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A relação jurídica obrigacional é um tipo de relação jurídica civil pelo que a sua
estrutura é semelhante a esta.
1. Sujeitos, dentro deste ativo (o que tem o direito) e passivo (o que está vinculado a
uma obrigação);
2. Objeto, o qual se divide em imediato (são os direitos e deveres do sujeito sobre o
objeto mediato) e objeto mediato (é a própria prestação)
Existem vários tipos de obrigações/prestação:
a. Prestação de facto positivo, é aquela que pressupõem uma determinada ação
(EX.: obrigação de pagar o preço, obrigação de entregar o bem, etc).
Obrigação de facto negativo, é aquela que pressupõem uma determinada
omissão, ou seja, aquele que está vinculado a cumprir esta obrigação basta que
nada faça em sentido contrário (EX.: obrigação de não concorrência)
b. Prestação fungível, é aquela em que as características pessoais do
devedor/sujeito passivo não são relevantes para o seu cumprimento (EX.:
pagamento do preço, entrega de um bem, ETC.)
Prestação infungível, é aquela em que as características pessoais daquele que a
tem de cumprir são relevantes para o seu cumprimento (EX.: concerto de música de
um determinado cantor)
c. Prestação instantânea, é aquele que surge e se cumpre num só momento 8EX.:
pagamento de um preço de um bem)
Prestação duradoura, é aquela que se protela no tempo e pode ser de dois tipos:
de execução continuada (que é aquela que se verifica/cumpre de forma ininterrupta,
ex.: obrigação do senhorio dar o gozo do bem arrendado ao inclino/arrendatário);
periódica ou reiterada (é aquela que surge e tem de ser cumprida assim que
decorrem determinados períodos, ex.: obrigação do inclino pagar a renda mensal).
3. O terceiro elemento da RJ obrigacional é o vínculo jurídico que é composto pelo
direito a prestação, pelo dever de prestar e pela realização coativa da prestação
(artigos 817 e ss do CC e também código de processo civil).
A forma do contrato de compra e venda quanto a bens móveis é que o mesmo basta
que seja meramente verbal, já quanto a forma do contrato compra e venda de bens imoveis
(urbanos e rústicos) o mesmo tem de obrigatoriamente ser celebrado por escritura publica.
1. Dever de entrega da coisa por parte do vendedor. Este dever, por regra, cumpre-se
no momento da celebração do contrato, contudo pode ser antecipado ou deferido.
Quando é antecipado o risco de deteorização do bem ou de apreciação do direito
corre por conta do comprador. Quando a entrega é deferida para momento posterior
o risco de deteriozação do bem ou direito é da responsabilidade do vendedor.
Se entre a celebração do contrato e a entrega do bem ou direito, este produzir frutos
e se os mesmos não foram referidos no contrato, os mesmos são do vendedor.
2. Dever de pagar o preço pelo comprador. Se o preço não for fixado no contrato (art
883 do cc) existem três critérios para o fixar:
a. O preço será aquele que o vendedor normalmente pratica;
b. Se tal não for possível o preço será o que é fixado no mercado;
c. Se tal não for possível o tribunal fixa o preço com base em prova pericial.
Quanto ao local de pagamento (art 885 do cc) este é fixado pelos contraentes e se
tal não sucedeu será no domicílio do vendedor.
Se o bem ou direito comprado apresentar defeitos pode existir redução do preço (art
884 do cc) ou anulação do negócio, sendo necessário verificar se o defeito coloca ou não
em causa a vontade do comprador em comprar.
O arrendamento urbano pode ser de dois tipos: para fins habitacionais e fins não
habitacionais.
RENDAS (art 1075 e ss do cc) estas podem ser fixas ou variáveis e neste segundo caso o
senhorio pode atualizá-las de acordo com o coeficiente constante de portaria anual emitida
pelo governo. Atualização apenas tem efeito no mês seguinte ao da comunicação. Em
cargos e despesas quotidianas (eletricidade, agua, gás, net) se nada for contratado são da
responsabilidade do inquilino. Impostos e obras de conservação são da responsabilidade do
senhorio. Despesas do condomínio se nada for contratado são da responsabilidade do
senhorio.
O beneficiário (que era o 3º) só adquire efetivamente o direito quando declarar que
o aceita perante o promissário e o promitente, pois enquanto não o fizer o promissário
pode recusar a promessa (o benefício que lhe concede) e quanto ao promitente, este
pode não cumprir.
