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Direito das obrigações

A relação jurídica obrigacional é um tipo de relação jurídica civil pelo que a sua
estrutura é semelhante a esta.

A RJ obrigacional é composta de três elementos:

1. Sujeitos, dentro deste ativo (o que tem o direito) e passivo (o que está vinculado a
uma obrigação);
2. Objeto, o qual se divide em imediato (são os direitos e deveres do sujeito sobre o
objeto mediato) e objeto mediato (é a própria prestação)
Existem vários tipos de obrigações/prestação:
a. Prestação de facto positivo, é aquela que pressupõem uma determinada ação
(EX.: obrigação de pagar o preço, obrigação de entregar o bem, etc).
Obrigação de facto negativo, é aquela que pressupõem uma determinada
omissão, ou seja, aquele que está vinculado a cumprir esta obrigação basta que
nada faça em sentido contrário (EX.: obrigação de não concorrência)
b. Prestação fungível, é aquela em que as características pessoais do
devedor/sujeito passivo não são relevantes para o seu cumprimento (EX.:
pagamento do preço, entrega de um bem, ETC.)
Prestação infungível, é aquela em que as características pessoais daquele que a
tem de cumprir são relevantes para o seu cumprimento (EX.: concerto de música de
um determinado cantor)
c. Prestação instantânea, é aquele que surge e se cumpre num só momento 8EX.:
pagamento de um preço de um bem)
Prestação duradoura, é aquela que se protela no tempo e pode ser de dois tipos:
de execução continuada (que é aquela que se verifica/cumpre de forma ininterrupta,
ex.: obrigação do senhorio dar o gozo do bem arrendado ao inclino/arrendatário);
periódica ou reiterada (é aquela que surge e tem de ser cumprida assim que
decorrem determinados períodos, ex.: obrigação do inclino pagar a renda mensal).
3. O terceiro elemento da RJ obrigacional é o vínculo jurídico que é composto pelo
direito a prestação, pelo dever de prestar e pela realização coativa da prestação
(artigos 817 e ss do CC e também código de processo civil).

Situação Jurídica: é um conjunto de direitos e deveres que determinada pessoa tem


num determinado momento.
IMPORTANTE

Na RJ obrigacional além da obrigação principal frequentemente existem obrigações


secundarias e estas podem ser dos seguintes tipos:

1. Dever acessório, é aquele que serve para assegurar ou preparar o cumprimento da


obrigação principal e deriva do princípio da boa-fé (EX.: obrigação de informação
por parte do vendedor);
2. Dever complementar, é aquele que serve para complementar/completar o
cumprimento defeituoso da obrigação principal (EX.: obrigação de reparação);
3. Dever substituto é aquele que surge quando existe um incumprimento total da
obrigação principal (EX.: obrigação de indemnização)
4. Dever derivado de simples operação de liquidação, serve para colocar a situação
concreta de acordo com o previsto na lei (EX.: obrigação de pagamentos de juros
moratórios, obrigação do senhorio reparar/realizar obras no bem arrendado).

Princípios gerais das obrigações:

I. Princípio da liberdade contratual ou autonomia da vontade (artigo 405 do CC).


Este princípio significa que as pessoas contratam se, como e da forma que
entenderem.
Este princípio subdivide-se em três princípios:
1. Princípio da liberdade de celebração, significa que as pessoas contratam se
quiserem. Este princípio tem duas exceções, ou seja, situações em que as
pessoas são obrigadas a contratar. Estas exceções designam-se de limitações
e são de dois tipos:
a. Limitações legais: caracterizam-se por a lei obrigar a que as pessoas
contratem devido a uma determinada situação factual. (ex.: situações de
monopólio e seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel,
seguro de acidentes de trabalho);
b. Limitações contratuais/negociais: caracterizam-se pelo facto de as
pessoas ao celebrarem um determinado contrato (contrato promessa-
artigos 410, 442 e 830) as pessoas são obrigadas a celebrar outro
contrato no futuro.
2. Liberdade de estipulação: significa que as pessoas podem apor/colocar no
contrato as clausulas de entenderem. No entanto, existem dois tipos de
contratos em que um dos contraentes coloca as clausulas que entender e o
outro limita-se a aderir ou não, são os contratos de adesão e os contratos
com cláusulas contratuais gerais. (DL 446/85 25/10 e respetivas alterações).
3. Princípio da liberdade de escolha do tipo negocial: significa que as pessoas
contratam da forma que entenderem e, por isso, podem escolher o tipo de
contrato que melhor regule os seus interesses. Quanto a uma das distinções
dos contratos, podemos ter:
a. Contratos típicos ou nominados: são aqueles que tem o nome específico e o
seu regime jurídico está expressamente previsto na lei. (Ex.: contrato de
compra e venda (art.874 e ss do CC), contrato de locação (art.1022 e ss do
CC))
b. Contratos atípicos ou inominados: são aqueles que não tem o nome
específico e o seu regime jurídico está disperso na lei.
c. Contratos mistos: são aqueles que contem o regime jurídico de dois ou mais
contratos típicos e podem ser:
c.1. Junção de contratos: caracteriza-se por existirem dois ou mais contratos
que apenas estão ligados entre si por um elemento externo ou acidental á
vontade dos contraentes e, por isso, o vicio num dos contratos não
influencia o outro contrato. (EX.: o senhor A vai a uma oficina manda
concertar o motor do veiculo e compra também pneus para o veiculo).
c.2. Coligação de contratos: neste caso existem dois ou mais contratos
ligados entre si pela vontade/intenção dos contraentes e, por isso, o vicio
num dos contratos influencia os outros contratos. (EX.: pacote de viagem de
férias que inclua estadia e transporte)
II. Princípio do consensualismo ou consentimento(art.408 do CC): este principio
significa que para que um contrato se realize e produza os seus efeitos basta um
mero acordo entre os contraentes. Hoje é pacificamente aceite que os contratos
produzem efeitos obrigacionais e efeitos reais. Os efeitos
obrigacionais/relativos/inter partes são aqueles que apenas vinculam os
contraentes que celebraram o contrato. Os efeitos reais, absolutos, erga omnes
são aqueles que vinculam não só quem celebra o contrato, mas sim todas as
pessoas (Ex.: no contrato de compra e venda os principais efeitos obrigacionais
são obrigação do vendedor entregar o bem e obrigação do comprador pagar o
preço, o efeito real é a transferência da propriedade do bem do vendedor para o
comprador, mas a partir desse momento não é só o vendedor que tem de
respeitar a propriedade do bem do comprador, mas sim todos temos de respeitar
essa propriedade.)

