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Inicial trabalhista

AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE ...

(NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA), nacionalidade, estado civil


(ou a existência de união estável), profissão, portador da carteira de
identidade n° …., expedida pelo …, inscrito no CPF/MF sob n° …, endereço
eletrônico, residente e domiciliado na ... qualificar conforme (artigo 319 do
CPC), por intermédio de seu advogado in fine, com escritório estabelecido
em..., onde recebe as notificações e intimações de praxe, vem respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 840, §1°, da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, e 319 do Código de Processo Civil -
CPC (ver se pode cumular com outros artigos) propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA,
(Colocar o Rito)

em face de OU em desfavor da Empresa (qualificar) pelos motivos que passa a


expor:

Da Justiça Gratuita
 Com a reforma trabalhista = artigo 790 da CLT
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais
do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício,
o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e
instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.

OU

§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar


insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.
Conforme será abordado a seguir a última remuneração da reclamante
totalizou R$ .... cabendo destacar que, no momento encontra-se
desempregada, conforme declaração e extratos bancários em anexo, não
possuindo, no momento, qualquer fonte de renda.

Dessa forma, requer aplicação do art. 790, § 3º ou § 4º da CLT (ver qual será
aplicado), tendo em vista que a reclamante percebia salário inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, e que no momento encontra-se desempregada, merece ser
concedido, de plano, o benefício da Justiça Gratuita, dispensando a mesma do
recolhimento de custas, honorários periciais, honorários advocatícios à parte
contrária, em caso de sucumbência, e emolumentos.

DOS FATOS

I- Dia da admissão, função que exercia e remuneração (percebia)


II- Jornada no pacto laboral
III- Demissão e direitos não recebidos e recebidos

DO DIREITO
Elaborar a redação jurídica para cada tópico do direito pleiteado. Narração
fática + fundamentação legal = conclusão imperativa. Exemplos:

 Aviso prévio indenizado art. 487, § 1°, da CLT – Lei 12.506/11, art.

 Férias não gozadas pagas em dobro, art. 146 da CLT
 Férias simples todas acrescidas de 1/3, art. 7, XVII, da CF/88, art.
134, da CLT;
 Férias proporcionais, artigo 146 CLT
 13° salário e proporcionais - ano corrente – art. 7, VIII, da CF
 Horas extras acrescidas de 50% por x horas diárias, bem como,
reflexos e integrações em DSR`s e feriados, bem como as suas
repercussões em aviso prévio, férias, 13°s, depósito do FGTS e
multa de 40% dos depósitos.

DOS PEDIDOS
Diante do exposto acima, requer pela procedência dos pedidos e ainda, que a
reclamada seja condenada a pagar ao reclamante:
Observar se não há um pedido inicial antes de pleitear a condenação, como
por exemplo, que seja decretada a rescisão indireta. Exemplos:

 Aviso prévio proporcional indenizado e sua projeção nas demais


verbas.
 Férias vencidas pagas em dobro (colocar período)
 Férias simples (colocar período)
 Férias proporcionais acrescidas de 1/3 (colocar período)
 Multa do artigo 467 caso haja controvérsias sobre o montante da
Verba R. e o empregado não saque a data do comparecimento a
justiça do trabalho
 Multa do art. 477, §8º CLT, ver data do termo de rescisão 10 dias.
 Horas extras acrescidas de 50% por x horas diárias, bem como,
reflexos e integrações em DSR`s e feriados, bem como as suas
repercussões em aviso prévio, férias, 13°s, depósito do FGTS e
multa de 40% dos depósitos.

DOS REQUERIMENTOS: Ver os requerimentos que vão se encaixar


na sua peça processual

A) A notificação da Reclamada para que compareça em audiência a


ser designada por V. Exa sob pena de confissão e revelia.

B) A concessão da gratuidade de Justiça com base no artigo 790, §


3° da CLT ou §4°.

C) D) seja o reclamado compelido a juntar aos Autos, Guias de


Recolhimento Mensal e Relação de Empregados do FGTS, para comprovação
dos recolhimentos efetuados, demonstrativos de pagamento, relativos ao
período de vigência do Contrato de Trabalho, nos termos dos artigos 355 e 359
do CPC.

E) Seja expedidos ofícios ao DRT, CEF, INSS, Conselho Curador do


FGTS e Ministério Público para apuração das irregularidades cometidas pela
reclamada para que sejam tomadas as providencias cabíveis.(QUANDO
DEIXAR DE REGISTRAR NA CTPS art. 29,§ 2°e 3°da CLT)

F) Recolhimentos das contribuições previdenciárias, sem qualquer


desconto pelo período de XXXX até o final de sua estabilidade provisória bem
como, instaurar o processo de anotação na CTPS;( VER SE A QUESTÃO SE
REFERE A EMPREGADO ESTÁVEL)

G) Recolhimento do imposto de renda, a cargo exclusivo do reclamado,


observada a retenção que acaso couber, mês a mês, com as deduções e
isenções legais;
H) Notificação a DRT, INSS, CEF e Conselho Curador do FGTS para
que sejam tomadas as providencias cabíveis.( deixar de anotar art. 29,§ 2° e
3°).
I)Liberação das guias para o recebimento do FGTS e seguro
desemprego sob pena de indenização substitutiva.
j) A condenação da Reclamada ao pagamento de custas judiciais e
honorários advocatícios de 15% sobre o valor bruto da condenação, conforme
determina o artigo 791-A, da CLT.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidas, notadamente pelo depoimento do representante legal da Reclamada
sob pena de confissão, prova testemunhal, juntada de novos documentos,
perícias, vistorias, etc.( artigos 369 e seguintes do NCPC)

Dar-se à Causa o valor de R$ liquidar os valores se a questão


estiver requerendo..

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local...data...

Advogado...
OAB/...nº...

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a


qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o
pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e
a assinatura do reclamante ou de seu representante.
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e
assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no
§ 1º deste artigo.
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão
julgados extintos sem resolução do mérito.

Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo,
para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
§ 1º - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu
recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que
publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo
anterior.
§ 3º Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o
consentimento do reclamado, desistir da ação.

Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,


independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato
de sua categoria.

§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha
conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao
empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à
mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o
não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
§ 1º Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova
audiência.
§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas
calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita,
salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente
justificável.
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a propositura de nova demanda.
§ 4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
I – havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos.
§ 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a contestação
e os documentos eventualmente apresentados.

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento
sumaríssimo.     

PROCEDIMENTO SUMÁRIO LEI  5584/70

Rito sumário é o procedimento previsto na Lei nº 5584/70, para ações cujo valor da causa
não exceda a 2 salários mínimos (art. 2º, §§ 3º e 4º). Também é conhecido como rito de
alçada.      
      
Cuidados com a Litigância de má fé

O princípio da lealdade processual e boa-fé deve vigorar plenamente em qualquer atuação


processual, exigindo dos litigantes o respeito aos deveres impostos pelo artigo 80 do
Código de Processo Civil.

Ao sedimentar tais princípios, o novo CPC dispõe em seus artigos 5º e 79º o principio da
boa-fé deve ser obedecido por todos que fazem partes do processo:

“Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo
com a boa-fé.”
“Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.”

No mesmo sentido, a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) previu a preocupação com a boa
fé nos artigos 793-A a 793-D de forma semelhante ao CPC:

‘Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.’
‘Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar
multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do
valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a
arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

As mudanças legislativas objetivam cumprir um papel importante na busca pela lealdade


processual, inclusive na celeridade no trâmite dos processos.

Apesar de predominar o entendimento de que "A pena por litigância de má-fé deve ser
aplicada à parte, e não ao seu advogado, nos termos dos arts. 14 e 16 do Código de Processo
Civil.”

Sempre subsiste o risco de uma penalidade regressiva ao Advogado em ação própria:

RECURSO ORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DE ADVOGADO. LITIGÂNCIA DE


MÁ-FÉ. Exclui-se da condenação a responsabilidade solidária de advogado pelo pagamento
da multa por litigância de má-fé, uma vez que esta sujeita-se à observância do devido
processo legal, em ação própria. Recurso provido parcialmente. (TRT-1 - RO:
00111433720155010024 RJ, Data de Julgamento: 23/08/2016, Nona Turma, Data de
Publicação: 12/09/2016)
Para mitigar riscos como estes, é crucial extrair do cliente o máximo de informações,
especialmente aquelas que fragilizam o pleito, pois surpresas na fase instrutória, além de
comprometer o processo, podem colocar em cheque a ética do profissional e gerar um
grande prejuízo ao Reclamante.

Noções complementares

Algumas modificações foram feitas pelo novo CPC em relação à petição inicial. Em
primeiro lugar, modificou-se os dados que devem ser listados pelo autor na inicial,
tanto em relação à sua qualificação, quanto em relação à qualificação do réu. O Novo
CPC acrescentou mais informações que o CPC de 1973. Perceba como ficou a nova
redação da lei, com o acréscimo de informações:

CPC 1973 NCPC


Art. 282. A petição inicial
Art. 319.  A petição inicial indicará:
indicará:
I – o juízo a que é dirigida;
I – o juiz ou tribunal, a que
é dirigida; II – os nomes, os prenomes, o estado civil,a existência de
união estável, a profissão, o número no cadastro de
II – os nomes, prenomes,
pessoas físicas ou no cadastro nacional de pessoas
estado civil, profissão,
jurídicas, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência
domicílio e residência do
do autor e do réu;
autor e do réu;

Entretanto, a prática forense demonstra que no mais das vezes não é possível recolher
todas as informações relativas ao réu. As informações do autor são totalmente
acessíveis ao seu advogado. Já em relação ao réu, não há a possibilidade de sabê-las. O
NCPC, já prevendo essa situação, criou um sistema para que o Advogado do autor
solicite ao juiz essas informações, estabelecendo que, o autor poderá pedir ao juiz que
promova os atos necessários para descobrir as informações relativas ao réu. Veja:

CPC 1973 NCPC


Não h᧠1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o
paralelo autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua
obtenção.
§ 2ºA petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3ºA petição inicial não será indeferida, pelo não atendimento ao disposto
no inciso II deste artigo, se a obtenção de tais informações tornar
impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.

Perceba que, caso o juiz julgue que a obtenção das informações seja de difícil acesso
ou tornarem extremamente oneroso o processo, não poderá haver o indeferimento da
inicial.
Outra questão que foi modificada no NCPC é o prazo de emenda da inicial. No CPC de
1973 o prazo seria de 10 dias, conforme art. 284. Já no NCPC o prazo de emenda da
inicial será de 15 dias, conforme art. 319 do NCPC. Uma questão interessante é que o
novo Código determinou que o juiz dissesse precisamente o que deve ser emendado
na inicial. Atualmente, muitos juízes determinam a emenda da petição sem determinar
o que deve ser emendado, o que dificulta bastante o trabalho dos Advogados. Perceba
como ficou:

PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE.

Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição
inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não
preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15
(quinze dias), mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer
(art. 321 do CPC de 2015).

CPC 1973 NCPC


Art. 284. Verificando o juiz que a petição
Art. 321.  Verificando o juiz que a petição
inicial não preenche os requisitos
inicial não preenche os requisitos dos arts.
exigidos nos arts. 282 e 283, ou que
319 e 320 ou que apresenta defeitos e
apresenta defeitos e irregularidades
irregularidades capazes de dificultar o
capazes de dificultar o julgamento de
julgamento de mérito, determinará que o
mérito, determinará que o autor a
autor, no prazo de quinze dias, a emende ou a
emende, ou a complete, no prazo de 10
complete, indicando com precisão o que deve
(dez) dias.
ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a
a diligência, o juiz indeferirá a petição
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
inicial.

Por fim, o autor deverá manifestar na inicial se deseja ou não realizar a audiência de
conciliação inicial. Esta questão foi inserida como requisito da inicial.

CPC 1973 NCPC


Art. 319.  A petição inicial indicará:
Não háVII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação
paralelo ou de mediação

Uma petição inicial no Novo CPC, mantém praticamente os mesmos requisitos, do


atual art. 282, conforme a previsão do artigo 319, a saber:
Art. 319. A petição inicial indicará:
I – o juízo a que é dirigida;
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.
Temos assim, apenas duas alterações introduzidas no pedido inicial , com dois
acréscimos, conforme segue:
 II – qualificação (união estável) e endereço eletrônico;

 VI – a opção do autor pela realização ou não da audiência de conciliação ou


mediação.

Possibilidade da emenda da petição inicial


Se o pedido inicial não preencher os requisitos dos arts. 319 e 320, com a juntada dos
documentos indispensáveis à propositura da ação, ou se forem constatados defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento do mérito, o juiz intimará o autor,
para que no prazo de 15 dias emende a inicial ou a complete, sob pena de
indeferimento, conforme o artigo 321
Peculiaridades do pedido inicial
Destacamos algumas inovações trazidas no Novo CPC, relacionadas ao pedido inicial
do autor, a saber:

Como se vê, há duas alterações significativas nos incisos do art. 319 do Novo CPC,
vejamos:

 Art. 319, II – a qualificação agora exige expressamente que o autor afirme


se há união estável, além de ser exigido o endereço eletrônico;

 Art. 319, VI – Atualmente, a audiência prévia de conciliação ou mediação é


obrigatória e uma das poucas hipóteses em que pode ser afastada é
justamente quando as partes (ambas) afirmam que não tem interesse na
autocomposição. A opção do autor, assim, não afasta a audiência, apenas
dá ao réu a opção de também manifestar-se neste sentido (caso em que,
concordando com o autor, a audiência será afastada). Destaco que o autor
só precisa dizer que não quer, pois a necessidade da audiência é
presumida.

