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1. INTRODUÇÃO
Obrigações do Poder Público com fins ao atingimento dos fins do Estado. A obrigação
tem como fonte a lei, o ato ilícito e a manifestação de vontade. Quanto a esta última, temos os
atos administrativos (manifestações unilaterais de vontade da ADM criadoras de deveres e
obrigações) e os contratos administrativos (negócio jurídico celebrado por entes da ADM com
fins de atender o interesse público).
1.2. Convênio
Características:
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A ADM precisa realizar licitação para celebrar o convênio?
Esta recomendação foi encampada pelo art. 4º do Decreto 6.170/07 (transferência de recursos da
União, convênios e contratos de repasse). A própria Lei 13.019/14 encampou essa
recomendação: logo, com relação a celebração da PPPs, exige-se a realização de um
chamamento público (art. 23 a 32). Para CARVALHINHO, o chamamento público
implementado pela Lei 13.019/14 seria uma nova modalidade de licitação.
A ADM, por meio de seus agentes, deve exteriorizar a sua vontade para desempenhar as
atividades administrativas e atender o interesse público. A manifestação de vontade
administrativa pode ser unilateral (atos administrativos), bilateral (contratos da ADM) ou
plurilateral (consórcio e convênios).
Contratos administrativos
a) contratos administrativos
Contrato administrativo é o ajuste que a ADM, nessa qualidade, firma com o particular ou outra
entidade administrativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições
estabelecidas pela própria Administração. Os contratos administrativos são regidos pela Lei
8.666/93, e supletivamente pelas normas que regem os contratos no CC.
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Há autores que defendem que é possível a existência de contratos administrativos regidos
exclusivamente por normas de direito privado; por outro lado, JESSÉ TORRES defende que
jamais haverá um contrato administrativo regido exclusivamente por normas de direito privado,
sendo correto dizer que o ajuste será regido por normas de direito público e privado, e por isso,
são chamados de contratos semi-públicos.
Para o STJ, quando há contrato de direito público que atenda de forma exata a determinado
interesse público, a Administração não pode celebrar contrato de direito privado. Porém, se
mesmo assim a Administração proceder, a natureza jurídica desse contrato será de direito
público. Não interessa o nomen iuris dado pela Administração ao contrato, mas sim sua
natureza jurídica. Em outras palavras, ainda que a relação esteja regida pelo nomen iuris
“locação”, o contrato correspondente será regido por normas de direito público (locação →
concessão de uso de bem público).
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3. FONTES NORMATIVAS E COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
De acordo com o art. 22, XXVII e XXI da CRFB, compete privativamente à União
legislar sobre normas gerais de contratação, podendo os demais entes dispor sobre normas
específicas estaduais, distritais e municipais. A principal norma de regulamentação dos
contratos administrativos é a Lei 8.666/93. No entanto, existem outras leis específicas que
tratam de contratos administrativos como a Lei 8.987/95 (Concessão e Permissão de Serviços
Públicos) a Lei 11.079/04 (Parceria Público-Privadas), Lei 13.303/16.
4. SUJEITOS DO CONTRATO
A partir de uma interpretação sistemática do art. 2º, p. único, e 6º, XIV e XV da Lei
8.666/93, as parte contratantes são a ADM e o particular contratado. Discute-se a possibilidade
de contratos administrativos entre entidades da Administração (ex: União e Estado):
2ª posição: o ajuste entre pessoas administrativas não possui caráter contratual, mas sim
de convênio ou consórcio, tendo em vista a comunhão de interesses (Diógenes Gasparini; Jessé
Torres). Para JESSÉ TORRES os contratos administrativos somente podem ser celebrados entre
o poder público de um lado e o particular de outro, já que há nítida contraposição de interesses.
Não faz sentido admitir a celebração de contratos administrativos entre entes públicos já que
haveria interesses convergentes (seria um convênio, na verdade), além de que um ente público
não poderia utilizar-se de cláusulas exorbitantes em face do outro, sob pena de violação do
princípio republicano, que inadmite a subordinação de um ente por outro.
De acordo com RAFAEL OLIVEIRA os ajustes entre pessoas que possuem interesses
comuns são caracterizados pela doutrina como verdadeiros convênios ou consórcios, e não
como contratos. Ademais, não é possível reconhecer superioridade (prerrogativas) de uma
entidade estatal em detrimento de outra; por fim, a legislação, ao definir o contrato
administrativo, exige a presença da ADM, de um lado, e do particular, do outro lado de acordo
com os dispositivos citados acima, bem como distingue o tratamento dispensado aos contratos e
convênios (art. 2º e 116).
