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INTRODUÇÃO

 Toda relação jurídica se dá entre sujeitos


 Toda relação jurídica tem que ter um objeto
 Toda relação jurídica tem que ter um fato jurídico (que produz efeitos do direito)

Contrato

 Produz certos efeitos de acordo com o ordenamento jurídico;


 Têm natureza patrimonial (circulação de riquezas/utilidades);
 É a veste jurídica de uma operação econômica;
 Instrumento de direito civil que delimita o comportamento do devedor;
 Instrumento de direito civil que delimita o comportamento que o credor pode exigir;
 Todo objeto de contrato é bem corpóreo ou incorpóreo ou prestação de fato;
 O Conteúdo do contrato significa como as partes quiseram disciplinar o objeto do contrato;

Contrato

 Partes contratantes;
 Objeto;
 Consentimento;
 Efeitos;

Qual a função do contrato? Viabilizar um instrumento para circulação de riquezas entre partes contratantes
desde que esse instrumento seja fruto de uma manifestação livre de vontade.

Todo contrato é no mínimo Negócio Jurídico bilateral. Não existe contrato de uma só pessoa, mas o
contrato pode ser unilateral por estar relacionado a quantidade de deveres.

 Contrato bilateral guarda relação aos deveres das partes;


 Negócio Jurídico bilateral guarda relação com o número de manifestações de vontade
(declarantes);

CRITÉRIOS - CONTRATOS

1 - Quanto aos direitos e deveres das partes

 Unilateral (ex. comodato)


 Bilateral (ex. compra e venda) - pressupõe correspectividade
 Plurilateral
 *bilateral sinalagmático: só cumpre se for essencial a outra parte também cumprir
 *bilateral imperfeito: a correspectividade não é da natureza do contrato, a princípio não tem a
correspectividade, mas pode surgir depois. Exemplo: deixar carro em estacionamento, a principio o
dono do estacionamento não pode exigir nada do dono do carro, todavia se ele não retira no tempo
certo, surge um direito para o dono do estacionando que não existia quando o contrato foi celebrado.

2 - Quanto ao sacrifício patrimonial das partes

 Oneroso (as duas partes suportam sacrifício)


o Oneroso comutativo (sacrifício conhecido quando celebra o contrato)
o Oneroso aleatório (contrato exposto a risco (não risco de inadimplemento, mas sim o risco
ser a causa do contrato (ex. pescador – compra a 1ª tarrafa)
 Gratuito (só uma parte suporta o sacrifício)

Oneroso aleatório

OBS: O contrato de seguro conta com cálculos de matemática atuarial, portanto é previsível e não é
aleatório, pois pode acertar a probabilidade (entendimento do professor).
 Art. 458 – RISCO DE NÃO EXISTIR A COISA - Ex. Contrato de compra e venda de coisas futuras.
- Compra de safra futura agrícola. - Compra de terreno com a expectativa de encontrar minerais.

Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a
existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido,
desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.

 Art. 459 - RISCO DE NÃO EXISTIR A QUANTIDADE – Ex. - Contrato de compra e venda de coisas
futuras, fixando um mínimo na quantidade esperada - Compra de uma quantidade mínima de
produtos agrícolas futuros.

Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a
existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não
tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.

 Art. 460 – COISA QUE EXISTE EXPOSTA A RISCO - Ex. - Contrato de compra de animais sujeitos
a doenças, assumindo o risco o comprador. Compra de produtos perecíveis sujeitos a deterioração
durante o transporte.

Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo
adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte,
ou de todo, no dia do contrato.

 FATOS QUE PODEM NÃO OCORRER – Ex. - Contrato de aposta em resultados esportivos. - Acordo
financeiro baseado em condições climáticas futuras. Contrato de desempenho de um artista sujeito
a cancelamento em caso de chuva.

3 - Quanto ao modo de aperfeiçoamento do contrato

 Consensual (não precisa de nada além do consentimento, não precisa de uma forma adequada ou
entregar a coisa, basta o consentimento.) Ex. Compra e venda Art. 481. Pelo contrato de compra e
venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe
certo preço em dinheiro.

 Real (a partir da tradição - entrega do bem). Ex. comodato, mútuo, depósito. Obs: Comodato (coisa
infungível – não pode ser substituída) e mútuo (coisa fungível, pode ser substituído por outra coisa
semelhante)
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do
objeto.
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante
o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o
depositante o reclame.