Este expediente jurídico serve sobretudo para evitar uma duplicação fiscal (em
cargos fiscais).
É um contrato que tem como objeto outro contrato designado definitivo. No entanto, o
contrato promessa é também ele definitivo.
O contrato promessa inclui uma obrigação de facto positivo que é a celebração de outro
contrato.
Além dos efeitos obrigacionais do contrato promessa (que são celebrar outro contrato),
o contrato promessa tem efeitos reais quando existe a entrega do bem.
O contrato promessa pode ser: unilateral, quando apenas um dos promitentes se vincula
a celebrar o outro contrato e é bilateral, quando ambos os promitentes se vinculam a
celebrar o outro contrato.
1. Quando a quantia inicial é entregue a título de sinal (art 442) e quem não quer
cumprir o contrato foi quem entregou o sinal, fica sem ele; se quem não quer
cumprir o contrato foi quem recebeu o sinal, terá de o entregar em dobro ao outro.
2. Se a quantia inicial for entregue a título de antecipação de pagamento (art 830), o
promitente que quer cumprir o contrato, instaura/propõem uma ação judicial
designada execução especifica, e através do tribunal obriga o outro promitente a
cumprir o contrato até ao fim.
3. Se no mesmo contrato promessa existir a figura do sinal e a antecipação de
pagamento, o regime jurídico do sinal afasta o regime jurídico da antecipação de
pagamento e consequentemente afasta a execução especifica (art 830 nº1 e 2).
VI. Pacto de preferência (art 414 do cc)
Se o preferido transmitir e não der preferência o preferente pode instaurar ação judicial
designada ação de preferência e cumprindo com as obrigações do adquirente original passa
a ser ele o adquirente e o proprietário.
O adquirente original tem direito que lhe devolvam o dinheiro que entregou e pode
pedir indemnização ao proferido.
É outra fonte das obrigações para que exista gestão de negócios é necessário que se
verifiquem comulativamente (ao mesmo tempo) três requisitos:
É este terceiro elemento que distingue a gestão de negócios do mandato (art 1157 do
cc), pois o mandatário atua também em negócio alheio, em nome e no interesse do dono do
negócio, mas tem uma autorização expressa deste para atuar (esta autorização designa-se
PROCURAÇÃO).
A gestão de negócios ocorre sobretudo em situações de urgência, por exemplo para que
um determinado bem não se deteriore.
Gestão impropria: é quando alguém atua em negócio alheio, mas no seu próprio
interesse para dai retirar proveito pela intromissão. Neste caso aquele que assim atua terá
responsabilidade civil e criminal.
É civil porque o responsável terá de reparar, se não for possível substituir e se este
não possível indemnizar em dinheiro (562 e ss do cc).
1. Pré contratual (art 227 do cc), esta existe quando durante as negociações para a
celebração de um futuro contrato uma das pessoas cria uma fundada e legitima
expectativa na outra de celebração de contrato, mas sem fundamento não celebra
depois o contrato;
2. Contratual (art 762 e ss; 798b e ss do cc) esta responsabilidade existe quando
durante a execução de um contrato um dos contraentes não cumpre com os seus
deveres contratuais.
3. Pós contratual (art 1225 do cc) esta responsabilidade existe quando após a
celebração e cumprimento integral de um contrato o bem transmitido ou o serviço
prestado apresenta defeitos ou deteriora-se completamente. Esta responsabilidade é
também designada de garantia. O prazo de garantia de bens imoveis novos é de 5
anos, de bens móveis novos é de 2 anos e de bens móveis usados transmitidos por
quem se dedica ao negócio desses bens é de 1 ano.
1. Por factos ilícitos (art 483 e ss do cc): para que exista este tipo de responsabilidade
é necessário que se verifiquem cumulativamente (ao mesmo tempo) 5 requisitos:
A. Autor lesante, é a pessoa ou pessoas que praticam o facto e serão
responsabilizadas pelo mesmo;
B. Facto ilícitos, acontecimento da vida real, com relevância para o direito e que
este não permite;
C. Culpa, é a intenção ou pelo menos conhecimento de que com a prática do facto
será provocado dano;
D. Dano, é o prejuízo causado ao lesado;
E. Nexo de causalidade adequada, é a relação existente entre o facto praticado e o
dano causado e também que em abstrato aquele tipo de facto tenha a
potencialidade de provocar aquele tipo de dano.
