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UNIVERSIDADE MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO


DISCIPLINA: DIREITO DO CONSUMIDOR
ACADÊMICO: WANDERSON DE SOUSA LUZ PERÍODO: 5º

QUESTIONÁRIO – DIREITO DO CONSUMIDOR

Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de


nota da disciplina Direito do Consumidor, ofertada pelo curso
de Direito da Universidade Maurício de Nassau – UNINASSAU,
campus Palmas-TO.
Professora: Larisse Rodrigues Prado Schuller

Palmas-TO
2022
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QUESTIONÁRIO – DIREITO DO CONSUMIDOR

1. O que é consumidor e fornecedor?


O Art. 2° do Código de Defesa do Consumidor (CDC, Lei Nº 8.078/90) define
que Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Já o artigo Art. 3° do CDC diz que Fornecedor é toda pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização
de produtos ou prestação de serviços.

2. O que é a teoria finalista no CDC?


Adotada pelo CDC, a Teoria Finalista, segundo a qual somente pode ser
considerado consumidor, para fins de aplicação do CDC, o destinatário fático e
econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurídica.
Assim, em regra, fica excluído da proteção do CDC o consumidor
intermediário, sendo esse entendido como aquele cujo produto retoma para as
cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e, portanto, o preço final) de
um novo bem ou serviço.

3. Entes despersonalizados podem responder por danos?


Entes despersonalizados (que colocam produto ou serviço no mercado de
consumo com habitualidade, exemplo: os ambulantes “camelôs”), conforme o artigo
3º do CDC, podem ser equiparados a fornecedores para fins do CDC. Portanto,
podem sim responde por danos.

4. Apenas o consumidor direito poderá pleitear a indenização?


Nos termos do que dispõe o artigo 17, do Código de Defesa do Consumidor,
todos os prejudicados pelo evento danoso, ou seja, todas as vítimas, mesmo não
tendo relação direta de consumo com o prestador ou o fornecedor, podem ingressar
com ação fundada no CDC, visando à responsabilização objetiva do agente
causador do dano.

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5. O que são consumidores por equiparação ou equiparados?
Consumidor por equiparação é todo aquele que, embora não tenha
participado diretamente da relação de consumo, sofre as consequências do efeito
danoso decorrente de defeito na prestação de serviço à terceiros, que ultrapassa o
seu objeto.
O CDC, em seu artigo 14, prevê que o fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços. E o seu artigo 17
prevê que se equiparam aos consumidores todas as vítimas do evento.

6. O que são vícios redibitórios? Tem relação com o CDC?


Vícios Redibitórios são caracterizados quando um bem adquirido tem seu
uso comprometido por um defeito oculto, de tal forma que, se fosse conhecido
anteriormente por quem o adquiriu, o negócio não teria sido realizado.
Para fins do CDC, o artigo 12 da referida norma faz com que o fabricante, o
produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondam
solidariamente. Tem-se que o vício redibitório é sempre um vício oculto, enquanto
que o vício pelo Código de Defesa do Consumidor pode ser oculto ou aparente.
Assim, o CDC estabeleceu o prazo de 30 dias para que o consumidor
reclame contra vícios aparentes ou de fácil constatação, quando se tratar de
fornecimento de serviço ou produto não durável, e o prazo de 90 dias se o serviço se
relacionar com o produto durável conforme artigo 26.

7. Qual o conceito de produto?


Para fins do CDC (Art. 3º parágrafo 1º), produto é qualquer bem, móvel ou
imóvel, material ou imaterial.

8. Qual o conceito de serviço?


Serviço, para fins do CDC (Art. 3º parágrafo 2º) é qualquer atividade
fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de
caráter trabalhista.

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9. Qual a natureza jurídica do direito do consumidor?
A natureza jurídica das normas consumeristas é de ordem pública, cogentes
e de caráter social.
O art. 1º do CDC confirma a natureza jurídica de suas normas: “Art. 1° O
presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem
pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da
Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias”.

10. As normas do CDC são de ordem pública ou privada?


O CDC é norma de ordem pública. Ser norma de ordem pública significa ser
de aplicação cogente, ou seja, é uma norma obrigatória e não uma norma
meramente programática. Esta característica repercute na prática, pois se é de
ordem pública, o juiz poderá de ofício conhecer uma abusividade no contrato de
consumo.

11. A inversão do ônus da prova só se aplica se solicitada pela parte


interessada?
Não. A inversão do ônus da prova, prevista no art. 6º, VIII, do Código de
Defesa do Consumidor, fica a critério do juiz, conforme apreciação dos aspectos de
verossimilhança das alegações do consumidor ou de sua hipossuficiência.

12. O fabricante de um produto com defeito só responde por danos causados


ao consumidor se houver a culpa?
De acordo com o CDC, o fornecedor (fabricante) de produtos ou serviços
possui responsabilidade objetiva (arts. 12 e 14), ou seja, deve responder por
prejuízos causados a terceiros independentemente da existência de culpa.