Apesar do princípio do consensualismo invocar que apenas é necessário acordo/consenso


para a realização de um contrato, existem exceções:

1. Nos bens móveis sujeitos a registos (automóveis, embarcações, aeronaves) aquele


que primeiramente registar a propriedade do bem é aquele que se torna proprietário
do bem ainda que outra pessoa o tenha adquirido antes, mas não tenha registado a
propriedade;
2. Noutras figuras jurídicas (penhor- art.669 do CC; doação artg.947 e ss do CC) não
basta um mero acordo é necessária a entrega efetiva do bem para que o ato jurídico
se consolide;
3. Numa determinada figura jurídica não basta um acordo, é necessário que este
acordo conste de escritura pública para que se realize o ato. (Ex.: hipoteca art.687
do CC);
4. É também possível aos contraentes apesar do acordo impedir a transferência da
propriedade do bem a qual fica condicionada a um ou alguns factos, para tal os
contraentes tem que colocar no contrato uma clausula de reserva de propriedade
(art.409 do CC).
III. Princípio da forca vinculativa (art. 406 do CC): Um contrato depois de
celebrado constitui “lei” entre os contraentes que o celebraram, relativamente
ao objeto do contrato. Este princípio subdivide-se em dois princípios:
1. Princípio da estabilidade dos contratos significa que o contrato depois de
celebrado só pode ser modificado ou extinto (com exceção do
cumprimento) por acordo entre os contraentes. No entanto, existem
exceções, ou seja, situações em que um dos contraentes, unilateralmente
pode modificar ou extinguir o contrato: quanto á modificação temos o caso
dos negócios usurários (artg 283 do CC) em que aquele que tem de pagar
juros por vezes consegue unilateralmente alterar a taxa; quanto a extinção o
exemplo é a denuncia do contrato de arrendamento pelo inquilino, ou seja,
antes do fim do prazo o contrato pode terminar pode terminar por vontade
deste (art. 1098 do CC).
2. Princípio da relatividade dos contratos significa que os direitos e deveres
que surgem de um contrato apenas são concedidos e vinculam os
contraentes que celebram esse contrato. Parece que o contrato a favor de
terceiro é uma exceção a este princípio, mas não é, isto porque o terceiro
(pessoa inicialmente estranha ao contrato) só passa a ter o direito de um dos
contraentes quando expressamente aceitar esse direito perante o promitente
e o promissório (art 443 do CC). Assim não existe qualquer exceção a este
princípio.
IV. Princípio da Boa-fé: existem dois tipos de boa-fé:
1. Boa-fé objetiva: é fonte de regras de conduta para um determinado caso
concreto, quando as normas jurídicas existentes não são suficientes para
regulamentar esse mesmo caso concreto.
2. Boa-fé subjetiva é a atitude psicológica de quem cumpre um dever ou
exerce um direito, atitude essa que consiste no conhecimento de poder lesar
o interesse de outra pessoa com esse comportamento. O critério jurídico
para aferir da existência da boa ou má-fé é o critério do homem
médio/normal (“Bonus Pater Familias”), ou seja, o julgador/juiz coloca-se
na posição daquele de quem está a aferir a existência de boa ou má-fé e com
um razoável nível de conhecimentos da situação tenta concluir se era
possível ou não ter conhecimento de lesar o interesse de outra pessoa. Se era
possível esse conhecimento então a pessoa agiu de má-fé.
A figura jurídica da boa-fé encontra-se em vários institutos jurídicos,
nomeadamente, responsabilidade civil pré contratual (art 227 do CC), abuso
de direito (art 334 do CC), uso capião (art1287 e ss do CC).

FONTES DAS OBRIGAÇÕES

Existem 5 fontes das obrigações: contratos, responsabilidade civil, gestão de


negócios, enriquecimentos em causa e negócios unilaterais.

A. Contratos: os contratos são factos jurídicos voluntários, lícitos, bilaterais,


bilaterais.
Assim os contratos pressupõem duas ou mais vontades que se materializam em
declarações.
As declarações podem ser de dois tipos (art 217 do CC):
1. Declarações expressas: estas podem ser verbais, escritas ou consistir num
comportamento ostensivo aceite pela sociedade em geral.
2. Tácitas: são declarações que resultam de determinada atitude ou
comportamento em determinadas circunstâncias especiais. As declarações
tacitas não tem relevância jurídica em todas as situações jurídicas.
I. CONTRATO DE COMPRA E VENDA (art 874 e ss do CC): este contrato
pressupõe dois sujeitos (pelo menos) que são o comprador e o vendedor e
também pressupõe duas declarações que são a proposta e a aceitação.
Este contrato produz dois tipos de efeitos: obrigacionais que são o dever de
pagar o preço e o dever de entregar o bem ou a transferir o direito e também o
efeito real que é a transferência da propriedade do bem ou direito.
Este contrato tem várias características:
1. É oneroso porque pressupõem sempre a entrega de uma determinada
quantia monetária/pecuniária.
2. É bilateral porque faz surgir obrigações para ambos os contraentes.
3. É sinalagmático porque pressupõem prestações recíprocas entre os
contraentes.
4. É dotado de eficácia real porque envolve a transferência da propriedade.

A forma do contrato de compra e venda quanto a bens móveis é que o mesmo basta
que seja meramente verbal, já quanto a forma do contrato compra e venda de bens imoveis
(urbanos e rústicos) o mesmo tem de obrigatoriamente ser celebrado por escritura publica.

