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VALTER DOS SANTOS, brasileira, uniã o está vel, auxiliar de serviços gerais,

inscrita no CPF/MF sob o nº 000.000.000-00, titular da cédula de identidade RG


nº 00.000.000-0 SSP/SP, nº da CTPS 0000 serie nº 0000-SP, data de
nascimento 21/03/1973, nome da mã e EVA ALVES DOS SANTOS, residente e
domiciliada na Rua Antô nio dos Santos, nº 000 - Califó rnia, CEP 00000-000, Sã o
Miguel Arcanjo/SP, por seu advogado, que esta subscreve, o qual receberá as
intimaçõ es e notificaçõ es no endereço profissional grafado no rodapé do
instrumento procurató rio [procuraçã o anexa], vem, à presença de Vossa
Excelência, com fulcro no art. 840, caput e § 1º, da Consolidaçã o das Leis do
Trabalho, combinado com o art. 319 do NCPC, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA,
 

pelo procedimento ordiná rio, contra DAVI - ME., inscrita no nº do CNPJ, sob o


nº 00.000.000/0001-31, com domicilio na Rua Moacir, nº 000 - Jardim Residencial,
CEP 00000-000, Sorocaba/SP, com endereço eletrô nico: VA0421@GMAIL.COM,
TELEFONE (00) 00000-0000, pelos fundamentos de fato e de direito abaixo
expostos:

I. DOS FATOS E FUNDAMENTOS


1. Contrato de Trabalho
A reclamante foi ADMITIDApara trabalhar para a reclamada
em 06/03/2013, para laborar de segundaà sábado, na funçã o de auxiliar
de serviços gerais, no horá rio das 07h00min às 17h00min, com uma hora
de intervalo para refeiçã o, e aos sá bados das 07h00min à s 13h00min, tendo
como salá rio R$ 1.037,83[1] (um mil trinta e sete reais e oitenta e três
centavos).

 
Ressalte-se desde logo, que a Reclamada passou a atrasar
injustificadamente, os salá rios da obreira, perfazendo um total de 03 (três) meses
de atrasos nos pagamentos, compelindo assim, a Reclamante a pedir demissã o.

2. DO SALÁ RIO ATRASADO - RESCISÃ O INDIRETA - NATUREZA ALIMENTAR DO


SALÁ RIO

           

            Destarte, na esperança de haver os seus pagamentos, a obreira


em 18/03/2016, efetivamente assinou pedido de demissã o, acreditando que o
empregador efetuaria seus pagamentos. Contudo, até a presente data NÃ O houve
qualquer pagamento das verbas rescisó rias, bem como dos seus salá rios atrasados.

            Assim, as verbas rescisó rias nã o foram pagas no término do contrato de


trabalho.

            É o caso, portanto, de reversã o do pedido de demissã o para RESCISÃ O


INDIRETA, uma vez que o atraso no pagamento de salá rios por três meses
possibilita a rescisã o indireta do contrato de trabalho por culpa do
empregador. Inteligência do art. 483, alínea "d", da CLT, que garante a RESCISÃ O
INDIRETA quando o empregador nã o cumprir as obrigaçõ es do contrato.

Para aquilatar o que se pretende, baseia-se a Reclamante no prazo de três meses


estipulado no pará grafo 1º do art. 2º do decreto-lei 368/68, senã o vejamos:

"§ 1º - Considera-se mora contumaz o atraso ou sonegaçã o


de salá rios devidos aos empregados, por período igual ou
superior a 3 (três) meses, sem motivo grave e relevante,
excluídas as causas pertinentes ao risco do
empreendimento."
 

            Além do mais, nã o é necessá rio que o atraso se dê por três meses para que se
justifique RESCISÃ O INDIRETA do contrato de trabalho.

            Vez que o período de três meses é considerado extremamente longo diante


da NATUREZA ALIMENTAR do salá rio.

Destarte, Excelência, nã o ser crível que um empregado "tenha que aguardar


pacificamente mais de noventa dias para receber a contraprestação pecuniária pelo
trabalho já realizado".

Logo, no caso em tela o atraso, nã o foi meramente eventual, caracteriza,


portanto, inadimplemento das obrigaçõ es contratuais e justifica o fim do contrato
por ato culposo do empregador. O que fica desde logo Requerido.

3. DA CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO - DIFERENÇAS SALARIAIS

(11,63%)

Em 01 de janeiro de 2.015, houve um o reajuste salarial da categoria


da obreira, no importante de 11,63% (onze inteiros e sessenta e três
centésimos por cento), que tinha como base de aplicaçã o os salá rios
vigentes em 31/12/2014, sendo certo que nã o fora implantado tal reajuste à
reclamante, oportunidade em roga a este D. juízo a obrigar a reclamada e
repassar a autora estes valores, com reflexos nas horas extras, repouso
remunerado, férias, 13º salá rio e FGTS. Tudo isto nos termos da CCT2015,
que a esta passa integrar[2].

4. Multa do Artigo 477 da CLT


            As verbas rescisó rias nã o foram pagas até a presente data. O art. 477, § 6º, da
CLT, estabelece que quando o aviso prévio é indenizado, as verbas rescisó rias
devem ser pagas em até dez dias apó s o término do contrato.

            Diante da violaçã o do prazo legal para o pagamento dos títulos rescisó rios, a
Reclamante faz jus ao pagamento da multa à base de um salá rio normal.

4. Da falta de depósito do Fundo de Garantia do


Tempo de Serviço – FGTS
Verifica-se, conforme documentaçã o anexa que o empregador ficam
nã o cumpriu com a obrigaçã o de efetuar os depó sitos, em conta bancá ria
vinculada, a importâ ncia correspondente a 8% da remuneraçã o paga ou
devida, à obreira, incluídas na remuneraçã o as parcelas de que tratam os
artigos 457 e 458 da CLT (comissõ es, gorjetas, gratificaçõ es, etc.) e a
gratificaçã o de Natal a que se refere a Lei 4.090/1962, com as modificaçõ es
da Lei 4.749/1965.

É cediço que o empregador que nã o realiza o depó sito mensal na data


estabelecida pela lei e nem presta as informaçõ es necessá rias aos ó rgã os
competentes fica sujeito à s penalidades prevista na legislaçã o do sistema do
FGTS.

Assim, como a empresa nã o recolheu o FGTS regularmente, deverá   a


recolher o FGTS dos meses faltantes a ser apurado em calculo especifico com
custa a ser suportados pela Ré, com a devida correçã o monetá ria, além do
pagamento da multa (GRF) sobre o total recolhido normalmente mais o
recolhido em atraso.

 
Pois, a Reclamante nã o pode ser prejudicada quando o empregador
deixa de cumprir com sua obrigaçã o legal, uma vez que este já conhece os
seus riscos e nã o há como penalisar o empregado por uma falta do
empregador.

É crível, portanto, que esta comprove os recolhimentos fundiá rios, sob


pena de pagamento da indenizaçã o equivalente.

6. Gratuidade Judiciá ria

                                               A assistência judiciá ria engloba o teor da justiça gratuita,


como bem aponta Valentin Carrion, in verbis:

“Assistência judiciá ria é o benefício concedido ao


necessitado de, gratuitamente, movimentar o processo e
utilizar os serviços profissionais de advogado e dos demais
auxiliares da Justiça, inclusive os peritos. Assistência
judiciá ria é o gênero e justiça gratuita a espécie; esta é a
isençã o de emolumentos dos serventuá rios, custas e taxas”
(Comentá rios à Consolidaçã o das Leis do Trabalho. 25. ed.
Sã o Paulo, Saraiva, 2000, p. 577).

                                        A justiça gratuita pode ser reconhecida em qualquer fase


processual (OJ 269, SDI-I) (art. 99, NCPC).

                                        De acordo com a Lei 7.115/83, no seu art. 1º, caput, a


declaraçã o pode ser firmada pelo pró prio interessado ou por procurador bastante
(OJs 304 e 331, SDI-I) (art. 105, NCPC).                                   

 
                                                  A Reclamante é pessoa humilde, nã o estando em
condiçõ es de arcar com as despesas processuais, portanto, requer a concessã o dos
benefícios da justiça gratuita (art. 5º, LXXIV, CF; art. 14 e seguintes, Lei 5.584/70;
Lei 7.115/83; art. 98, NCPC).

                                                  A declaraçã o de pobreza (doc. 02) atende ao disposto na


legislaçã o.

III.   PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, espera o regular processamento da presente


reclamaçã o trabalhista, com a citaçã o da Reclamada no endereço indicado,
para que compareça em Juízo, em audiência designada por Vossa Excelência
e apresente sua defesa em audiência sob pena de incorrer nos efeitos da
revelia.

O Reclamante espera a procedência dos pedidos para condenar a


Reclamada ao pagamento:

a) A reversão do pedido de demissão para RESCISÃ O INDIRETA, uma


vez que o atraso no pagamento de salá rios por três meses possibilita a rescisã o
indireta do contrato de trabalho por culpa do empregador. Inteligência do art.
483, alínea "d", da CLT   

b) reflexo das férias, abono de férias, 13º salá rio, domingos e feriados
e aviso prévio;

c)        de FGTS + 40% sobre (13º salá rio, DSR e feriados e no aviso
prévio);

d)        de multa do art. 477 da CLT;


 

e) Liberaçã o das guias do seguro desemprego, sob pena de incidência


da indenizaçã o substitutiva prevista na Sú mula 389 do TST;

f) a comprovaçã o dos recolhimentos fundiá rios pela Reclamada, sob


pena de pagamento da indenizaçã o equivalente;

g) o fornecimento das guias do seguro-desemprego, sob pena de


pagar a quantia equivalente ao benefício prejudicado.

Outrossim, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento de


honorá rios advocatícios, bem como de despesas e custas processuais.

Requer-se a concessã o dos benefícios da assistência judiciá ria.


Pretende-se provar o alegado por todos os meios em Direito permitidos (art.
5º, LVI, CF) (documentos, testemunhas, vistorias etc.), em especial, para o
depoimento da Reclamada, sob pena de confissã o (Sú m. 74, TST).

Dá -se à causa o valor de R$ ________ (_______________).

Termos em que,

Pede deferimento.

Sorocaba/SP, 18 de Julho de 2022.


 

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Advogado – OAB/SP

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