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INTEGRANTES DO TRABALHO – UNIESP

Fernanda Ferreira Batista - RA 17039276


Jorge Luiz André dos santos - RA 2018029805
Karina Carvalho Silva - RA 2018026363
Maria Veronica da Silva Lourenço - RA 2018029598
Roberto Dutra Alves da Silva - RA 2018025844
AO DOUTO JUÍZO FEDERAL DA VARA DO TRABALHO DESTA COMARCA
DE PRESIDENTE PRUDENTE - SP

ANA MARIA OLIVEIRA, brasileira, vendedora, nascida em XXX, filha de XXX,


portadora do documento de identidade RG nº XXX, inscrita no CPF sob o nº XXX,
Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS Nº XXX Serie: XXX, PIS Nº
XXX, residente e domiciliada na Rua XXX, Cidade/Estado, por seu advogado
que esta subscreve, (procuração anexa), com escritório na XXX-mail; XXX, vem
respeitosamente ante este douto Juízo Federal, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, contra, LUCIANO ALMEIDA CUNHA EIRELI
– Armarinhos Brasil, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ Nº
XXX, com sede na Rua XXX, Presidente Prudente/SP, CEP: XXX; pelos
fundamentos de fato e de direito a seguir explanados:

I – DA CONCESSÃO DA JUSTIÇA GRATUITA

Ab initio, suscita o autor a inconstitucionalidade do §§3º e 4º do Art. 790


e §4º, parte final do caput do art. 790-B e §2º do art. 844, todos da CLT com
redação dada pela Lei nº 13.467/2017, uma vez que afrontou os princípios da
dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF) e da isonomia (caput do art. 5º
da CF).

Quando aos §§3º e 4º do art. 790 da CLT, a lei nº 13.467/2017, em ato que
espelha pura iniquidade, retirou do texto legal originário (Decreto-Lei nº 5.452/43)
a possibilidade de concessão dos benefícios da justiça gratuita, de ordem
subjetiva (intrínseca), corporificado na “declaração de pobreza”. A exclusão é
injustificável, afronta os princípios constitucionais.
Ademais, não há justificativa para a exclusão do fator subjetivo, principalmente
por este se encontrar presente nos arts. 98 e 105 do CPC. Ora, se no processo
comum a gratuidade da justiça pode ser concedida sem a necessidade de
comprovação de um favor objetivo (valor do salário mensal), como pode no
processo trabalhista, que trata, em regra, da relação jurídica de direito material
marcada pela hipossuficiência de um dos sujeitos “o obreiro”, simplesmente
ignora essa peculiaridade?

A parte final do Caput o art. 790-B da CLT e o seu § 4º também são


flagrantemente inconstitucionais, pois também afronta aos princípios
constitucionais, pois não há justificativa para o legislador negar a abrangência
dos honorários periciais pela gratuidade da justiça, quando o CPC
expressamente esse alcance (art. 98 do CPC).

Insta salientar que não tem condições de arcar com os custos do processo sem
prejuízo de seu sustento próprio e de sua família.

No que diz respeito ao §2º do art. 844 da CLT a parte autora suscita também a
inconstitucionalidade salientando que o novo CPC, ao tratar da extinção do
processo sem julgamento de mérito, atribui ao demandante desistente
responsabilidade pelo pagamento de custas e despesas processuais
proporcionais, mas não imputa essa responsabilidade ao beneficiário da justiça
gratuita.

Neste passo os referidos dispositivos representam uma “intensa violação ao


direito fundamental de acesso à jurisdição trabalhista”, dada a restrição à
gratuidade judiciária, que representa prejuízo aos trabalhadores carentes, sem
condições de mover uma demanda judicial sem prejuízo de seu sustento. Se
mantidas, essas normas produzirão prejuízos à população pobre carecedora de
acesso à jurisdição trabalhista e a colocará em condição de fragilidade para
enfrentar os riscos da demanda trabalhista.

Considerando o acima disposto, a parte autora afirma que de acordo com o artigo
98 do CPC que não tem condições de arcar com eventual ônus processual por
insuficiência de recursos. Assim, faz uso desta declaração inserida na presente
petição inicial, para requerer os benefícios da justiça gratuita. O §1º do art. 8º da
CLT, determina “O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.”
Por seu turno, o Novo Código de Processo Civil, definiu quem tem direito à
gratuidade da justiça, dizendo que: “Art. 98. A pessoa natural ou jurídica,
brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da
justiça, na formada lei.” Nesse sentido, basta a afirmação da parte requerente de
sua “insuficiência de recursos” para o deferimento do pleito.

Vale ressaltar, ainda, que a pessoa natural, é beneficiária da justiça gratuita,


gozando sua afirmação, inclusive, por força do § 3º do Artigo 99 do Novo CPC,
de presunção de veracidade. Portanto, considerando que, a parte autora se
enquadra na figura do hipossuficiente, requer a concessão da Justiça Gratuita
Integral, por ser uma questão de justiça.

II - DOS FATOS
Inicialmente informa que a Reclamante foi contratada pelo Reclamado em 01 de
setembro de 2020, para trabalhar cidade de Presidente Prudente-SP como
vendedora, bem como, a partir de janeiro/2021 a jornada de trabalho da
Reclamante foi das 9:00 às 18:00 horas de segunda à sexta-feira, com 1:30 de
intervalo para refeições e aos sábados, das 9:00 às 12:00 horas.

A Reclamante recebia o salário no importe de um (01) salário mínimo nacional


mensal.

Outrossim, a Reclamada não pagou o piso salarial conforme Dissídio Coletivo


de sua Categoria Profissional, bem como, efetuava desconto da contribuição
sindical mensal em folha da Trabalhadora, sem aval da mesma.

Ademais, tendo a Reclamante recebido uma proposta melhor de emprego, pediu


rescisão contratual no dia 20 de Setembro de 2021.

Assim, conforme determina a convenção coletiva da categoria, tem o


Reclamante, direito a pleitear seus direitos trabalhistas, decorrente não
cumprimento do seu piso salarial, bem como, desconto ilegal da contribuição
sindical mensal e custos pelo uniforme.
III - DO DIREITO

a) Do Desconto da Contribuição Sindical

A Reclamada faz mensalmente o desconto da Contribuição Sindical por


mês em folha de pagamento, sendo que a Reclamante não assinou nenhum
termo para autorizar o desconto da contribuição sindical em sua folha de
salário.

Ab initio, urge perquirir-se a respeito da natureza jurídica da contribuição


sindical, que, a partir do art. 513, "e" da CLT, tem natureza eminentemente
convencional, vez que não pode prescindir do expresso consentimento dos
associados ao sindicato, alcançando, por via oblíqua, apenas estes, não se
estendendo, destarte, aos integrantes da categoria econômica/profissional,
pelo que estão desobrigados no que atine às deliberações das assembleias
sindicais, posto que em relação a eles se trata de res inter alios acta.

O art. 5º, XX e art. 8º, V, ambos na novel Carta Política, asseguram aos
trabalhadores o direito de livre associação e sindicalização, o que resulta na
inafastável conclusão que as cláusulas normativas que fixam contribuições
ferem o direito à plena liberdade de associação e sindicalização.

Nesse sentido, o artigo 545 da Consolidação das Leis do Trabalho, que é


expresso no sentido de que, “Os empregadores ficam obrigados a descontar
da folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles
devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por
este notificados”.

Isto posto, a Reclamante requer a devolução dos descontos efetuados


em folha durante todo contrato de trabalho tendo em vista que a Reclamante
não assinou nenhum termo para desconto da contribuição.
b) Do Ressarcimento Desconto do Custo de Uniformes

Uma vez que a empresa torne obrigatório o uso de uniformes dentro do


estabelecimento, é obrigação da mesma fornecer o uniforme para os
funcionários, bem como, a Reclamante foi obrigada em arcar com os custos do
uniforme, onde foi descontado em folga o valor de R$425,00 em 10 parcelas
mensais.

Todavia, conforme previsto na clausula 30ª da convenção coletiva da


Categoria Profissional em anexo, prevê quanto ao fornecimento de uniformes,
as empresas ficam obrigadas em fornecer ao trabalhador gratuitamente.

Ainda, o artigo 458 da CLT e precedente normativo TST Número 15 são claros
nesse ponto:

Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos


os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in
natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do costume, fornecer
habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com
bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário
as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: (Redação dada
pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)

I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e


utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;

No que diz respeito a vestuário, só comporá remuneração aquele que não for
para uso no trabalho. Os uniformes constituem despesas da empresa, conforme
disposto pelo Precedente Normativo TST nº 115.