Aquando da celebração de um contrato de compra e venda é necessário ter em


atenção a possibilidade de existência de direito de preferência por parte de uma
determinada pessoa. O direito de preferência consiste em alguém ter primazia na compra
de um determinado bem no lugar do comprador originário, bastando para tal que cumpre
com os mesmos deveres que este ia cumprir. Ex.: direito de preferência do inquilino sobe a
venda do bem arrendado; direito de preferência do proprietário de prédio rustico confinante
relativamente á venda do outro prédio rustico (desde que ambos os prédios tenham menos
de 20 mil metros quadrados).
Os efeitos obrigacionais num contrato de compra e venda são sobretudo dois:

1. Dever de entrega da coisa por parte do vendedor. Este dever, por regra, cumpre-se
no momento da celebração do contrato, contudo pode ser antecipado ou deferido.
Quando é antecipado o risco de deteorização do bem ou de apreciação do direito
corre por conta do comprador. Quando a entrega é deferida para momento posterior
o risco de deteriozação do bem ou direito é da responsabilidade do vendedor.
Se entre a celebração do contrato e a entrega do bem ou direito, este produzir frutos
e se os mesmos não foram referidos no contrato, os mesmos são do vendedor.
2. Dever de pagar o preço pelo comprador. Se o preço não for fixado no contrato (art
883 do cc) existem três critérios para o fixar:
a. O preço será aquele que o vendedor normalmente pratica;
b. Se tal não for possível o preço será o que é fixado no mercado;
c. Se tal não for possível o tribunal fixa o preço com base em prova pericial.

Quanto ao local de pagamento (art 885 do cc) este é fixado pelos contraentes e se
tal não sucedeu será no domicílio do vendedor.

Se o bem ou direito comprado apresentar defeitos pode existir redução do preço (art
884 do cc) ou anulação do negócio, sendo necessário verificar se o defeito coloca ou não
em causa a vontade do comprador em comprar.

II. Contrato de arrendamento (art 1022 e ss do cc e novo regime de arrendamento


urbano): o arrendamento é um contrato de locação de bens imoveis (art 1023 do
cc).

A locação de bens moveis designa-se aluguer.

Existem três tipos de arrendamento: urbano, rural e florestal.

O arrendamento urbano pode ser de dois tipos: para fins habitacionais e fins não
habitacionais.

PERIODO ANTES DO CONTRATO:

1. é necessário conter a identificação completa do senhorio e do


inquilino/arrendatário.
2. É necessária a identificação do bem arrendado: um prédio é identificado por um
artigo matricial (finanças) e um artigo de inscrição junto da conservatória de registo
predial. Se for um prédio destinado a habitação necessita de licença de
habitabilidade e se for destinado a fins não habitacionais de uma licença de
utilização.
3. Ainda é necessário verificar se o prédio está onerado: se existe alguma hipoteca o
penhora sobre o bem arrendado.

Quanto á forma o contrato de arrendamento deve ser escrito e celebrado em triplicado


(um exemplar para o inquilino, outro para o senhorio e outro para finanças).

Quanto há existência de garantias no contrato de arrendamento tal não é obrigatória,


mas pode existir. A garantia comum é a fiança, que é uma garantia pessoal, ou seja, sobre o
incumprimento das obrigações contratuais do inquilino responde todo o património do
fiador.

Quanto ao prazo o contrato de arrendamento para fins habitacionais é por regra de 5 a


30 anos e fins não habitacionais no mínimo 10 anos. No entanto, o contrato de
arrendamento para fins habitacionais se for por motivos de trabalho, de ensino/formação
ou turísticos pode ser inferior a 1 ano.

RENDAS (art 1075 e ss do cc) estas podem ser fixas ou variáveis e neste segundo caso o
senhorio pode atualizá-las de acordo com o coeficiente constante de portaria anual emitida
pelo governo. Atualização apenas tem efeito no mês seguinte ao da comunicação. Em
cargos e despesas quotidianas (eletricidade, agua, gás, net) se nada for contratado são da
responsabilidade do inquilino. Impostos e obras de conservação são da responsabilidade do
senhorio. Despesas do condomínio se nada for contratado são da responsabilidade do
senhorio.

Principiais deveres do inquilino:

1. Pagar pontual e integralmente a renda;


2. Não dar um destino diferente ao bem arrendado;
3. Não subarrendar sem autorização expressa do senhorio;
4. Tolerar inspeções periódicas do senhorio;
5. Avisar o senhorio de obras de conservação e tolerar as mesmas;
6. No fim do contrato entregar o bem arrendado nas mesmas condições que o
recebeu, salva guardando-se as deteorizações resultantes de uma utilização
normal.
Principais deveres do senhorio:

1. Permitir o gozo pleno do bem arrendado pelo inquilino;


2. Realizar obras de conservação;

Trespasse: se no bem arrendado para fins não habitacionais existir um


estabelecimento comercial o inquilino pode vender esse estabelecimento a outra pessoa,
mas antes tem de dar preferência ao senhorio, mas se este não preferir é obrigado a aceitar
como novo inquilino aquele que adquiriu o estabelecimento comercial.

Formas de cessação do contrato de arrendamento:

1. Acordo de revogação, é quando o senhorio inquilino estão de acordo em


fazer cessar o contrato;
2. Caducidade, é quando o contrato termina pelo decurso do tempo;
3. Resolução (arts 1083 a 1087 do cc) esta forma de cessação do contrato de
arrendamento sucede quando um dos contraentes não cumpre de forma
grave com os seus deveres o que permite ao outro cessar o contrato.
4. Denuncia (arts 1099 a 1103 do cc) sucede quando um dos contraentes,
cumprindo um prazo de pré-aviso faz cessar antecipadamente o contrato.
Quanto ao inquilino este não necessita de qualquer fundamento para a
denuncia, já quanto ao senhorio só o pode fazer nos casos e com os
fundamentos expressamente previstos na lei.
III. Contrato a favor de terceiro (artgs 443 e ss do cc):

Não é verdadeiramente um contrato, mas sim a possibilidade que um dos


contraentes tem num contrato de indicar ao outro contraente um estranho/terceiro que
irá usufruir do direito pertencente ao contraente que o indicou.

