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Adilson Antunes Pinto

Advogado – OAB/SC 20.181


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DE
FRAIBURGO – ESTADO DE SANTA CATARINA.

Autos: 00017-2010-049-12-00-8

LUIZ FERNANDO DE AVILA, já devidamente


qualificado nos autos da AÇÃO TRABALHISTA acima mencionada, que move em
face de MECÂNICA INDUSTRIAL SCHALY LTDA, através de seu procurador
infra-assinado, vem respeitosamente e tempestivamente, à presença de Vossa
Excelência apresentar

MANIFESTAÇÃO AO LAUDO TÉCNICO


PERICIAL

Apresentado pelo expert nomeado pelo Juízo.

Verifica-se que o autor laborou em condições


insalubres em grau médio e/ou máximo, entretanto faz jus ao grau máximo, pelos
motivos que passará a expor.

Conforme pode ser observado as fls. 172, do corpo


do laudo, o autor trabalhava em contato com ruído, acima do permitido, em todas as
funções que desempenhava, com exceção apenas no torno para usinagem de peças, onde
o ruído encontrado era de 80,0 dB (A), descumprindo assim o anexo 1 da NR 15,
vejamos o que o expert afirma ainda nas fls. 172, intem “a”:

“Portanto é necessário protetor auricular para


proteção do trabalhador nas atividades de torneiro
mecânico.”

Ocorre que, em análise aos documentos anexados as


fls. 49 e 50, conclui o expert que existiu apenas uma única entrega de tal EPI em
07/10/2005, sendo que os respectivos CAs estão anotados a caneta, mas mesmo assim
foram considerados pelo Sr. Perito, o que é inaceitável, já que não houve substituição
adequada de tais equipamentos.

Ademais, o protetor auricular entregue ao autor em


07/10/2005, tem validade de 12 meses conforme explica o expert as fls. 176, sendo que
a nova entrega ocorreu apenas em 10/03/2010, QUANDO JÁ HAVIA PROPOSTO

Avenida Rio das Antas, 622, Centro, CEP 89.580.000, Fraiburgo - SC, Fone/Fax (049) 3246-0727 e 9992-2345.
E-mail: intimatrt@gmail.com
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AÇÃO TRABALHISTA sendo assim o autor esteve desprotegido dos ruídos de
01/04/2005 a 07/10/2005 e de 07/10/2006 a 10/03/2010 (fls. 178).

É incontestável a insalubridade em grau médio, pois


o autor esteve exposto a ruído maior que o permitido, durante todo o contrato de
trabalho, sem qualquer EPI que fosse capaz de elidi-lo.

Neste enfoque, vejamos o que expõe o Sr. Perito, a


respeito do anexo 7 da NR 15 (fls. 173, item “g”):

“radiações não ionizantes – realizou atividades de


solda do tipo MAG e MIG e ainda não encontramos
nas fichas de EPIs a mascara de solda conforme NR
– 6 no seu anexo I no item B.3 a mascara de
proteção é um EPI e deve ter sua entrega registrada
em ficha e anotada o seu respectivo CA para torná-
la válida. Portanto se o Sr. Luiz Fernando de Avila
realizou trabalhos de solda deveria receber a
mascara de soldador.”

Sendo assim Excelência, devidamente comprovado


que o autor não recebeu a máscara, a qual possivelmente elidiria a insalubridade a que
estava exposto durante o trabalho com solda, e consequentemente, demonstrada a
insalubridade em grau máximo.

Ademais, as fls. 173, o expert conclui no item “m”,


sobre o anexo 13:

“ – Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono


(...) insalubridade em grau médio;
- Limpeza de peças utilizando thinner ou óleo diesel
(...) insalubridade em grau médio;
- Uso de gel decapante que tem em sua composição
ativa: acido sulfônico, acido fluorídrico, acido
nítrico (...) insalubridade em grau médio;
- Utilização de óleos lubrificantes e graxas (...)
INSALUBRIDADE EM GRAU MÁXIMO.”

Diante do exposto, é válido esclarecer que o autor


utilizou óleos lubrificantes e graxas, durante todo o contrato de trabalho, assim como
restará provado, fazendo jus ao adicional de insalubridade em grau máximo, ademais,
conforme citado pelo próprio expert inexiste comprovação de entrega de EPI’s nos
autos, que fossem capazes de elidir os agentes insalubres acima expostos.

Por fim Excelência, em algumas atividades


eventuais, restou caracterizada a insalubridade em grau médio, entretanto, na atividade
envolvendo uso de graxa, QUE É DE USO DIÁRIO, o autor esteve exposto em
insalubridade em grau máximo, de 01/04/2005 até 07/10/2005 e do período de
07/12/2005 até a data de 10/03/2010, por não receber os EPI’s necessários, tudo
conforme relata o Sr. Perito as fls. 178:

Avenida Rio das Antas, 622, Centro, CEP 89.580.000, Fraiburgo - SC, Fone/Fax (049) 3246-0727 e 9992-2345.
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“uso de graxa nas atividades realizadas pelo
reclamante. Segundo afirmou o uso é diário e
quando utilizando o creme declarou estar protegido,
portanto se ocorreu como relatou o reclamante
esteve exposto ao agente graxa no período em que
não recebeu os EPIs corretos – luvas ou creme
protetor, ou seja de 01/04/2005 até 07/10/2005 e no
período de 07/12/2005 até a data de 10/03/2010, por
não receber os EPIs corretos para utilização na
proteção das mãos. Como a graxa se enquadra nos
hidrocarbonetos e outros compostos de carbono:
manipulação de alcatrão, breu, betume, antraceno,
óleos minerais, óleo queimado, parafina ou outras
substâncias cancerígenas afins. Como a graxa tem
sua composição básica o óleo mineral se enquadra
neste item sendo que neste caso a insalubridade
gerada é de grau máximo, ou seja, 40% do salário,
no período acima citado.”

Sendo assim Excelência, faz jus o autor ao adicional


de insalubridade em grau máximo, no entanto, cabendo ainda ressaltar que a
insalubridade em grau médio, já está comprovada nos autos.

Assim, espera com a maior confiança, que a


demandada seja condenada ao pagamento do adicional de insalubridade em grau
máximo, de todo o período contratual, sobre o salário da categoria/remuneração, com
reflexo em férias, 13º salário, FGTS e horas extras, tendo em vista a culpa da
demandada no que concerne à falta de condições de trabalho adequada, pondo em risco
a saúde seus funcionários.

Termos em que,
Pede deferimento.

Fraiburgo (SC), 14 de junho de 2010.

Adilson Antunes Pinto


Advogado OAB/SC 20.181

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