O documento discute as novas manifestações contratuais no contexto do Direito dos Contratos, incluindo contratos de adesão, contratos coletivos, contratos-tipo e contratos regulamentados. Também aborda a aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos e como ele protege o consumidor.
O documento discute as novas manifestações contratuais no contexto do Direito dos Contratos, incluindo contratos de adesão, contratos coletivos, contratos-tipo e contratos regulamentados. Também aborda a aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos e como ele protege o consumidor.
O documento discute as novas manifestações contratuais no contexto do Direito dos Contratos, incluindo contratos de adesão, contratos coletivos, contratos-tipo e contratos regulamentados. Também aborda a aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos e como ele protege o consumidor.
Prof a .: Helisia Ges Disciplina: DIREITO CIVIL III CONTRATOS Turmas: 5 DIV, 5 DIN-1 e 5 DIN-2
Aula 07
D DI IR RE EI IT TO O D DO OS S C CO ON NT TR RA AT TO OS S
II - TEORIA GERAL DO DIREITO DOS CONTRATOS (Cont...)
6. BREVE ANLISE DOS CONTRATOS NO MBITO DO DIREITO DO CONSUMIDOR
- Base Legal: Lei n o . 8.078/90 (Cdigo de Defesa do Consumidor -CDC).
A Teoria Geral dos Contratos encerra contratos formulados em relaes civis ou em relaes consumeristas. No existe conflito entre as regras disciplinadas no mbito do Cdigo Civil e aquelas do CDC, ao contrrio, elas complementam-se, e devem ser utilizadas de maneira convergente.
O CDC apresenta-se como um microssistema (GAGLIANO & PAMPLONA, 2008, p. 177). Por ser uma lei especial disciplina situaes mais especficas das relaes contratuais, que apresentem como partes o fornecedor e o consumidor. Conforme analisado na Aula 02, esse tipo de contrato cada vez mais freqente, considerando a Sociedade de Consumo que vigora na atualidade.
O Estado pressupe que a relao contratual, pautada em uma relao de consumo, j inicia com o desequilbrio das partes, visto que o consumidor, em tese, a parte mais fraca (hipossuficiente). Assim, o CDC apresenta instrumentos eficazes em favor do consumidor, prevendo a responsabilidade objetiva do fornecedor e a possibilidade de inverso do nus da prova.
Entretanto, como no CC, o CDC prev os princpios gerais da boa-f (art. 51, IV), da obrigatoriedade da proposta (art. 51,VIII), da intangibilidade das convenes (art. 51, X, XI e XIII), da leso nos contratos e da excessiva onerosidade (art. 51, 1).
A doutrina unnime em reconhecer que, se o contrato tem por base uma relao de consumo (fornecedor x consumidor), no poder mais ser interpretado com enfoque restrito aos princpios tradicionais de Direito Privado, mas segundo o pensamento dos princpios sociais incorporados no bojo do CDC.
A diferena essencial entre as normas do CC e do CDC consiste no extenso do carter protetivo. O CC considera que os contratantes esto em equivalncia de condies na relao contratual, assim aplica regras igualitrias para as partes. J o CDC pressupe que a o consumidor est em desvantagem na relao contratual firmada com o fornecedor, por isso impe regras especiais, que visam proteger a parte mais fraca (consumidor), equilibrando o contrato.
Devemos observar que o art. 29, do CDC, equipara aos consumidores todas as pessoas determinveis ou no, expostas s prticas ali previstas. Ento, verificamos que suficiente a identificao do consumidor e da relao de consumo, para que o CDC seja aplicado. Para Venosa (2009, p. 364) a identificao do fornecedor na relao contratual e o aspecto de ato de consumo final no so essenciais, ficaro em segundo plano. O art. 4., inciso I, do CDC prev o carter da vulnerabilidade do consumidor, que um princpio geral deste diploma legal.
Venosa (2009, p. 364) entende que a lei consumerista torna intil a diviso clssica do direito em privado e pblico, visto que hoje os ramos se interpenetram. Acredita o autor que existe no CDC um direito social, que no exclusivamente pblico, e nem privado.
7. NOVAS MANIFESTAES CONTRATUAIS
Sociedade de Massa: representa a realidade atual.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAP CURSO DE DIREITO - 1 SEMESTRE/2011 2
Resultado: despersonalizao do contratante (caracterstica das novas manifestaes contratuais).
Formas Contratuais Modernas: contrato de adeso, contrato-tipo, contrato coletivo, contrato coativo, contrato dirigido ou regulamentado.
7.1. Contrato de Adeso: possui todas as clusulas predispostas por um dos contratantes (Clusulas Padronizadas).
Objetivo: promover uniformizao e agilidade nas relaes contratuais.