A relação jurídica que se estabelece entre promissário e promitente designa-se


relação de provisão e pode ser gratuita ou onerosa (qualquer tipo de contrato ou
negócio jurídico).

A relação jurídica que se estabelece ente promissário e beneficiário designa-se


relação de valuta e pode ser gratuita ou onerosa.

O beneficiário (que era o 3º) só adquire efetivamente o direito quando declarar que
o aceita perante o promissário e o promitente, pois enquanto não o fizer o promissário
pode recusar a promessa (o benefício que lhe concede) e quanto ao promitente, este
pode não cumprir.

O promitente, após a aceitação pelo beneficiário, só pode recusar-se a cumprir a


promessa perante o beneficiário, invocando vícios da relação jurídica de provisão e
nunca com base em vícios de uma outra relação jurídica entre promitente e promissário
ou de uma qualquer relação jurídica entre o promitente e o beneficiário.

No silêncio dos contraentes o prazo do promissário indicar um beneficiário é de 5


dias.

O promissário pode revogar o benefício se o beneficiário, entretanto se mostrar


indigno.

Exemplo de contrato a favor de terceiro: O senhor A compra um pacote de viagem


de férias e indica á agência de viagem, que essa viagem não é para ele, mas sim para
um terceiro.

O contrato a favor de terceiro é diferente do contrato com efeitos reflexos sobre


terceiros (contrato de arrendamento), pois no primeiro o 3º adquire um direito, já no 2º
os terceiros apenas usufruem de um direito que não é seu, mas do inquilino.

IV. Contrato para pessoa a nomear (art 452 a 456 do cc)

Não é verdadeiramente um contrato, mas sim uma faculdade que um dos


contraentes tem de poder indicar ao outro um terceiro que irá ocupar toda a sua posição
jurídica contratual (direitos e deveres).

Se os contraentes nada disserem o prazo para nomeação é de 5 dias. A nomeação


tem de ser por escrito e acompanhada da declaração escrita de ratificação por parte da
pessoa nomeada.

Este expediente jurídico serve sobretudo para evitar uma duplicação fiscal (em
cargos fiscais).

A aceitação da nomeação tem efeitos retroativos, ou seja, o nomeado é como se


fosse o contraente desde o início do contrato.

SAI NA FREQUENCIA PERGUNTA DE DESENVOLVIMENTO- CONTRATO


PROMESSA
V. Contrato Promessa (art 410, 442 e 830 do cc):

É um contrato que tem como objeto outro contrato designado definitivo. No entanto, o
contrato promessa é também ele definitivo.

O contrato objeto do contrato promessa pode ser de vários tipos, nomeadamente, de


compra e venda, de arrendamento, de aluguer, de trabalho, etc.

O contrato promessa inclui uma obrigação de facto positivo que é a celebração de outro
contrato.

Além dos efeitos obrigacionais do contrato promessa (que são celebrar outro contrato),
o contrato promessa tem efeitos reais quando existe a entrega do bem.

O contrato promessa pode ser: unilateral, quando apenas um dos promitentes se vincula
a celebrar o outro contrato e é bilateral, quando ambos os promitentes se vinculam a
celebrar o outro contrato.

O contrato promessa serve para ultrapassar dois tipos de obstáculos do contrato


definitivo: factuais/materiais, quando o bem ainda não existe e legais, quando é necessário
cumprir um requisito legal que ainda não o está. (EX.:Obtenção de uma licença)

Quanto á forma o contrato promessa tem sempre de ser escrito.

Incumprimento do contrato promessa:

1. Quando a quantia inicial é entregue a título de sinal (art 442) e quem não quer
cumprir o contrato foi quem entregou o sinal, fica sem ele; se quem não quer
cumprir o contrato foi quem recebeu o sinal, terá de o entregar em dobro ao outro.
2. Se a quantia inicial for entregue a título de antecipação de pagamento (art 830), o
promitente que quer cumprir o contrato, instaura/propõem uma ação judicial
designada execução especifica, e através do tribunal obriga o outro promitente a
cumprir o contrato até ao fim.
3. Se no mesmo contrato promessa existir a figura do sinal e a antecipação de
pagamento, o regime jurídico do sinal afasta o regime jurídico da antecipação de
pagamento e consequentemente afasta a execução especifica (art 830 nº1 e 2).
VI. Pacto de preferência (art 414 do cc)

É uma preferência negocial porque deriva apenas da vontade das pessoas.


Aquele que tem de dar preferência designa-se preferido e o que pode proferir (optar)
designa-se preferente.

O preferente só pode preferir se o preferido efetivamente pretender transmitir o bem.

A comunicação da preferência pelo preferido ao preferente tem de conter todo o plano


de negócio.

Se preferente e preferido não acordaram expressamente um prazo de preferência, este


passa a ser de 8 dias (art 416 nº2 do cc (prazo supletivo)).

Se o preferido transmitir e não der preferência o preferente pode instaurar ação judicial
designada ação de preferência e cumprindo com as obrigações do adquirente original passa
a ser ele o adquirente e o proprietário.

O adquirente original tem direito que lhe devolvam o dinheiro que entregou e pode
pedir indemnização ao proferido.

A ação de preferência tem de ser instaurada contra preferido e adquirente originário, a


isto designa-se Listisconsórcio Necessário Passivo.

Tipologia dos contratos:

1. A existência dos contratos típicos ou nominados justifica-se sobretudo por três


aspetos:
a. Estes contratos permitem auxiliar os contraentes na medida em que as
pessoas/contraentes desde o início sabem quais são os efeitos jurídicos
fundamentais ao celebrar determinado contrato;
b. O regime jurídico destes contratos contem normas imperativas, ou seja, normas
em que o seu regime jurídico não pode ser afastado pelos contraentes, ainda de
forma expressa, o que é positiva na medida em que assim se mantem os efeitos
fundamentais de determinado contrato;
c. Ainda assim estes contratos permitem e tem alguma abertura para que os
contraentes possam modelar o contrato exatamente de acordo com os seus
interesses.
2. Os contratos atípicos ou inominados justificam-se porque permitem aos contraentes
escolher as melhores clausulas e modelar todo o contrato exatamente de acordo
com os seus interesses.
3. A coligação de contratos dentro dos contratos mistos tem como um dos aspetos
fundamentais o facto de que o vencimento de uma prestação num dos contratos
implica o vencimento de todas as prestações de todos os contratos que constituem
aquela determinada coligação de contratos.

