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RESCISÃO INDIRETA, PEDIDOS: TUTELA DE URGÊNCIA, ANOTAÇÃO/BAIXA

E DEVOLUÇÃO DA CTPS, VERBAS RESCISÓRIAS, DANO MORAL, ETC.


RECLAMANTE OPTOU PELA RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE
TRABALHO EM DECORRÊNCIA DO DESCUMPRIMENTO DO ART. 483,
ALÍNEA D DA CLT POR PARTE DA RECLAMADA.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA


VARA DO TRABALHO DE XXX– XX.
TUTELA DE URGÊNCIA
RECLAMANTE, brasileira, solteira, caixa de supermercado, portadora do CPF
XXXXX-00, inscrita no R.G XXXXX SSP-SC, sem endereço eletrônico, residente e
domiciliada na Rua xxxx, 00, bairro xxx, CEP XXXXX-000, na cidade de xxx/SC,
representada por seus procuradores que esta subscreve, com endereço profissional na
Rua xxx, nº 000, bairro xxx, na cidade de xxx-SC, CEP XXXXX-000, com endereço
eletrônico: xxxxx, onde recebe intimações e outros documentos judiciais pertinentes,
vem, mui respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 840, § 1º da
CLT, propor a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA,

em desfavor de: RECLAMADA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o


CNPJ nº 00.000000/0000-00, com endereço na Rua xxxxx, nº 000, Sala 00, bairro xxxx,
CEP XXXXX-000, na cidade de xxx-SC, pelos motivos de fato e de direito a seguir
explanados.
I– DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Cumpre salientar que o Poder Judiciário é de livre acesso para qualquer cidadão, e
diante da dificuldade financeira em que a Reclamante se encontra, a mesma não possui
condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem o prejuízo
do próprio sustento ou de sua família. Sendo assim, requer a concessão da Justiça
Gratuita a seu favor, com fulcro no art. 790, § 3º da CLT e art. 98 do CPC. .

II – DOS FATOS
A Reclamante foi contratada em 13/12/2017, e posteriormente, dispensada por rescisão
indireta em 20/05/2020, sem ter cumprido o aviso prévio ou sido indenizado.
Trabalhou como caixa de supermercado para a Reclamada, percebendo um salário de
R$ 1.450,00 reais por mês, com jornada das 17h às 24h de segunda a sábado.
Durante todo o período trabalhado, jamais teve sua CTPS registrada pela Reclamada,
tampouco dado baixa e devolvida após a sua demissão.
Relata ainda que trabalhava 01 (um) domingo por mês e também em todos os feriados
durante o pacto laboral.
Declara que jamais recebeu a paga das 02 (duas) horas de adicional noturno em
decorrência do trabalho no horário das 22h às 24h.
Gozava apenas 15 minutos de seu intervalo intrajornada diariamente.
Também, durante todo o período que trabalhou para a Reclamada, nunca gozou as férias
referente aos períodos de XXXXX-2018 e 2018-2019.
Portanto, após a rescisão indireta, não lhe foram pagas as devidas verbas rescisórias,
tampouco, dado baixa e devolvida sua CTPS, conforme dispõe a legislação trabalhista.
Por fim, propor a presente reclamação trabalhista é o meio necessário para a Reclamante
pleitear a devida anotação com a baixa, bem como a devolução de sua CTPS juntamente
com as demais verbas rescisórias.
III – DA TUTELA DE URGÊNCIA
Na ocasião da contratação da obreira, a Reclamada reteve sua CTPS para anotação,
porém, não lhe entregou qualquer recibo.
Ocorre que até a presente data, mesmo após o termino do vínculo laboral, a reclamada
retém o documento causando diversos prejuízos para obreira, sendo um deles, a
privação de recolocação no mercado de trabalho.
De acordo com o art. 300 do CPC, a retenção da CTPS da obreira preconiza a existência
de elementos que evidenciam a probabilidade do direito.
Outrossim, o perigo de dano emerge do fato da reclamada obstar a reclamante de se
recolocar no mercado de trabalho o que, por certo, prejudicará o seu sustento nesse
período de desemprego.
Quanto ao FGTS, até o presente momento a reclamada não forneceu as guias para
levantamento, muito embora a dispensa tenha ocorrido por iniciativa do empregador.
Portanto, requer a concessão da tutela de urgência para compelir a reclamada na
devolução da CTPS da obreira, aplicando multa diária em caso de descumprimento.
VI – DO DIREITO
DA RESCISÃO INDIRETA
Em decorrência das violações ao artigo 483, inciso d, da CLT, a Reclamante
interrompeu suas atividades laborais em 20/05/2020, sendo cabível in casu o
reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho.
