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Conceito: o contrato é um ato jurídico bilateral, dependente de, pelo menos, duas declarações de vontade,
cujo objetivo é a criação, a alteração ou a extinção de direitos e deveres de conteúdo patrimonial.
Para existir, seu objeto ou conteúdo deve ser lícito, não podendo contrariar o ordenamento jurídico, a boa-fé,
a sua função social e econômica e os bons costumes.
Todos os contratos são bilaterais na sua formação, porque exigem, pelo menos, duas pessoas colocadas em
posições antagônicas para que se estabeleça o acordo de vontades. No entanto, podem ser unilaterais ou
bilaterais, conforme produzam efeitos para uma ou ambas as partes.
São contratos bilaterais: a compra e venda, a locação, a troca, a empreitada, o transporte etc.
São contratos unilaterais: a doação, o mútuo, o depósito etc.
Contratos onerosos são aqueles são aqueles em que existem vantagens e ônus a ambas as partes.
Contratos gratuitos ou benéficos são aqueles em que há vantagens apenas para uma das partes e ônus à
outra.
Em regra, os contratos onerosos são bilaterais e os gratuitos são unilaterais. Mas há exceção: contrato de
mútuo de dinheiro sujeito a juros (mútuo feneratício), pelo qual, além da obrigação de restituir a quantia
empreitada (contrato unilateral), hão de ser pagos os juros (contrato oneroso).
Contratos consensuais são aqueles que se formam com um simples acordo de vontades. Ex.: compra e venda
(art. 481, CC + art. 1.267, caput, CC), doação (art. 538 e art. 541, CC), locação (art. 565, CC).
Contratos reais são aqueles que, além do acordo, exigem a entrega de uma coisa. Ex.: comodato (art. 579,
CC), mútuo (art. 587, CC) e depósito (art. 627, CC).
O contrato oneroso será comutativo quando cada uma das partes conhece, no momento da celebração, a
extensão de suas vantagens e desvantagens.
Já no contrato aleatório, a prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão, no momento da
celebração do negócio jurídico, pelo fato de depender da sorte.
Alguns contratos são aleatórios devido à própria natureza (contratos de seguro e de jogo e aposta); outros,
em virtude da existência de um elemento acidental (contrato de compra e venda de uma colheita futura).
Contratos intuito personae: são aqueles em que a pessoa do contratante é elemento determinante de sua
conclusão. Diante desse fato, o contrato não pode ser transmitido pelo por ato inter vivos ou falecimento da
parte. Ocorrendo a morte do contratante que assumiu uma obrigação infungível, insubstituível, ocorrerá a
extinção desse contrato pela cessão contratual.
O exemplo típico de negócio pessoal é o contrato de fiança, uma vez que a condição de fiador não se
transmite aos herdeiros, somente as obrigações vencidas e não pagas enquanto era vivo o fiador e até os
limites da herança (art. 836, CC).
Outro exemplo é a prestação de serviços, que é extinta com a morte de qualquer das partes (art. 607, CC).
Contratos impessoais: a pessoa do contratante não é juridicamente relevante para a conclusão do negócio.
Isso ocorre na compra e venda de um determinado bem.
Contratos de consumo: contrato firmado entre o fornecedor e o consumidor, destinatário final do produto ou
serviço oferecido, em regra.
Princípio da autonomia privada: constitui a liberdade que a pessoa tem para regular os próprios interesses.
Tal autonomia, no entanto, não é absoluta.
Princípio da função social dos contratos: os contratos devem ser interpretados de acordo com a concepção
do meio social em que estão inseridos, não trazendo onerosidade excessiva às partes contratantes, garantindo
que a igualdade entre elas seja respeitada, mantendo a justiça contratual. Valoriza-se, portanto, a equidade, a
razoabilidade, o bom senso, afastando-se o enriquecimento sem causa. Por esse caminho, a função social do
contrato visa à proteção da parte vulnerável da relação contratual. É um princípio contratual, de ordem
pública, pelo qual o contrato deve ser, necessariamente, visualizado e interpretado de acordo com o contexto
da sociedade.
Princípio da força obrigatória dos contratos: prevê que tem força de lei o estipulado pelas partes na
avença, constrangendo os contratantes ao cumprimento do conteúdo completo do negócio jurídico.
Princípio da boa-fé objetiva: preceito de ordem pública. Art. 422 do CC. Segue a fórmula: boa-fé objetiva
= boa-fé subjetiva (boa intenção) + probidade (lealdade). Ou seja, dentro da boa-fé objetiva está a boa-fé
subjetiva, em regra. Ainda, exige das partes a conduta de probidade em todas as fases pelas quais passa o
contrato.
Princípio da relatividade dos efeitos contratuais (exceções): art. 436 - art. 439, CC.