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Introdução
Os contratos atinentes aos direitos autorais podem assumir diversas formas
em função da variedade de usos que, no que se refere à espécie e ao
interesse das partes, são passíveis de ocorrer, considerando-se a relação
entre autor, empresário e usuário. Os tipos mais comuns de contratos de
direitos autorais são edição, cessão, representação, encomenda e proteção.
No que se refere a obras intelectuais, os contratos são regidos por
princípios e regras próprias, em face do direito de autor, que permite
compreender a existência de um conjunto de obrigações próprio, que
se diferencia do direito comum.
Neste capítulo, você vai ler sobre os princípios do Direito Contratual,
os aspectos que se destacam sobre os contratos autorais, bem como as
principais espécies de contratos de direito autoral.
◼ autonomia privada;
◼ vinculação das partes;
◼ equilíbrio dos contratantes;
◼ relatividade;
◼ boa-fé objetiva.
No que diz respeito à criação de obrigações, os efeitos são restritos aos contratantes,
pois ninguém pode ser obrigado por declaração de vontade alheia. Contudo, qualquer
contrato pode ser celebrado com o objetivo de gerar direitos a terceiros, de acordo
com o art. 467 do Código Civil: “[...] no momento da conclusão do contrato, pode uma
das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e
assumir as obrigações dele decorrentes” (BRASIL, 2002).
[...] a boa-fé objetiva passa a integrar o negócio jurídico por meio dos chamados
deveres anexos de conduta (proteção, cooperação e informação, dentre outros),
os quais visam a consagrar sua finalidade precípua, qual seja o adimplemento
do contrato, devendo ser observados na fase pré-contratual, de execução do
contrato e pós-contratual.
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[...] com esses textos se verifica que a estrutura obrigacional do Direito de Au-
tor, para os unionistas, se funda nas seguintes prescrições: a) reconhecimento
6 Contratos
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabi-
lidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
[...]
XXVII — aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação
ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a
lei fixar; (BRASIL, 1988).
◼ Biblioteca Nacional;
◼ Escola de Música;
◼ Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro;
◼ Instituto Nacional de Cinema;
◼ Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Art. 50 A cessão total ou parcial dos direitos de autor, que se fará sempre por
escrito, presume-se onerosa.
§ 1º Poderá a cessão ser averbada à margem do registro a que se refere o art.
19 desta Lei, ou, não estando a obra registrada, poderá o instrumento ser
registrado em Cartório de Títulos e Documentos (BRASIL, 1998).
Espécies de contratos
Os tipos mais comuns de contratos de direitos autorais são:
◼ edição;
◼ cessão;
◼ representação;
◼ encomenda;
◼ proteção.
Contrato de edição
O contrato de edição é o tipo contratual de maior aplicação entre autor e
empresário para a divulgação de uma obra, pois, além de regular a reprodução
da obra por processo gráfico, atinge outros meios mecânicos de reprodução,
com a função essencial de designar todas as espécies de multiplicação da
obra. Nesse sentido, surgem os termos edição gráfica, fonográfica, fotográfica
e videofonográfica, entre outros.
Assim, o contrato de edição é aquele por meio do qual o autor entrega a obra
ao editor, para que a reproduza e a explore. O editor é responsável por repro-
duzir a obra, divulgá-la e vender os exemplares convencionados, recebendo os
valores resultantes da exploração e pagando ao autor a remuneração pactuada.
O contrato deve especificar:
◼ o número de exemplares;
◼ o prazo da edição;
◼ os valores a serem recebidos;
◼ a forma de pagamento;
◼ outras obrigações pertinentes.
8 Contratos
Art. 56 Entende-se que o contrato versa apenas sobre uma edição, se não
houver cláusula expressa em contrário.
Parágrafo único. No silêncio do contrato, considera-se que cada edição se
constitui de três mil exemplares (BRASIL, 1998).
Ressalta-se que, quanto à obra final, o editor tem o direito sobre as características
básicas da edição, como ilustrações e estilo, sem prejuízo dos direitos que do contrato
lhe cabem ao uso da própria obra.
Contrato de produção
No contrato de produção, o autor confere ao empresário o direito de fixação
da obra, para a exploração econômica, pelos meios de reprodução viáveis. São
exemplos de contratos de produção, entre outros:
◼ pela cinematografia;
◼ pela televisão;
◼ pela radiodifusão;
◼ pela publicidade.
Contrato de encomenda
O contrato de encomenda é aquele por meio do qual alguém assume a elabo-
ração de determinada obra. A obra surge, no entanto, por inciativa de outra
pessoa, que sugere e orienta sua elaboração, responsabilizando-se pela res-
pectiva reprodução e divulgação, quando houver essa finalidade. Para Bittar
(2005, p. 99), prevalece:
Contrato de representação
Pelo contrato de representação, são confiadas ao empresário, pelo autor, a
montagem e a encenação da obra, para exploração econômica, mediante re-
muneração anteriormente pactuada. Para a representação de obras públicas, é
necessária autorização, que deve ser precedida pela apresentação de programa,
recolhendo os direitos autorais devidos. Nesse sentido, prevê o art. 70 da Lei
de Direitos Autorais: “ao autor assiste o direito de opor-se à representação ou
execução que não seja suficientemente ensaiada, bem como fiscalizá-la, tendo,
para isso, livre acesso durante as representações ou execuções, no local onde
se realizam” (BRASIL, 1998).
A referida disposição legal comenta sobre execução, que também pode ser
objeto contratual, caracterizando-se pela transferência, pelo autor, do direito
de transmissão de obra pelos meios existentes, como aparelhos, orquestras,
televisão, entre outros. O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição
(ECAD) é uma instituição privada responsável por conceder aos empresários do
setor musical a autorização do autor para a execução das obras, centralizando
a arrecadação e distribuição dos direitos autorais de execução pública musical.
Contratos 11
Leituras recomendadas
CRIBARI, I. et al. Produção cultural e propriedade intelectual. Recife: Massangana, 2006.
SILVEIRA, N. Propriedade intelectual. 3. ed. rev. e ampl. Barueri: Manole, 2005.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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