Primeiramente, cite-se o descumprimento impetrado pela Reclamada com a falta do
registro em sua CTPS desde o início do contrato de trabalho, que ocorreu em
13/12/2017. Em razão disso, nunca houve os depósitos do FGTS em sua conta
vinculada.
Por conseguinte, de acordo com os fatos narrados, a Reclamada também deixou de
cumprir com suas obrigações referentes ao intervalo intrajornada; adicional noturno;
férias vencidas; DSR e por fim, a falta dos depósitos do FGTS.
No caso em tela Excelência, estão presentes diversas circunstâncias que se enquadram
perfeitamente na alínea acima mencionada.
Sendo assim, inconteste é a impossibilidade da manutenção do contrato de trabalho,
pois, a Reclamante sempre buscou cumprir com suas funções de forma profissional,
pontual e dedicada, recebendo em troca a recusa, por parte da Reclamada, do
cumprimento dos mais básicos direitos inerentes ao contrato de trabalho.
Portanto, não há mais condições de manter a continuidade do vínculo empregatício,
visto que tal situação se deu por culpa exclusiva da própria Reclamada.
Dessa forma, se faz necessário a proteção da obreira, que não suporta mais trabalhar
dessa forma.
Requer através do provimento judicial a condenação da Reclamada para que rescinda o
contrato de trabalho com a Reclamante, adimplindo o pagamento de todas as verbas
rescisórias devidas pela rescisão indireta.
DO REGISTRO E DA BAIXA NA CTPS
Conforme exposto nos fatos, a Reclamante trabalhou como caixa de supermercado no
período entre 13/12/2017 a 20/05/2020, sem ter sido registrada, tampouco, dado baixa
em sua CTPS após a rescisão contratual.
Ocorre que, após a rescisão contratual a Reclamante não teve mais contato com a
Reclamada para dar a baixa em sua CTPS, o que seria um comportamento no mínimo
esperado diante da indisposição da mesma em cumprir com suas obrigações legais
durante toda a relação contratual.
Por conseguinte, de acordo com o art. 29, caput, e § 3º da CLT, o prazo para a anotação
da CTPS do trabalhador deverá ser dado até 5 (cinco) dias úteis após o início do
contrato de trabalho, bem como, o descumprimento do prazo pelo empregador do
disposto neste artigo acarretará a lavratura do auto de infração pelo Fiscal do Trabalho.
No mesmo liame, conforme dispõe a OJ-SBDI 82 “a data de saída a ser anotada na
CTPS deve corresponder à do termino do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado”,
ou seja, após 36 dias em razão do acréscimo de 06 dias contados a partir de 20/05/2020,
data em que houve a rescisão.
Sendo assim, requer seja a Reclamada compelida a realizar a devida baixa na CTPS da
Reclamante 36 dias após a data da rescisão, ou seja, na data de 25/06/2020.
DAS GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO
O seguro desemprego é um direito constitucional garantido a todo trabalhador formal
dispensado sem justa causa que atingiu o tempo de serviço necessário.
Contrariando o dispositivo legal, a Reclamada deixou de liberar as guias do seguro
desemprego quando houve a rescisão indireta da Reclamante.
Sendo assim, conforme expõe a Súmula 389 do TST, a Reclamada possui o dever de
regularizar a situação da Reclamante perante o programa de seguro desemprego, sob
pena de arcar com o pagamento das parcelas devidas, a título de indenização.
Dessa forma, requer seja a Reclamada compelida a realizar a liberação das guias do
seguro desemprego, ou havendo recusa, seja condenada ao pagamento de uma
indenização no respectivo valor.
DA SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA
A reclamante trabalhava de segunda a sábado das 17h às 24h. E em um domingo por
mês, e também nos feriados, tudo no mesmo horário (17h-24h).
Ocorre que usufruía de apenas 15 minutos de seu intervalo para refeição e descanso, o
qual, pela lei, deveria ser de 01 (uma) hora, ou seja, restaram suprimidos 45 minutos
diariamente.
De acordo com o art. 71, caput, da CLT, os intervalos intrajornadas destinam-se a pausa
para alimentação e descanso dando ao corpo a oportunidade de se recuperar para retorno
as atividades laborativas.
No presente caso, desde o início do vínculo empregatício a obreira trabalhava mais de 6
(seis) horas diárias consecutivas sem usufruir de 1 (uma) de que tinha direito para
repouso.
Assim, de acordo com a jornada de trabalho acima mencionada, não foi observado o
disposto no artigo 71 da CLT, portanto, havendo incidência do estabelecido no § 4º.