Excepcionalmente, a figura contratual seria admitida nas relações firmadas por pessoas
administrativas com empresas estatais que prestam atividades econômicas em regime de
concorrência com as empresas privadas. De acordo com o art. 173, §1º, II da CRFB, as estatais
econômicas atuantes no mercado concorrencial subordinam-se, no que couber, ao mesmo
regime jurídico das empresas privadas e buscam o lucro. Por essas razões, é possível a
caracterização do contrato administrativo com prerrogativas em favor do ente federado
contratante e sujeições da estatal econômica contratada (Rafael Oliveira).
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1ª posição: os contratos administrativos são celebrados exclusivamente por entes da
ADM direta e por entidades da ADM indireta com personalidade de direito público (autarquias
e fundações públicas de direito público). As entidades da ADM indireta com personalidade de
direito privado não celebram contratos administrativos, mas sim contratos privados da ADM. O
art. 173 da CRFB determina que as empresas estatais devem gozar do mesmo regime jurídico
das empresas privadas, e por isso não poderiam lançar mão de cláusulas exorbitantes (Jessé
Torres).
STJ: o contrato celebrado entre ECT com empresa privada, selecionada mediante licitação, para
a construção de duas agências dos correios, deve ser considerado “contrato administrativo”,
sujeito ao Direito Administrativo (possibilidade de cláusulas exorbitantes), pois não se trata de
relação de direito privado ou de consumo (REsp 527.137).
5. CARACTERÍSTICAS
Em relação à forma escrita do contrato, o art. 60, p. único da Lei 8.666/93 exige a
forma escrita, considerando NULO e de nenhum efeito o CONTRATO VERBAL. A
ÚNICA EXCEÇÃO expressamente reconhecida por essa norma refere-se aos contratos
verbais de PEQUENAS COMPRAS e PRONTO PAGAMENTO (até R$ 4.000,00). No
entanto, a norma deve ser interpretada em conformidade com os princípios gerais do Direito,
pois a interpretação literal levaria a conclusão de que os contratos verbais, que não são de
pequenas compras, não seriam considerados válidos e não produziriam efeitos, inclusive o
efeito do pagamento.
Ocorre que essa interpretação prejudicaria o particular de boa-fé que forneceu o bem ou
prestou o serviço e acarretaria o enriquecimento sem causa da ADM. Por esta razão, a doutrina
(Marçal Justen Filho; Marcos Juruena Villela Souto) e a jurisprudência (STJ, TJRJ) tem
reconhecido o dever da ADM contratante de pagar ao contratado pela execução do ajuste
verbal, em homenagem ao princípio da boa-fé e da vedação ao enriquecimento sem causa.
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Para RAFAEL OLIVEIRA essa possibilidade deve ficar adstrita aos casos de
comprovada urgência, hipótese em que a licitação, inclusive, é dispensável (art. 24, IV da Lei
8.666/93) e a boa-fé é presumida, sob pena de se incentivarem o conluio e o cometimento de
ilegalidades por parte da ADM e de determinados particulares.
5.2. Bilateralidade
5.3. Comutatividade
5.5. Desequilíbrio
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5.6. Instabilidade
Forma escrita, salvo os ajustes de pequena compra de pronto pagamento (art. 60, p.
único), bem como as hipóteses de boa-fé do contratado com o intuito de vedar o
enriquecimento sem causa da ADM;
Publicação na imprensa oficial dos contratos e seus aditamentos, ainda que de forma
reduzida, que funciona como condição de sua eficácia (art. 61, p. único);
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ADM e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e
integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive
assistência técnica (art. 62, §4º da Lei 8.666/93).
7. CLÁUSULAS EXORBITANTES
A doutrina defende que a presença ou não das cláusulas exorbitantes deverá ser
negociada entre partes, isto é, dependerá da autonomia privada das partes, devendo estar
previstas de forma expressa no contrato. Caso as cláusulas não estejam expressas no
contrato, tais cláusulas não poderão ser invocadas (art. 62, §3º).
ALTERAÇÃO UNILATERAL
A ADM pode alterar unilateralmente as cláusulas dos contratos administrativos para melhor
efetivação do interesse público, respeitados os limites legais e de forma justificada (art. 58, I e
65, I da Lei 8.666/93).
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Alguns requisitos devem ser observados para que a alteração unilateral seja válida:
- necessidade de MOTIVAÇÃO;
Discute-se o alcance dos limites percentuais (25% e 50%) previstos no art. 65, §1º da
Lei 8.666/93 às alterações qualitativas.
