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Teoria dos contratos

Conceito: o contrato é um ato jurídico em sentido amplo, em que há o elemento


norteador da vontade humana que pretende um objetivo de cunho patrimonial (ato
jurígeno); constitui um negócio jurídico por excelência. Esse conceito é próximo do
código italiano

Existem alguns autores pós- modernistas, como Paulo Nalin, que desvinculam as
relações contratuais com as relações patrimoniais. O Paulo Nalin descreve : “a relação
jurídica subjetiva, nucleada na solidariedade constitucional, destinada à produção de
efeitos jurídicos existenciais e patrimoniais, não só entre os titulares subjetivos da
relação, como também perante terceiros”

--> Para existir o contrato, seu objeto ou conteúdo deve ser lícito, não podendo
contrariar o ordenamento jurídico, a boa-fé, a sua função social e econômica e os bons
costumes.

VEDADO a auto contratação ou celebração de um contrato consigo mesmo. Como


conceitua o artigo 117:

"Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o


representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio
realizado por aquele em quem os poderes houverem sido substabelecidos”.

Classificação contratos

 * QT. ao sacrifício patrimonial das partes

-- contrato oneroso = benefício de ambas as partes


-- contrato gratuito= apenas umas das partes se beneficia

 *QT. ao aperfeiçoamento

-- consensual: são negócios que aperfeiçoa pela simples manifestação de vontade das
partes

-- reais: só se aperfeiçoa com a entrega da coisa, traditiu reis lícito


 * QT. A previsão legal

--Atipico: Não previstos no código civil


--Tipico : Previstos no código civil. Ex: Contrato de compra e venda

 * QT a negociação do conteúdo quanto as partes

-- contrato paritário= feito em conjunto


-- contrato de adesão ( art cc 423 e 424 e art do cdc 54)

 QT ao riscos

-- Contrato comutativo = as partes sabem as prestação antes do estabelecimento do


contrato

-- Contrato aleatório = a prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no
momento da celebração do negócio jurídico pelo fato de depender da sorte, da álea,
que é um fator desconhecido a prestação de uma das partes não é conhecida com
exatidão no momento da celebração do negócio jurídico pelo fato de depender da sorte,
da álea, que é um fator desconhecido

Princípios

 Princípio da função social dos contratos.

Este princípio caracteriza que contrato deve ser interpretado visualizando a realidade
social. Nesse sentido, o contrato deverá ser visualizado com função coletiva, o
estado deverá interferir se for notório um excesso de uma das partes ou abuso de uma
partes contratuais, dirigismo contratual. Como explicita o artigo 2.035

Art. 2.035. (...). Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar


preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a
função social da propriedade e dos contratos”.
 Princípio do Pacto sunt servanda

Esse princípio simboliza que o contrato terá força de lei. Desse modo, as obrigações
estabelecidas, no contrato, deverão ser seguidas como as leis do ordenamento jurídico.
Ainda vale destacar que principios, como a função social dos contratos e boa fé
objetiva, trazem influência para esse pacto
Frise-se, por fim, que o princípio da obrigatoriedade merece análise cuidadosa, pois, se,
por um lado, o Direito não imprime força obrigatória aos contratos que ferem a
dignidade humana, pelo que o dirigismo permite sua revisão judicial, por outro lado não
aceita que as pessoas contratem de forma irresponsável e, posteriormente, pretendam se
socorrer do princípio para se esquivar das obrigações que assumiram.

 Princípio da Autonomia da vontade

Segundo o princípio da autonomia da vontade, os sujeitos são livres para contratar ou


não e para escolher com quem contratar – decorrências da liberdade de contratar – e
para dispor sobre o conteúdo do contrato e, ainda, para exigir seu cumprimento –
decorrências da liberdade contratual.

Segundo a nova leitura, as liberdades de contratar e contratual, com suas respectivas


decorrências, sofrem uma série de limitações, impostas pelos princípios gerais do
Direito e pela lei. Por exemplo, nos termos do art. 421 do Código Civil de 2002,

“a liberdade de contratar será exercida nos limites da função social do contrato”.

Conforme o art. 422, ademais,

“os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé”.
Ainda sobre o tema da autonomia privada, impende destacar algumas alterações
promovidas no Código Civil pela Lei nº 13.874/2019, a qual instituiu a Declaração dos
Direitos de Liberdade Econômica.

O art. 421 do Código, que teve sua redação ligeiramente alterada – suprimiu-se a
expressão “em razão” – ganhou um parágrafo único, segundo o qual:

“nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a


excepcionalidade da revisão contratual.”

 Princípio da Boa fé objetivA

As relações contratuais devem seguir com lealdade e respeito desde das tratativas, as
relações pré contratuais, até o fim da relação contratual. O artigo 422 do Código Civil,
traduzi que: “os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,
como em sua execução, os princípios da probidade e boa-fé”.
Os deveres anexos a boa fé são essenciais para os contratos. Sem elas, é formado uma
espécie de inadimplemento, independente de culpa do violador. É como está descrito
no Enunciado 24 da I Jornada de Direito Civil promovida pelo Conselho da Justiça
Federal, acerca do art. 422 do Código Civil: “em virtude do princípio da boa-fé,
positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui
espécie de inadimplemento, independentemente de culpa
O principio da boa fé objetiva deve entendido de forma distinta do principio da boa fe
subjetiva. A subjetiva tem caráter mais interno, pessoal, está relacionada com a moral,
já o objetivo se relaciona com comportamento do sujeito.