GESTAO IMPROPRIA E REPRESENTATIVA ESCOLHA MULTIPLA

II. Gestão de negócios (art 464 a 472 do cc)

É outra fonte das obrigações para que exista gestão de negócios é necessário que se
verifiquem comulativamente (ao mesmo tempo) três requisitos:

1. O gestor atua em negócio alheio (que não é seu);


2. O gestor atua em nome e no interesse do dono do negócio;
3. O gestor atua sem uma autorização expressa do dono do negócio.

É este terceiro elemento que distingue a gestão de negócios do mandato (art 1157 do
cc), pois o mandatário atua também em negócio alheio, em nome e no interesse do dono do
negócio, mas tem uma autorização expressa deste para atuar (esta autorização designa-se
PROCURAÇÃO).

Depois do gestor atuar o dono do negócio tem de ratificar (confirmar) os atos


cometidos pelo gestor, porque se não o fizer nem o gestor nem o dono do negócio, tem de
assumir o negócio, mas o gestor terá de indemnizar a pessoa com quem contratou (porque
lhe criou legitimas expectativas).

A gestão de negócios ocorre sobretudo em situações de urgência, por exemplo para que
um determinado bem não se deteriore.

Gestão impropria: é quando alguém atua em negócio alheio, mas no seu próprio
interesse para dai retirar proveito pela intromissão. Neste caso aquele que assim atua terá
responsabilidade civil e criminal.

Gestão representativa: sucede quando alguém atua em negócio próprio, mas no


interesse de outra pessoa, sem revelar o nome desta última (é o designado vulgarmente
testa de ferro).

III. Responsabilidade civil: é outra fonte das obrigações.


Existe responsabilidade quando alguém viola o direito de outrem ou não cumpre
com o seu dever.

É civil porque o responsável terá de reparar, se não for possível substituir e se este
não possível indemnizar em dinheiro (562 e ss do cc).

A responsabilidade civil pode ser de dois tipos: contratual quando pressupõe a


futura existência, a execução ou cumprimento de um contrato; e é extracontratual quando
não é contratual.

A responsabilidade civil contratual pode ser de

1. Pré contratual (art 227 do cc), esta existe quando durante as negociações para a
celebração de um futuro contrato uma das pessoas cria uma fundada e legitima
expectativa na outra de celebração de contrato, mas sem fundamento não celebra
depois o contrato;
2. Contratual (art 762 e ss; 798b e ss do cc) esta responsabilidade existe quando
durante a execução de um contrato um dos contraentes não cumpre com os seus
deveres contratuais.
3. Pós contratual (art 1225 do cc) esta responsabilidade existe quando após a
celebração e cumprimento integral de um contrato o bem transmitido ou o serviço
prestado apresenta defeitos ou deteriora-se completamente. Esta responsabilidade é
também designada de garantia. O prazo de garantia de bens imoveis novos é de 5
anos, de bens móveis novos é de 2 anos e de bens móveis usados transmitidos por
quem se dedica ao negócio desses bens é de 1 ano.

Responsabilidade civil extracontratual:

1. Por factos ilícitos (art 483 e ss do cc): para que exista este tipo de responsabilidade
é necessário que se verifiquem cumulativamente (ao mesmo tempo) 5 requisitos:
A. Autor lesante, é a pessoa ou pessoas que praticam o facto e serão
responsabilizadas pelo mesmo;
B. Facto ilícitos, acontecimento da vida real, com relevância para o direito e que
este não permite;
C. Culpa, é a intenção ou pelo menos conhecimento de que com a prática do facto
será provocado dano;
D. Dano, é o prejuízo causado ao lesado;
E. Nexo de causalidade adequada, é a relação existente entre o facto praticado e o
dano causado e também que em abstrato aquele tipo de facto tenha a
potencialidade de provocar aquele tipo de dano.
Ex.: A Ana atirou uma pedra á janela de casa do Ivo e partiu-o.
2. Por factos lícitos (art 339, 1322, 1367 do cc): para que exista este tipo de
responsabilidade é necessário que se verifiquem cumulativamente 5 requisitos:
autor/ lesante, culpa, dano, nexo de causalidade adequada e facto lícito (isto é
acontecimento da vida real com relevância para o direito e que este permite).
3. Pelo risco: esta responsabilidade também é designada de objetiva, porque o autor
responde independentemente de culpa (art 499 e ss do cc). Para que exista este tipo
de responsabilidade é necessário que se verifiquem cumulativamente 4 requisitos:
autor lesante, facto ilícito, dano, nexo de causalidade adequado.

Classificação das obrigações e relação jurídica obrigacional (RJO):

Quanto aos sujeitos da RJO estes no início desta relação podem não estar
determinados, mas tem de ser determináveis, ou seja, na própria RJO tem de existir
elementos que permitam identificar com exatidão todos os sujeitos dessa relação. Ainda
que durante a relação os sujeitos possam ser alterados por transmissão ou sucessão.

Quanto o objeto da RJO o imediato (entrega) consiste na atividade devida e o


mediato pode ser uma coisa. Neste último caso estamos perante a prestação de coisa.

Prestação de coisa pode ser de 3 tipos:

1. Prestação de dar, pressupõe a transmissão definitiva de um direito real (por regra


propriedade) de uma determinada coisa, ex.: obrigação do vendedor dar o bem ao
vendedor- art 874 do cc;
2. Obrigação de entregar, pressupõe a transmissão provisória/temporária da posse e do
gozo de uma determinada coisa, ex.: obrigação do senhorio entregar o bem
arrendado ao inquilino;
3. Obrigação/ prestação de restituir, significa que com o cumprimento desta obrigação
o proprietário volta a ter a propriedade plena sobre uma coisa, isto porque o outro
lhe devolveu a posse e gozo da coisa. Ex.: obrigação do inquilino entregar o bem
arrendado ao senhorio.