 Não há mais exigência expressa de pedido de citação do réu, entendo que


tal deveria realmente ser suprimido, uma vez que proposta a ação contra o
réu, é absolutamente nítido o desejo do autor de citação daquela parte
(previsão anterior no art. 282, VII do CPC Velho).

 Entendo que o direito do autor de requerer a não realização da audiência


pode ser manifestado – por aditamento à petição inicial – até a expedição
da citação do réu.

 Além disso, se houver uma negociação entre autor e réu antes do prazo (a
meu ver decadencial) para requerer a desistência da audiência (10 dias), o
juiz também poderá dispensá-la com base na liberdade das partes (negócio
jurídico processual), conforme permissivo do art. 190 do Novo CPC.

 Segundo o artigo 322, § 1º, no PEDIDO PRINCIPAL, estão compreendidos os


juros legais, correção monetária, verbas de sucumbência, inclusive os
honorários advocatícios.

 Se o pedido inicial tratar de CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES em PRESTAÇÕES


SUCESSIVAS, independente de declaração expressa do autor, serão
automaticamente incluídas na sentença, se o devedor não pagá-las no curso do
processo ou consigná-las, conforme a previsão do artigo 323.

 Sendo acolhido o pedido inicial, o juiz determinará a citação do réu para


AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO ou de MEDIAÇÃO com antecedência mínima de
30 dias, devendo o réu ser citado pelo menos com 20 dias de antecedência da
audiência, nos termos do artigo 334.

 A audiência preliminar será presidida por CONCILIADOR ou MEDIADOR, onde


houver ( § 1º, art. 334), tendo a possibilidade de mais de uma sessão de
conciliação ou mediação, não excedente 60 dias à primeira (§ 2º, art. 334).

Dispensa da audiência de conciliação ou mediação


O Novo CPC prevê para as ações que versem sobre direitos disponíveis, a realização da
audiência de conciliação e mediação, podendo no entanto, ocorrer a dispensa de tal
audiência, se ambas as partes manifestarem expressamente desinteresse na
COMPOSIÇÃO CONSENSUAL (§ 4º, art. 334). Já na Justiça do Trabalho a conciliação é
obrigatória!!!!!
Hipóteses do Indeferimento da petição inicial
Segundo o Novo CPC, o indeferimento da petição inicial poderá ocorrer, na forma do
artigo 330, que prevê:
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I – for inepta;
II – a parte for manifestamente ilegítima;
III – o autor carecer de interesse processual;
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
O § 1º, do artigo 330 relaciona os casos em que será considerada inépta a petição
inicial:
“Art. 330…
§ 1º. Considera-se inepta a petição inicial quando:
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o
pedido genérico;
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si”.
Recurso cabível contra o indeferimento do pedido inicial
Ocorrendo o indeferimento do pedido inicial, o autor poderá recorrer, conforme o
artigo 331, através do recurso adequado, de APELAÇÃO, com as seguintes
possibilidades:
 Juiz poderá retratar-se no prazo de 5 dias (no atual CPC o prazo é de 48h).

 Se o juiz não se retratar, mandará citar o réu para responder o recurso –


CONTRARRAZÕES – art. 331, § 1º.

Improcedência liminar do pedido inicial


Segundo o artigo 332, nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido
que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
O juiz pode julgar liminarmente ainda o improcedente o pedido, se verificar a
decadência ou a prescrição.
Extinto o processo por decisão de improcedência liminar, o autor poderá também
interpor recurso de APELAÇÃO, podendo neste caso ocorrer as seguintes hipóteses:
 o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias;
 se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a
citação do réu;
 se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

ÔNUS DA PROVA

Por fim, destaca-se outro ponto que afeta diretamente a elaboração da Reclamação
Trabalhista, a previsão já disposta no CPC/15 sobre o ônus da prova:

Art. 818. O ônus da prova incumbe:


I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do reclamante.
Todavia, nos termos do § 1º do referido artigo, tem-se a possibilidade de se requerer a
inversão do ônus da prova, desde que demonstrada a inviabilidade ou desequilíbrio entre
as partes na obtenção de algumas provas:

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à


impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo
ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

Assim, diante de algumas circunstâncias, o Reclamante deve solicitar expressamente a


inversão do ônus da prova, evidenciando os motivos do desequilíbrio na obtenção das
provas necessárias.

Para ver um modelo de petição inicial de Reclamação Trabalhista com estas alterações,
clique aqui. Veja também como ficou a Contestação após a Reforma Trabalhista - modelo
aqui.

Há notícias de que estão por vir alterações à Lei 13.467/17 publicada, repercutindo em
novas análises sobre os impactos nos pedidos, sobre o direito adquirido e sobre eficácia
nas relações jurídicas vigentes.

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