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RESCISÃO UNILATERAL
- rescisão sem culpa do particular: exemplo: caso fortuito e força maior. A rescisão
unilateral deve ser motivada, bem como precedida, de ampla defesa e de contraditório
(art. 78, p. único). O art. 78 enumera também hipóteses de rescisão por culpa da
ADM, mas, nesse caso, a rescisão só poderá ocorrer por acordo na via
administrativa ou mediante sentença judicial, pois o contratado não possui a
prerrogativa de impor a rescisão ao Poder Público (art. 79, II e III).
FISCALIZAÇÃO
A ADM tem o poder-dever de fiscalizar a correta execução do contrato (art. 58, III). De
acordo com o art. 67 da Lei, a execução do contrato deve ser acompanhada e fiscalizada por
representante da ADM especialmente designado. É motivo de rescisão contratual o
desatendimento das determinações do agente fiscalizador, bem como as de seus superiores,
na forma do art. 78, VII da Lei.
APLICAÇÃO DE SANÇÕES
O art. 87 apresenta as sanções administrativas que podem ser aplicadas pela ADM,
mediante juízo de proporcionalidade do administrador a partir da gravidade da infração:
- ADVERTÊNCIA
OCUPAÇÃO PROVISÓRIA
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Assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato
próprio da ADM;
Retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à
ADM. A retenção do pagamento, após a rescisão contratual, encontra previsão no art.
80, IV da Lei 8.666/93. Todavia, é ilegal reter o pagamento, tendo em vista o
descumprimento de algum requisito de habilitação no curso do contrato, e exigir, ao
mesmo tempo, o cumprimento do ajuste. Por essa razão, o STJ declarou a ilegalidade da
retenção do pagamento devido à empresa em situação irregular perante o Fisco.
A doutrina majoritária entende que as cláusulas exorbitantes são inerentes aos contratos
administrativos e poderão ser utilizadas pela ADM ainda que não previstas contratualmente.
Contudo, a afirmação da supremacia da ADM nos contratos administrativos, em razão da
presença natural/automática das cláusulas exorbitantes, começa a ser relativizada por parcela da
doutrina, em razão dos seguintes argumentos:
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administrativos e, em segundo lugar, motivar a utilização concreta de determinada cláusula
exorbitante prevista contratualmente.
8.1. Reajuste
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FIGUEIREDO, é possível, inclusive, que o reajuste ocorra antes da assinatura do contrato,
desde que ultrapassado o prazo de 12 meses da apresentação da proposta.
cláusula CONTRATUAL;
8.2. Revisão
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De acordo com DIOGO DE FIGUEIREDO MOREIRA NETO, a revisão não
incide apenas nas cláusulas econômicas ou de preço, mas, também, em relação às cláusulas
regulamentares (ex: revisão para prorrogar o prazo de execução do contrato).
8.4. Repactuação
Art . 5º Os contratos de que trata este Decreto, que tenham por objeto a prestação de serviços
executados de forma contínua poderão, desde que previsto no edital, admitir repactuação
visando a adequação aos novos preços de mercado, observados o interregno mínimo de um ano
e a demonstrarão analítica da variação dos componentes dos custos do contrato, devidamente
justificada.
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9. DURAÇÃO DOS CONTRATOS
Nos contratos por prazo certo, o prazo contratual é fundamental para o cumprimento das
obrigações contratadas. O contratado cumprirá as suas obrigações até o final do prazo
estabelecido no ajuste. Considera-se extinto o contrato com o advento do termo final. Nos
contratos por escopo, o ajuste será cumprido, independentemente do prazo, com o cumprimento
do objeto contratual. Os contratos somente se encerram com a entrega do objeto contratado.
Projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual,
que poderão ser prorrogados se houver interesse da ADM e desde que isso tenha sido previsto
no ato convocatório (art. 57, I). Ex: construção de um grande hospital ou de uma rodovia. Não
obstante o prazo de 4 anos do Plano Plurianual, o art. 57, I da Lei de Licitações não estabeleceu,
no caso, limite máximo para duração desses contratos. Ademais, se houver previsão no
instrumento convocatório, a ADM poderá prorrogar o prazo inicial do contrato.
Serviços contínuos
Trata-se de serviços cuja prestação é executada de forma contínua, podendo ter a sua
duração prorrogada por igual e sucessivo período visando à obtenção de preços e condições
mais vantajosas para a ADM, limitada a 60 meses (art. 57, II). Admite-se, ainda, que ao final do
5º ano, o prazo contratual seja prorrogado, em caráter excepcional, por mais 12 meses,
totalizando 6 anos, desde que haja justificativa e autorização da autoridade superior (art. 57,
§4º). Ex: serviços de limpeza, conservação, vigilância, manutenção etc.