Aderente: a parte que no estipula as clusulas contratuais, portanto, sua liberdade limita-se a aceitar ou repelir o contrato.
No se amolda, de maneira perfeita, s regras estabelecidas pelos Princpios Gerais do Direito Contratual, mas d agilidade s realizaes comerciais modernas. Ex: contratos bancrios, de transporte, de locao de imveis.
Observamos uma inverso da regra contratual geral, ou seja, os contratos paritrios, onde as partes discutem as clusulas contratuais a serem firmadas representam uma minoria na sociedade atual.
Forma: deve ser escrita.
Definio no CDC: art. 54.
Regras Especficas no CC:
Art. 423: determina a interpretao mais favorvel ao aderente, nos contratos de adeso que contenham clusulas ambguas ou contraditrias. Art. 424: prev que so nulas as clusulas que estipulem renncia antecipada do aderente, referente a direitos que so da natureza do negcio. Ex.: direito do locatrio de usar e dispor integralmente da coisa locada.
ATENO: No CDC, ocorre a previso de nulidade de todas as clusulas consideradas abusivas (art. 51), bem como de regra especfica acerca da forma clara de redao das clusulas que impliquem limitao de direito do consumidor (art. 54, 3 e 4).
7.2. Contrato Coletivo: utilizados para a regulamentao da atividade realizada entre patres e empregados.
O contrato coletivo mais comum est no mbito do Direito do Trabalho: Contrato Coletivo de Trabalho. So direcionados pelas associaes e o sindicalismo, em prol de uma determinada categoria profissional. As partes so coletivas. De um lado empregadores, e de outro trabalhadores.
Regra Especfica do CDC: Convena Coletiva de Consumo (art. 107).
7.3. Contrato-tipo: quando as partes, mesmo estando em igualdade econmica, utilizam contrato com clusulas predispostas.
Difere do Contrato de Adeso, porque as clusulas, apesar de serem predispostas, resultam da vontade de ambos os contratantes. Ademais, os contratos no so disponibilizados a uma coletividade (contratantes indeterminados), mas sim a partes previamente especificadas.Ex: grandes empresas do setor industrial que contratam com diversos fornecedores de matria-prima, que devem ser individualmente identificados.
Forma: deve ser escrita.
7.4. Contrato Coativo: so relaes contratuais impostas pelo poder pblico. Representa o mximo do dirigismo contratual (VENOSA, p. 379).
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAP CURSO DE DIREITO - 1 SEMESTRE/2011 3
Exemplos: concessionrias de servio pblico de fornecimento de gua, luz, esgoto, gs, telefone que contratam com os usurios desses servios.
A concessionria no pode negar o servio pblico ou escolher o usurio com quem contratar, nem o usurio pode prescindir desse servio.
As partes so obrigadas a contratar, por fora da ordem pblica. Decorre do privilgio concedido s empresas que detm o monoplio dos servios pblicos.
Regido essencialmente pelo Direito Pblico, apesar de se utilizar de regras gerais do Direito Privado.
7.5. Contrato Dirigido ou Regulamentado: decorre da imposio de regras fixadas pelo Estado (Norma Cogente), que estabelece clusulas ou as proibi, delimitando o mbito da vontade privada.
Exemplos: tabelamentos de preos, Lei do Inquilinato, legislao bancria.
Norma Imperatividade ou Cogente: poder estar imbuda no prprio esprito da lei, em expresses como proibido, nulo.
Norma Dispositiva: h a liberdade de disposio das partes, especialmente quando houver expresses do tipo: salvo disposio em contrrio.
O contrato que no se sujeita s regras imperativas, determinadas pelo Poder Pblico, ineficaz.
7.6. Relaes No-Contratuais (Acordo de Cavalheiros): fundamentam-se to somente na palavra empenhada. Ocorre, em regra, no meio empresarial. No impede a tutela do Poder Judicirio, segundo as regras jurdicas gerais.
VER ANEXO DESTA AULA: Textos produzidos por - Gustavo Tepedino (As Relaes de Consumo e a Nova Teoria Contratual); Gisele Leite (A evoluo doutrinria do contrato); Flvio Tartuce (O conceito de contrato na contemporaneidade); Pablo Stolze Gagliano (Contrato de Namoro).
BIBLIOGRAFIA: FIUZA, Csar. Direito Civil Curso Completo. 10 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2007; TEPEDINO, Gustavo. As relaes de consumo e a nova teoria contratual. Disponvel em: <http://www.advbr.info/textos/direito_civil/biblioteca6.pdf>. Acesso em: 01 ago. 2010; VENOSA, Slvio de Salvo. Teoria Geral das Obrigaes e Teoria Geral dos Contratos. Vol. 2. 9.ed. So Paulo: Atlas, 2009.