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SUZANA, nacionalidade, estado civil, qualificação, portador de Rg nº xx, CPF nº xx, CTPS
nº xx, PIS/PASEP nº xx, residente na Rua xx, nº xx, bairro xx, no município de xx, estado xx,
– CEP nº xx, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado
adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no endereço
completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT c/ 319 do
CPC PROPOR:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
DO CONTRATO DE TRABALHO
A Reclamante foi contratada para trabalhar na casa da Família Moraes em 15/06/2016 a título
de Experiência por 45 dias (quarenta e cinco dias), cumpria a jornada de segunda a sexta-feira
das 07:00 hr às 16:00 hr, com 30 (trinta) minutos de intervalo intrajornada, foi dispensada em
15.09.2016, recebendo as verbas: férias proporcionais de 3/12 (três doze) avos, acrescidas do
terço constitucional, e décimo-terceiro salário proporcional de 3/12 (três doze) avos.
DO INTERVALO INTRAJORNADA
A empregada laborava de segunda a sexta-feira, das 07:00 h às 16:00 h, com 30 (trinta)
minutos para descanso ou alimentação. Como não foi acordado expressamente o intervalo
intrajornada de 30 (trinta) minutos, é obrigatória a concessão de, no mínimo, 01 (uma) hora,
disciplina o art. 13, caput, da LC 150 e 2015. Com efeito, a concessão parcial do intervalo
intrajornada implica no pagamento do período total mínimo correspondente em forma de hora
extra, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal, segundo
interpreta a Súmula 437, I, do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Dessa forma, a
empregada faz jus ao pagamento de 01 (uma) hora extra diária durante o período trabalhado e,
por habitual, os reflexos sobre as férias e décimo-terceiro salário.
DA JORNADA DIÁRIA
A Reclamante trabalhava das 07:00 h às 16:00 h, com 30 (trinta) minutos de intervalo
intrajornada, totalizando uma jornada diária de 08 (oito) horas e 30 (trinta) minutos. Cabe
ressaltar que não houve qualquer referência em acordo escrito relativo a regime de
compensação de horas, como exige o art. 2º, § 4º, da LC 150 de 2015, vez que a jornada diária
ultrapassava as 08 (oito) horas diárias, em desacordo com o prescrito no caput deste mesmo
artigo, ao limitar em 8 (oito) horas diárias a duração normal do trabalho doméstico. A não
observância destas prescrições implica no direito de a empregada receber 30 (trinta) minutos
diários a título de hora extra, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) superior ao valor
da hora normal, em conformidade com o art. 2º, § 1º, do referido diploma. Assim, a
Reclamante requer o pagamento de 30 (trinta) minutos diários de hora extra e os reflexos
sobre as férias e décimo-terceiro salário.
DO SERVIÇO EM VIAGEM
A empregada viajou com a família por 4 (quatro) dias a trabalhar como babá das 08:00 h às
17:00 h, com 01 (uma) hora de intervalo intrajornada. A trabalhadora, por acompanhar o
empregador prestando serviços em viagem, faz jus ao recebimento de remuneração-hora de
25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, superior ao valor do salário-hora normal, segundo
dispõe o art. 11, § 2º, da LC 150 de 2015, percentual que deve prevalecer sobre as horas
trabalhadas no período de viagem a serviço. Destarte, a Reclamante requer o pagamento de
25% (vinte e cinco por cento) sobre as 32 (trinta e duas) horas trabalhadas no período da
viagem.
DOS DESCONTOS
O empregador descontava 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação consumida
pela empregada e 10% (dez por cento) do salário a título de vale-transporte. Ora Excelência, o
desconto de alimentação foi taxativamente vedado pelo legislador, por meio do art. 18, caput,
da LC 150 de 2015. Além disso, o desconto de 10% (dez por cento) do salário a título de vale-
transporte revela-se excessivo, pois o art. 4º, parágrafo único, da Lei 7.418 de 1985 atribui a
este desconto o valor de 6% (seis por cento) do salário base do empregado. Sendo assim, a
Reclamante requer a devolução do desconto de 25% (vinte e cinco por cento) do valor da
alimentação e da diferença de 4% (quatro por cento), descontada a mais do seu salário,
durante todo o período trabalhado.
DOS PEDIDOS
Diante dos fatos e fundamentos expostos, é o presente para requerer a procedência da ação,
para o fim de condenar o Reclamado nos seguintes pedidos, que, quando couber, deverão ser
acrescidos de correção monetária e juros:
a) concessão, de plano, dos benefícios da justiça gratuita;
b) que o contrato de trabalho seja reconhecido, para todos os efeitos legais, por prazo
indeterminado, e que a dispensa da Reclamante seja considerada sem justo motivo;
c) pagamento do aviso prévio de 30 (trinta) dias e os reflexos nas férias e terço constitucional,
bem como no décimo-terceiro salário R$;
d) devolução do desconto de 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação e da
diferença de 4% (quatro por cento), descontada a mais do seu salário, durante todo o período
trabalhado R$;
e) pagamento de 01 (uma) hora extra diária durante o período trabalhado e, por habitual, os
reflexos sobre as férias e terço constitucional, assim como no décimo-terceiro salário R$;
f) pagamento de 30 (trinta) minutos diários de hora extra e, por habitual, os reflexos sobre as
férias e terço constitucional, bem como no décimo-terceiro salário R$;
g) pagamento de 25% (vinte e cinco por cento) sobre as 32 (trinta e duas) horas trabalhadas no
período de viagem a serviço R$;
h) pagamento da indenização no valor de um salário mensal, prevista no art. 477, § 8º, da
CLT R$; TOTAL DAS VERBAS LÍQUIDAS R$.
DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente o
depoimento pessoal do Reclamado, que fica, desde já, requerido, bem como os de caráter
documental, testemunhal, pericial e o que mais for necessário para elucidar os fatos.
DO VALOR DA CAUSA