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Contratos Civis e
Empresariais
A fonte de obrigações imediata é a vontade, mas, indiretamente, é a lei que determina que
sejam cumpridos os contratos.
1 Contratos civis: Teoria geral
O cumprimento dos contratos confere segurança à sociedade, de modo que o Estado deve
cuidar para que as obrigações sejam, efetivamente, cumpridas. A lei proporciona a
segurança jurídica ao determinar que há sanções para o inadimplemento contratual. Assim,
as partes se sentem motivadas e firmam os contratos que atendem aos interesses sociais,
cientes e certas de que o pacto será cumprido.
Ao se afirmar que o contrato é um negócio jurídico bilateral, tem-se que o contrato é uma
espécie de fato jurídico, decorrente da atividade humana, portanto, lícito, em conformidade
com a lei e capaz de criar, modificar, transferir ou extinguir os direitos. O contrato envolve, ao
menos, dois centros de interesse;
Portanto, podemos dizer que o contrato depende de, ao menos, dois consentimentos, que,
normalmente, são antagônicos e se harmonizam através da relação contratual;
Os elementos constitutivos do contrato não estão previstos em lei, são estabelecidos pela
doutrina e pela jurisprudência. Esses elementos são pressupostos essenciais, pois a falta
deles acarreta a consequência da declaração de ato inexistente;
Todo contrato deve obedecer aos pressupostos de validade que estão estabelecidos no Art.
104 do Código Civil (CC):
Em toda relação contratual existem dois polos. Veja no caso da compra e da venda: em um
polo está o vendedor; e, no outro polo, o comprador;
Como corolário disso, há a tentativa de manter o contrato, com o entendimento de que a sua
anulação é prejudicial, não somente para as partes, mas também para os terceiros, os
investidores e toda a sociedade.
1 Contratos civis: Teoria geral
1.5.5 Boa-fé:
A boa-fé é um conceito ético: todos devem proceder com correção, dignidade, honestidade,
boa intenção, com o propósito de não prejudicar ninguém.
Com a evolução do Direito Contratual, no século XX, dois princípios se tornaram menos
rígidos: o princípio da autonomia da vontade e o da obrigatoriedade dos contratos. Isso
porque surgem novos anseios e preocupações, não atendidos no auge do capitalismo;
Quanto à natureza:
a) Unilaterais e bilaterais;
b) Onerosos e gratuitos;
c) Comutativos e aleatórios.
Quanto à execução:
a) De execução instantânea;
b) De execução diferida no futuro.
1 Contratos civis: Teoria geral
Quanto ao objeto:
a) Definitivos;
b) Preliminares.
Quanto à formação:
a) Paritários;
b) De adesão.
1 Contratos civis: Teoria geral
Os contratos comutativos são aqueles em que as partes podem prever, no momento em que
se aperfeiçoam as prestações envolvidas, que oneram as duas partes contratantes;
Aleatório é o contrato em que, pelo menos, uma das partes não sabe a prestação que
receberá ou desconhece a quantidade da prestação, ou, ainda, a sua própria existência –
não sabe se haverá ou não a contraprestação em troca da que fornece.
O negócio jurídico unilateral não é um contrato, é mais uma espécie de vontade como fonte
de obrigação, porém, não envolve dois centros de interesse;
No contrato bilateral, a prestação de uma parte tem como causa e razão de ser (nexo lógico)
a prestação da outra parte (há reciprocidade). Veja que cada parte é, ao mesmo tempo,
credora e devedora uma da outra, e a reciprocidade é a característica dessa espécie
de negócio;
No contrato unilateral, é mais simples: uma parte é credora e a outra é devedora, embora
haja duas partes e duas declarações de vontade.
1 Contratos civis: Teoria geral
No contrato de adesão, todas as cláusulas são, previamente, formuladas por uma das
partes, e a mais fraca, necessitando contratar, não debate as condições, nem propõe as
modificações, aceitando tudo em bloco ou recusando por inteiro. Não há a fase inicial
de debates e transigência.
