O Reclamante move ação trabalhista contra a Reclamada requerendo: (1) baixa na CTPS, (2) guias de seguro-desemprego, (3) saldo de salário, (4) aviso prévio indenizado, (5) 13o salário proporcional, (6) férias proporcionais + 1/3, (7) multa rescisória de 40%, (8) multa do art. 467 da CLT, (9) multa do art. 477 da CLT. Alega ter sido demitido sem justa causa em
O Reclamante move ação trabalhista contra a Reclamada requerendo: (1) baixa na CTPS, (2) guias de seguro-desemprego, (3) saldo de salário, (4) aviso prévio indenizado, (5) 13o salário proporcional, (6) férias proporcionais + 1/3, (7) multa rescisória de 40%, (8) multa do art. 467 da CLT, (9) multa do art. 477 da CLT. Alega ter sido demitido sem justa causa em
O Reclamante move ação trabalhista contra a Reclamada requerendo: (1) baixa na CTPS, (2) guias de seguro-desemprego, (3) saldo de salário, (4) aviso prévio indenizado, (5) 13o salário proporcional, (6) férias proporcionais + 1/3, (7) multa rescisória de 40%, (8) multa do art. 467 da CLT, (9) multa do art. 477 da CLT. Alega ter sido demitido sem justa causa em
AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE ITAJAÍ-SC
RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, office boy, portador do CPF xxx.xxx.xxx-
xx, RG xxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxx, nº xxx, apartamento xxx, bairro xxx, CEP xx.xxx-xxx, na cidade de xxx, com endereço eletrô nico: xxx, representado por seus procuradores que esta subscreve, com endereço profissional na Rua xxx, nº xxx, bairro xxx, na cidade de xxx, CEP xx.xxx-xxx, com endereço eletrô nico: xxxxx, onde recebe intimaçõ es e outros documentos judiciais pertinentes, vem, mui respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, com fulcro no art. 840, § 1º da CLT, em face de: RECLAMADA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ nº xx.xxx.xxx/xxxx-xx, com endereço na Rua xxxxx, nº xxx, bairro xxx, na cidade de xxx, CEP xx.xxx-xxx, pelos motivos de fato e de direito a seguir explanados: I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Cumpre salientar que o Poder Judiciá rio é de livre acesso para qualquer cidadã o, e diante da dificuldade financeira em que o Reclamante se encontra, o mesmo nã o possui condiçõ es de arcar com as custas processuais e honorá rios advocatícios, sem o prejuízo do pró prio sustento ou de sua família, requer a concessã o da Justiça Gratuita a seu favor, com fulcro no art. 790, § 3º da CLT e art. 98 do CPC. II – DOS FATOS O Reclamante foi contratado na data de 07/12/2015, e posteriormente dispensado verbalmente sem justa causa em 28/08/2019, sem ter cumprido o aviso prévio ou sido indenizado. Laborou como office boy para a Reclamada, percebendo um salá rio de R$ 1.285,00 reais por mês no ano de 2019. Vale ressaltar que durante todo o período laborativo o Reclamante recebia ordens apenas do cô njuge da Reclamada citada no preâ mbulo, com nome de xxxxx, na qual seria seu verdadeiro empregador de acordo com a primazia da realidade. Ocorre que, no dia 28/08/2018 durante o horá rio de trabalho, seu empregador foi até ao seu encontro para tirar satisfaçõ es a respeito dos seus serviços. Apó s isso, seu empregador o demitiu verbalmente sem justa causa, seguindo com xingamentos de baixo calã o. Ato contínuo, quando estava saindo do local, o reclamante foi violentamente agredido com empurrõ es pelo preposto do empregador, que o derrubou com a bicicleta na qual trabalhava; desta forma, o autor se viu obrigado a agir em legítima defesa de sua integridade física e entrou em luta corporal com o preposto da ré. A namorada do autor, que se encontrava pró ximo ao local, ao ver as agressõ es que o mesmo estava sofrendo passou a filmar a ocorrência, fato que irritou ainda mais o preposto da ré, que nã o gostando de estar sendo filmado, passou a agredir a namorada do autor