1ª posição: o prazo contratual somente pode ser prorrogado pelo mesmo período
inicialmente estabelecido para o contrato, uma vez que a lei utilizou a expressão
“iguais e sucessivos períodos” (Diógenes Gasparini). Ex: se o contrato de serviços
contínuos possui prazo inicial de 2 anos; por outro lado, se o prazo inicial fosse de 3
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Em determinados casos, a vigência do contrato pode ultrapassar o exercício financeiro em que foi celebrado. Conforme dispõe a Orientação
Normativa/AGU 39: a vigência dos contratos regidos pelo art. 57, caput da Lei 8.666/93, pode ultrapassar o exercício financeiro em que celebrados,
desde que as despesas a eles referentes sejam integralmente emprenhadas até o dia 31 de dezembro, permitindo-se, assim, sua inscrição em restos a
pagar.
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anos, não poderia haver prorrogação, pois o alargamento do prazo por igual período
ultrapassaria o limite máximo de 5 anos.
TCU: se é possível prorrogar por 60 meses, não seria razoável subordinar a ADM ao dever de
estabelecer períodos idênticos para vigência, seguindo o prazo inicialmente avençado no
contrato (Acórdão 551/02).
Contratações previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24 da Lei de
Licitações, que poderão ter vigência por ATÉ 120 MESES (10 ANOS), caso haja
interesse da ADM (art. 57, V):
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3 o, 4o, 5o e 20 da
Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de
contratação dela constantes.
Contratos privados da ADM, que podem ter duração SUPERIOR A 1 ANO, tendo em
vista que o art. 62, §3º, I da Lei de Licitações determina a aplicação dos arts. 55 e 58 a
61 da Lei aos contratos regidos, predominantemente, por normas de direito privado,
silenciando em relação ao art. 57 da Lei que dispõe sobre a regra do prazo anual. Ex:
inaplicabilidade da regra anual aos contratos de locação de imóveis.
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Contratos celebrados por empresas estatais, independentemente do objeto, o prazo
é de ATÉ 5 ANOS, contados da sua celebração, salvo nas situações previstas no art. 71
da Lei 13.303/16 (ex: projetos contemplados no plano de negócios e investimentos da
estatal).
Contratos em que a ADM figure como parte usuária de serviço público. Ex:
contrato de fornecimento de energia elétrica ao Poder Público. Nesse sentido, dispõe a
Orientação Normativa AGU/36: a ADM pode estabelecer a vigência por prazo
indeterminado nos contratos em que seja usuária de serviços públicos essenciais de
energia elétrica e água e esgoto, desde que no processo da contratação estejam
explicitados os motivos que justificam a adoção do prazo indeterminado e
comprovadas, a cada exercício financeiro, a estimativa de consumo e a existência de
previsão de recursos orçamentários.
A regra do prazo anual dos contratos aplica-se exclusivamente aos casos em que a
ADM tenha a obrigação de pagar o contratado com recursos orçamentários (art. 57). Em
consequência, a regra do prazo anual é inaplicável às contratações que não dependem de
recursos orçamentários, bem como às hipóteses ressalvadas por leis específicas. Ex:
concessão de serviço público (Lei 8.987/95), pois a remuneração do concessionário é efetivada,
em regra, por meio de tarifa; concessão de serviço público especial – PPPs (art. 5º, I da Lei
11.079/04), hipótese em que a Administração utiliza o orçamento para pagar o parceiro privado,
mas a Lei excepciona a regra do prazo que pode ser entre 5 e 35 anos; contrato de concessão de
uso de bem público e outros em que o Poder Público é credor dos valores que devem ser pagos
pelo contratado.
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ADM ou evento extraordinário), a prorrogação não precisa constar do instrumento
convocatório, pois a sua observância é imposta pela lei com o objetivo de atender às
circunstâncias excepcionais (sem culpa do contratado) que retardam o cumprimento do objeto
contratual.
Alguns autores como HELY LOPES MEIRELLES estabeleciam uma distinção entre
prorrogação dos contratos e renovação dos contratos. A renovação do contrato seria inovação,
no todo ou em parte do ajuste, mantido, porém, seu objeto inicial, teria a finalidade de manter a
continuidade do serviço mediante a recontratação direta do atual contratado (ex: contrato
original extinto, havendo, ainda, pequena parte do objeto para ser concluída; necessidade de
ampliação não prevista inicialmente no contrato). Todavia, para RAFAEL OLIVEIRA e
CARVALHINHO a renovação do contrato não configura instituto autônomo, pois nos casos
exemplificados teremos novo contrato celebrado sem licitação ou prorrogação/alteração do
objeto do contrato em andamento.
