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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL

DA COMARCA DE NITERÓI – RJ.

PROC xxxxxxxxxx

LÍDIA xxxxxxxxxxx, já qualificada nos autos em tela, por sua advogada, vem à
presença de Vossa Excelência atender ao despacho de fls., referente a pericia
e requerer o que segue:

O ilustre perito concluiu a existência de nexo técnico entre o trabalho


executado na reclamada e o quadro clínico apresentado pela periciada.

Inclusive aponta que o nexo é do tipo III da Classificação de Schilling.

A autora apresenta sequela funcional com extensão e repercussão na


capacidade laborativa.

O ilustre perito confirmou a existência de redução da capacidade funcional,


uma vez que ocorreu a consolidação das lesões, resultando sequelas
permanentes, devendo ser enquadradas conforme o artigo 104 do Anexo III do
Decreto 3048/99 – LER/DORT.

Pontando, enquadradas conforme artigo 104 do referido Decreto.

A patologia considerada incapacitante foi a sequela de quadro ortopédico,


desenvolvido por fatores biomecânicos.
Vale dizer que as causas de origem ocupacional são citados movimentos
repetitivos e posturas viciosas dos membros superiores para a realização de
tarefas que exijam abdução e/ou elevação dos braços acima da altura dos
ombros, principalmente se associados ao uso de força por tempo prolongado e
elevação do cotovelo, além de acidente de trabalho associado a trauma com
luxação ou estiramento abrupto ocorrido com os braços elevados.
A caracterização do nexo causal depende da correlação entre a afecção ou
doença apresentada pelo trabalhador e o modo como é executado o seu
trabalho.
O empregador seu documento intitulado DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES
LABORAIS, informa que a autora, estando no setor de pessoa jurídica,
desenvolvia tarefas, efetuando todo pré-atendimento telefônico e presencial
aos clientes. Efetuando toda digitação e acompanhamentos de contratos,
arquivando documentos e enviando aos departamentos responsáveis.
Acrescenta que as digitações desses contratos eram em média de 3000
caracteres dia.
Contudo, no período houve aumento da demanda no atendimento de pessoa
jurídica, tanto no atendimento telefônico, quanto presencial. Chegando a
trabalhar das 8 horas até o último cliente. Que na maioria dos dias o horário de
saída passava das 19 horas, com digitação em média de 7000 caracteres.

A autora, por ser bancária, não tinha respeitado intervalo de repouso do


digitador, tendo como jornada predominante serviço mecânico de digitação, no
decorrer de sua atividade laborativa, entre 1981 até 2017.
O próprio documento relata que a autora realizava entrada de dados,
alterações, validações ou renovações de contratos, conta garantida, cobranças
e outros.
Desta forma, evidenciando resposta favorável com o tratamento e o
afastamento das atividades uma vez que durante o desempenho de suas
atividades laborais como bancária, fazia movimentos de flexão e extensão
dos punhos, sem realização de força, de forma contínua se enquadrando no
conceito de repetitividade.
O perito ao asseverar a redução da capacidade funcional da autora, evidencia
a perda da capacidade de trabalho da mesma na atividade habitual.
Autora é portadora de DORT e apresenta sintomas relacionados a
exposição às atividades de risco (esforço repetitivo, posição anti-
ergonômica, carregar peso, ausência de pausa durante a jornada de
trabalho).
E diante das lesões observadas e da limitação física para as atividades
habituais de trabalho (imprescindíveis para o exercício desta profissão) e
ainda pela falta de perspectiva de cura e reabilitação profissional, a Autora
apresenta falta de perspectivo de cura e reabilitação funcional, a Autora
apresenta incapacidade definitiva para a atividade habitual de trabalho.
Que, tendo o INSS, ao conceder os auxílios doença e acidentários, concluído
pela ocorrência de acidente de trabalho, típico ou legalmente equiparado,
presume-se o nexo de causalidade entre a moléstia e o labor.
O conjunto probatório dos autos aponta para a existência do referido
nexo, seja em face das CATs anexadas, seja pela prova pericial
produzida, em relação à síndrome do túnel do carpo. .
A conduta culposa da empregadora vem materializada na negligência em
não adotar os procedimentos necessários a garantir o direito do
trabalhador de laborar em um ambiente de trabalho saudável e
protegido, com vistas à realização do direito a um trabalho digno e
protegido.
Os quais denotam a inexistência de suportes para punhos e pés, mesmo
após o retorno da Demandante após licença por LER. Prejudicando o
retorno a sua jornada de trabalho.
Ao asseverar que os limitadores médicos para a reabilitação são a
exposição a riscos ergonômicos fisícos, cognitivos e organizacionais, o
perito evidencia a perda parcial da capacidade de trabalho da Autora.
Portando, a Autora é portadora de DORT e apresenta sintomas
relacionados a exposição às atividades de risco (esforço repetitivo,
posição anti-ergonômica, carregar peso, ausência de pausa durante a
jornada de trabalho).
E que, diante das lesões observadas e da limitação física para as atividades
habituais de trabalho (imprescindíveis para o exercício desta profissão) e
ainda pela falta de perspectiva de cura e reabilitação profissional, a Autora
apresenta falta de perspectivo de cura e reabilitação funcional, a Autora
apresenta incapacidade definitiva para a atividade habitual de trabalho.
No laudo pericial elaborado, foi mencionado que a Autora poderá ser
reabilitada ou readaptada para atividade de trabalho compatível com suas
limitações, devendo ser considerada a redução da capacidade produtiva pelas
restrições e determinadas atividades.
Logo, verifica-se que a reclamante (gerente bancário), em face da doença
ocupacional sofrida, passou a ter restrição para realizar movimentos
repetitivos com as mãos.
Portanto, conclui-se perda da capacidade de trabalho da Autora.
Impõe ressaltar que o perito não concluiu pela perda parcial da capacidade da
reclamante para exercer a função de gerente bancário, mas pela perda parcial
da sua capacidade de trabalho, ou seja, poderia ela desempenhar outras
funções que não demandassem movimentos repetitivos, o que exclui a função
de gerente bancário.
Por outro lado, verifica-se a incapacidade total para exercício da função de
gerente bancário, mediante ao relatório emitido pelo empregador.
Desta forma, é a presente para requerer aposentadoria por invalidez.

Isto exposto Impugna o laudo pericia, haja vista que os relatos sobre o
aparecimento dos sintomas das patologias aparecem em 2005/2006, os quais
são incapacitantes para exercer as atividades laborais. Deixando de
responder pontualmente os quesitos complementares.
Havendo a necessidade de novo laudo técnico de outro profissional.
Requer a condenação na forma da inicial.

Nestes Termos,
P. Deferimento.

Niterói, 14 de dezembro de 2017.

Sonia xxxxxx
OAB/RJ xxxxxx.

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