 Solene (exige determinada forma especial)

4 - Quanto a previsão legal

 Nominado (que tem nome, ex. compra e venda, doação, locação)


 Inominado (contratos do século 21, ex. know how)
 Típico (regime disciplinado no código – mesmo que as partes não ajustem tudo no contrato a lei já
disciplina, se as partes não disciplinarem em sentido contrário, se sujeitam ao regime do código.
 Atípico (ex. contrato de franquia - A franquia embora regulamentado em alguns aspectos pela Lei
8.955/94, a lei não estabelece todos os direitos e deveres do franqueador e do franqueado, de forma
que eles decorrerão das cláusulas contratuais livremente pactuadas.
QUESTÕES PARA PROVA:

Qual a diferença de negócio jurídico bilateral para contrato bilateral? Todo contrato é Negócio Jurídico
bilateral, mas nem todo contrato é bilateral (pode ser unilateral, bilateral ou plurilateral). É preciso entender
quais os critérios determinam o Negócio Jurídico bilateral, unilateral e plurilateral e quais os critérios
determinam o contrato unilateral, bilateral e plurilateral.

Critério para NJ = número de declarações de vontade. Critério para contrato = deveres das partes.

O que é um contrato? É um NJ bilateral (estrutura) com a função de circular riquezas (função) e poder
controlar os efeitos de acordo com os limites do ordenamento (efeitos).

O que é contrato Bilateral imperfeito? Consiste em um contrato que inicialmente era unilateral, ou seja,
havia deveres para apenas uma das partes (ex. contrato de depósito), e no curso do contrato surgiu o dever
para a parte que inicialmente não tinha. Passou a ser bilateral. Se fosse perfeito haveria a correspectividade
desde o início. Esse efeito do contrato não é dele.

Qual a diferença do contrato oneroso para gratuito? Oneroso pode ser comutativo, quando? ou
aleatório, quando? Contrato oneroso e gratuitos dizem respeito quanto ao critério do sacrifício patrimonial
das partes. É oneroso quando as duas partes suportam sacrifício (ex. compra e venda), e é gratuito quando
só uma parte suporta o sacrifício (ex. doação). Ainda o contrato oneroso pode ser classificado em comutativo
e aleatório. É comutativo quando o sacrifício é conhecido pelas partes quando o contrato é celebrado (ex
compra e venda de um celular). É aleatório quando o contrato está exposto a risco, ficando dependente de
um acontecimento incerto. (ex. Compra de safra futura agrícola.)

Qual a diferença de contrato real, consensual e solene? O contrato consensual é aquele que não precisa
de nada além do consentimento. O contrato solene é aquele que exige que o consentimento seja dado na
forma da lei. Real é aquele que se aperfeiçoa a partir da tradição (entrega da coisa).

A compra e venda, para ser perfeita, exige a tradição da coisa? Não. O contrato de compra e venda é
consensual. A lei diz “Obrigado a transferir”, se não transferir o contrato de compra e venda ainda existe, se
não entregar a coisa apenas há o descumprimento do contrato.

PRINCÍPIOS CONTRATUAIS

O contrato tem princípios constitucionais (existencial e patrimonial)

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

III - a DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA;

IV - Os valores sociais do trabalho e da LIVRE INICIATIVA;

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à LIBERDADE, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - Construir uma SOCIEDADE LIVRE, justa e solidária;

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na LIVRE INICIATIVA, tem por
fim assegurar a todos existências dignas, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:

Obs: Todo ato de liberdade gera um ato de responsabilidade

Alocação de riscos: o contrato é um instrumento o para alocação de riscos


Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de
elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos
previstos em leis especiais, garantido também que

II - A alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada;

Princípio: premissa ética jurídica dos direitos dos contratos. São fundamentos a partir do que parte o
raciocínio. Nos contratos partem de seis princípios:

 Liberdade (Autonomia privada)  Boa fé objetiva


 Relatividade  Função social do contrato
 Obrigatoriedade  Equilibrio

Liberdade: Refere-se à capacidade das partes de negociar e celebrar contratos de forma voluntária, sem
coerção externa. Isso inclui a liberdade de decidir com quem contratar, em que termos e condições, e até
mesmo a liberdade de não contratar. Em suma, liberdade de contratar (ou não)? com quem? o quê? Como?
(Mitigado pelo princípio boa-fé objetiva)