Dessa forma, mediante a supressão de 45 minutos diariamente do seu intervalo
intrajornada, a Reclamante faz jus ao pagamento de natureza indenizatória pelo período
suprimido com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho, no valor estimado de R$5.394,00.
DO SALDO DE SALÁRIO
No mês de maio/2020, a Reclamante trabalhou até dia 20 do respectivo mês, e após a
rescisão indireta, nada recebeu a título de saldo de salário.
Ocorre que, de acordo com o art. 4º da CLT, a Reclamante faz jus ao pagamento do
salário proporcional ao tempo de serviço efetivo em que esteve à disposição de seu
empregador.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada ao pagamento do saldo de salário
referente a 20 dias do mês de maio/2020, no valor estimado de R$ 966,00.
DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO
A Reclamante optou pela rescisão indireta em 20/05/2020, sem ter recebido o aviso
prévio ou sido este indenizado.
Ocorre que, de acordo com o disposto no art. 487, § 1º da CLT, a não concessão do
aviso prévio por parte do empregador ainda gera o direito aos salários correspondentes
ao respectivo período, na qual integra ao seu tempo de serviço para todos os fins legais.
Portanto, a Reclamante faz jus ao recebimento de 36 dias de aviso prévio indenizado
contados a partir da data da rescisão em 20/05/2020, acrescentando 03 dias referentes a
cada ano de serviço prestado (2017-2018 e 2018-2019), conforme o dispositivo legal
acima exposto.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de 36 dias de aviso
prévio no valor estimado de R$ 1.740,00, bem como, o seu reflexo no 13º salário e nas
férias.
DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL
A obreira não recebeu as verbas relativas ao seu 13º salário proporcional referente ao
ano de 2020 em que trabalhou para a Reclamada.
Contudo, conforme expõe o art. 7º, VII da CRFB/88, todo trabalhador urbano e rural
tem direito ao recebimento do 13º salário com base na sua remuneração integral.
Sendo assim, de acordo com o dispositivo legal acima exposto, é notório visar que a
Reclamante faz jus ao recebimento do 13º salário proporcional ao período laborativo de
2020.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de 6/12 do 13º salário
proporcional ano 2020, no valor estimado de R$725,00.
DAS FÉRIAS VENCIDAS + 1/3
A Reclamante jamais usufruiu de seus períodos de férias relativos aos períodos
aquisitivo de XXXXX-2018 e 2018-2019.
Conforme expõe o art. 130 da CLT, após 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado terá direito a férias e estas, conforme o art. 134 da CLT, serão
concedidas por ato do empregador, nos 12 meses subsequentes à data que o empregado
tiver adquirido, o que, conforme o caso, não foi usufruída pela Reclamante. Ainda no
mesmo liame, o art. 137 da CLT aduz que se as férias forem concedidas após o prazo de
que trata o art. 134 da CLT, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
Desse modo, requer a condenação da Reclamada ao pagamento das férias em dobro,
sempre acrescidas do 1/3 constitucional, referente as férias adquiridas no período de
XXXXX-2018 e 2018-2019, mas que nunca foram gozadas, no valor estimado de R$
7.733,00.
DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3
Após a efetiva rescisão contratual em 25/06/2020, a Reclamante não recebeu suas férias
proporcionais ao período XXXXX-2020.
No entanto, conforme dispõe o art. 7º, XVII da CRFB/88 e art. 146, parágrafo único da
CLT, o empregado terá direito a remuneração das férias proporcionais adquiridas com
acréscimo de 1/3 constitucional do salário normal.
Desse modo, a obreira faz jus a remuneração das férias proporcionais com o adicional
de 1/3, referente ao período XXXXX-2020 em que trabalhou para a Reclamada.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de 6/12 de férias
proporcionais referentes ao período XXXXX-2020, acrescidas de 1/3 constitucional no
valor estimado de R$ 966,00.
DO ADICIONAL NOTURNO
Conforme já exposto nos fatos, a carga horária da obreira era das 17h às 24h de segunda
a sábado, e inclusive, um domingo por mês e também em feriados.
De acordo com o artigo 73 e parágrafos da CLT, a jornada de desempenhada das 22
horas às 5 horas é considerada trabalho noturno, sendo a hora computada como de 52
minutos e 30 segundos e devendo ser paga com acréscimo de no mínimo 20% (vinte por
cento).
Assim, desde a data do vínculo empregatício a Reclamante realizava 2 (duas) horas
noturnas diariamente, de segunda a sábado, inclusive um domingo por mês e também
nos feriados.
Entretanto, a Reclamada jamais efetuou o pagamento do devido adicional noturno
devido.