13. A oferta/propaganda de um produto tem caráter vinculante?


Sim. A publicidade integra a oferta na medida em que a oferta se prova mais
facilmente, por meio daquela. Assim, o princípio mais amplo é o princípio da
vinculação contratual da oferta, daí porque o legislador do CDC optou por indicar à

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oferta efeito vinculante, caracterizando-a como toda e qualquer informação
suficientemente precisa divulgada pelo fornecedor.

Nesse sentido, o teor do art. 30 do Código de Defesa do Consumidor, ao


estabelecer que: “Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa,
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela
se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado”.

14. Quanto a vulnerabilidade do consumidor, é sempre presumida?


A vulnerabilidade da pessoa física consumidora é presumida (absoluta), mas
a da pessoa jurídica deve ser aferida no caso concreto (entendimento confirmado
pelo TJ/DFT e STJ).

15. Para a majoração de valor contratual precisa ter fato superveniente


atrelado ao contrato?
O fato superveniente é um requisito não pra majoração do valor contratual,
mas pra modificar em favor do consumidor.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: V - a modificação das
cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão
em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; Ainda,
o artigo 39, X, do CDC proíbe a conduta de “elevar sem justa causa o preço de
produtos ou serviços”.

16. O que significa situação de verossímil no Direito do Consumidor? É


necessária para a inversão do ônus da prova?
Verossimilhança trata-se de um conceito jurídico, derivando do desequilíbrio
concreto em determinada relação de consumo. Num caso específico, a
desigualdade entre o consumidor e o fornecedor é tão manifesta que, aplicadas as
regras processuais normais, teria o autor remotas chances de comprovar os fatos
constitutivos de seu direito.
A situação verossímil não é requisito único para inversão de ônus da prova
para fins do CDC. De acordo com o texto legal, quando o consumidor for (além de

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vulnerável, condição presente em todos os consumidores) hipossuficiente, ou
quando houver presença de verossimilhança em suas alegações, de acordo com
critério do juiz, ocorrerá a inversão do ônus da prova (art.6, inciso VIII do CDC)

17. O que trata a cláusula rebus sic stantibus?


A cláusula rebus sic stantibus se relaciona com o pacta sunt servanda,
expressão em latim que significa “os contratos devem ser cumpridos". Este termo é
uma referência à obrigatoriedade do cumprimento dos contratos, pois prevê que a
assinatura de um acordo obriga as partes a cumpri-lo.

18. O que é fato do serviço?


Para fins do CDC, do serviço é o evento danoso como um todo, ou seja,
vício/defeito/problema mais dano, não só o vício/ defeito/problema qualificado, causa
de dano, tampouco só o dano, ou seja, fato como sinônimo do dano.

19. O que é fato do produto?


Também para fins do CDC, o fato do produto é o evento danoso como um
todo, ou seja, vício/defeito/problema mais dano, não só o vício/ defeito/problema
qualificado, causa de dano, tampouco só o dano, ou seja, fato como sinônimo do
dano.

20. Vício de quantidade do produto, quem responde?


Os artigos 18 e 19 do CDC asseguram que a responsabilidade pelos vícios
de qualidade ou quantidade, que tornem os produtos duráveis ou não duráveis,
impróprios ou inadequados ao consumo, são solidariamente do fornecedor.

21. O que é a excludente de responsabilidade?


No CDC, o 14, § 3º, do CDC define as excludentes de responsabilidade.
São elas: a) demonstração de inexistência do defeito (inciso I); e b) prova da culpa
exclusiva do consumidor ou de terceiro (inciso II).

22. Agência de viagem tem responsabilidade por informações não prestadas


que inviabilizaram a viagem do consumidor?

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A ausência de informação essencial aos consumidores sobre os requisitos
necessários para o embarque caracteriza falha no serviço das operadoras de
turismo e gera a obrigação de indenizar os prejuízos dos passageiros impedidos de
viajar.

23. Quando existe vício no produto o fornecedor tem o dever imediato de


consertar o produto?
Não. O fornecedor tem o prazo máximo de 30 dias para sanar o vício. O
artigo 18, § 1º, do CDC, no caso de o vício de qualidade não ser sanado no prazo de
30 (trinta) dias, cabe ao consumidor, independentemente de justificativa, optar pela
substituição do bem, pela restituição do preço, ou pelo abatimento proporcional.

24. E se tratar de produto essencial?


O artigo 18, § 3º do CDC responde essa questão: O consumidor poderá
fazer uso imediato das alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em razão da
extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade
ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.

25. Se o produto for substituído por outro de marca ou valor, deverá acontecer
complementação ou restituição do valor por parte do consumidor?
Sim (para fins do CDC). Deste modo, não sendo possível a substituição do
bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos,
mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço” (art. 18, §
4º do CDC). O consumidor, porém, não está obrigado a tanto.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 2022.

_______. Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do


Consumidor. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm.

GOMES, Lúcio Wandeck de Brito. Descomplicando o Código de Defesa do


Consumidor — Explicações Claras, Precisas e Objetivas. Ed. Best Seller. 2021.

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