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1 (T)
Art.397° CC
Art.980° ss CC
Art.1308° CC
Art.883° CC
Responsabilidade civil pode ser extracontratual ou contratual.
Responsabilidade civil pré-contratual
Responsabilidade pós- contratual
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Princípio da boa-fé - art.762° Nº2: “… devem as partes proceder de boa fé”. Ex: um transportador
disse que ia entregar os frangos. Mas o local onde eles iam estragou-se, mas cumpriu só que eles
chegaram ao local deteriorados. Cumpriu a obrigação principal, mas incumpriu um dever lateral.
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Confronto entre os direitos de crédito e os direitos reais — (1-) os direitos de crédito operam inter
partes e os direitos reais são direitos absolutos, oponíveis erga omnes, direitos se de soberania. (2-
) Nos direitos reais vigora o princípio do direito primeiramente constituído, já não acontece nos
direitos de crédito. (3-) Direito de sequela, ou seja, perseguir a coisa onde ela se encontra.
1. A celebrou um contrato de compra e venda com B de um quadro. A esta obrigado no futuro
a emitir a declaração de venda e B a declaração de compra. Mais tarde A venda a C o bem
que prometeu vendar. A ainda era proprietário do bem em causa e vendeu depois do
negócio obrigacional a C e transmite o direito de propriedade. O direito de crédito que B
teria perante A cede.
2. A vendeu a B um imóvel e posteriormente vende a C. Aqui prevalece o princípio do direito
primeiramente constituído, por isso B é o proprietário (isto entre conflito de direitos reais.
Se C tivesse registado ele seria o proprietário e não B pois ele registou primeiro, princípio
do Direito primeiramente registado). (Nos direitos de crédito de natureza pecuniária
imaginemos que A é devedor de vários sujeitos, os negócios foram constituídos em janeiro
de 2023 (devedor de 500 em relação de B), fevereiro de 2023 (devedor de 300 a C), março
de 2023 (devedor de 150 em relação a D) e abril de 2023 (devedor de 50 em relação a E) —
ia dar 50, 30, 15 e 5 respetivamente. Agora imaginemos que A celebrou com B um contrato
de compra e venda sobre um objeto e depois celebrou o mesmo negócio com C. A acaba
por celebrar com C o negócio e não B aqui como são direito de crédito não aplicamos o
princípio do primeiro constituído.)
Oponibilidade de direitos de crédito a terceiros (situações especiais que tem uma aplicação muito
concreta e não são generalizáveis):
1. O direito do locatário é oponível ao adquirente da coisa. No fundo falamos do regime do
art.1057 CC (transmissão da posição do locador - vale quer para o aluguer quer o
arrendamento). Ex: Senhorio celebrou um contrato de arrendamento com o arrendatário
por 10 anos. A certa altura o senhorio, proprietário do imóvel, vende o imóvel a outro
sujeito, tornando-se este o novo proprietário do imóvel, passa a ser o novo senhorio do
arrendatário (isto aplica-se a qualquer negócio de alienação: pode ser numa compra e
venda como pode ser em sede executiva, até o próprio credor exequente pode adjudicar a
coisa). Este artigo está aqui para a proteção do locatário. Tenho um direito pessoal de gozo
quando tenho algo nas mãos e a posso usar para os fins expostos no contrato, mas não é
só isto que lhe da proteção, mas também porque o legislador entendeu dar proteção ao
locatário e ao arrendatário (é uma norma ex legem). Aquele direito (o do arrendatário) vai
comprimir o direito de propriedade do adquirente. Sujeito fica com a propriedade onerada
do arrendamento. É uma norma imperativa.
Art.1129° ss CC; art.1130 até ao 1141 CC não se encontra uma norma igual à do 1057 (exceção
muito limitada à regra geral. Não tem o mesmo regime jurídico em mais nenhum lado exceto na
locação) por isso nada tem a força da norma do locatário. No caso do comodato com a nova
aquisição extingue-se, ou seja, caduca o antigo contrato de comodato. O mesmo acontece no
deposito (art.1185).
Ex: Caso no contrato se quisesse manter o comodato? - seria princípio da liberdade contratual
(art.405 nº1), mas a regra seria nula.
Ex: Imaginemos que A e S celebram um contrato de promessa de arrendamento que tem uma
particularidade, a necessidade da tradicio ou seja da entrega da coisa (da entrega do imóvel).
