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Contratos

1. Nova teoria do Contrato


Atualmente o contrato transcende sua concepção clássica, ou seja, a ideia histórica de
obrigações assumidas por uma pessoa em favor de outra é uma visão estática singular é
meramente contratual.

Escada pontiana
Plano da existência: trata do que deve existir para que o negócio jurídico possa futuramente
valer.
-Agente
-Vontade
-Objetivo
-Forma

Plano da validade:
Art 104
-Agente capaz
-Objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
-Vontade livre
-Forma prescrita ou não defesa em lei

Plano da eficácia

Nulidade (ordem pública, pode ser alegada a qualquer momento)


Anulabilidade (ordem particular,alegada em momento único)

2. Conceito
Natureza jurídica: (é um negócio jurídico) contrato é uma espécie de negócio jurídico por
meio do qual duas ou mais partes, conforme sua autonomia privada, visam atingir
determinados interesses regidos por princípios superiores de índole constitucional.

*O contrato está amparado em valores constitucionais, sobretudo na solidariedade social.

*O contrato pode envolver um conteúdo existencial relativo a direitos de personalidade.

*O contrato pode gerar efeitos perante terceiros.

3. Formação do contrato
a- início da responsabilidade.

Fase de puntuação (diálogo que antecede o contrato).


Momento em que as partes realizam as tratativas preliminares.
OBS: em regra, não se pode imputar responsabilidade civil àquele que interromper as
tratativas, mas isso não impede dizer que os danos daí decorrentes não devam ser
indenizados.

Fase de Oferta/ Policitação


É quando uma das partes faz uma proposta a outra. Quem faz a proposta é chamado de
proponente ou policitante. A outra parte é o aceitante, oblato.
OBS: a proposta só produz efeitos após chegar ao conhecimento do oblato (princípio da
vinculação ou obrigatoriedade).

Exceções ao princípio da vinculação


Art 427 CC

Resumo do art 428 CC


1. Se a proposta é feita sem prazo para pessoa presente a sua aceitação deve ser
imediata, pois o contrário perderá a força obrigatória.
2. Se é feita sem prazo para pessoa ausente, perde a força obrigatória se decorrido
tempo suficiente para a resposta chegar ao conhecimento do proponente.
3. Se a proposta é feita com prazo ausente, somente após o término perderá a força
obrigatória.
4. Se antes de chegar a proposta ao oblato ou concomitante chegar junto uma
retratação do proponente, a proposta perde a força obrigatória.

Teoria da aparência
Marketing abusivo.

Fase da aceitação

Momento da formação: quando ao momento da formação entre presentes ocorre pela


aceitação total da proposta pelo ablato.

Em que momento se dá a formação do contrato entre ausentes?

1. Teoria da cognição: é aquela que se forma quando o proponente reconhece o aceite


do outro.
2. Teoria da declaração/ informação/ agnição: não precisa tomar conhecimento do
aceite.
*teoria da declaração propriamente dita: para essa teoria o contrato se forma quando o
aceitante declara que aceitou (não é adotada)

*teoria da expedição: o contrato se forma quando a resposta é expedida. (Regra)

*teoria da recepção: não basta a resposta ser expedida, para que o contrato se forme é
necessário que a resposta seja pelo menos recebida pelo proponente. (Exceção)

Lugar da formação do contrato


Se forma o contrato no lugar em que for proposto.

Funções do Contrato

1. Econômica: diz respeito à circulação de riquezas.


2. Pedagógica: contrato é um meio de educação da sociedade (pacta sunt servanda-
vale aqui que está escrito, o contrato faz lei entre as partes)
3. Social: busca da dignidade, valores basilares (soma da função econômica e
Pedagógica baseada na dignidade humana)

PRINCÍPIOS BASILARES DO DIREITO CONTRATUAL


(CLÁSSICOS)
1. Autonomia da Vontade: liberdade ampla que as partes possuíam para contratar.
Individualismo, Patrimonialismo, Liberalismo. (possuíam porque atualmente, é
impossível viver sem contratar)
2. Obrigatoriedade Contratual: contrato absoluto, lei entre as partes. Não era
admitida alegação de abusividade.
3. Relatividade dos Efeitos Contratuais: o contrato só produzirá efeitos entre as
partes que pactuaram (inter partes)

(CONTEMPORÂNEOS)
Teoria Preceptiva: o contrato deixa de ser um fenômeno exclusivo das partes para ser um
fenômeno econômico-social (contrata-se por necessidade).

1. Autonomia Privada: preliminar > função social do contrato, valores sociais e


constitucionais, dignidade humana. Visa vedar o abuso econômico.
2. Princípio do Consensualismo: o contrato obriga as partes a partir do momento em
que as partes consentirem. A obrigação só é gerada com a concordância de ambas
as partes.
3. Princípio da Relatividade dos Efeitos: o contrato só surte efeitos obrigacionais
entre as próprias partes contratantes.
4. Princípio da Força Obrigatória do Contrato: (pacta sunt servanda) Teoria da
Imprevisão, essa teoria mitiga esse princípio com o intuito de vedar a abusividade
contratual, assim a força obrigatória do contrato (lei entre as partes) não é mais tão
absoluta.
5. Princípio da Equivalência Material: equilíbrio recíproco entre as partes
(característica sinalagmática da obrigação). Exceção: contrato de adesão: apenas
uma parte se beneficia (financiamento, operadora de telefone). (Art 421A CC)
6. Função Social do Contrato: Bipartição interna:
tem como fundamento promover a igualdade substancial entre os contratantes
visando a equalização das vantagens e riscos do contrato.
Bipartição externa: ultra partes, ou seja, que vai além das partes pactuantes.
A função social é uma cláusula geral? Sim, uma vez que obriga o juiz a analisar.
Cláusula geral: preceito aberto, que norteia a análise obrigatória do juiz.
7. Princípio da Conservação dos Contratos: entre revisão e rescisão, é melhor optar
pela revisão. Somente em último caso a rescisão.
8. Princípio da Justiça Contratual: exigência de um equilíbrio na relação contratual.
9. Princípio da Boa- Fé Objetiva: (objetivo- subjetiva, funções da boa fé objetiva, qual
é a consequência jurídica do descumprimento dos deveres anexos de proteção
decorrentes da boa fé objetiva)