com socos, um dos quais a atingiu no rosto e lhe causou lesõ es físicas na face. Logo apó s todo o ocorrido, o Reclamante acionou a polícia militar, registrando o devido Boletim de Ocorrência contra seu empregador, conforme segue em anexo. Portanto, apó s sua demissã o, nã o lhe foram pagas as devidas verbas rescisó rias, tampouco, dado baixa em sua CTPS, conforme dispõ e a legislaçã o trabalhista. Por fim, propor a presente reclamaçã o trabalhista é o meio necessá rio e mais seguro para o Reclamante pleitear a baixa em sua CTPS e as demais verbas rescisó rias. III – DO DIREITO 3.1 – DA BAIXA NA CTPS Conforme exposto nos fatos, o Reclamante foi contratado para trabalhar como office boy entre 07/12/2015 e 28/08/2019, sem ter sido dado baixa em sua CTPS apó s sua demissã o. Ocorre que, apó s a dispensa verbal e em decorrência da situaçã o de violência em que passou, o Reclamante nã o teve mais contato com seu empregador para dar a devida baixa em sua CTPS, o que seria um comportamento no mínimo esperado diante do iminente risco à sua integridade física. Em razã o disso, conforme dispõ e a OJ-SBDI 82 “a data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do termino do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado”, ou seja, apó s 39 dias contados a partir de 28/08/2019, data em que foi demitido, acrescidos mais 09 dias de aviso prévio referentes aos anos de 2016, 2017 e 2018. Diante do exposto, requer seja a Reclamada compelida a realizar a devida baixa na CTPS do Reclamante com data de 06/10/2019. 3.2 - DAS GUIAS DO SEGURO DESEMPREGO O seguro desemprego é um direito constitucional garantido a todo trabalhador formal dispensado sem justa causa que atingiu o tempo de serviço necessá rio. Contrariando o dispositivo legal, a Reclamada deixou de liberar as guias do seguro desemprego quando demitiu injustamente o Reclamante. Sendo assim, conforme expõ e a Sú mula 389 do TST, a Reclamada possui o dever de regularizar a situaçã o do Reclamante perante o programa de seguro desemprego, sob pena de arcar com o pagamento das parcelas devidas. Dessa forma, requer seja a Reclamada compelida a realizar a liberaçã o das guias do seguro desemprego, ou havendo recusa, seja condenada ao pagamento de uma indenizaçã o no respectivo valor. 3.3 – DO SALDO DE SALÁRIO No mês de agosto/2019, o Reclamante trabalhou até o dia 28 do respectivo mês, sendo dispensado sem justa causa e nada recebendo a título de saldo de salá rio. Ocorre que, de acordo com o art. 4º da CLT, o Reclamante faz jus ao pagamento do salá rio proporcional pelo tempo de serviço efetivo em que esteve à disposiçã o de seu empregador. Portanto, nada mais justo seria o Reclamante receber pelos seus dias trabalhados antes de sua dispensa imotivada, consolidando direito adquirido ao seu patrimô nio jurídico. Dessa forma, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento do saldo de salá rio referente a 28 dias do mês de agosto, no valor de R$ 1.200,00. 3.4 – DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO O Reclamante foi dispensado sem justa causa na data de 28/08/2019, sem ter recebido o aviso prévio ou sido indenizado. Ocorre que, de acordo com o disposto no art. 487, § 1º da CLT, a nã o concessã o do aviso prévio por parte do empregador ainda gera o direito aos salá rios correspondentes ao respectivo período, na qual integra ao seu tempo de serviço para todos os fins legais. Portanto, o Reclamante faz jus ao recebimento de 39 dias de aviso prévio indenizado, acrescentando 03 dias referentes a cada ano de serviço prestado (2016, 2017 e 2018), conforme o dispositivo legal acima exposto. Ante o exposto, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento de 39 dias de aviso prévio no valor de R$ 1.670,00, bem como, o seu reflexo no 13º salá rio e nas férias. 3.5 - DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL O Reclamante nã o recebeu as verbas relativas ao seu 13º salá rio proporcional referente ao ano de 2019 em que trabalhou para a Reclamada. Contudo, conforme expõ e o art. 7º, VII da CRFB/88, todo trabalhador urbano e rural tem direito ao recebimento do 13º salá rio com base na sua remuneraçã o integral. Dessa forma, de acordo com o dispositivo legal acima exposto, é notó rio visar que o Reclamante faz jus ao recebimento do 13º salá rio proporcional ao período laborativo de 2019. Dessa forma, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento de 9/12 do 13º salá rio proporcional no valor de R$ 963,00. 3.6 - DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 Apó s sua demissã o, o Reclamante também nã o recebeu as suas férias proporcionais ao período trabalhado no de 2019. No entanto, conforme dispõ e o art. 7º, XVII da CRFB/88 e art. 146, pará grafo ú nico da CLT, o empregado terá direito a remuneraçã o das férias proporcionais adquiridas com acréscimo de 1/3 constitucional do salá rio normal. Desse modo, o Reclamante faz jus a remuneraçã o das férias proporcionais com o adicional de 1/3 constitucional referentes ao ano de 2019 em que trabalhou para a Reclamada. Ante o exposto, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento das férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional no valor de R$ 1.281,00. 3.7 – DA MULTA DE 40% De acordo com os fatos narrados, o Reclamante foi dispensado injustamente, e no presente caso, a Reclamada nã o realizou o pagamento da multa de 40% durante o período laborativo do empregado. Contudo, em razã o da rescisã o injusta do contrato de trabalho por parte da Reclamada, deverá ser paga uma multa de 40% sobre o valor total a ser depositado a título de FGTS, conforme dispõ e o art. 18, § 1º da Lei nº 8.036 /90 c/c art. 7, I da CRFB/88. No entanto, é mister ressaltar que nã o houve o referido pagamento ao Reclamante. Dessa forma, requer a condenaçã o da Reclamada a indenizaçã o de uma multa de 40% correspondente no valor de R$ 1.850,00. 3.8 – DA MULTA DO ART. 467 DA CLT Em razã o da rescisã o do contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisó rias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá -las acrescidas de cinquenta por cento, conforme preceitua o art. 467 da CLT. O objetivo de tal dispositivo é obrigar o empregador a realizar o pagamento da parcela incontroversa das verbas rescisó rias, a fim de nã o permitir que sejam inseridas como verbas incontroversas aquelas nã o discutidas ou nã o contestadas, com o intuito de postergar o pagamento e até mesmo punir o Reclamante. Dessa forma, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento de todas as verbas incontroversas em primeira audiência, sob pena de serem acrescidas em multa de 50%, conforme dispõ e o art. 467 da CLT. 3.9 – DA MULTA DO ART. 477, § 8º DA CLT Apó s sua dispensa imotivada, o Reclamante jamais recebeu suas verbas rescisó rias. Ocorre que, de acordo com o art. 477, § 6º e 8º da CLT, a Reclamada nã o respeitou o prazo de 10 (dez) dias a contar do término do contrato de trabalho para efetuar o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisã o, bem como, ao pagamento da multa em favor do Reclamante no valor de 1 (um) mês de salá rio devidamente corrigido. Dessa forma, observa-se que a Reclamada nã o cumpriu com seus encargos trabalhistas no prazo legal, contrariando claramente o que consta na respeitosa Consolidaçã o das Leis do Trabalho. Ante o exposto, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento de uma multa equivalente a um mês de salá rio revertida em favor do Reclamante, no valor de R$ 1.285,00. 4.0 – DO DANO MORAL De acordo com o art. 114, VI, da Carta Magna, a Justiça do Trabalho também é competente para julgar as açõ es com pedido de indenizaçã o por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relaçã o de trabalho. O dano moral caracteriza-se como a ofensa ou violaçã o dos bens de ordem moral de uma pessoa, tais sejam o que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua saú de (mental ou física), à sua imagem. No caso em tela, é possível perceber facilmente a caracterizaçã o do dano moral quando seu empregador proferiu uma série de ofensas, atingindo sua dignidade e honra com palavras de baixo calã o e também sua integridade física apó s o agredir, conforme relata o Boletim de Ocorrência em anexo. Como pode ser notado de acordo com os fatos expostos, os eventos que ensejaram a presente reclamaçã o trabalhista foram mais do que suficientes para abalar psicologicamente o Reclamante. Nota-se que, através desse evento traumatizante o Reclamante se sentiu extremamente desvalorizado pelo seu trabalho, na qual sempre buscou exercer seus serviços com a devida dedicaçã o e honestidade em todo tempo que trabalhou para a Reclamada. No entanto, Excelência, sua recompensa foram as atitudes desrespeitosas e também inaceitá veis por parte do seu empregador. Destarte, como se pode notar, houve claramente um total desrespeito à integridade física do Reclamante, bem como a sua imagem e dignidade, haja vista uma série de ofensas proferidas à sua pessoa. Nesse sentido, o obreiro clama pela condenaçã o da Reclamada ao pagamento de uma indenizaçã o à título de danos morais, com base nos fatos narrados. Dessa forma, requer a condenaçã o da Reclamada ao pagamento de uma indenizaçã o à título de danos morais no valor de R$30.000,00. IV – DOS PEDIDOS Assim, diante do exposto, vem mui respeitosamente à presença de V. Exa. para requerer: a) Preliminarmente seja deferido o benefício da Assistência Judiciá ria Gratuita, pelo fato de o Reclamante nã o possuir condiçõ es de custear o pró prio processo, sem prejuízo do pró prio sustendo ou de sua família; b) Citaçã o da Reclamada para querendo, na audiência que Vossa Excelência designar, apresentar defesa, sob pena de revelia e confissã o e ao final ver-se condenada ao pagamento das verbas reclamadas e demais cominaçõ es legais; c) Requer seja a Reclamada compelida a realizar a devida baixa na CTPS do Reclamante, com data de 06/10/2019, bem como, a liberaçã o das guias do seguro desemprego; d) A entrega da guia destinada ao FGTS, sob pena de pagamento de indenizaçã o do valor correspondente; e) A entrega da guia CD destinada ao seguro desemprego, sob pena de pagamento de indenizaçã o no valor correspondente; f) Condenaçã o da Reclamada ao pagamento dos seguintes pedidos: f1) Saldo de salá rio no valor de R$ 1.200,00, referentes aos 28 dias trabalhados do mês de agosto/2019; f2) Aviso prévio no valor de R$ 1.670,00; f3) 9/12 de 13º salá rio proporcional no valor de R$ 963,00; f4) 8/12 de Férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional no valor de R$ 1.281,00; f5) Multa de 40% do FGTS no valor de R$ 1.850,00; f6) Multa do art. 477 da CLT referente a 1 (um) mês de salá rio revertida em favor do Reclamante, no valor de R$ 1.285,00; f7) Pagamento de uma indenizaçã o à título de danos morais no valor de R$ 30.000,00; g) A produçã o por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental, testemunhal e pericial; h) O pagamento de todas as verbas incontroversas em primeira audiência, sob pena de serem acrescidas da multa de 50%, conforme dispõ e o art. 467 da CLT; i) Condenaçã o da Reclamada ao pagamento das custas e honorá rios advocatícios fixados em 15% sobre o valor da condenaçã o, conforme dispõ e o art. 791-A da CLT, no valor de R$ 5.737,35; j) Ao final, julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamaçã o, para que se faça a costumeira Justiça! Dá -se à causa o valor de R$ 43.986,35. Nestes termos, pede deferimento. Cidade, 00 de xxx de 0000. Guilherme Nascimento Neto OAB/SC 57154