Ex.: A Ana atirou uma pedra á janela de casa do Ivo e partiu-o.
2. Por factos lícitos (art 339, 1322, 1367 do cc): para que exista este tipo de
responsabilidade é necessário que se verifiquem cumulativamente 5 requisitos:
autor/ lesante, culpa, dano, nexo de causalidade adequada e facto lícito (isto é
acontecimento da vida real com relevância para o direito e que este permite).
3. Pelo risco: esta responsabilidade também é designada de objetiva, porque o autor
responde independentemente de culpa (art 499 e ss do cc). Para que exista este tipo
de responsabilidade é necessário que se verifiquem cumulativamente 4 requisitos:
autor lesante, facto ilícito, dano, nexo de causalidade adequado.
Quanto aos sujeitos da RJO estes no início desta relação podem não estar
determinados, mas tem de ser determináveis, ou seja, na própria RJO tem de existir
elementos que permitam identificar com exatidão todos os sujeitos dessa relação. Ainda
que durante a relação os sujeitos possam ser alterados por transmissão ou sucessão.
Assim quando o devedor não cumpre uma prestação duradoura periódica/ reiterada o
credor só pode exigir as prestações vencidas e não cumpridas. Quando um devedor não
cumpre com uma prestação fracionada o credor pode exigir todas as prestações vencidas e
não cumpridas e todas as prestações vincendas (art 781 e 934 do cc).
Quando um credor de uma prestação fungível não vê o seu direito cumprido pode
exigir a outra pessoa que não o devedor originário para cumprir a prestação e
posteriormente imputa a responsabilidade do pagamento e indeminização ao devedor
originário.
Quanto às prestações infungíveis, tais não permitem que uma terceira pessoa cumpra a
prestação no lugar do devedor originário e, por isso, o credor para tentar obrigar o devedor
originário a cumprir pode solicitar ao tribunal que condene o devedor a uma sanção
pecuniária compulsória, ou seja, o devedor terá de pagar ao credor uma determinada
quantia monetária por cada dia de atraso no cumprimento e quando o credor perder o
interesse do cumprimento exige, ainda a respetiva indemnização.
Prestação divisível: é aquela que se for dividida a soma das partes cumpre a mesma
função económica do todo. EX.: trabalhar 8h seguidas ou trabalhar dois períodos de 4h.
Prestação indivisível: é aquela que se for dividida a soma das partes não cumpre a
função económica do todo. Ex: concerto de música.
VÍNCULO JURIDICO
Os 3 tipos de execução são: para pagamento de quantia certa; para entrega de coisa
certa e para prestação de facto.
Com a execução o tribunal vai retirar os bens do devedor (que passa a ser executado)
da sua disponibilidade, é o que se designa de penhora. Posteriormente procede á venda
desses bens e paga ao credor (que agora é exequente) o seu crédito. Se sobrar valor paga a
outros credores do executado e se sobrar ainda paga ao executado.
As obrigações genéricas são aquelas que apenas são definidas quanto ao seu
género, quantidade e qualidade (EX.: obrigação de transportar 100l de
combustível);
As obrigações especificas são aquelas que são definidas quanto a todos os seus
elementos essenciais.
3. Obrigações pecuniárias (art 550 a 558 do cc) são as obrigações que são
definidas numa determinada quantia monetária.
4. Obrigações civis/ jurídicas e naturais (art 402 a 404 do cc):
FREQUÊNCIA V/F
5. Obrigações solidários (art 512 e ss): para que exista solidariedade (ativa ou
passiva) é necessário que se verifiquem cumulativamente 5 requisitos:
a. A prestação deve poder ser realizada/exigida integralmente;
b. A obrigação para os devedores solidários ou o crédito para os credores
solidários deve ter um efeito extensivo para todos;
c. A obrigação para os devedores ou o crédito para os credores deve ter a
mesma natureza para todos;
d. A obrigação para os devedores ou o crédito para os credores tem quem
surgir da mesma fonte (ato jurídico);
e. A obrigação para os devedores ou o crédito para os credores tem que
cumprir o mesmo fim para todos (comunhão de fim).