FUNÇÃO SOCIAL DA BOA- FÉ OBJETIVA


TEORIAS
1. Supressio: É quando o sujeito tem um direito suprimido, em virtude do seu não
exercício.
2. Suprectio: É um fenômeno inverso ao anterior, ou seja, o surgimento de uma
prática de uso e costumes locais.
3. Venire Contra Factum Propium: trata- se de um tipo de ato abusivo de direito e
significa a proibição de ir contra fatos próprios já praticados.
4. Tu Quoque: É o emprego desleal de critérios valorativos diversos para situações
substancialmente idênticas.
5. Adimplemento Substancial: Existe o cumprimento da obrigação de modo
considerável, ou seja, a boa fé proteje o devedor que pagou a integralidade da
obrigação.

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

Quanto às Obrigações das Partes


Unilaterais: São os contratos que criam Obrigações unicamente para uma das partes.
Bilaterais: São contratos que geram Obrigações para ambas as partes.
Imperfeitos: trata- se daquele contrato unilateral, que unilateralmente, gerará obrigação para
o contraente que não se comprometerá.
OBS: apenas os contratos bilaterais admitem a exception non adimplementi contractus.
OBS: As teorias dos riscos apenas se aplicam aos contratos bilaterais.
Plurilaterais: Obrigações para várias partes.

Quanto ao momento do aperfeiçoamento


Consensuais: Vontade das partes
Reais: não é somente com a vontade das partes, mas sim com a entrega da coisa.

Quanto à forma
Solene ou Formais:
Informais:

Quanto ao Sacrifício Patrimonial


Gratuitos
Onerosos
Comutativo
Aleatório

Obs: o contrato de seguro é comutativo para o segurado que o celebra para se acobertar
de qualquer risco, enquanto para seguradora é aleatório, uma vez que o pagamento ou não
da indenização depende de um fato eventual.

Quanto a formação
Paritárias:
Adesão:

ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIROS (art 436 a 438 CC)


Acordo de vontade pelo qual uma das partes se compromete a cumprir uma obrigação em
favor de alguém que não participa do ato negocial.
(Seguro de vida)

Promessa de fato de terceiro:


Negócio jurídico celebrado entre duas partes capazes, cujo objeto delimita uma prestação a
ser realizada por terceiro estranho ao contrato.
Efeitos: art 439 CC

Contrato com pessoa a declarar


Gabriel pretende adquirir um terreno ao lado de sua casa. Com tudo, o dono do terreno,
Caio, sabendo do interesse de Gabriel cobra um preço exorbitante. Gabriel recorre a Dani,
sua amiga, para que negocie com o Caio e colocará uma cláusula que indicará um terceiro
que assumirá todos os direitos e obrigações do contrato.

Vícios Redibitórios (redibir- rescindir)


Art 441, CC.
Requisitos:
-vício oculto (pré existente)
-contrato oneroso

Obs: se o contrato for gratuito não se aplica o instituto automaticamente, apenas pode ser
utilizado se houver cláusula contratual expressa.
-o alienante deve estar de boa fé.
-o defeito deve ser grave.
-situação que deixa a coisa imprópria para o uso ou ocasiona a perda do valor.

Ações edilícia
Ação redibitória: rescindir o contrato
Ação quanti minoris- estimatória: pedir o valor perdido, abatimento do preço.

Obs: em ambas as ações será possível que o adquirente pode pleitear perdas e danos.

Obs: o adquirente deve escolher uma das opções de ação.

Prazo decadencial para ingressar com a ação:


30 dias bem movel
1 ano bem imóvel
da data da entrega
O prazo é reduzido pela metade se o adquirente já estava com a posse do bem antes de
adquirir.

Exceções:
1. Máquinas sujeitas a experimentação.
2. Vendas de animais (começa a contar a partir do surgimento dos sintomas, até o
prazo máximo de 180 dias)
3. Vício que só pode ser constatado mais tarde (se for bem móvel 180 dias da data da
constatação, se for imóvel, 1 ano).
Vícios de produto do CDC
Produtos não duráveis: 30 dias.
Produtos duráveis: 90 dias.

Evicção:
Consiste na perda total ou parcial de um bem adquirido em regra, onerosamente, por
determinação judicial ou administrativa, em virtude de motivo jurídico anterior à aquisição do
bem.

Formas de extinção de um contrato

Resolução: quando o contrato é encerrado pelo descumprimento das obrigações


assumidas, também chamado de quebra contratual. A resolução também pode ocorrer
quando há algum tipo de nulidade na formação do contrato. Está previsto nos art 474 e 475.

Resilição: é o chamado distrato, acontece quando as partes estão cumprindo o combinado,


mas decidem que não querem mais continuar com o contrato. Pode ocorrer por iniciativa de
ambas as partes ou de forma unilateral.

Rescisão: Como regra geral, sempre que uma das partes desejar por fim a um contrato, ele
poderá ser encerrado, gerando assim, a rescisão contratual. Além disso, é possível afirmar
que qualquer contrato pode ser rescindido pelas partes participantes, com ou sem justa
causa.

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