Prestações instantâneas e duradouras e fracionadas:


Nas prestações instantâneas e duradouras o elemento tempo é relevante para o próprio
surgimento da prestação, já nas prestações fracionadas o elemento tempo apenas é
relevante para o cumprimento da prestação.

Assim quando o devedor não cumpre uma prestação duradoura periódica/ reiterada o
credor só pode exigir as prestações vencidas e não cumpridas. Quando um devedor não
cumpre com uma prestação fracionada o credor pode exigir todas as prestações vencidas e
não cumpridas e todas as prestações vincendas (art 781 e 934 do cc).

Prestações fungíveis e infungíveis:

Quando um credor de uma prestação fungível não vê o seu direito cumprido pode
exigir a outra pessoa que não o devedor originário para cumprir a prestação e
posteriormente imputa a responsabilidade do pagamento e indeminização ao devedor
originário.

Quanto às prestações infungíveis, tais não permitem que uma terceira pessoa cumpra a
prestação no lugar do devedor originário e, por isso, o credor para tentar obrigar o devedor
originário a cumprir pode solicitar ao tribunal que condene o devedor a uma sanção
pecuniária compulsória, ou seja, o devedor terá de pagar ao credor uma determinada
quantia monetária por cada dia de atraso no cumprimento e quando o credor perder o
interesse do cumprimento exige, ainda a respetiva indemnização.

Prestação determinada: é aquela que é definida quanto a todos os seus elementos


essenciais.

Prestação indeterminada: é aquela que apenas é definida quanto ao seu género,


quantidade e qualidade.

Prestação divisível: é aquela que se for dividida a soma das partes cumpre a mesma
função económica do todo. EX.: trabalhar 8h seguidas ou trabalhar dois períodos de 4h.

Prestação indivisível: é aquela que se for dividida a soma das partes não cumpre a
função económica do todo. Ex: concerto de música.

VÍNCULO JURIDICO

É o 3º elemento da RJO. Este elemento divide-se em 3: direito á prestação, dever de


prestar e realização coativa da prestação.
1. Direito á prestação, é um verdadeiro direito concedido e protegido pela ordem
jurídica. O credor, ainda que o devedor tenha um prazo para cumprir deve
exigir/solicitar ao devedor o cumprimento da prestação. Esta solicitação pode ser
judicial (quando se recorre aos tribunais) ou extrajudicial (quando não se recorre
aos tribunais). A solicitação judicial faz-se através da notificação judicial avulsa e a
solicitação extrajudicial é aconselhável que seja feita por carta registada. Quando o
credor solicita ao devedor o cumprimento da prestação, tal faz surgir alguns efeitos
jurídicos (art 804 e ss do cc):
a. A partir desse momento o devedor entra em mora (atraso), pelo que o credor
pode exigir ao devedor o pagamento de juros moratórios;
b. A partir desse momento o credor pode exigir indeminização por danos morais e
patrimoniais pelo atraso;
c. Se por sua ver o credor tem um dever perante o devedor, que seja da mesma
natureza da prestação do devedor, o credor pode compensar (deduzir) o seu
crédito no seu dever;
d. Se o credor, por sua vez, tiver um dever perante o devedor de natureza diferente
do dever deste, o credor pode invocar a exceção de não cumprimento (art 428
do cc) e só cumprir com o seu dever quando o devedor cumprir com o seu
também.
2. Dever de prestar, é uma efetiva obrigação jurídica que o devedor terá de
obrigatoriamente cumprir.
3. Realização coativa da prestação (art 817 e ss do cc e código de processo civil) esta
figura jurídica também é designada de processo executivo ou execução. Para que se
possa instaurar em tribunal a ação executiva o credor tem de ser titular de um título
executivo, ou seja, um documento que faça prova plena da existência do direito do
credor. Os principais títulos executivos são: sentença judicial condenatória,
escritura publica e títulos de créditos.

Os 3 tipos de execução são: para pagamento de quantia certa; para entrega de coisa
certa e para prestação de facto.

Com a execução o tribunal vai retirar os bens do devedor (que passa a ser executado)
da sua disponibilidade, é o que se designa de penhora. Posteriormente procede á venda
desses bens e paga ao credor (que agora é exequente) o seu crédito. Se sobrar valor paga a
outros credores do executado e se sobrar ainda paga ao executado.

Outras classificações de obrigações:

1. Obrigações genéricas e específicas (art 207 e 539 a 542 do cc):

As obrigações genéricas são aquelas que apenas são definidas quanto ao seu
género, quantidade e qualidade (EX.: obrigação de transportar 100l de
combustível);

As obrigações especificas são aquelas que são definidas quanto a todos os seus
elementos essenciais.

2. Obrigações alternativas e comulativas (art 543 a 549 do cc):

As obrigações alternativas são aquelas que existindo duas ou mais, o devedor


cumpre integralmente o seu dever ao realizar, perante o credor, apenas uma das
obrigações. Estas obrigações são caracterizadas pela expressão “ou” (EX.: A Ana
tem que entregar um livro ou um caderno);

Obrigações cumulativas são aquelas que existindo duas ou mais o devedor


apenas cumpre totalmente com o seu dever, quando realiza perante o credor, todas
as obrigações. Estas obrigações são caracterizadas pela expressão “e” (Ex.: A Ana
tem de entregar um livro e um caderno).

3. Obrigações pecuniárias (art 550 a 558 do cc) são as obrigações que são
definidas numa determinada quantia monetária.
4. Obrigações civis/ jurídicas e naturais (art 402 a 404 do cc):

A obrigação civil/jurídica significa que o credor dessa obrigação pode recorrer


aos tribunais para obrigar o devedor a cumpri-la.