Dessa forma, requer seja a reclamada condenada ao pagamento de adicional noturno
correspondente a 2 (duas) horas diárias, além de reflexos sobre férias, 13º salário, aviso
prévio, DSR e FGTS, tudo estimado em R$ 1.641,00.
DA FALTA DE DEPÓSITOS DO FGTS
Não obstante o descumprimento da principal obrigação patronal, a Reclamada ainda é
inadimplente em outros encargos legais.
O fundo de garantia por tempo de serviço é nada mais para o trabalhador do que uma
certeza de que quando do rompimento do contrato de trabalho, esteja este amparado por
um valor que lhe preserve a subsistência até, novamente estar inserido no mercado de
trabalho. A importância vai além de uma obrigação legal, o mesmo reflete na dignidade
do trabalhador, que deu seu suor pelo trabalho e cumpriu com sua parte na relação de
trabalho.
Por se tratar de uma garantia prevista no art. 7º, III da CF, traz ao empregador a
obrigação de efetuar seu correto e tempestivo recolhimento, de modo a possibilitar ao
empregado, em caso de necessidade, o recebimento dos valores lá depositados.
Isto posto, como a Reclamada deixou de efetuar os referidos depósitos desde a data do
início da relação empregatícia, ou seja, desde 13/12/2017, pois, em nenhum momento
realizou o registro na CTPS da Reclamante.
Dessa forma, busca a Reclamante a condenação da Reclamada para que a mesma seja
compelida a efetuar os depósitos do FGTS não realizados desde 13/12/2017 até a data
da efetiva rescisão indireta em 25/06/2020. Ainda requer sejam os referidos depósitos
acrescidos de juros e correção monetária.
REQUER então a condenação da reclamada no pagamento do FGTS de todo o período
laborado, no valor estimado de R$ 3.480,00.
DA MULTA DE 40% SOBRE O SALDO DO FGTS
De acordo com os fatos narrados, a Reclamante optou pela rescisão indireta, e no
presente caso, a Reclamada não realizou o pagamento da multa de 40% durante o
período laborativo do empregado.
Contudo, em razão da rescisão indireta do contrato de trabalho, deverá ser paga uma
multa de 40% sobre o valor total a ser depositado a título de FGTS, conforme dispõe o
art. 18, § 1º da Lei nº 8.036/90 c/c art. 7, I da CRFB/88.
Portanto, é mister ressaltar que a reclamante faz jus ao recebimento de 40% à título de
FGTS em decorrência do pagamento da multa por parte da reclamada.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada a indenização de uma multa de 40%
sobre o saldo do FGTS correspondente no valor estimado de R$ 1.392,00.
DA MULTA DO ART. 467 DA CLT
Em razão da rescisão do contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante
das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do
comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de
pagá-las acrescidas de cinquenta por cento, conforme preceitua o art. 467 da CLT.
O objetivo de tal dispositivo é obrigar o empregador a realizar o pagamento da parcela
incontroversa das verbas rescisórias, a fim de não permitir que sejam inseridas como
verbas incontroversas aquelas não discutidas ou não contestadas, com o intuito de
postergar o pagamento e até mesmo punir o Reclamante.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de todas as verbas
incontroversas em primeira audiência, sob pena de serem acrescidas em multa de 50%,
conforme dispõe o art. 467 da CLT.
DA MULTA DO ART. 477, § 8º DA CLT
Após a rescisão indireta, a Reclamante jamais recebeu suas verbas rescisórias.
Ocorre que, de acordo com o art. 477, § 6º e 8º da CLT, a Reclamada não respeitou o
prazo de 10 (dez) dias a contar do término do contrato de trabalho para efetuar o
pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão, bem como, ao pagamento
da multa em favor do Reclamante no valor de 1 (um) mês de salário devidamente
corrigido.
Dessa forma, observa-se que a Reclamada não cumpriu com seus encargos trabalhistas
no prazo legal, contrariando claramente o que consta na respeitosa Consolidação das
Leis do Trabalho.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de uma multa
equivalente a um mês de salário revertida em favor da Reclamante, no valor estimado
de R$ 1.450,00.
DO DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
A reclamante laborava em regime de horas extras conforme se mencionado na presente
exordial.
Contudo, a reclamada não realizava o pagamento do DSR nos termos do art. 67 da CLT
e súmula 172 do C. TST em que as horas extra habitualmente prestadas refletem no
DSR.
Assim, requer a condenação da reclamada no pagamento do DSR sobre as horas extras
apuradas, bem como os reflexos em férias + 1/3, 13º salário e FGTS, no valor estimado
de R$ 5.800,00.