I. Solidariedade passiva (art 518 a 527 do cc):
a. Nas relações internas o devedor que cumpra com mais do que a sua proporção na
obrigação tem direito de regresso sobre os outros devedores, isto é, pode exigir aos
outros que cumpram perante ele a sua proporção da obrigação;
b. Nas relações externas significa que o credor pode exigir o cumprimento da
totalidade da obrigação a todos os devedores e simultaneamente;
II. Solidariedade ativa (art 528 a 533 do cc):
Significa que existem dois ou mais credores com o mesmo crédito e assim:
a. Nas relações internas o credor que recebeu mais do que a sua proporção do crédito
tem de devolver aos outros a proporção de cada um destes, o que é o mesmo de um
credor que tenha recebido menos que a sua proporção pode exigir esta ao credor
que recebeu mais do que a sua proporção;
b. Nas relações externas significa que o devedor ao cumprir totalmente a sua
obrigação perante um dos credores, fica exonerado (libertado), perante os outros
credores.
Cumprimento e extinção das obrigações (art 762 do cc): a forma mais comum de
extinção da obrigação é o cumprimento.
1. Dação em cumprimento (art 837 e ss do cc): neste caso o devedor extingue a sua
obrigação através do cumprimento de outro tipo de obrigação. Neste caso é
necessário que o credor aceite esta alteração.
2. Consignação em depósito (art 841 e ss do cc): esta figura jurídica aplica-se quando
o credor não aceita o cumprimento da obrigação. No caso de ser uma obrigação
pecuniária ou monetária o devedor procede á abertura de uma conta bancária em
nome do credor deposita nesta o valor da sua obrigação e comunica este facto ao
credor.
3. Compensação (art 847 e ss do cc): Neste caso duas pessoas são simultaneamente
credor e devedor um do outro, e tem obrigações um para com o outro da mesma
natureza e, pelo menos, uma das obrigações já se tenha vencido, assim procede-se á
dedução de uma obrigação na outra.
4. Confusão (art 868 e ss do cc): neste caso a obrigação extingue-se porque na mesma
pessoa reúnem-se a posição de credor e devedor da mesma obrigação.
Quanto ao prazo de cumprimento (art 777 até 782 do cc) se nada for estipulado a
obrigação tem de ser cumprida imediatamente.
DIREITO COMERCIAL
(Art 2 do Codigo comercial a seguir a palavra código coloca-se uma / Todos (rodear s) que
(rodear nº1) Ex.: rodear o e escrever estes artigos - art 231, 344, 366, 463)
PERGUNTA DE DESENVOLVIMENTO
1. Teoria objetivista, defende que se aplica o direito comercial sempre que é praticado
um ato comercial, independentemente de quem o pratique;
2. Teoria subjetivista, defende que o direito comercial se aplica sempre que um ato
jurídico seja praticado por comerciantes, independentemente do tipo de ato;
O legislador comercial português adotou uma teoria eclética, ou seja, aceitou a duas
anteriores, mas com exceções, conforme se pode verificar no artigo 2º do Código
Comercial (C.Com).
Quanto á integração das lacunas da lei comercial também não existem diferenças
relativamente á lei civil (art 10º do cc), e assim pode ser utilizada a analogia ou a criação
de normas “ad hoc”.
Quanto às fontes mediatas do DC estas são doutrina e júris prudência. Não são
fonte mediata do DC o uso e o costume.
Atividade mercantil (comercial) é o conjunto de atos de comércio interligados e
duradouros, praticados por uma determinada pessoa.
1. Forma, a grande parte dos atos praticados pelo comerciante basta que sejam
meramente verbais. A exigência de emissão de fatura e recibo, deriva da lei fiscal e
não da lei comercial.
2. Solidariedade passiva (art 100 do ccom) sempre que dois ou mais comerciantes
contraem uma determinada obrigação, a lei comercial presume que eles são
solidariamente responsáveis e, assim, para afastar a responsabilidade solidária no
ato do qual resultou a obrigação tem de constar uma disposição que expressamente
afaste a solidariedade.
3. Responsabilidade dos bens do cônjuge do comerciante pelas dividas contraídas por
este (art 15 do ccom), a lei comercial presume que as dividas do comerciante
afetam o património deste com o seu cônjuge e para que esta presunção seja
afastada, isto é, para que os bens do cônjuge do comerciante não respondam pelas
dividas do comerciante, é necessário que o cônjuge do comerciante prove que a
divida não foi contraída para proveito comum do casal ou que determinado bem
não pertence ao património comum do casal.
O legislador comercial português admite que a firma possa ser transmitida, mas
apenas conjuntamente com toda a unidade de produção desse comerciante.
Tipos de firma: