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Nome: JUAN REIS SALES MATRÍCULA: 202202734136

AO JUIZO DA __VARA DO TRABALHO DE NATAL/RN.

SUZANA, nacionalidade, estado civil, qualificação, portador de Rg nº xx, CPF nº xx, CTPS
nº xx, PIS/PASEP nº xx, residente na Rua xx, nº xx, bairro xx, no município de xx, estado xx,
– CEP nº xx, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado
adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no endereço
completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT c/ 319 do
CPC PROPOR:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Pelo rito sumaríssimo, em face de FAMILIA MORAES., Qualificação, endereço completo,


Cep xx, Natal/Rn, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

DO CONTRATO DE TRABALHO
A Reclamante foi contratada para trabalhar na casa da Família Moraes em 15/06/2016 a título
de Experiência por 45 dias (quarenta e cinco dias), cumpria a jornada de segunda a sexta-feira
das 07:00 hr às 16:00 hr, com 30 (trinta) minutos de intervalo intrajornada, foi dispensada em
15.09.2016, recebendo as verbas: férias proporcionais de 3/12 (três doze) avos, acrescidas do
terço constitucional, e décimo-terceiro salário proporcional de 3/12 (três doze) avos.

DO CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO


A Reclamante foi contratada em 15/16/2016 por contrato de experiência a título de 45 findo
os quais não se tratou nada e foi dispensada em 15/09/2016.
Conforme observa-se o art. o art. 5º, § 2º, da LC150 de 2015, O contrato de experiência que,
havendo continuidade do serviço, não for prorrogado após o decurso de seu prazo
previamente estabelecido ou que ultrapassar o período de 90 (noventa) dias passará a vigorar
como contrato de trabalho por prazo indeterminado. Ainda o art. 468 da clt estabelece que só
é lícita a alteração contratual por mútuo consentimento.
Neste sentido, pela ausência de prorrogação e pela continuação do labor prestado o contrato
deve ser reconhecido como contrato por prazo indeterminado para todos os seus efeitos legais
e que sua dispensa seja reconhecida como dispensa sem justo motivo.
DO AVISO PRÉVIO
A Reclamante foi dispensada em 15/09/2016 sem o aviso prévio, tampouco receber a
indeniza~]ao correspondente, entre as verbas rescisórias. O artigo 7º, inciso XXI, da
Constituição Federal estabelece que o aviso prévio é um direito do trabalhador em caso de
dispensa sem justa causa.
Em razão de ser o contrato de trabalho considerado por prazo indeterminado, e de a
empregada ter sido dispensada sem justo motivo com menos de 01 (um) ano de serviço, a
empregada faz jus ao aviso prévio de 30 (trinta) dias, como alude o art. 23, § 1º, da LC 150 de
2015. Na falta de tal aviso prévio por parte do empregador, o empregado tem direito à
indenização correspondente, com reflexos nas férias e terço constitucional, bem como no
décimo-terceiro salário, de acordo com o art. 23, § 3º, do mesmo diploma legal.
Nesse sentido, cabe citar o seguinte julgado do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região:
"RECURSO ORDINÁRIO EM DISSÍDIO INDIVIDUAL. VÍNCULO EMPREGATÍCIO.
EXPERIÊNCIA. DESNECESSIDADE DE CONTRATO ESCRITO. RECONHECIMENTO
DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO POR PRAZO INDETERMINADO. AVISO PRÉVIO
INDENIZADO. O art. 443, § 2º, da CLT, que possibilita a possibilidade de
contrato por prazo determinado, não é aplicável à hipótese em que o
empregador é contratado a título de experiência, pois nesse caso se
presume a celebração de contrato por prazo indeterminado. a que se dá
provimento para reconhecer o vínculo empregatício entre as partes desde o
início da prestação dos serviços e condenar a reclamação ao pagamento das
verbas trabalhistas decorrentes, inclusive aviso prévio indenizado."
(Processo: RO-0020582-75.2017.5.04.0402,

Portanto, a Reclamante requer o recebimento do aviso prévio de 30 (trinta) dias e os reflexos


nas férias e terço constitucional, assim como no décimo-terceiro salário.

DA MULTA DO ART 477, § 8º, DA CLT


A empregada foi dispensada em 15.09.2015 sem aviso prévio nem receber a indenização
correspondente, entre as verbas rescisórias. Pelo fato de a empregada ter sido dispensada sem
justo motivo, como analisado no anterior desta inicial, e da ausência do aviso prévio,
tampouco o recebimento da indenização correspondente entre as verbas rescisórias, conforme
analisado no item anterior a Reclamante tem direito à multa do art. 477, § 8º, da CLT. É que o
dispositivo do § 6º deste artigo impõe a quitação total das verbas, até o décimo dia da data da
demissão, quando da ausência do aviso prévio, o que não ocorreu no caso em tela.
Destarte, requer o pagamento da indenização no valor de um salário mensal, prevista no art.
477, § 8º, da CLT.

DO INTERVALO INTRAJORNADA
A empregada laborava de segunda a sexta-feira, das 07:00 h às 16:00 h, com 30 (trinta)
minutos para descanso ou alimentação. Como não foi acordado expressamente o intervalo
intrajornada de 30 (trinta) minutos, é obrigatória a concessão de, no mínimo, 01 (uma) hora,
disciplina o art. 13, caput, da LC 150 e 2015. Com efeito, a concessão parcial do intervalo
intrajornada implica no pagamento do período total mínimo correspondente em forma de hora
extra, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal, segundo
interpreta a Súmula 437, I, do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Dessa forma, a
empregada faz jus ao pagamento de 01 (uma) hora extra diária durante o período trabalhado e,
por habitual, os reflexos sobre as férias e décimo-terceiro salário.

DA JORNADA DIÁRIA
A Reclamante trabalhava das 07:00 h às 16:00 h, com 30 (trinta) minutos de intervalo
intrajornada, totalizando uma jornada diária de 08 (oito) horas e 30 (trinta) minutos. Cabe
ressaltar que não houve qualquer referência em acordo escrito relativo a regime de
compensação de horas, como exige o art. 2º, § 4º, da LC 150 de 2015, vez que a jornada diária
ultrapassava as 08 (oito) horas diárias, em desacordo com o prescrito no caput deste mesmo
artigo, ao limitar em 8 (oito) horas diárias a duração normal do trabalho doméstico. A não
observância destas prescrições implica no direito de a empregada receber 30 (trinta) minutos
diários a título de hora extra, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) superior ao valor
da hora normal, em conformidade com o art. 2º, § 1º, do referido diploma. Assim, a
Reclamante requer o pagamento de 30 (trinta) minutos diários de hora extra e os reflexos
sobre as férias e décimo-terceiro salário.

DO SERVIÇO EM VIAGEM
A empregada viajou com a família por 4 (quatro) dias a trabalhar como babá das 08:00 h às
17:00 h, com 01 (uma) hora de intervalo intrajornada. A trabalhadora, por acompanhar o
empregador prestando serviços em viagem, faz jus ao recebimento de remuneração-hora de
25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, superior ao valor do salário-hora normal, segundo
dispõe o art. 11, § 2º, da LC 150 de 2015, percentual que deve prevalecer sobre as horas
trabalhadas no período de viagem a serviço. Destarte, a Reclamante requer o pagamento de
25% (vinte e cinco por cento) sobre as 32 (trinta e duas) horas trabalhadas no período da
viagem.

DOS DESCONTOS
O empregador descontava 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação consumida
pela empregada e 10% (dez por cento) do salário a título de vale-transporte. Ora Excelência, o
desconto de alimentação foi taxativamente vedado pelo legislador, por meio do art. 18, caput,
da LC 150 de 2015. Além disso, o desconto de 10% (dez por cento) do salário a título de vale-
transporte revela-se excessivo, pois o art. 4º, parágrafo único, da Lei 7.418 de 1985 atribui a
este desconto o valor de 6% (seis por cento) do salário base do empregado. Sendo assim, a
Reclamante requer a devolução do desconto de 25% (vinte e cinco por cento) do valor da
alimentação e da diferença de 4% (quatro por cento), descontada a mais do seu salário,
durante todo o período trabalhado.

DOS PEDIDOS
Diante dos fatos e fundamentos expostos, é o presente para requerer a procedência da ação,
para o fim de condenar o Reclamado nos seguintes pedidos, que, quando couber, deverão ser
acrescidos de correção monetária e juros:
a) concessão, de plano, dos benefícios da justiça gratuita;
b) que o contrato de trabalho seja reconhecido, para todos os efeitos legais, por prazo
indeterminado, e que a dispensa da Reclamante seja considerada sem justo motivo;
c) pagamento do aviso prévio de 30 (trinta) dias e os reflexos nas férias e terço constitucional,
bem como no décimo-terceiro salário R$;
d) devolução do desconto de 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação e da
diferença de 4% (quatro por cento), descontada a mais do seu salário, durante todo o período
trabalhado R$;
e) pagamento de 01 (uma) hora extra diária durante o período trabalhado e, por habitual, os
reflexos sobre as férias e terço constitucional, assim como no décimo-terceiro salário R$;
f) pagamento de 30 (trinta) minutos diários de hora extra e, por habitual, os reflexos sobre as
férias e terço constitucional, bem como no décimo-terceiro salário R$;
g) pagamento de 25% (vinte e cinco por cento) sobre as 32 (trinta e duas) horas trabalhadas no
período de viagem a serviço R$;
h) pagamento da indenização no valor de um salário mensal, prevista no art. 477, § 8º, da
CLT R$; TOTAL DAS VERBAS LÍQUIDAS R$.

DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente o
depoimento pessoal do Reclamado, que fica, desde já, requerido, bem como os de caráter
documental, testemunhal, pericial e o que mais for necessário para elucidar os fatos.
DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente causa o valor de R$


Nesses termos, pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB-xx

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