“Precedente Normativo TST nº 115 – UNIFORMES. Determina-se o


fornecimento gratuito de uniformes, desde que exigido seu uso pelo
empregador.”
Contudo, a Reclamante pede a devolução dos descontos efetuados
referente ao custo do uniforme conforme a convenção coletiva e legislação, no
importe de R$ 425,00(Quatrocentos e vinte e cinco reais).

c) Da Clausula do Seguro de Vida

Cumpre informar que filho da Reclamante de 13 anos de idade, veio a


falecer em 10/07/2021 vítima de covid-19, no entanto a Reclamada nada pagou
nada relativo a esse evento.

Conforme dispõe clausula 42ª Seguro de Vida – item b – garante a indenização


ao empregado o reembolso das despesas efetivas com funeral em caso de morte
dos filhos menores de 14 anos.

Diante o exposto, requer que a Reclamada seja condenada a realizar o


ressarcimento das despesas com funeral da morte do filho da Reclamante,
conforme determina convenção coletiva.

d) Do Piso Salarial

A Reclamante recebia um salário mínimo nacional como pagamento mensal,


todavia a convenção coletiva da categoria em sua clausula 4ª – Pisos Salariais,
determina o piso salarial para comerciários em geral no importe de R$
1.493,00(Mil e quatrocentos e noventa e três reais).

Diferença Piso Salarial

04 meses 2020...............R$1.792,00
08 meses 2021................R$ 3.144,00
20 dias (Set/2021)...........R$ 262,00
Isto posto, requer condenação da reclamada ao pagamento do piso salarial, no
importe de R$ 5.198,00 (Cinco mil e cento e noventa e oito reais).

d.1) Requer os Reflexos do Piso Salarial em FGTS, férias, 13º salário, horas
extras e aviso prévio indenizado
IV - DOS PEDIDOS
DIANTE DO EXPOSTO, requer a este douto Juízo Federal a procedência
dos pedidos abaixo elencados:
a) A Reclamante requer a devolução dos descontos efetuados em folha durante
todo contrato de trabalho tendo em vista que a Reclamante não assinou nenhum
termo para desconto da contribuição.

b) A Reclamante pede a devolução dos descontos efetuados referente ao custo


do uniforme conforme determina a convenção coletiva, no importe de R$
425,00(Quatrocentos e vinte e cinco reais).

c) Que a Reclamada seja condenada a realizar o ressarcimento das despesas


com funeral da morte do filho da Reclamante, conforme determina convenção
coletiva.

d) Condenação da reclamada ao pagamento do piso salarial, no importe de R$


5.198,00 (Cinco mil e cento e noventa e oito reais).

d.1) Requer os Reflexos do Piso Salarial em FGTS, férias, 13º salário, horas
extras e aviso prévio indenizado

e) Sendo julgada procedente esta reclamação, requer que seja reclamada


condenada ao no pagamento de honorários sucumbenciais no percentual de
15% nos termos do art. 791-A CLT

f) Expedição de ofícios à DRT, CEF e INSS diante das irregularidades


supramencionadas.

g) A procedência dos pedidos da presente ação para condenar a Reclamada ao


pagamento de todas as verbas pleiteadas, os valores corrigidos e atualizados
segundo o art.883 da CLT e sumulas 200 e 381 do TST, aplicável o índice da TR
nos termos do art.879,§7º da CLT.

h) Requer também a notificação da Reclamada para que, querendo, compareça


em audiência e apresente sua defesa, sendo que o não comparecimento
importará na revelia e confissão quanto a matéria de fato.
i) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,
em especial prova documental, testemunhal, pericial e outras mais que se
fizerem necessárias e que desde já ficam requeridas.

j) Requer o Reclamante a concessão do benefício da justiça gratuita, nos termos


do artigo 790, parágrafo 3º, da Consolidação das Leis do Trabalho, declarando
não estar em condições de arcar com custas e despesas processuais sem
prejuízo próprio de sua família.

Dá - se á causa o valor de R$ 5.623,00(Cinco mil e seiscentos e vinte e três


reais).

Nesses termos,
Pede Deferimento.
_______________________________
ADVOGADO(A)
OAB/ Nº

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