Na obrigação natural, falta a garantia, ou seja, o credor não pode recorrer ao


tribunal para obrigar o devedor a cumprir. No entanto, se o devedor, espontaneamente,
cumprir a obrigação, não pode repetir, ou seja, não pode pedir ao credor a devolução do
que prestou, com o argumento que era uma obrigação natural. (EX.: Obrigação de uma
divida de jogo contraída em espaço não autorizado para tal; créditos prescritos-art 300 e ss
do cc;)

FREQUÊNCIA V/F
5. Obrigações solidários (art 512 e ss): para que exista solidariedade (ativa ou
passiva) é necessário que se verifiquem cumulativamente 5 requisitos:
a. A prestação deve poder ser realizada/exigida integralmente;
b. A obrigação para os devedores solidários ou o crédito para os credores
solidários deve ter um efeito extensivo para todos;
c. A obrigação para os devedores ou o crédito para os credores deve ter a
mesma natureza para todos;
d. A obrigação para os devedores ou o crédito para os credores tem quem
surgir da mesma fonte (ato jurídico);
e. A obrigação para os devedores ou o crédito para os credores tem que
cumprir o mesmo fim para todos (comunhão de fim).
I. Solidariedade passiva (art 518 a 527 do cc):

Significa que existem dois ou mais devedores da mesma obrigação e assim:

a. Nas relações internas o devedor que cumpra com mais do que a sua proporção na
obrigação tem direito de regresso sobre os outros devedores, isto é, pode exigir aos
outros que cumpram perante ele a sua proporção da obrigação;
b. Nas relações externas significa que o credor pode exigir o cumprimento da
totalidade da obrigação a todos os devedores e simultaneamente;
II. Solidariedade ativa (art 528 a 533 do cc):

Significa que existem dois ou mais credores com o mesmo crédito e assim:

a. Nas relações internas o credor que recebeu mais do que a sua proporção do crédito
tem de devolver aos outros a proporção de cada um destes, o que é o mesmo de um
credor que tenha recebido menos que a sua proporção pode exigir esta ao credor
que recebeu mais do que a sua proporção;
b. Nas relações externas significa que o devedor ao cumprir totalmente a sua
obrigação perante um dos credores, fica exonerado (libertado), perante os outros
credores.

Transmissão de créditos SAI NA FREQUENCIA!

Transmissão de posições jurídicas:


1. Cessão de créditos (art 577 e ss do cc): Neste caso o credor transmite um ou alguns
dos seus direitos a outra pessoa (3º). O credor tem de comunicar ao devedor essa
transmissão, mas não necessita da autorização do devedor.
A cessão de créditos não é possível nas seguintes situações: se a cessão for proibida
por lei ou por convenção entre credor e devedor; se o direito cedido estiver
diretamente ligado ao credor; se o crédito cedido tiver carater litigioso (ainda
estiver a ser discutido em tribunal).
2. Sub-rogação do credor (art 589 e ss do cc): esta transmissão de direitos dá-se pelo
cumprimento, ou seja, um 3º cumpre a obrigação do devedor perante o credor,
passando o 3º a ser o credor.
Esta sub-rogação tem de ser comunicada ao devedor, mas não necessita da
autorização deste.
3. Transmissão de obrigações (art 595 e ss do cc): neste caso o devedor transmite a
sua obrigação a um 3º, mas tem de comunicar este facto ao credor e o credor tem de
ratificar (autorizar e confirmar) essa transmissão.
Não é possível a transmissão de obrigações infungíveis.
4. Cessão da posição contratual (424 a 427 do cc): neste caso um dos contraentes no
contrato transmite a um 3º toda a sua posição jurídica contratual (todos os direitos e
deveres dessa posição contratual). O contraente cedente tem de comunicar este
facto ao outro contraente e este último tem de autorizar essa mesma transmissão.

CONFUSÃO SAI NA FREQUENCIA

Cumprimento e extinção das obrigações (art 762 do cc): a forma mais comum de
extinção da obrigação é o cumprimento.

Existem outras formas de extinção das obrigações:

1. Dação em cumprimento (art 837 e ss do cc): neste caso o devedor extingue a sua
obrigação através do cumprimento de outro tipo de obrigação. Neste caso é
necessário que o credor aceite esta alteração.
2. Consignação em depósito (art 841 e ss do cc): esta figura jurídica aplica-se quando
o credor não aceita o cumprimento da obrigação. No caso de ser uma obrigação
pecuniária ou monetária o devedor procede á abertura de uma conta bancária em
nome do credor deposita nesta o valor da sua obrigação e comunica este facto ao
credor.
3. Compensação (art 847 e ss do cc): Neste caso duas pessoas são simultaneamente
credor e devedor um do outro, e tem obrigações um para com o outro da mesma
natureza e, pelo menos, uma das obrigações já se tenha vencido, assim procede-se á
dedução de uma obrigação na outra.
4. Confusão (art 868 e ss do cc): neste caso a obrigação extingue-se porque na mesma
pessoa reúnem-se a posição de credor e devedor da mesma obrigação.

Lugar de cumprimento de obrigação, será o escolhido pelas partes ou se nada for


estipulado é o domicílio do devedor (art 772 do cc).

Quanto ao prazo de cumprimento (art 777 até 782 do cc) se nada for estipulado a
obrigação tem de ser cumprida imediatamente.

Quanto á forma de cumprimento depende da natureza da obrigação.

DIREITO COMERCIAL

(Art 2 do Codigo comercial a seguir a palavra código coloca-se uma / Todos (rodear s) que
(rodear nº1) Ex.: rodear o e escrever estes artigos - art 231, 344, 366, 463)

PERGUNTA DE DESENVOLVIMENTO

O direito comercial é um ramo do direito privado, ou seja, regula as relações entre


particulares e entre particulares e entidades publicas, mas estas não podem utilizar o seu
poder de autoridade.

Quanto ao âmbito de aplicação do direito comercial, aquele é definido


maioritariamente de forma normativa, ou seja, o direito comercial contém normas
qualificadoras que identificam as situações reais que o direito comercial regula.