Relatividade: Se eu sou livre, faz sentido realizar ou ser obrigado a cumprir contrato que não participei?
Não. O contrato entre as partes não pode ferir a liberdade contratual de terceiros (mitigado pela função
social do contrato)

Obrigatoriedade: Se eu sou livre na minha vontade, por que eu fico obrigado a ele? Porque era livre para
contratar, então se contratou tem que cumprir. (mitigado pelo equilíbrio contratual)

Boa fé objetiva: Eu sou livre para contratar? Sim, desde que meu contrato não viole os princípios da boa
fé objetiva. Se o contrato não for ético a sociedade não vai aceitar. A boa fé veio para controlar a autonomia
privada. Você tem direito de liberdade, mas a boa fé pode controlar, restringir, interpretar essa sua vontade.

 INTEGRAÇÃO Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
 INTERPRETAÇÃO Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os
usos do lugar de sua celebração.
 CONTROLE Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.

Equilíbrio: O contrato é obrigatório, mas nem sempre, porque pode haver o equilíbrio do contrato.

 Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da
prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de
modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
 Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as
condições do contrato.

A função social do contrato: significa que o contrato tem que observar o interesse das partes contratantes
e ser ao mesmo tempo compatível com o interesse da coletividade. Mitiga a relatividade do contrato seja
por oponibilidade a terceiros, seja pela tutela externa do crédito ou terceiro cumplice, e contrato que gera
danos a terceiros.

Dirigismo contratual: O dirigismo contratual refere-se à intervenção do Estado nas relações contratuais
para regular ou limitar a liberdade contratual das partes. É a interferência alheia no contrato (do Estado) para
assegurar equilíbrio entre as partes e a proteção dos vulneráveis. Desvantagem – afeta a liberdade

Dirigismo judicial: é o controle do contrato pela aplicação dos princípios da boa-fé objetiva e função social
do contrato, de como o juiz interpreta os princípios. Vantagem: acompanha a noção de contrato de acordo
com a realidade do que a sociedade acha bom. Desvantagem – afeta a liberdade
Paridade jurídica: princípio fundamental de que as partes contratantes devem estar em uma posição de
igualdade em termos de poder de negociação [barganha] e capacidade de compreensão e negociação dos
termos do contrato.

Igualdade formal: refere-se à igualdade perante a lei e aos procedimentos legais. Isso significa que as
partes devem ser tratadas de forma igual perante a lei.

Igualdade material: considera a igualdade de condições e oportunidades reais entre as partes contratantes.
Isso vai além da igualdade formal e considera as disparidades de poder econômico, social e de informação
que podem existir entre as partes.

Paternalismo jurídico: é a extensão máxima do dirigismo contratual – substitui a vontade das partes
contratantes para decidir por elas o que é melhor para elas (ex. arremesso de anão)

Paternalismo liberatório: O estado cria dificuldades (ex. imposto sobre o cigarro) atinge indiretamente a
liberdade;

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Quando é considerado formado o contrato? Quais são as teorias que tratam do mento da formação do
contrato?

As quatros fases do contrato:

 Fase de negociações preliminares;


 Fase de proposta;
 Fase de contrato preliminar;
 Fase de contrato definitivo;

Todo contrato vai ser formado a partir dessas 4 fases? Não necessariamente.

1 - Fase preliminar: as partes não estão ainda obrigadas por contrato. Ainda não estão obrigadas pelo
princípio da liberdade contratual. Nesta fase nenhuma das fases está obrigada a contratar. Nessa fase não
há proposta. Nessa fase se tudo correr bem teremos uma proposta. A proposta é o resultado positivo, pode
acontecer de não ter proposta. Não vincula. A partir de qual momento, ou o que vincula ou obriga uma parte
que está formando um contrato? A proposta.

2 - Fase de proposta: Proposta é uma declaração negocial unilateral reptícia (declarou sua
vontade/proposta para que a outra pessoa receba e aceite). Ela deseja ser recebida por alguém. A proposta
é um negócio jurídico unilateral. É considerada proposta quando preencher os elementos essenciais do
negócio que se quer realizar. A proposta obriga? Sim Art. 427.

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza
do negócio, ou das circunstâncias do caso.