A inexecução pode ser total ou parcial, por culpa de uma das partes ou por fatos
extraordinários e imprevisíveis.
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suspensão do contrato colocaria em risco a continuidade dos serviços prestados à
coletividade (Hely Lopes Meirelles).
Por outro lado, A EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO não poderá ser
invocada, em princípio, nos contratos que envolvam serviços públicos ou atividades
essenciais à coletividade. Nos contratos de concessão de serviço público, o princípio da
continuidade será, em regra, um obstáculo à exceção de contrato não cumprido. Dessa
forma, o p. único do art. 39 da Lei 8.987/95 dispõe que “os serviços prestados pela
concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a DECISÃO JUDICIAL
TRANSITADA EM JULGADO”.
Para alguns autores, ainda que a regra seja a impossibilidade de exceção de contrato não
cumprimento nos contratos de concessão, deve ser admitida a sua incidência em situações
excepcionais, quando alguns direitos fundamentais da concessionária (e a própria existência da
empresa) estiverem ameaçados (Rafael Oliveira, Marçal Justen Filho, Alexandre Santos de
Aragão). Todavia, nessas hipóteses excepcionais, a suspensão das obrigações da concessionária
dependerá de decisão judicial liminar, tendo em vista o princípio da inafastabilidade do controle
judicial (art. 5º, XXXV, CF).
Ocorre em decorrência de fatos não imputáveis às partes. Nesse caso, duas são as
possibilidades (art. 478/479, CC): 1) continuidade do ajuste com a revisão do contrato para
reequilibrar a equação econômico-financeira inicial; 2) extinção do contrato, caso não haja
possibilidade de prosseguimento do ajuste.
Teoria da imprevisão
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TEORIA DA IMPREVISÃO
FATO DO PRÍNCIPE
2ª posição: os fatos praticados pela ADM em geral (entidade contratante ou não) são
considerados fato do príncipe (CARVALHINHO).
Não há consenso na doutrina quanto ao conceito de caso fortuito e força maior. Alguns
entendem que o caso fortuito é o evento imprevisível da natureza (ex: enchente, tempestades) e
a força maior um fato decorrente de evento humano (ex: greve). Outros entendem que os
conceitos são justamente o contrário. No entanto, conforme afirma Rafael Oliveira, a
controvérsia não possui relevância prática, pois a ordem jurídica define as duas situações como
eventos inevitáveis e imprevisíveis (art. 393, p. único, CC) e atribui as mesmas consequências
(art. 65, II, d, e art. 78, XVII).
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12. EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
- decurso do prazo
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a
cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não
admitidas no edital e no contrato;
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EM CASO DE CALAMIDADE PÚBLICA, GRAVE PERTURBAÇÃO DA ORDEM
INTERNA OU GUERRA, OU AINDA POR REPETIDAS SUSPENSÕES QUE
TOTALIZEM O MESMO PRAZO, INDEPENDENTEMENTE DO PAGAMENTO
OBRIGATÓRIO DE INDENIZAÇÕES PELAS SUCESSIVAS E CONTRATUALMENTE
IMPREVISTAS DESMOBILIZAÇÕES E MOBILIZAÇÕES E OUTRAS PREVISTAS,
ASSEGURADO AO CONTRATADO, NESSES CASOS, O DIREITO DE OPTAR PELA
SUSPENSÃO DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS ATÉ QUE SEJA
NORMALIZADA A SITUAÇÃO;
Por fim, há motivos que não são imputáveis às partes, como a extinção do contrato por
força maior ou caso fortuito (inciso XVII).
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Dessa forma, nem todas as hipóteses do art. 78 da Lei de Licitações envolvem
tecnicamente rescisão do contrato. A Lei 8.987/95 adota a expressão “rescisão” apenas para os
casos de inadimplemento da ADM, empregando o termo “caducidade” para a extinção do
contrato por culpa do concessionário.
A rescisão por culpa do particular enseja a aplicação das respectivas sanções, bem
como as medidas previstas no art. 80 da Lei de Licitações (assunção imediata do objeto do
contrato pela ADM; ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade (art. 58, V);
retenção de créditos do contrato até o limite dos prejuízos causados; execução da garantia
contratual).