Ainda assim existem 2 teorias quanto ao âmbito de aplicação:

1. Teoria objetivista, defende que se aplica o direito comercial sempre que é praticado
um ato comercial, independentemente de quem o pratique;
2. Teoria subjetivista, defende que o direito comercial se aplica sempre que um ato
jurídico seja praticado por comerciantes, independentemente do tipo de ato;
O legislador comercial português adotou uma teoria eclética, ou seja, aceitou a duas
anteriores, mas com exceções, conforme se pode verificar no artigo 2º do Código
Comercial (C.Com).

Na 1º parte do artigo 2º do C.Com “Serão considerados.. neste código”, encontram-se


os atos objetivamente comerciais, isto é, os atos que devem a sua característica de
comercialidade ao facto de estarem expressamente regulados em legislação comercial,
independentemente da qualidade de quem os pratica. Ex.: art 231, art 366, art 394, 463, etc.

Na 2º parte do artigo 2º do CCom “Todos os contratos…não resultar”, encontram-se os


atos subjetivamente comerciais, ou seja, aqueles que devem a sua característica de
comercialidade ao facto de serem praticados por comerciantes, independentemente do tipo
de ato concreto. Contudo, o ato subjetivamente comercial tem duas exceções:

1. Se o ato for de natureza exclusivamente civil, não é subjetivamente comercial; Ex.:


casamento, divorcio, adoção, etc.
2. Outra exceção é o facto de o próprio ato resultar que não praticado qualquer
comércio, e assim este também não é subjetivamente comercial; Ex.: O Ivo que é
pescador comprou uma bicicleta á Ana que é secretária administrativa.
3.

Interpretação da lei comercial

Esta interpretação recorre aos mesmos elementos, técnicas e princípios


interpretativos da lei civil- art 9º do cc. Assim socorre-se do elemento gramatical que é a
letra da lei e do elemento lógico que é o espírito da lei (dentro deste o histórico, o
sistemático e o teleológico)

Quanto á integração das lacunas da lei comercial também não existem diferenças
relativamente á lei civil (art 10º do cc), e assim pode ser utilizada a analogia ou a criação
de normas “ad hoc”.

Fontes do direito comercial (DC)

A fonte imediata é a lei (nomeadamente CRP, Convenções e tratados


internacionais, lei ordinária, ex ccom, etc).

Quanto às fontes mediatas do DC estas são doutrina e júris prudência. Não são
fonte mediata do DC o uso e o costume.
Atividade mercantil (comercial) é o conjunto de atos de comércio interligados e
duradouros, praticados por uma determinada pessoa.

Outras classificações de atos de comércio:

1. Ato de comércio em absoluto é aquele que caracteriza a atividade principal de um


comerciante. Ex.: contrato de transporte para uma empresa de transportes.
Ato de comércio por conexão é um ato que apoia ou auxilia a realização de ato de
comércio absoluto. Ex.: compra de pneus por uma empresa de transporte
rodoviário.
2. Ato substancialmente comercial, é aquele em que o seu próprio conteúdo é
comercial. Ex.: Revenda.
Ato formalmente comercial, é aquele que só é comercial se cumprir com os
requisitos previstos em legislação comercial. Ex: art 394 e 463 do CCom
3. Ato bilateralmente comercial, é aquele que é comercial para ambas as partes que o
praticam. Ex.: compra de combustível num posto de abastecimento por parte de
uma empresa transportadora rodoviária.
Ato unilateralmente comercial, é aquele que é comercial apenas para uma das
partes que o pratica. Ex.: Um professor comprar um anel numa ourivesaria.
1.

Obrigações dos comerciantes:

1. Forma, a grande parte dos atos praticados pelo comerciante basta que sejam
meramente verbais. A exigência de emissão de fatura e recibo, deriva da lei fiscal e
não da lei comercial.
2. Solidariedade passiva (art 100 do ccom) sempre que dois ou mais comerciantes
contraem uma determinada obrigação, a lei comercial presume que eles são
solidariamente responsáveis e, assim, para afastar a responsabilidade solidária no
ato do qual resultou a obrigação tem de constar uma disposição que expressamente
afaste a solidariedade.
3. Responsabilidade dos bens do cônjuge do comerciante pelas dividas contraídas por
este (art 15 do ccom), a lei comercial presume que as dividas do comerciante
afetam o património deste com o seu cônjuge e para que esta presunção seja
afastada, isto é, para que os bens do cônjuge do comerciante não respondam pelas
dividas do comerciante, é necessário que o cônjuge do comerciante prove que a
divida não foi contraída para proveito comum do casal ou que determinado bem
não pertence ao património comum do casal.

PRINCIPIOS DA FIRMA FREQUENCIA

Obrigação especial do comerciante: a firma é o nome com que o comerciante (pessoa


singular ou sociedade comercial) se apresenta no mundo dos negócios (art 18 do ccom).

Existem 2 teorias quanto á firma:

1. Teoria objetivista, defende que a firma é um elemento autónomo relativamente ao


comerciante e, por isso, este pode transmiti-la isoladamente;
2. Teoria subjetivista defende que a firma é um elemento inerente ao comerciante e
assim este nunca a pode transmitir.

O legislador comercial português admite que a firma possa ser transmitida, mas
apenas conjuntamente com toda a unidade de produção desse comerciante.

Tipos de firma:

1. Firma Nome, é composta por 1 ou mais nomes próprios do comerciante ou


sócios da sociedade;
2. Firma Fantasia, é aquela que é composta por palavras não existentes até esse
momento;
3. Firma denominação é aquela que é composta por indicações da atividade do
comerciante;
4. Firma mista, é aquela que é composta por elementos das duas ou 3 anteriores;

Princípios gerias da firma:

1. Princípio da verdade (art 32 do RNPC), significa que a firma deve corresponder á


situação real do comerciante que a utiliza (identidade e atividade);
2. Princípio da distintividade ou capacidade distintiva (art 32 do RNCP), significa que
a firma não deve conter vocábulos (palavras) de uso corrente. Assim deve
sobressair relativamente às outras firmas existentes.
3. Princípio da novidade (art 33 do RNPC), significa que
FREQUÊNCIAS:

1º- 15 de novembro / 2º- 17 de janeiro

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