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Classificação dos contratos (Resumo pelo livro de Pablo Stolze)

(o contrato é o mais básico e importante instituto do Direito Civil)

1. Quanto ao número de vontades, os negócios jurídicos em geral podem ser:


a. Unilaterais: quando o negócio se realiza com uma única manifestação de
vontade, como ocorre com o testamento ou instituição de fundação. Esses
negócios podem ser:
i. Receptícios: sua eficácia depende do conhecimento pelo destinatário.
Ex.: revogação de mandato.
ii. Não receptício: sua eficácia independe de conhecimento do destinatário.
EX.: testamento.

b. Bilateral: são aqueles em que se exige duas manifestações de vontade, não


necessariamente de apenas duas pessoas. Os contratos são negócios bilaterais
por excelência.
c. Plurilateral: exige-se duas ou mais manifestações de vontade. EX.: contrato de
consórcio de bens móveis e imóveis e contrato de sociedade.

2. Os contratos, à natureza da obrigação, pode ser:


a. Unilaterias: Apenas uma das partes suporta obrigações, enquanto as
vatangens do negócio ficam para apenas uma. Ex.: doação pura.
b. Bilaterais: ambos os contratantes possuem direitos e obrigações decorrentes
do contrato. São caracterizados pelo fato de a prestação de uma das partes
ser causa da prestação da outra. É sinônimo, para alguns, de contrato
sinalagmatico.
c. Plurilaterais: há uma pluralidade de partes do contrato e a todas são impostas
deveres e atribuídos direitos.
3. Quanto à prestação:
a. Gratuitos/benéficos: são aqueles em que uma das partes sofre diminuição em
seu patrimônio, enquanto outra aufere acréscimo patrimonial.
b. Oneroso: é o contrato em que ambas as partes auferem vantagens e ônus da
realização do contrato.

NÃO ENTENDI A DIFERENÇA ENTRE CONTRATOS GRATUITOS E


UNILATERAIS.

4. Contrato comutativo é aquele em que há equivalência entre as prestações e as


partes conhecem desde o inicio as prestações a quem são obrigadas.
Já o aleatório é aquele em que a obrigação de uma das partes só é exigível se
diante de acontecimento futuro cujo risco de não ocorrer foi assumido pela parte
contrária. (art. 458)

5. Contrato paritário é aquele em que as partes encontram-se em condição de


igualdade para discutir o conteúdo da relação contratual e formar as cláusulas do
contrato. Com a sociedade de massas, vem ficando cada vez mais raro.
Já o contrato de adesão é aquele em que uma das partes, com superioridade
material sobre a outra, fixa unilateralmente e sem possibilidade de discussão ou
alteração, o conteúdo da relação contratual. Com a sociedade de massas, é a
regra.

Stolze e Gagiano citam quatro caracteres identificadores deste tipo de contrato:


a. Uniformidade das cláusulas: um dos contratantes tem a inteção de oferecer
ao máximo possível de contratantes as mesmas condições de contratação
b. Fixação unilateral das clausulas
c. Rigidez das cláusulas: impossibilidade de discussão e alteração das cláusulas.
d. Superioridade material de quem fixa as condições de contratação: a
superioridade não precisa ser econômica, a exemplo de quem tem domínio
sobre o monopólio de produto ou serviço.

6. Contrato evolutivo (obra de Arnold wald) refere-se a contratos que possuem


cláusulas que visam equilibrar a equação econômico financeira do contrato, com
o estabelecimento de obrigações de uma parte de responder por eventuais
alterações na relações que imponham um ônus ao outro. É típica de contratos
administrativos. (repactuação de preços)

Contrato tipo é aquele em que as cláusulas vem prefixadas por uma das partes, mas há
possibilidade de discussão do conteúdo da relação. Exemplos são aqueles comprados
em papelarias.

OBS.: Obrigatoriedade de contratar: pelo art. 20 do Decreto-lei 73, de 21.11.66

7. Quanto à forma, a classificação dos contratos se opera sob dois enfoques:


a. Quanto à exigência de obediência a determinada forma para a validade
do ato, os contratos podem ser:
i. Solenes: a lei prevê uma forma é condição de validade do ato. Art,.
108 p. ex. Negócio ad solenmitatem são aqueles cuja forma integra a
validade. Negocios ad probationem, a forma não é requisito de
validade, mas é utilizada para fisn de prova.
ii. Não solenes: é a regra do ordenamento (art. 107 do cc). A lei não
exige uma forma específica para prática do ato. Devem ser observados
os requisitos para realizá-los.
b. Quanto à forma a partir da qual o negócio é considerado concluído:
Consensuais: conclui-se o contrato pela simples conjugação de
vontades das partes. Ocorre com os contratos não solenes.
Reais: exige a tradição da coisa para ser ultimado. Depósito, mútuo.
A conjugação de vontades continua sendo exigida, mas é necessário
algo a mais: a entrega da coisa.
8. Contratos nominados são aqueles que possuem terminologia prevista em lei,
enquanto inominados possuem nomenclatura advinda de fonte extralegal, como a
doutrina, os costumes etc. Não se confundem com contratos típicos e atípicos.
9. Contratos pessoais, personalíssimos e intuito personae são aqueles em que a
pessoa de um dos contraentes é figura essencial da realização do negócio. Um
contratante tem interesse na atividade em sí contratada, mas também em
que irá realizar. Ex.: contrato de prestação de serviços de obrigação infungível,
como pintar o quadro por pintor famoso.
OBS : as obrigações desses contratos não são transmissíveis. A morte do
contrante extingue a obrigação. Esses contratos são anuláveis na hipótese de erro
quanto à pessoa.

10. Contratos individuais e coletivos:


Contratos coletivos são aqueles em que os afetados pela avença não são pessoas
consideradas individualmente, como ocorre com o contrato individual, que até
pode possuir vários contratantes, mas todos individualizados.
É por vezes utilizado como instrumento normativo que anuncia regras gerais que
orientarão a elaboração de contratos futuros e regerão os contratos em curso
É utilizado na área trabalhista, com as convenções coletivas de trabalho e o
acordo coletivo de trabalho.

11. Autocontrato
-é chamado de contrato consigo mesmo
-Todo contrato exige pacto de, pelo menos, duas vontades
-Não é propriamente contrato consigo mesmo
-Ocorre na situação em que uma pessoa dá mandato a outra para que o represente
em determinado negócio. O mandatário realiza o negócio consigo e não com
terceiros. Pelo art. 117, só é válido se houver autorização na lei ou o representado
anuir.

12. Contratos instatâneos e de duração:


13. Contratos típicos são aqueles que estão disciplinados e regulados em lei. Já os
atípicos são aqueles cuja disciplina não é legal. Não se confundem com os
contratos nominados e inominados.
14. Contratos principais são aqueles que possuem existência autônoma. São a regra
do ordenamento. Contratos acessórios são aqueles que existem em função de
outro existir, sendo, assim, subordinados e entregues à sorte do principal.

OBS.: A importância desta distinção se dá pois só nos contratos bilaterias cabe:

i. Exceção de contrato não cumprido


ii. Clausula resolutiva tácita
iii. Vicio redibitório (nos comutativos tb há)

15. Relação entre cláusula resolutiva e exceção de contrato não cumprido.


16. O contrato de trabalho é um tipo intermediário entre o pessoal e impessoal
17. Contratos relacionais
18. Contratos civis e mercantis
19. Contratos bilaterais x sinalagmáticos
R.: são tratadas como expressões sinônimas. Sinalagma, do grego, significa
contrato. Imprecisao terminológica.

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