Por outro lado, a rescisão sem culpa do contratado (incisos XII a XVII do art. 78)
acarreta o seu direito ao ressarcimento pelos prejuízos regularmente comprovados; direito
à devolução da garantia contratual prestada; recebimento dos pagamentos devidos pela
execução do contrato até a data da rescisão e pagamento do custo da desmobilização (art.
79, §2º).
STJ: Se for reconhecida a nulidade do contrato administrativo por ausência de prévia licitação,
a ADM, em regra, tem o dever de indenizar os serviços prestados pelo contratado. no entanto, a
ADM NÃO terá o dever de indenizar os serviços prestados pelo contratado na hipótese em que
este tenha agido de má-fé ou concorrido para a nulidade do contrato (AgRg no REsp
1.394.161/SC, 08.10.2013, Info 529).
- negociação
- mediação
- conciliação
- arbitragem
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A negociação, a mediação e a conciliação são formas de autocomposição de conflitos,
uma vez que as partes, com ou sem auxílio de terceiros, solucionarão suas controvérsias. Na
negociação, as próprias partes buscam a solução do litígio, sem a participação de terceiros. Em
relação à mediação e à conciliação, a diferença entre os instrumentos é tênue (mediação = o
mediador, neutro e imparcial, auxilia as partes na composição do conflito; conciliação = o
conciliador, neutro e imparcial, exerce papel ativo na condução do diálogo, apresentando
sugestões e propostas para a solução do conflito).
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Além destes métodos tradicionais, surge nos EUA, na década de 70, o dispute board
(Comitê de Resolução de Conflitos), órgão colegiado, geralmente formado por três experts,
indicados pelas partes no momento da celebração do contrato, que tem por objetivo acompanhar
a sua execução, com poderes para emitir recomendações e/ou decisões, conforme o caso 2.
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Há três tipos de dispute boards: a) Dispute Review Boards – emitem recomendações sobre determinada controvérsia, sem caráter vinculante
imediato; b) Dispute Adjudication Boards – decidem as controvérsias contratuais, com caráter vinculante; c) Combined Dispute Boards – emitem
recomendações e, em determinados casos, decidem disputas contratuais.
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Controvérsia sobre à amplitude dos efeitos das sanções de suspensão de contratar e de
declaração de inidoneidade:
O TCU tem restringido os efeitos das sanções aos órgãos e entidades administrativas
integrantes do ente sancionador (Acórdão 2.596/12, Info 125/TCU). Todavia,
posteriormente, o TCU aplicou efeitos extensivos à sanção prevista no art. 7º da Lei
10.520/02 (Acórdão 2.081/14, Info 209/TCU).
3ª posição: as sanções possuem efeitos extensivos e podem ser invocadas por todos
os entes federados, pois, se uma empresa foi punida em razão do cometimento de
faltas graves, a sua contratação pelos demais entes colocaria em risco o interesse
público. Desta forma, os efeitos do desvio de conduta que inabilita o sujeito para
contratar com a ADM se estendem a qualquer órgão da ADM PUB (Carvalhinho e
jurisprudência do STJ – REsp 151.567/RJ, Min. Francisco Peçanha Martins,
14.04.2003).
A investigação sobre a eventual existência das referidas sanções pode ser feita por meio
de consulta ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS).
STJ: A divulgação do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas – CEIS pela CGU
tem mero caráter informativo, não sendo determinante para que os entes federativos impeçam a
participação, em licitações, das empresas ali constantes (MS 21.750-DF, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, 1ª Seção, 25.10.2017, Info 615).
A instituição de nova pessoa jurídica, pelos sócios de empresa declarada inidônea, com
o objetivo de burlar a efetividade da sanção, deve ser considerada fraude ou abuso do direito,
ensejando a desconsideração da personalidade jurídica da nova empresa, que ficará impedida de
participar de licitações.
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14. CONTROLE DAS LICITAÇÕES E CONTRATOS
O controle pode ser interno (exercido pela própria ADM) ou externo (exercido pelos
demais Poderes). No âmbito do controle interno, com base no exercício da autotutela, a ADM
deve anular as licitações e contratos administrativos ilegais e revogar licitações e extinguir
contratos por razões de interesse público. O controle externo é exercido pelo Poder Judiciário e
pelo Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas. É inadmissível o controle externo
dos contratos a partir dos critérios de conveniência e oportunidade, sob pena de violação
do princípio da separação de poderes.