Entretanto S vende o imóvel a outro sujeito. O direito do promitente arrendatário é oponível ao S?
Teoria Geral das Obrigações
Direitos pessoais de gozo - o direito de gozo pressupõe que haja um poder direto e imediato sobre
algo legitimo baseado num contrato (ex: direito de um locatário, direito de um arrendatário e o
direito de um depositário (ex legem)). Mas também podem resultar da vontade das partes (ex
voluntatem). A entrega da coisa não é um efeito principal do contrato de promessa, mas um um
efeito acessório.
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48 prestações é que o sujeito adquire a coisa. Durante os quatros anos esse sujeito é titular de um
… . Para que é que serve ao senhor reservar a sua propriedade - ora vamos imaginar que deixam de
pagar 2 ou 3 prestações por isso extinguindo o contrato por resolução esta tem consequências
retroativas ou seja tudo deve ser restituído ao comprador, mas também no que toca à perda de
benefício do prazo é que se vai puder exigir logo as 44 prestações seguintes invocando o instituto
da perda do benefício do prazo. Ou seja, pode indicar o bem à penhora (o proprietário) e como isso
invoca o instituto da perda do benefício do prazo e renuncia o objeto)). A norma é imperativa).
Pressupostos cumulativos art.934° 2ª Parte (tem que estar todos cumpridos): venda a prestações;
entrega da coisa; falta do pagamento de uma só prestação se exceder a oitava parte do preço (1 a 7
prestações); é possível invocar a perda do benefício de prazo. Como é que é possível resolver o
contrato? — ou excede ou não a oitava parte do preço. Mas para efeito da resolução do contrato é
preciso resolvê-lo e estando em causa uma obrigação pecuniária e estando perante uma situação
de mora/atraso no cumprimento temos de transformar a mora em incumprimento definitivo
usando a chamada interpelação admonitória - permissão de base desta é a existência de mora.
Três pressupostos desta interpelação: 1- intimação para o cumprimento; fixação de um prazo certo
razoável e perentório para cumprir; dizer qual a consequência sob pena de incumprimento
definitivo art.808° nº1 2ª Parte. Mas o incumprimento definitivo não é a mesma coisa que a
resolução pois não significa que decorrido o prazo e preenchidos os requisitos haja resolução pois
passado o prazo é necessário a escritura de outra carta a declarar a resolução do contrato. Muitas
vezes o credor não quer a resolução do contrato. Por isso se quer a resolução deve acrescentar a
declaração da resolução do contrato porque senão nada feito.
Já no caso da perda do benefício do prazo já se vai dizer uma coisa completamente diferente, pois
vão declarar o vencimento imediato de todas as prestações vincendas.
Se estiver em causa mais do que uma prestação o artigo 934° não se aplica, se estiver em causa 2
prestações é possível a resolução através da perda do benefício do prazo (através do 781° ou do
432 e 802 CC).
Uma outra norma importante é o art.886° CC que fala sobre a falta do pagamento do preço e onde
os pagamentos são diferentes: houve transmissão da propriedade e entreguei-a se houver a falta
do pagamento o vendedor não pode resolver o contrato, esta é uma norma supletiva.
Por conta de quem corre o risco da perda da coisa? — art.796°, ou seja, o titular do gozo da coisa
em vista da sua aquisição é sobre ele que impende o risco de perda e deterioração da coisa, por
isso se estragar pagara as prestações até ao fim. Só não será pacifico a forma de lá chegar nº1
796°. O comprador a prestações que tem a coisa nas suas mãos é proprietário da coisa? - não mas
será que pode usar os meios de defesa da coisa? — posição do comprador a prestações é mais
forte do que o arrendatário do imóvel e do locatário do automóvel 1037 nº2 pois ele pode vir a ter a
coisa e os outros não. A posição deste sujeito é uma posição creditícia, obrigacional de grau
máximo como a do comprador promitente com eficácia real, porque ele é proprietário para efeitos
de garantia e é isso que pode transferir.
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Prestação. Vamos ver os requisitos da prestação; classificações; regime jurídico; relação jurídica
obrigacional complexa
Objeto da obrigação (397°): o art.398° fala do conteúdo da prestação “as partes podem fixar
livremente o conteúdo positivo ou negativo da lei” — princípio da liberdade de determinação do
conteúdo pelas próprias partes. Podemos estar a falar da entrega de um objeto, de uma ação ou de
uma omissão. No nº2 diz que a prestação não necessita ter valor pecuniário. A prestação destina-
se a satisfizer o interesse do credor.
