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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DA__ VARA DO TRABALHO

DE FEIRA DE SANTANA-BA

RECLAMANTE, José Miraldo, casado, desempregado, inscrito no CPF sob nº


000.000.000-00, CTPS nº 0000000/0000-0, residente e domiciliado na rua: XXX
XXXXX XXX – CEP: 00.000-040, por seu procurador infra-assinado
(procuração anexa), vem respeitosamente à presença de Vª Exª., propor:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA PELO RITO ORDINÁRIO

em face de RECLAMADA, Sanduba Light, pessoa jurídica inscrita no CNPJ nº


00.000.000/0000-00, endereço eletrônico: sanduba@light.com.br, situada na
rua: XXX XXXX XXXX, CEP 00.000-000, Feira de Santana/BA, pelos motivos
de fato e de direito que passa a expor:

I - DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, com base no teor da Súmula 05 do Egrégio Tribunal Regional do


Trabalho 2ª Região juntamente com a Súmula 463 do Colendo TST, o
Reclamante solicita o benefício da JUSTIÇA GRATUITA, visto que o mesmo se
encontra desempregado em condições de pobreza pela compreensão da
justiça, não tendo condições econômica de custear os custos processuais sem
prejudicar o sustento de sua família.

Presume-se verdadeira a declaração de hipossuficiência econômica


demonstrada, contato que esteja dentro dos requisitos descritos no art. 790, §
3º da CLT.

II - DOS FATOS

O reclamante José Marildo, foi admitido pela a Reclamada, para exercer o


cargo de garçom, com a pretensão salarial de R$ 1.500,00 (Hum mil e
quinhentos reais), com a carga horária de 8 horas diárias semanais de segunda
à sexta, com o intervalo de 30 minutos para descanso, no mesmo dia foi
admitido o Tinico Feitosa para a mesma função com a pretensão salarial de R$
2.500,00 (Dois mil e quinhentos reais) fixo.

O Reclamante ao perceber que exercia a mesma função que seu colega Tinico,
com a mesma perfeição, técnica e produtividade, porém, seus salários tinha a
diferença de 66,67%.

Além da diferença salarial o Reclamante, queixa dos depósitos do FGTS, que


por conta de um acordo coletivo, autorizava o depósito de somente 4%, metade
do valor determinado por lei que seria de 8%.

Seu José, o reclamante, alega que a reclamada no mês de janeiro do ano da


extinção do contrato descontou um dia de trabalho, sendo que ele justificou a
falta, dado que necessário comparecer em juízo como parte, em razão de um
litigio com seu antigo empregador.

III - DO DIREITO

III.1 – DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

Diante os fatos que foram descritos, o reclamante e o paradigma exerciam as


mesmas funções com a mesma produtividade, perfeição e técnica, na mesma
filial, apesar disso há uma divergência salarial relevante sem nenhuma
escusa expressiva.

De acordo com o art. 7, inciso XXX, da Constituição Federal. Referente ao


direito de igualdade salarial, desde que seja exercida a mesma função.

Art. 7º, caput, Constituição Federal. “São direitos dos trabalhadores


urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções, e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”

De igual forma, o art. 461, § 1º, da CLT relata a garantia dos trabalhadores em
relação a ser remunerado de igual forma sem distinção, desde que, seja
exercida a mesma função, no mesmo estabelecimento, sem distinção de sexo,
etnia, nacionalidade ou idade.

Art. 461, § 1º, da CLT. “O trabalho de igual valor, para os fins deste
Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma
perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço
para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a
diferença de tempo na função não seja superior a dois anos.”

Isto posto, não foi apresentada qualquer motivação que venha justificar a
discrepância salarial.

Assim, com fundamento nos artigos descritos acima, requer o reclamante a


condenação da reclamada ao pagamento dessa diferença salariais, juntamente
com o seu reflexo nas verbas contratuais e resilitórias.

Baseado no art. 29, § 1º, da CLT. Requer a correção da CTPS do reclamante


para ser reconhecido o valor verdadeiro de seu salário.

III.2 DO DESCANSO

Contrariando o art. 71, caput, da CLT o reclamante tinha uma jornada de


trabalho era de segunda a sexta, 8 horas diárias, tendo somente 30 minutos
de intervalo intrajornada.

Art. 71, caput, da CLT. “Em qualquer trabalho contínuo, cuja


duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de
um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no
mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato
coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.”
Conforme o art. 71, § 4º, da CLT, requer a condenação da reclamada ao
pagamento do período de 30 minutos diários excluídos, acrescentado de 50%.

III.3 DA DISCREPÂNCIA DO FGTS

O art. 15 da Lei nº 8.036/90, define que o recolhimento do FGTS deverá ser de


8% da remuneração paga ou devida do trabalhador no mês precedente.
Conforme o art. 611-B, III, da CLT, não pode haver acordo coletivo de trabalho
que desfavorece o empregado, dessa forma, anula o acordo que reduz o valor
do recolhimento do FGTS.

Diante disso, requer a declaração de nulidade da cláusula do acordo coletivo de


trabalho que reduz o valor do recolhimento do FGTS e condene a reclamada ao
pagamento da discrepância salariais.

III.4 DO DESCONTO

Conforme o art. 473, III, da CLT, o empregado tem o direito de se ausentar da


atividade laboral por tempo necessário sem qualquer prejuízo da remuneração,
quando este necessitar comparecer em juízo.

SÚMULA Nº 155 - AUSÊNCIA AO SERVIÇO As horas em que


o empregado falta ao serviço para comparecimento necessário,
como parte, à Justiça do Trabalho não serão descontadas de
seus salários. Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Diante exposto, requer da reclamada condenação ao pagamento do dia de


trabalho que fora descontado do seu salário.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:


a) Seja deferido o pedido de justiça Gratuita.
b) A condenação da reclamada ao pagamento:
- Das diferenças salariais decorrentes da equiparação salarial, bem
como de seus reflexos em verbas contratuais e resilitórias.
- Do período de 30 minutos diários excluídos com acréscimo de 50%.
- Do dia de trabalho descontado.
- Da discrepância do FGTS.
c) Declaração de nulidade da cláusula do acordo coletivo de trabalho que
reduz o valor do recolhimento do FGTS.
d) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios,
na suma de 15%, sobre o valor da causa.

Pede-se que notifique a reclamada a fim de oferecer resposta à reclamação


trabalhista, sob pena de revelia e confissão à matéria de fato, como a produção
de todos meios de provas em direito admitidos e por fim, procedência dos
pedidos de condenação da reclamada a pagamento das verbas pleiteadas,
acrescidas de juros e correção monetária.

Para fins de alçada dá-se a presente causa o valor de R$ 25.000,00


(vinte e cinco mil reais)

Nestes termos,

pede deferimento.

Feira de Santana – BA 19 de abril de 2022

Advogado :XXXXX
OAB:XXXXXXXX

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