme pode se verificar, os contratos de compra e venda mercantil
é um dos documentos que possuem maior aplicação na atividade
empresarial. Portanto, as partes contratantes devem ser empresários e é por
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meio desta modalidade que se obtém as mercadorias que os empresários irão
revender com o lucro.
JURISPRUDENCIA

CONTRATO MERCANTIL DE COLABORAÇÃO


Os Contratos de Colaboração é considerado uma espécie de contrato
mercantil que proporciona a distribuição de mercadorias, às levando para um
mercado consumidor criado, consolidado ou expandido por um dos
contratantes. Estes contratos podem se apresentar de duas formas, sendo
elas a intermediação ou aproximação. A primeira ocorre quando o colaborador
constitui um dos elos de circulação de mercadoria, já segunda o colaborador
apenas fica responsável pela aproximação dos interessados pela mercadoria
com fornecedor.
Em síntese, o contrato de colaboração é aquele em que uma das
partes se responsabiliza com a obrigação de empreender esforços para criar
ou consolidar mercado para os produtos do outro contratante.
No mundo jurídico, os contratos de colaboração se manifestam de
inúmeras formas, inclusive no âmbito do comércio mercantil cujo principal
objetivo é a viabilização de mercadorias.
Uma característica do contrato de colaboração são as cláusulas de
exclusividade. Essas cláusulas são estipulações que determinam que partes
envolvidas devem comprometer-se a trabalhar exclusivamente uma com a
outra durante o período especificado.
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Algumas das espécies do Contrato de Colaboração estão reguladas a
partir no art. 693, CC, qual seja, Contrato de Comissão. Nesta espécie de
contrato, o comissário tem o encargo de aquirir ou vender bens em seu
próprio nome à conta do comitente. Com isso, o contrato de comissão da ao
comissário o encargo para que pratique ato ou celebre contrato em benefício
do mandante, no entanto, não agirá o comissário em nome do comitente, mas
em seu próprio nome. Sabendo disso, Humberto Theodoro Júnior leciona que
“a comissão autoriza o não-dono a vender a coisa que lhe foi confiada pelo
dono. A venda, porém, é feita pelo comissário, sem invocar o nome do
comitente. Há, por isso, em seu bojo, um mandato, porque o dono confere
poderes a outrem para praticar a alienação. O mandato, contudo, é cumprido,
perante o terceiro adquirente, como se o comissário fosse o proprietário, isto é,
sem que este o esteja representando”.
É importante mencionar que o comissário possui sua autonomia, uma
vez que quando é celebrado o contrato e este executa sua atividade
contratual, perante terceiros, continua sendo em sua plenitude empresário
que administra seus negócios em nome próprio e sob sua direta
responsabilidade. Com isso, não se pode concluir que o comissário é um
mero preposto, simples agente, nem tampouco um gerente.
O contrato de comissão é considerado o contrato bilateral porque faz
nascer obrigações para ambas as partes; é considerado consensual, uma vez
que se aperfeiçoa pelo simples consenso e acordo de vontade das partes;
oneroso, uma vez que ambas as partes perseguem resultados vantajosos; e
não-solene, pois não existe nenhuma exigência legal ou solenidade especial
para a celebração deste contrato.
JURISPRUDÊNCIA
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REFERÊNCIAS
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/contratos-mercantis/
149857705#:~:text=Os%20contratos%20mercantis%2C%20em%20suma,das
%20pessoas%20participantes%20do%20v%C3%ADnculo.%E2%80%9D
https://www.youtube.com/watch?v=3QQAN3rbgaw
Fábio Ulhoa Coelho. Manual de Direito Comercial: Direito de Empresa (2007)
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/contratos-de-colaboracao/249976909
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/7823841/mod_resource/content/0/
Semin%C3%A1rio%2008%20-%20Texto%20Complementar%20-
%20Theodoro%20Jr.pdf – Humberto Theodoro Junior.
https://www.youtube.com/watch?v=Yt9nryrc0Zo
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm

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