DO DANO MORAL
De acordo com o art. 114, VI, da Carta Magna, a Justiça do Trabalho também é
competente para julgar as ações com pedido de indenização por dano moral ou
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.
Isto posto, a Reclamada reteve a CTPS da obreira para anotação e até hoje a presente
data não devolveu, mesmo após o término do contrato.
Destarte, a atitude da reclamada é ilícita e causa dano de natureza extrapatrimonial à
reclamante, pois a retenção indevida da CTPS, além de ser infração administrativa
prevista no art. 53 da CLT, impõe dificuldades de recolocação no mercado de trabalho,
sendo passível de compensação financeira diante da ofensa à direitos da personalidade
do indivíduo.
Nestes termos, o art. 223-C da CLT, incluído com a lei 13.467/17, dispõe que a honra, a
imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer
e a integridade física são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.
Uma vez que o ato ilícito lesa alguns dos direitos citados acima, deve o responsável pelo
dano repará-lo na proporção da ação ou omissão, conforme dispõe o art. 223-D da CLT.
Nesse sentido, a obreira clama pela condenação da Reclamada ao pagamento de uma
indenização à título de danos morais, com base nos fatos narrados.
Dessa forma, requer a condenação da reclamada no pagamento de indenização por
danos morais no valor de R$15.000,00.
IV – DOS PEDIDOS
Assim, diante do exposto, vem mui respeitosamente à presença de V. Exa., para
requerer:
a) Seja deferido o benefício da Assistência Judiciária Gratuita, pelo fato de a
Reclamante não possuir condições de custear o próprio processo, sem prejuízo do
próprio sustendo ou de sua família;
b) Citação da Reclamada para querendo, na audiência que Vossa Excelência designar,
apresentar defesa, sob pena de revelia e confissão e ao final ver-se condenada ao
pagamento das verbas reclamadas e demais cominações legais;
c) A concessão da tutela de urgência para compelir a reclamada na devolução da CTPS
da obreira, aplicando multa diária em caso de descumprimento bem como o alvará para
saque do FGTS;
d) A declaração da rescisão indireta do contrato de trabalho, com fulcro na alínea D do
artigo 483 da CLT;
e) Requer seja reconhecido o vínculo empregatício no período de 13/12/2017 e
25/06/2020, com a Reclamada compelida a proceder a anotação na CTPS da
Reclamante desde o início do vínculo empregatício em 15/12/2017, bem como, sua
baixa em 25/06/2020;
f) A entrega da guia destinada ao saque do FGTS, sob pena de pagamento de
indenização do valor correspondente;
g) A entrega da guia CD destinada ao seguro desemprego, sob pena de pagamento de
indenização no valor correspondente;
h) Condenação da Reclamada ao pagamento dos seguintes pedidos:
h1) Supressão de 45 minutos diários do intervalo intrajornada no valor estimado de R$
5.394,00;
h2) 20 dias de saldo de salário no valor estimado de R$ 966,00;
h3) 36 dias de aviso prévio indenizado no valor estimado de R$1.740,00;
h4) 6/12 de 13º salário proporcional no valor estimado de R$ 725,00;
h5) Férias vencidas + 1/3 em dobro, referente ao período aquisitivo entre [2017-2018 e
2018-2019], no valor estimado de R$ 7.733,00;
h6) 6/12 de férias proporcionais 2019/2020, acrescidas de 1/3 constitucional no valor
estimado de R$ 966,00;
h7) Adicional noturno no valor estimado de R$ 1.641,00;
h8) Do depósito do FGTS no valor estimado de R$ 3.480,00;
h9) Multa de 40% sobre o saldo do FGTS no valor estimado de R$1.392,00;
h10) Multa do art. 477 da CLT referente a 1 (um) mês de salário revertida em favor do
Reclamante, no valor estimado de R$ 1.450,00;
h11) Pagamento de uma indenização à título de danos morais no valor de R$ 15.000,00;
i) A produção por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente
documental, testemunhal e pericial;
j) O pagamento de todas as verbas incontroversas em primeira audiência, sob pena de
serem acrescidas da multa de 50%, conforme dispõe o art. 467 da CLT;
k) Condenação da Reclamada ao pagamento das custas e honorários advocatícios a
serem fixados em 15% sobre o valor da condenação, conforme dispõe o art. 791-A da
CLT, no valor de R$ 6.073,00;
l) Ao final, julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamação, para que se
faça a costumeira Justiça!
V - DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,
especialemente....
VI - DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de...(...)
Nestes termos,
Pede deferimento.
Natal... de ... de 2022.

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