Requisitos legais da Prestação: resultam de uma regra geral do art.280° mas que depois se deve
complementar com os artigos 401° e 400°. O art.280° Nº1: a prestação deve ser possível; não
contraria à lei; determinável. No art.280° Nº2: deve ser conforme aos bons costumes.
Possibilidade da prestação — deve ser possível o que significa que sendo impossível ela
determinara a nulidade do negócio. Há dois tipos de impossibilidade: a impossibilidade física (ex:
alguém se vincula a levantar o peso de mil quilos; prestação de florestação de um terreno já
Teoria Geral das Obrigações
florestado) da prestação e a impossibilidade legal (ex: declarar vender a Torre dos Clérigos quando
esta é de domínio público; um empreiteiro vinculou-se a fazer um trabalho com placas de
amianto). Regra especial 401° e 400° — impossibilidade originaria da prestação (401° nº1), esta é
por um lado objetiva (porque é uma impossibilidade para todos (pois se for subjetiva é só para
aquele credor)) e para alem disso também tem que ser uma impossibilidade absoluta (e não
relativa), acresce que que esta é a que afere no momento da constituição da prestação. De todo o
modo o legislador prevê duas exceções no art.400° e 401°: 401° nº2 — duas possibilidades do
negócio: 1ª - estar o negócio sobre condição suspensiva ate que se verifiquem as condições; 2ª -
se entretanto a prestação se tornar possível ate ao seu termo. Uma 3ª hipótese que advém do 399°
é a prestação de coisa futura a não ser que a lei não …. É admissível a venda de coisa futura (880°)
— há três hipóteses previstas de validade do próprio negócio jurídico, mas temos que ver se
cumpre os requisitos.
Voltando ao art.280° o legislador afirma que o objeto contrário à lei é então nulo o negócio,
remissão art.294°. Há normas que são imperativas (/injuntivas) que não podem ser afastadas pela
vontade das partes. Também é nulo o negócio jurídico onde a prestação é indeterminada. Uma
coisa é ser determinada ao início (ex: preço da venda, empreitada, etc) outra coisa é ser
indeterminada, mas determinável.
Sucede então que o art.400° tem como epígrafe “determinação da prestação” e é usado para a
determinação convencional da prestação. O que aqui está é a determinação convencional da
prestação e quando ela não está determinada a quem podemos confiar essa determinação? - à
outra parte ou até a terceiros. Mas as partes podem estipular outros critérios para esta
determinação.
Quanto à determinação da prestação ex lege: ex — vamos imaginar que o preço não está
determinado no contrato de compra e venda e lá não se encontram critérios de determinação. No
art.883° - estabelece critérios para a determinação do preço. Em regra, então o preço estando
ausente e não havendo critérios vai para o Tribunal para este o decidir segundo juízos de equidade.
Ex: A e B faziam parte de uma sociedade e cada um tinha 50% e criaram um regime em que tinham
de dar um ao outro. Mas se um acabasse por dar mais da sua parte do que o outro esse ficava a
ganhar e não era fácil a decisão pelo juiz.
Em sede de empreitada o art.1211° nº1, também é possível aplicar este regime jurídico, mas em
sede de arrendamento já não é (se calhar aplicar o 883°).
Voltando ao art.280° Nº2: o negócio deve ser conforme a ordem publica (sendo este um conceito
indeterminado); as partes não se podem vincular perpetuamente; o negócio não pode ser ofensivo
dos bons costumes (moral social dominante (ex: um contrato que envolve o trafico de drogas,
pessoas, arrendamento de um imóvel com fim para a prostituição, etc — é ofensivo aos bons
costumes))
• Prestação fracionada — cumprimento é faseado, nesta existe uma única obrigação, mas
sucessivos fraseados atos de cumprimento. Só temos uma única obrigação. Nestas
obrigações o decurso de tempo não interfere no valor da prestação e o preço está fixado
• Duradoura — são aquelas que se protelam no tempo, mas distinguem-se das prestações
de execução continuada e periódica. A prestação do senhorio consiste na obrigação de
proporcionar o gozo do imóvel (continuada). Do arrendamento, pagamento de renda
(periódica), o tempo influencia no valor da prestação.
Ex: um banco empresta 10 mil euros a um determinado cliente e o capital ficou de ser pago em 12
prestações de 1000 euros. No final o mutuário pagaria 10 mil euros de restituição do capital e
pagaria juros remuneratórios de 2 mil euros ao final do ano. — o pagamento dos juros é duradoura
(periódica) mas o pagamento das prestações é fracionada.
Art.781° (regra do vencimento antecipado) — instituto da perda do benefício do prazo só pode ser
aplicada a perda das prestações fracionadas e não das prestações duradouras.
Art.434° — diz que deve tudo ser restituído. No nº1 é aplicado às prestações fracionadas. No nº2
tem efeitos só para o futuro (ex nunc (continuada) e ex tunc (periódica)).
Acórdão 7/2009 - se calhar vai ser preciso fotocopia
• Prestação Fungível e Prestação Infungível — art.767° nº1 fala de quem pode fazer a
prestação, ou seja, é o devedor, um 3 interessado ou um 3 não interessado que queria
satisfazer o credor e este último não se pode opor a isto devido à regra da oponibilidade. O
art.767° nº2 estabelece-se uma exceção: quando esta foi acordada expressamente que
deve ser feita pelo devedor ou quando a substituição o prejudique.
• Prestação de Meio e De resultado — art.828°, 829° (é possível requerer ao Tribunal uma
sanção pecuniária com… por cada dia de atraso) e 829° A (na prestação de meios estou
obrigado a atuar com a diligência necessária para atingir um certo objetivo, mas se não
chegar ao objetivo, mas conseguir mostrar que atuei com diligencia isso já esta bom e o de
resultado onde esta obrigado a atingir e cumprir o seu objetivo (ex: arquiteto faz um projeto
de uma casa. Será que a sua prestação é de meios ou de resultado? - há uma divergência;
em relação de um medico é de meios; já o dentista é de resultado)).
NOTA: No contrato de promessa de compra e venda se não estiver determinado o preço, este pode
ser determinado da mesma forma como a compra e venda, ou seja, pelos mesmos critérios.
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TESTE: 1 caso prático e 3 questões autónomas cada uma com os seus pressupostos (só sai
matéria até à última aula antes da Páscoa (acho que foi dia 18 de março)) - venda a prestações;
categorização dos direitos obrigacionais; relação jurídica obrigacional complexa; classificação das
prestações; princípio da boa-fé, e da liberdade contratual.
Estamos habituados a pensar em obrigações singulares, mas nem sempre isto sucede, pois o que
acontece algumas vezes é que de algum dos lados da relação jurídica ou porventura de ambos os
lados nós temos mais que um credor ou mais do que um devedor. Estamos então no domínio das
obrigações plurais (a obrigação ou é singular ou plural). Sendo a obrigação plural temos dois
credores ou mais ou dois devedores ou mais. Portanto neste domínio o legislador só fala do regime
das obrigações solidárias, que não é o regime regra, pois o regime regra das obrigações plurais é o
regime da conjunção. O desvio à regra, o regime de exceção, é o regime da solidariedade. O
legislador só regula, só estabelece as regras relativas à solidariedade (art.512° e ss CC). Não
temos regras específicas quanto à conjunção, não há nenhuma. O que vamos fazer é retirar,
deduzir o regime da conjunção. Notar que o art.513° fala das fontes da solidariedade, e esta fonte
de solidariedade de credores ou devedores só existe quando temos a lei ou as vontades das
partes, portanto quando a lei não estipula o regime da solidariedade ou quando as partes não
determinam o regime da solidariedade nós deduzimos que vigora o regime da conjunção. Importa
saber qual a noção de solidariedade, e diz a lei (art.512°) que a obrigação é solidaria quando cada
um dos deveres responde à prestação no seu total, a segunda parte fala dos credores. Retiramos
então 3 pressupostos que caracterizam a solidariedade: identidade da prestação em relação a
todos (sejam devedores ou credores); a extensão integral do dever de prestar ou do direito à
prestação em relação a todos (devedores e credores); o efeito extintivo da obrigação se um dos
devedores ou um dos credores realizar a prestação. Desta noção resulta também a ideia de que a
solidariedade também pode ser de devedores, de credores ou a chamada solidariedade mista de
devedores e credores. O mais usual é haver uma solidariedade de devedores. De resto quanto à de
credores Almeida Costa diz que é de nulo interesse, mas não é de todo assim.