Contrato a título oneroso é aquele em que uma das partes sofre o sacrifício patrimonial, ao
qual corresponde uma vantagem que pleiteia;
Contrato a título gratuito é aquele em que somente uma das partes sofre um sacrifício
patrimonial, enquanto a outra apenas obtém um benefício.
1 Contratos civis: Teoria geral
Os contratos solenes dependem de forma prescrita em lei (têm forma prescrita em lei e
devem cumpri-la, sob pena de nulidade);
Os contratos não solenes são os de forma livre. Em regra, a forma dos atos jurídicos
é livre, mas se a lei considera a forma como da substância do ato, o ato só vale se
respeitada a forma.
Contratos nominados ou típicos são aqueles que a lei prevê, dá denominação própria e
disciplina (sem, necessariamente, exigir uma forma solene);
Contratos inominados e atípicos são aqueles que a lei não disciplina, expressamente, mas
que são permitidos, se lícitos, pelo princípio da autonomia privada.
1 Contratos civis: Teoria geral
Contratos principais são aqueles cuja existência independe da existência de qualquer outro;
Contratos acessórios existem em função do principal e surgem para lhe garantir a execução.
Nos contratos de execução diferida no futuro (contratos sucessivos), uma das partes, ou
ambas, deve cumprir a sua obrigação em um tempo futuro, pela natureza do contrato, que
enseja as prestações futuras e periódicas.
1 Contratos civis: Teoria geral
Contrato definitivo tem por objeto criar, para os contratantes, vários tipos de obrigações,
variando o objeto de acordo com a espécie de contrato: compra e venda, locação etc.;
Fonte: https://sid-
inico.usal.es/noticias/el-
congreso-preve-aprobar-la-
reforma-de-la-ley-general-
de-discapacidad-para-
regular-la-accesibilidad-
cognitiva/
Resposta
O contrato é um ato jurídico, forma-se por vontade das partes e, para descobrir o exato
sentido de uma disposição contratual, é preciso verificar a intenção comum dos contratantes
– a intenção é a finalidade da interpretação. Conforme o Art. 112 do CC, nas declarações de
vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido
literal da linguagem.
Conforme leciona Alexandre Cortez Fernandes (2011), a interpretação objetiva deve ser regida
por três princípios:
a) Boa-fé;
b) Conservação do contrato;
c) Equilíbrio das prestações contratuais.
A exteriorização de vontade é o elemento medular dos contratos. Uma vez que o contrato é
um ato bilateral, só se aperfeiçoa com a manifestação de vontade dos contratantes. A
manifestação se externa por uma declaração expressa ou tácita;
O silêncio não é nem uma afirmação e nem uma negação, não podendo ser considerado
como manifestação tácita do querer;
Não se pode dizer no direito “quem cala consente”, pois quem cala não diz coisa alguma;
1.8.4 Proposta:
A proposta é a oferta dos termos de um negócio, convidando a outra parte a concordar com
eles. É um ato jurídico unilateral, através do qual o policitante convida o oblato a contratar,
apresentando os termos em que se dispõe a fazê-lo.
1.8.5 Aceitação:
De acordo com o Art. 435 do CC, reputa-se celebrado o contrato no lugar onde foi proposto.
É um fato importante para saber qual é o foro competente (quando se estabelece o foro de
eleição, dizendo que o foro será o lugar em que se celebrou o contrato) e, no Direito
Internacional, qual a lei aplicável.
Estipulação em favor de terceiro é o ajuste entre as duas partes em que se estipula que a
vantagem, dele decorrente, reverterá em benefício de terceiro, estranho à convenção e nela
não representado.
A promessa de fato de terceiro não é ilícita. Ocorre que o terceiro só se vincula pela vontade,
pela lei ou pelo ato ilícito. Por isso, aquele que promete o fato de um terceiro (o promitente)
se obriga a uma prestação de fazer, ou seja, obter a anuência de terceiro, sob pena de
responder perante o outro contratante por perdas e danos.