1ª posição: o Tribunal de Contas NÃO pode sustar contratos administrativos, pois tal
prerrogativa foi reconhecida pela Constituição ao Congresso Nacional, podendo
apenas rejeitar as contas por irregularidade naquela determinada despesa
contratual (Luís Roberto Barroso, Marcos Juruena Villela Souto).
Há um precedente recente do STF, admitindo a sustação dos efeitos dos contratos pelo
TCU. O Tribunal de Contas, no exercício do poder geral de cautela, pode determinar medidas,
em caráter precário, que assegurem o resultado final dos processos administrativos sob sua
responsabilidade, incluindo-se, nessa prerrogativa, a possibilidade de sustação de alguns dos
efeitos decorrentes de contratos potencialmente danosos ao interesse público e aos princípios
dispostos no art. 37, CF (SS 5.182, Min. Carmem Lúcia, 14.07.2017).
De acordo com o art. 113, §2º da Lei de Licitações, os Tribunais de Contas e os órgãos
de controle interno poderão solicitar, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento
das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da
ADM interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes
forem determinadas. Em outras palavras, o Tribunal de contas e os órgãos de controle
interno podem determinar medidas de correção em editais de licitação, cujo cumprimento
será obrigatório por parte da ADM.
STF: não é possível estabelecer o dever genérico de envio de todas as minutas de editais e de
contratos ao Tribunal de Contas, tendo em vista o princípio da separação de poderes. O envio
deve ser solicitado pelo Tribunal em cada caso concreto (RE 547.063/RJ, 1ª Turma, 12.12.2008
- Info 523).
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O art. 70 da Lei de Licitações prevê a norma geral de responsabilidade civil do
contratado:
STF (ADC 16): em regra, a ADM PUB não possui responsabilidade automática pelos
encargos trabalhistas de suas empresas contratadas, salvo na hipótese de comprovada
falta de fiscalização estatal no cumprimento das referidas obrigações. Não fere o texto
constitucional (arts. 5º, II, e 37, “caput” e § 6º, da CF) a atribuição de responsabilidade
subsidiária à Administração Pública pelo inadimplemento, por parte de empresa prestadora de
serviços, de obrigações trabalhistas na hipótese de culpa comprovada da entidade administrativa
— relativamente aos deveres legais de acompanhamento e fiscalização do contrato de prestação
de serviços —, observados os princípios disciplinadores do ônus da prova.
Em razão da posição adotada na ADC 16, o TST alterou a redação do Enunciado 331,
IV e V, para afirmar que eventual responsabilidade da ADM PUB é subsidiária e está
condicionada à demonstração de omissão culposa na fiscalização do cumprimento das
obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora.
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empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a
responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos
do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 (RE 760.931/DF, rel. Min. Rosa Weber, 15.2.2017, Info.
852, 853, 854, 859)
FUNDAMENTOS:
A questão é debatida em razão do art. 38, p. único da Lei de Licitações que prevê:
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Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos,
convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e APROVADAS por assessoria
jurídica da Administração.
STF: é possível a responsabilidade dos pareceristas apenas nos casos de ERRO GRAVE
INESCUSÁVEL ou DOLO, tendo em vista o caráter opinativo dos pareceres (MS 24.073/DF,
31.10.2003). Recentemente, o STF alterou seu posicionamento para admitir a responsabilidade
dos advogados públicos e assessores jurídicos pela emissão de pareceres vinculantes. Para tanto,
distinguiu os pareceres em:
TCU: o parecer jurídico em processo licitatório, emitido na forma do p. único do art. 38 da Lei
8.666/93, não constitui ato meramente opinativo e pode levar à responsabilidade do emitente
(Acórdão 1.337/11, Info 64). No entanto, em outro julgado, o TCU entendeu ser necessária a
caracterização de erro grosseiro ou inescusável, com dolo ou culpa, para a responsabilização de
parecerista jurídico em processo de licitação (Acórdão 1.857/11, Info 71).
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16. CONTRATOS DAS EMPRESAS ESTATAIS
A Lei 13.303/16 estabelece normas aplicáveis aos contratos celebrados por empresas
públicas e sociedades de economia mista que, independentemente do objeto, possuem as
seguintes características:
Os contratos são regulados por suas cláusulas, pela Lei 13.303/16 e pelos preceitos de
direito privado, o que denota a caracterização como CONTRATOS PRIVADOS da
ADM PUB (art. 68 da Lei 13.303/16). Para a doutrina majoritária, os contratos
celebrados pelas estatais que tenham por objeto a prestação de serviços públicos devem
ser considerados contratos administrativos (Diógenes Gasparini; Marcos Juruena Villela
Souto; Rafael Oliveira).