Quanto à conjunção existe uma autonomia das prestações em relação a cada sujeito; não existe
uma extensão integral, pois cada prestação é independente e tem autonomia por isso quando
extingue uma não extingue as obrigações dos demais.
A solidária tem como fontes a lei ou a vontade das partes como resulta do art.513° (ex: no domínio
da responsabilidade civil temos a responsabilidade pelo risco; art.497° no que toca à
responsabilidade civil extracontratual; temos outras normas art.457° solidariedade dos gestores
de negócios; muito importante o art.595° (em especial o nº2 quando pretende a transmissão da
dívida)). Mas a responsabilidade solidária muitas vezes acontece da vontade das partes … art.638°
é uma norma de natureza supletiva. Art.781° no que toca à perda de benefício do prazo (e art.782°
quando diz que não se estende aos obrigados).
Quanto à tipologia de solidariedade vamos olhar para:
• a solidariedade de devedores (ex: A vendeu a B e C um quadro. Nesse contrato de compra
e venda estabeleceu-se um regime de solidariedade quanto ao pagamento do quadro de
10 mil euros. Significa que o A em relação ao dever de pagar dos devedores, A pode exigir
os 10 mil euros ou a B ou a C. Se não tivesse sido estipulado a solidariedade o A só poderia
exigir de B 5 mil euros e de C 5 mil euros. Ou seja, à luz do regime da solidariedade o
credor está a proteger-se já à luz do regime da conjunção isso já não acontece. E no
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regime da conjunção quando um deles paga apenas extingue a sua prestação e a do outro
permanece).
• A solidariedade também pode ser de credores (ex: três clientes bancários abrem uma
conta junto do banco e depositam 20 mil euros. Estes sujeitos são credores ao
depositarem e o banco torna-se o devedor. O que é que sucede? - 3 pressupostos e,
portanto, o banco se o D porventura exigir a entrega dos 20 mil euros, extingue a prestação
do banco ao entregar os 20 mil euros a D. Em qualquer dos casos o que temos depois,
pois vai haver um problema de relação entre os devedores em relação ao credor chamada
de relação externa, mas a partir do momento que D paga 10 mil euros a B esse problema
acaba. Mas ainda existe outra relação externa entre D e C e C exige 5 mil euros de D e este
vai ter de restituir. Portanto há que perceber estas duas relações. O que define a
solidariedade é a relação externa.).
• A solidariedade pode ainda ser mista, que não é muito habitual.
Art.512° nº1, mas também é importante atentar art.512° nº2, pois a obrigação não deixa de ser
solidária se os sujeitos estiverem obrigados de forma diversa (ex: eu posso estar obrigado só a
pagar 7 mil a um sujeito e outros 3 mil ao outro a nível interno. Posso estar obrigado a pagar as
minhas prestações até ao dia X e o outro sujeito até dia Y. Aqui o importante é que a relação é
solidária) ou ser diferente o conteúdo das garantias das suas prestações.
Duas regras importantes que daqui resultam (disposições gerais que se aplicam à solidariedade):
• art.514° - ex: o devedor B pode usar os meios de defesa pessoais ou os meios de defesa
comuns a ambos. Vamos imaginar que B é titular de um crédito sobre A e pode exercer o
direito à compensação e compensa o crédito com a divida que tinha perante o A - isto
extingue também a divida de C sendo por isso um meio de defesa pessoal. Outro meio de
defesa pessoal é a prescrição por isso se porventura B exerceu o seu direito de prescrição
com B impede o A de exigir esse valor de B, de todo o modo, A pode exigir esse valor de C e
depois C pode exigir do B. Vamos imaginar que o ato em causa em relação a B é anulável
e, portanto, isso extingue a relação jurídica entre A e B então o A só pode exigir de C. No
que toca aos meios de defesa comuns isso engloba todos os sujeitos e tem um âmbito
mais lato abrangendo logo todos os devedores (art.514° nº2).
• art.516° - participação nas dividas e nos créditos, presunção ilidivil mediante prova em
contrário, presunção iuris tanto (?). Temos que olhar para o contrato para ver o que a lei
determina. Evidentemente que se o fiador pagar a divida do arrendatário não resulta este
regime da igualdade. No caso das convenções das partes isto é que vai determinar esta
igualdade.
