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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO

TRABALHO DA XX VARA DO TRABALHO DE SÃO LUÍS/MA

PABLO,Brasileiro,casado,gerente administrativo , portador do CPF xxxxx


e do RG n°xxxxx (SSP/xx), portador da CTPS xxxxx, PIS/PASEP n°xxxx,
residente e domiciliado na Rua xxxxx, nº.xx, Bairro: xxxxxxx, cidade-
estado, CEP xxxxxx,por seu advogado abaixo assinado (com procuração
anexa), com escritório no endereço: xxxx, onde recebe todas as
notificações e citações sob pena de nulidade, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 840 da CLT c/c 300 do
CPC, ajuizar a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA C/C TUTELA DE URGÊNCIA-


LIMINAR

pelo rito sumaríssimo,em face da Construtora Indiana,pessoa jurídica de


direito Privado,inscrita no CNPJ sob o n° XXX, estabelecida e sediada no
endereço: Rua: XXXX, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

I-Dos fatos

Pablo trabalhou para a Construtora Indiana no período de 30/3/2018 a


28/2/2022 na função de gerente administrativo, em que recebia como
salário R$4.000,00 (quatro mil reais). Pablo foi demitido sem justa causa,
com aviso trabalhado, na data acima mencionada e nada recebeu até a
data de hoje. Também não sacou o saldo do FGTS, apesar de ter visto
que a empresa pagou a indenização e todos os meses de trabalho.

DA JUSTIÇA GRATUITA

A Reforma Trabalhista, ao alterar o Art. 790 da CLT, trouxe


expressamente o cabimento do benefício à gratuidade de justiça ao
dispor:
Art. 790 (...) § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte
que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas
do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).

ll-Dos direitos

ll.l-Da Demissão por justa causa

Ainda que a possibilidade da despedida por justa causa decorra do poder


disciplinar do empregador que, por sua vez, tem fundamento nos
poderes de mando e gestão a ele inerentes, também há que se impor
limite a esse poder, pois o tratamento do empregado com rigor excessivo
é rechaçado pelo ordenamento jurídico. Isso porque, a justa causa
representa punição extrema ao empregado que é privado de
praticamente todos os direitos resultantes da dispensa. Segundo a
alegação do Reclamante, ele foi  sem justa causa, com aviso
trabalhado. De acordo com o Art. 479, todavia, os contratos que
tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa,
despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe indenização. Deste
modo, caso o empregado não tenha executado nenhum dos requisitos
abrangidos pelo art. 482 da CLT, fica claro a falta grave por parte do
empregador ao demitir o seu trabalhador sem nem mesmo cumprir
devidamente com a norma vigente.

ll.ll-DA RESCISÃO INDIRETA

A rescisão indireta é direito do empregado sempre que diante das


circunstâncias legais previstas na CLT:

Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e


pleitear a devida indenização quando:

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a


rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas
indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do
processo.(Incluído pela Lei nº 4.825, de 5.11.1965) (grifo nosso).

ll.lll-NO FGTS E DA MULTA DOS 40%

O FGTS (Fundo de Garantia por tempo de serviço) funciona como


uma garantia ao trabalhador que após o rompimento do contrato de
trabalho, esteja este amparado por um valor que lhe preserve a
subsistente até, novamente, estar inserido no mercado de trabalho.
Dessa forma, entende-se que sua importância vai além de uma
obrigação legal, mas reflete, também, na dignidade do trabalhador que
cumpriu devidamente com suas obrigações na relação de trabalho.
Ademais, essa garantia tem previsão no art.7°, III, da CF,
trazendo ao empregador a obrigação de efetuar seu correto e
tempestivo recolhimento, de modo a possibilitar ao empregado, em
caso de necessidade, o recebimento dos valores depositados. Assim,
observa-se que uma vez que a parte ré negou ao autor o seu direito
líquido e certo ao saque do FGTS, após a rescisão do contrato de
serviço, infringiu direito garantido pela constituição. 
Desse modo, cabe destacar que o empregado teria direito à
multa de 40% sobre o valor do fundo de garantia, pois de acordo com
os fatos, o Reclamante foi dispensado injustamente, e no presente
caso, a Reclamada não realizou o pagamento da multa de 40%
durante o período laborativo do empregado.

é necessário ressaltar novamente que, o reclamante teve seu contrato de


trabalho interrompido de maneira indireta, sendo que nesta modalidade,
são devidas as penalidades sobre o valor depositado sobre o referido
fundo, não inferiores a 40% (quarenta por cento), como determina o § 1º
do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, vejamos:

Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do


empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do
trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao
mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido
recolhido, sem prejuízo das cominações legais.

§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,


depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância
igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados
na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,
atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.

Sendo assim, requer que o ora reclamado seja condenado a realizar o


pagamento referente as diferenças dos depósitos do FGTS do
reclamante, corrigidos com juros, além da multa de 40% do FGTS, por
motivo da rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, o qual
chegam aos valores de no mínimo R$ xxxxx c/ multa do art. 467 da CLT-
R$ xxxx;

ll.lV-DO AVISO PRÉVIO


Adiante, graças a rescisão do contrato de trabalho ter ocorrido pela via
indireta, como será declarado por vossa excelência, far-se-á direito do
empregado a indenização inerente ao período de aviso prévio pela
ruptura contratual.

Isso porque, o reclamante já realizava suas atividades a mais de xx anos


em prol da presente reclamada, tempo esse suficiente para garantir ao
trabalhador a indenização pela rescisão do seu vínculo empregatício
proporcional a xx dias (30 dias + xxx dias) de acordo com o art. 1° e § 1°
da Lei 12.506/11com a projeção para o término em 18/09/2021 para fins
de cálculos trabalhistas e previdenciários.
Como determina o art. 487, § 4º da CLT, é devido ao empregado o aviso
prévio respectivo em caso de rescisão indireta do vínculo empregatício,
vejamos:

Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo,
quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a
antecedência mínima de:
§ 4º - É devido o aviso prévio na despedida indireta

Pois bem, como já se demonstra amplamente clara a falta grave


cometida pela ora reclamada, o reconhecimento da rescisão indireta do
contrato de trabalho faz-se necessário, e consequentemente a
condenação da reclamada ao pagamento do aviso prévio proporcional ao
período trabalhado pelo obreiro.

Sendo assim, requer o reclamante o reconhecimento da rescisão indireta


do contrato de trabalho, com base na mora demonstrada, com a
consequente condenação do reclamado ao pagamento do seu aviso
prévio indenizado não inferior ao valor de R$ xxxxx c/ multa do art. 467
da CLT- R$ xxxx.

lll-DA TUTELA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECIPADO – DA


LIBERAÇÃO DO FGTS E SEGURO DESEMPREGO.

Nestes casos, o código de processo civil, aplicado subsidiariamente ao


processo trabalhista, pela inteligência do art. 769 da CLT, prevê que:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos


que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após


justificação prévia.

Isto posto, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza


conduta irreversível, não conferindo nenhum dano ao Reclamado, sendo
devida a concessão da tutela de urgência aqui pleiteada, visto que no
transcurso da presente, nota-se mais do que evidente o preenchimento
dos dois requisitos necessários para a concessão da tutela de urgência,
o fumus boni iuris e o periculum in mora.

Tal alegação lastreasse nas seguintes afirmativas: o fumus boni iuris, ou


a fumaça do bom direito, é nítida, cristalina, ao momento que, pelas
provas documentais e extratos de FGTS do reclamante trazido à baila
processual, fica nítida a ausência de pagamento das obrigações
contratuais da empresa perante obreiro, ocasionando assim uma ruptura
contratual indireta pelo empregador, como prevê o art. 483 da CLT.