Interatividade
Chama-se de vício redibitório o defeito oculto, substancial, não comum às coisas do mesmo
gênero, existente no momento do contrato, mas não perceptível em um exame superficial,
que dá ao adquirente no contrato comutativo o direito de ação em face do alienante.
2 Vícios, evicção e análise de contratos aleatórios, preliminares e registro
Conforme o Art. 443 do CC, se o alienante conhecia o vício ou o defeito da coisa, restituirá o
que recebeu com as perdas e os danos; se não o conhecia, restituirá o valor recebido, mais
as despesas do contrato;
A ignorância do vício não exime o alienante de sua responsabilidade, mas a má-fé o obriga
ao pagamento das perdas e dos danos.
2 Vícios, evicção e análise de contratos aleatórios, preliminares e registro
Ação redibitória:
A ação redibitória é para o adquirente que pretende enjeitar a coisa defeituosa, por ele
recebida em virtude de um contrato comutativo. Com tal ação, o autor aponta o defeito,
manifesta a sua vontade de devolver a coisa e reclama a devolução da importância paga,
bem como das despesas do contrato. Só pode pedir as perdas e os danos, se alegar e
provar que o alienante conhecia o defeito da coisa (CC, Art. 443).
2.2 Evicção:
Evicção é a perda, total ou parcial, por sentença judicial ou força policial, de um bem
adquirido onerosamente, em favor de terceiro, que demonstra ser o verdadeiro dono.
a) Onerosidade da aquisição;
b) Sentença judicial ou poder de polícia.
2 Vícios, evicção e análise de contratos aleatórios, preliminares e registro
“Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do
preço ou das quantias que pagou:
I. À indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II. À indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que, diretamente,
resultarem da evicção;
III. Às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído”.
O contratante pode se reservar o direito de fazer figurar outra pessoa em sua posição
contratual. Ele negocia em seu próprio nome, mas se reserva o direito de indicar outro sujeito
para figurar como parte contratual, que pode ser denominado de contraente in eligendo. Isso
é comum em um compromisso de compra e venda de imóvel. O promissário comprador pode
se atribuir a faculdade de indicar um terceiro para figurar na escritura definitiva. Pode ocorrer
em qualquer contrato, mormente os contratos onerosos.
2 Vícios, evicção e análise de contratos aleatórios, preliminares e registro
Aleatório é o contrato em que uma pessoa promete e a outra aceita a esperança de uma
vantagem incerta;
No contrato aleatório, o montante da prestação de uma ou de ambas as partes não pode ser,
desde logo, previsto, por depender de um risco futuro capaz de provocar a sua variação.
Emptio spei:
No contrato emptio rei speratae, a álea se refere à quantidade maior ou menor da prestação,
e não mais à sua existência;
Nesse caso, se o adquirente assumiu a álea, o alienante tem o direito ao preço integral,
desde que não haja concorrido com culpa, ainda que a coisa venha a existir em uma
quantidade ínfima;
Se o adquirente assume tal risco, o alienante tem o direito ao preço integral, ainda que a
coisa não mais exista ao dia do contrato;
Exceto quanto à forma, o contrato preliminar, para ser válido, deve conter todos os requisitos
essenciais ao contrato a ser celebrado (CC, Art. 462);
O registro não é obrigatório para que o compromissário comprador exija, através de uma
ação de adjudicação compulsória, a atribuição de propriedade do bem imóvel pelo
qual pagou;
O comprador pode exigir a escritura; por isso, o compromisso é uma forma de aquisição
de direito real (previsto no rol do Art. 1.225 do CC). Esse direito real, que confere a
oponibilidade em face de todos, o direito de defesa em face de terceiros, é que
depende de registro e da inexistência de direito de arrependimento no compromisso
(no contrato preliminar).
2 Vícios, evicção e análise de contratos aleatórios, preliminares e registro