 Nessa fase a pessoa é obrigada a fazer o contrato? Não, porque a pessoa tem a liberdade de
contratar ou não, de contratar com quem quiser, de contratar o que quiser, como quiser, de acordo
com o Princípio da Liberdade contratual.
 No caso de haver abuso de direito, o que a parte pode exigir? Para pedir para o juiz
responsabilidade civil pré-contratual para ser ressarcido pelas despesas é necessário alegar e provar
ao juiz que a parte exerceu o direito de NEGOCIAR de modo abusivo, com a violação da boa-fé
(controle). Exercer um direito também pode ser ilícito, desde que exerça o direito violando o fim
econômico social, boa-fé, bons costumes. (frustrar indevidamente a expectativa jurídica de negociar
de acordo com a boa-fé objetiva por todos esperado). Nessa fase, quando muito, pode ocorrer a
responsabilidade civil pré-contratual, pressupõe exercício abusivo do direito de negociar de acordo
com a boa-fé objetiva na função de controle.
“violação da boa-fé objetiva, na função de controle (CC, art. 187) do exercício do direito de não contratar] o
abandono das negociações preliminares não pode ser arbitrário e injustificado, estribado no mero capricho
de uma das partes”

 Proposta é um negócio jurídico unilateral receptcio de vontade caracterizado por reunir todos os
elementos essenciais (do plano da existência, para saber o que quiseram fazer) do contrato/negócio
que se quer realizar. E a outra parte tem que compreender que aquilo é uma proposta para negócio.

 Qual a natureza jurídica da aceitação? Natureza de Direito potestativo. Quem faz a proposta fica
em estado de sujeição (você tem a liberdade, mas se manifesta sua vontade com uma proposta, a
proposta te obriga). O aceitante passa a ter direito potestativo de formar um contrato. O aceitante
passa a ter direito de saber se vão ter contrato ou não.

 Aceitação: Pode ocorrer em contratos entre pessoas presente e ausentes

o Presentes: pessoas que mantem entre si interação (simultaneidade) = Teoria da aceitação.


o Ausentes: não tem interação = Teoria da expedição da aceitação. (Ex. e-mail)

3 - Contato preliminar Art. 462 a 466: Significa que um contrato que reúne os elementos essenciais do
contrato, menos a forma. As partes já reuniram todos os elementos essenciais do contrato que querem
celebrar, mas por vontade própria não querem fechar agora o negócio. O Codigo Civil autoriza as partes
realizarem o negócio sem forma. O preliminar dá o direito de fazer o definitivo.

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao
contrato a ser celebrado.

 Por que o contrato é preliminar se ele tem todos os elementos essenciais? Não tem por que as
partes não quiseram. Liberdade contratual. (Ex. compromisso de compra e venda.) As partes não
quiseram fechar o negócio ainda (pode haver a exigência de um sinal, algum pagamento ou alguma
multa) porque as partes quiseram assim. Tem preço, tem consentimento e tem coisa, apenas não
tem a forma. Ainda que tivesse a forma, as partes não fecharam porque não quiseram (liberdade
contratual)
 Pode executar contrato preliminar? Sim, porque se é contrato pode executar. Está executando um
tipo de obrigação específica: a obrigação de fazer o contrato definitivo.
 Se não quiser fazer o contrato? Art. 464 a sentença vai fazer os efeitos, substitui a vontade da
parte.

Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente,
conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação

 Toda prestação de contrato o juiz pode substituir? Não. Ex. contratação de um cantor famoso,
que fez o contrato preliminar, mas chega próximo a data a parte descumpre o contrato. Não pode
substituir o cantor famoso por outra pessoa. Recai no Art. 465 – pode cobrar perdas e danos.
 Sempre pode cobrar ou exigir que a pessoa faça o definitivo? NÃO, porque as vezes a prestação
é personalíssima (cuja qualidade da pessoa é essencial para o negócio) então, se não pode
constranger, exigir que aquela pessoa realize o definitivo, sobra perdas e danos. Mas em regra geral
o juiz substitui a vontade da parte (assinatura, buscar coisa). A maior dificuldade ocorre com relação
a obrigação de fazer não fungível (mas o juiz ainda tem uma ferramenta processual – ex. aplicação
de multa).

Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo
desfeito, e pedir perdas e danos.

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