Art.518° e seguintes. Extinta a relação com os devedores surge o novo ordenamento jurídico que
tem a ver com as relações externas (credor). Art.518° a 527° temos 7 normas que olham para a
relação externa (518° a 523° + 527°) e 3 que olham para a relação interna (524°, 525° e 526°):
1. Solidariedade entre Devedores: direitos do credor (aqui vai interessar o art.518°, 519° e
527°. Ao credor não lhe pode ser demandada a divisão, ou seja, o B não pode assumir que
só vai pagar 2500 euros, o direito do credor é inoponível. No 519° retiramos que o credor
pode exigir de qualquer dos devedores toda a prestação ou parte dela proporcional ou não
à quota do interpelado, é um direito abrangente do credor, mas se exigir judicialmente
parte ou totalidade fica inibido de exigir judicialmente dos outros essa mesma parte ou
totalidade salvo seja razão atendível ou dificuldade por outra causa de obter a prestação.
Já no art.527° é dito que o credor pode renunciar à solidariedade, a favor de alguns ou
algum devedor não havendo nenhuma mudança para os restantes.); vicissitudes que
perturbam o direito do credor (art.520°, 521° e 522°. No art.520° retiramos que se a
prestação for impossível por facto imputável de algum devedor, todos eles são
solidariamente responsáveis pelo seu valor, ou seja os outros mantém a sua
responsabilidade perante A, mas só o devedor que tornou essa relação imputável
responde internamente e pela reparação dos danos porque foi ele que criou a situação. No
art.521° falamos novamente na prescrição, mas aqui temos que se admitirmos que a
prescrição só admitia um sujeito todos os outros são responsáveis pelo seu valor mas se
for um meio de defesa comum todos beneficiam com a mesma, portanto apesar de
prescrito se houver uma interrupção desta (art.312° e ss) isso acaba por afetar o credor e
prejudica as relações internas dos outros devedores. Art.522° falamos do caso julgado
entre o credor e um dos devedores não é oponível aos trances devedores. Caso houvesse
Teoria Geral das Obrigações
um caso entre A e o devedor B e a A ganhasse isto já não poderia ir a recurso, mas também
significa que os restantes devedores (não?) podem beneficiar como isto; se for ao
contrário beneficiam os com-devedores.); satisfação do direito do credor (art.523° e
art.837° e ss mostra que há mais causas para a satisfação do que por via do cumprimento
da obrigação. Art.441° e ss). Ex: contrato de compra e venda de A para B,C, D e E.
Relações internas (art.524° - direito de regresso. Admitindo que a proporção é semelhante B pode
exigir que todos tal como ele paguem 25 mil euros, passam a ser devedores de regresso e B passa
a ser o credor de regresso. Art.525° meios de defesa dos condevedores. Art.526° no caso da
insolvência - ou seja o dinheiro que B poderia exigir de E mas já não pode porque este entrou em
insolvência vai ser repartido pelos demais por exemplo 833€ a mais para os outros condevedores
por isso B só poderia exigir de C e D o pagamento de os 833€ extra)
2. Solidariedade entre Credores (art.528° a 533°): imaginemos que A, B e C depositaram um
determinado valor no banco que os torna concredores. Há uma identidade da prestação
em relação a todos, havendo uma extensão integral de exigir a prestação em relação ao
banco, equivalência das prestações e qualquer deles pode exigir do banco a totalidade da
prestação sendo certo que caso o faça extinga a sua obrigação ficando B e C com o direito
de regresso.
Artigo 528.º
(Escolha do credor)
1. É permitido ao devedor escolher o credor solidário a quem satisfaça a prestação, enquanto não
tiver sido judicialmente citado para a respetiva ação por outro credor cujo crédito se ache
vencido.
2. Se o devedor cumprir perante credor diferente daquele que judicialmente exigiu a prestação,
não fica dispensado de realizar a favor deste a prestação integral; mas, quando a solidariedade
entre os credores tiver sido estabelecida em favor do devedor, este pode, renunciando total ou
parcialmente ao benefício, prestar a cada um dos credores a parte que lhe cabe no crédito comum
ou satisfazer a algum dos outros a prestação com dedução da parte do demandante.