DO SEGURO-DESEMPREGO

Em 2015, com o objetivo de cortar despesas e aumentar


significativamente a arrecadação mediante o cenário de recessão
econômica, o Governo Federal propôs novas regras do seguro-
desemprego as quais se aplicam ao Reclamante no presente caso, é
fundamental que o obreiro:

1. Seja demitido sem justa causa;

2. Comprove vínculo empregatício por, no mínimo, seis meses para


requerer pela terceira vez, com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada;

3. Esteja configurado um intervalo de 16 meses entre a solicitação de um


e outro Seguro Desemprego;

4. Não estar usufruindo de nenhum tipo de auxílio-desemprego, exceto o


auxílio-acidente e a pensão por morte;

5. Não possuir nenhuma renda que seja capaz de sustentar a si e a sua


família.

III.I-HONORÁRIOS SUCUMBÊNCIAIS

Ademais, tendo em vista que, ocorreu a necessidade da parte


reclamante buscar auxilio dessa casa de justiça especializada, para a
obtenção do pagamento das verbas rescisórias do obreiro, e para isso
necessitou da assessoria do ora profissional que redige essa peça, nada
mais justo que, a reclamada seja condenada ao pagamento de
honorários sucumbência.

Isso porque, conforme a reforma trabalhista realizada pela Lei nº


13.467/2017, em seu art. 791-A, prevê que:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão


devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%
(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
Ou seja, em caso de sucumbência da parte reclamada, a legislação
trabalhista pátria prevê a condenação também em honorários para o
patrono da parte reclamante, e vice-versa, entre o montante de 5 a 15
por cento da condenação liquida.

Sendo assim, requer o ora reclamante que, tendo em vista o transtorno


ocasionado pela empresa reclamada, esta seja condenada ao
pagamento de honorários advocatícios no montante de 15% do valor da
condenação.

IV-DOS PEDIDOS

Em face dos fatos acima elencados, o RECLAMANTE postula a


procedência total da ação, com acolhimento dos pedidos abaixo:

seja a RECLAMADA condenada ao pagamento das verbas contratuais e


rescisórias em audiência, quais sejam:

A)do aviso prévio indenizado R$ xxxx c/ multa do art. 467 da CLT- R$


xxx;

B)A condenação da Reclamada em indenização de multa de 40% sobre


o saldo do FGTS correspondente a todo período laborativo;
A condenação da Reclamada ao pagamento de 11/12 de férias
proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional no valor estimado de R$
4.888,89;

c) A condenação da Reclamada ao pagamento de 2/12 do 13° salário


proporcional no período de 30/02/2018 a 28/02/2022 no valor estimado
de R$ 666,67;

d) A condenação da reclamada ao pagamento da indenização devida por


parte da demissão sem justa causa do Reclamante, com base no art.479
da CLT;

e) Requer-se através do provimento judicial a condenação da Reclamada


para que rescinda o contrato de trabalho com o Reclamante, adimplindo
o pagamento de todas as verbas rescisórias devidas peça rescisão
indireta do trabalhador;

f) Citação da Reclamada para que na audiência apresente sua defesa,


sob pena de revelia e confissão e ao final ver-se condenada ao
pagamento das verbas reclamadas e demais cominações legais;

g) O pagamento de todas incontroversas em primeira audiência, sob


pena de multa de 50%, conforme dispõe o art.467 da CLT;
h) Condenação da Reclamada ao pagamento das custas e honorários
advocatícios a serem fixados em 15% sobre o valor da condenação,
conforme art.791-A da CLT;

i) A condenação da Reclamante ao pagamento de multa de 160


BTN, em concordância ao art.477, §8°, da CLT.

j) Por fim, pede que seja deferido o benefício da Justiça Gratuita, pelo
motivo do Reclamante não possuir condições de arcar com as despesas
processuais sem o prejuízo do próprio sustento ou de sua família;

k) Ao final, julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente


Reclamação, para que se faça a costumeira Justiça.

DO VALOR DA CAUSA:

Dar-se-á causa o valor de R$ 8.932,03 (oito mil e novecentos e trinta e


dois reais e três centavos).

Nestes termos, pede deferimento.

São Luís/MA, 9 de Abril de 2023.

Thiago Lenos da Silva Barros


OAB/MA XXXXXX

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