O principio ainda mantém alguns desdobramentos, como o venire contra factum


proprium, Supressio, Supressio e Vedação da tu quoque

1. venire contra factum proprium --> Manter um posicionamento coerente, não


seria agir de um modo e posteriormente agir de outro oposto ao primeiro. Esse
agir, portanto, sendo inesperado para a outra parte.
2. Supressio --> Não exerceu um direito durante um longo período perde o direito
de exercer. Bom exemplo seria um contrato de locação. O locador e o locatario
celebram um contrato, o locatario tera que pagar um aumento anual
3. Surrectio --> Se a parte obriga-se a uma atribuição que não estava no contrato e
não reclama-se por um longo período, essa atribuição se torna um direito

Rui e Pontes celebram contrato de fornecimento mensal de frutas. Todos os meses, Rui
arca com as despesas do envio das frutas, embora tal obrigação não houvesse sido
ajustada. Passados meses de reiterada conduta, não permite a surrectio que Rui queira, a
partir de determinado momento, exigir que Pontes cubra os custos da remessa.

1. Vedação do to quoque --> Você não pode exige o cumprimento de uma lei ou
contrato, se você não a seguiu, se você a violou

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

A manifestação da vontade, vislumbrada também como ACEITAÇÂO, necessita ser


positiva e sem erros. Essa vontade pode ser demonstrada de dois modos: expressamente
e tacitamente

A expressa é demonstrada através da escrita, verbalmente e gestual( a sinalização para


pedir cerveja no bar, exemplo Brenda)
Tacitamente é mantendo uma postura de acordo com esse posicionamento. Por
exemplo, continuar pagando o aluguel, isso sinaliza que ainda tem intenção de manter o
contrato.

 ETAPA DA NEGOCIAÇÃO

1. Pre - contratual, Negociação preliminar

Esse é o momento das tratativas, de conhecer como será o contrato, quais os benefícios,
os prejuízos, quem irá contratar, o objeto

Por exemplo, Lai vai comprar no mercado. Ela pergunta o preço do pão delícia ,
pergunta quantos vem, se existe uma porção menor ou maior.

NÃO EXISTE VINCULO CONTRATUAL NESSA FASE

Apesar de não existir vinculo, poderá fazer responsabilidade civil. Se, no momento das
tratativas, uma das parte geras uma confirmação, uma expectativa no outro e, por meio,
dessa confirmação, expectativa, gera um prejuízo nesse outro, existe uma
responsabilização extracontratual

é possível se imaginar um dano causado, na fase das tratativas, tanto pelo abuso do
direito de não contratar quanto pela violação de um dever de conduta imposto pela
boa-fé. Em qualquer dos casos, restará configurado o ato ilícito (arts. 187 e 186 do
Código), que fundamenta a responsabilidade civil por culpa (art. 927).

 Proposta

A proposta é realizado pelo proponente, ou também conhecido como policitante. Nessa


fase é feito a oferta de contrato, é como se fosse dito: " Quer negociar comigo? quer
firmar um contrato ?"

A proposta é feita ao Oblato

Essa fase é diferente da última, pois aqui é feito um pedido. Na última, é apenas feito
diálogos entorno de como será o contrato, entorno dos agentes, do objeto, da forma...

a proposta vincula o proponente, que passa a ser obrigado a contratar nos termos
propostos. Nesse sentido, dispõe o art. 427 do Código que “a proposta de contrato
obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do
negócio, ou das circunstâncias do caso”.

Claro, existe algumas ressalvas da proposta não ser vinculante. 1 - Salvo se consta na
proposta. 2 - das circunstâncias do caso . 3 - Da natureza de cada contrato

VALE AINDA DESTACAR QUE O ARTIGO 429 --> ALGUMAS OFERTA


EQUIVALEM A PROPOSTA, QUANDO TEM OS REQUISTOS DAQUELE
FUTURO COTRATO

A OFERTA PODE SER REVOGADA

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se
também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação
semelhante;

(Entre Presentes se refere aqueles que conseguem dar resposta imediata. A pessoa não
precisa está presencial, pode está por zap, google meet, life sife...)

(Não a duvidas de que se realizado presencialmente e imediatamente não aceita e sem


estabelecimento de prazos, desobriga-se imediatamente. Claro, na existência de prazo, a
obrigação só se encerra pós o termo final

II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a
resposta ao conhecimento do proponente;

III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta no prazo dado;

IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a


retratação do proponente.

 ACEITAÇÃO

-->Feita a proposta, como se viu, pode o oblato aceitá-la ou não.

--> Se não aceitar, o proponente se desvinculará. Se aceitar fora do prazo, com adições,
modificações ou restrições, fará, na verdade, nova proposta (art. 431 do Código).

--> Se simplesmente aquiescer com os termos da proposta, então terá lugar a aceitação.
E, configurando-se a aceitação, reputar-se-á celebrado o contrato, se consensual. Se
formal ou real, dependerá seu aperfeiçoamento da forma estipulada pela lei ou da
tradição da coisa, respectivamente.

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