- CAUÇÃO EM DINHEIRO;
- SEGURO GARANTIA;
- FIANÇA BANCÁRIA
nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco) anos seja prática
rotineira de mercado e a imposição desse prazo inviabilize ou onere excessivamente
a realização do negócio.
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quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem
como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade
dos termos contratuais originários;
O art. 81, §§1º e 2º da Lei 13.303/16 estabelece limites para as alterações contratuais. A
criação, alteração ou a extinção de quaisquer tributos ou encargos LEGAIS, bem como a
superveniência de disposições LEGAIS, quando ocorridas APÓS a data da
APRESENTAÇÃO da proposta, com comprovada repercussão nos preços contratados,
implicarão a REVISÃO destes para MAIS ou para MENOS, conforme o caso (art. 81,
§5º).
* Havia um dispositivo na Lei que estabelecia a responsabilidade solidária das estatais pelos encargos previdenciários decorrentes
da execução do contrato, porém foi vetado pelo Presidente da República, sob o argumento de que o art. 31 da Lei 8.212/91 não mais
prevê a referida solidariedade, salvo nas contratações de construção civil, na forma do art. 30 da mesma lei.
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Admite-se a subcontratação parcial da obra, serviço ou fornecimento, até o limite
admitido, em cada caso, pela estatal, conforme previsto no edital (art. 78). É vedada, no entanto,
a subcontratação de empresa ou consórcio que tenha participação da licitação ou, direta ou
indiretamente, da elaboração de projeto básico ou executivo (art. 78, §2º).
- ADVERTÊNCIA;
A multa é a ÚNICA sanção que pode ser aplicada de forma cumulativa com as demais
sanções, e se for SUPERIOR ao valor da garantia prestada, além da perda desta, o contratado
responderá pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela
estatal ou cobrada judicialmente (art. 83, §§1º e 2º).
quanto aos interesses envolvidos: nos contratos os interesses são contrapostos, ao passo
que nos convênios os interesses são comuns.
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quanto a necessidade de licitação: em regra, a celebração de contratos administrativos
depende de licitação (art. 37, XXI, CF e art. 2º, Lei 8.666/93); a formalização de
convênios NÃO DEPENDE DE LICITAÇÃO (art. 116, Lei 8.666/93), o que não afasta
a necessidade de instauração, quando possível, de processo seletivo que assegure
tratamento impessoal entre os potenciais interessados;
As parcelas dos convênios não serão repassadas ao conveniado e ficarão retidas até o
saneamento das seguintes irregularidades:
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repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da
imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela
autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos (art. 116, §6º).
STJ: se um consórcio público celebrou convênio com a União por meio do qual estão
previstos repasse federais, o fato de um dos entes integrantes do consorcio possuir
pendência inscrita no CAUC não pode impedir que o consorcio receba os valores
prometidos. Isso porque o consórcio público é uma pessoa jurídica distinta dos entes federados
que o integram e, segundo o princípio da intranscendencia das sanções, as punições impostas
não podem superar a dimensão estritamente pessoal do infrator, ou seja, não podem prejudicar
outras pessoas jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato. O fato de ente integrante
de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar de Informações para Transferências
Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio faça jus, após a celebração de convênio, à
transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC n. 101/2000. A escolha das propostas e a
celebração do contrato de repasse são decisões discricionárias do órgão do Poder Executivo
competente, havendo um procedimento de aprovação de plano de trabalho e de seleção da
proposta vencedora antes da formalização do contrato de repasse. Se a administração pública
decidisse por não selecionar a proposta em razão da inadimplência de um dos entes
consorciados, não haveria óbice algum. No entanto, se aprovado o plano de trabalho do
consórcio público e selecionada a sua proposta, não há que se falar, em razão da pendência de
alguns dos entes consorciados, em irregularidade por parte do consórcio público para firmar
convênio, visto que possui personalidade jurídica própria e relações jurídicas próprias (REsp
1.463.921-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/11/2015, Info 577).
Com o advento da Lei 13.019/14, que estabelece o novo marco regulatório das parcerias
entre a ADM e as organizações da sociedade civil, o tema dos convênios sofreu relevante
alteração. A referida lei prevê dois instrumentos jurídicos de parcerias com o terceiro setor:
De acordo com a SÚMULA 286, TCU: a pessoa jurídica de direito privado destinatária
de transferências voluntárias de recursos federais feitas com vistas à consecução de uma
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finalidade pública responde solidariamente com seus administradores pelos danos causados ao
erário na aplicação desses recursos.
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