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Adilson Antunes Pinto

Advogado – OAB/SC 20.181


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DE
FRAIBURGO – ESTADO DE SANTA CATARINA.

AIND nº 00407-2011-049-12-00-9

O senhor ALZIRO DE SOUZA, já qualificado,


através de seu advogado infra-assinado, vem, com o máximo e habitual acatamento,
perante Vossa Excelência, apresentar, nos sobreditos autos de indenização, movida por
si contra a POMILAND AGRÍCOLA LTDA, pessoa jurídica, estabelecida na cidade de
Fraiburgo, no prazo legal,

IMPUGNAÇÃO

aos esclarecimentos de fls. 83/92, passando, daí, a expender


as razões, além de as comprovar, para produzir todos os efeitos legais

Avenida Rio das Antas, 622, Centro, CEP 89.580.000, Fraiburgo - SC, Fone/Fax (049) 3246-0727 e 9992-2345. 1
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1. DOS ESCLARECIMENTOS:

Os esclarecimentos do Perito do Juízo não se sustentam e são


contraditórios; pois,

a – como pode inexistir nexo causal entre as atividades e a


doença e/ou concausa entre as atividades exercidas e a doença, considerando que:

a1. o ilustríssimo senhor Perito, concluiu que fl. 88 verso,


precisa que o autor incapacitado total de permanente para o trabalho, ou seja, fato
contrário a conclusão de inexistência de doença e, ainda, que as funções e exame
clínico no autor não evidenciaram nexo causal com o seu trabalho e que existe
Modificações degenerativas espondilodiscais com protusões discaus difusas,
assimétricas a esquerda de L2-L3 a L4-L5 .

b – como pode contrariar a conclusão do médico do INSS,


in verbis:

“Em resposta ao Ofício 1023/11onde foi solicitado sobre


concessãode benefícios e perícias que o segurado foi submetido, informamos que em
consulta ao nosso sistema informatizado localizamos três benefícios, com as
seguintes informações:

Número: 540.074.631-0
Período: 21/03/2010 a 01/03/2011
Motivo: Auxílio Doença por Acidente de Trabalho;
(Neste período o autor trabalhava para a empresa
reclamada. (anotação nossa).

Número: 545.154.576-2
Motivo: aposentadoria por invalidez acidente de trabalho

Número: 049.232.495-6
Período: 30/01/1994 a 16/05/1995
Motivo: Auxílio Doença por Acidente de Trabalho.
(Neste período o autor trabalhava para a empresa
reclamada. (anotação nossa).

ou seja, ao argumento de que a emissão do referido diagnóstico


somente poderá se dar caso o médico tenha realizado levantamento ergonômico do local
de trabalho, porém, o Perito do Juízo não procedeu o levantamento ergonômico do
local de trabalho de forma satisfatória, pois apenas mostrou vídeos para o autor,
mas sobre outras atividades afirmou que NÃO PUDERAM SER VERIFICADAS
(não disse quais), e exclui a doença profissional e/ou a concausa.

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2. DA IMPUGNAÇÃO:

2.1. PRELIMINARMENTE:

O Perito do Juízo, data vênia, contraria frontalmente toda a


prova documental carreada aos autos, inclusive, veja-se:

a – o INSS, expediu ofício à Vara do Trabalho de


Fraiburgo, sendo que, noticia que, fls. 3:

“Em resposta ao Ofício 1023/1,1onde foi solicitado sobre


concessãode benefícios e perícias que o segurado foi submetido, informamos que em
consulta ao nosso sistema informatizado localizamos três benefícios, com as
seguintes informações:

Número: 540.074.631-0
Período: 21/03/2010 a 01/03/2011
Motivo: Auxílio Doença por Acidente de Trabalho;
(Neste período o autor trabalhava para a empresa
reclamada. (anotação nossa).

Número: 545.154.576-2
Motivo: aposentadoria por invalidez acidente de trabalho

Número: 049.232.495-6
Período: 30/01/1994 a 16/05/1995
Motivo: Auxílio Doença por Acidente de Trabalho.
(Neste período o autor trabalhava para a empresa
reclamada. (anotação nossa).

Data vênia, das conclusões periciais, os documentos, positivam


situação diversa da declinada pelo Perito do Juízo; pois,

a – fl. 85, Atestado Médico Ocupacional (2º vol. Doc.), em


data de 16/07/2005, Risco de agente ergonômico;

b – fl. 100, Atestado Médico Ocupacional (2º vol. de doc.),


Riscos Ocupacionais presente – ergonômico, em 25/10/2006;

c – fl. 127, (2º vol. Doc.) Estava com dores nas costelas,
23/10/2008;

d – fl. 87 verso, modificações degenerativas espondilodiscais,


com protusões discais difusas, assimétricas à esquerda de L2-L3 a L4-L5; Restrolistese
de L3; Artrose Interapofisária de L2-L3.

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2.2. DAS DOENÇAS PROFISSINAIS:

de serem rejeitadas as conclusões periciais, vez que:

em face das funções exercidas junto a empresa o autor passou


a sofrer de doença profissional, inclusive, o próprio INSS reconheceu que as doenças que
acometem o autor tem relação direta com a atividade laboral e reconheceu a incapacidade
laborativa por acidente de trabalho;

o autor sofre de doença profissional (modificações


degenerativas espondilodiscais, com protusões discais difusas, assimétricas à esquerda de
L2-L3 a L4-L5; Restrolistese de L3; Artrose Interapofisária de L2-L3) há
reconhecimento pelo INSS da relação com a atividade e foi reconhecido a doença
ocupacional relacionada ao trabalho;

o (a) reclamante exerceu as seguintes funções: trabalhava nos


pomares colhendo sobre escadas, podando, capinando, além de trabalhar com
aplicação de herbicida, trabalhou como formigueiro (sendo que nesta função era o
único no setor, adentrava nos depósitos para retirar os sacos de produtos).

Também o artigo 21 da Lei 8213/91 prevê a concausalidade.


Se o trabalho não foi causa, pode ter sido a concausa, produzindo um agravamento da
moléstia ocupacional.

Com efeito, sobre a matéria, o jurista Humberto Theodoro


Júnior ensina:

"O Perito é apenas um auxiliar da Justiça e não um


substituto do juiz na apreciação do evento probando. 'Deve apenas apurar a existência
de fatos cuja certificação dependa de conhecimento técnico'. Seu parecer não é uma
sentença, mas apenas fonte de informação para o juiz, que não fica adstrito ao laudo e
pode formar sua convicção de modo contrário a base de outros elementos ou fatos
provados no processo (art. 436).

"E, realmente, deve ser assim, pois do contrário, o laudo


pericial deixaria de ser simples meio de prova para assumir o feitio de decisão arbitral
e o perito se colocaria numa posição superior à do próprio juiz, tornando dispensável
até mesmo o pronunciamento jurisdicional.

"Assim, 'o parecer do perito é meramente opinativo e vale


pela força dos argumentos em que repousa'.

"Deles, em conseqüência, o juiz pode divergir, em duas


hipóteses:

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"a) quando carecer de fundamentação lógica. 'Se o perito
subtrair ao conhecimento do juiz e dos interessados os motivos em que se baseou para
emitir a sua opinião, nenhum valor se poderá atribuir ao seu laudo: é como se não
existisse laudo pericial';

"b) quando outros elementos de prova do processo o


conduzirem à formação de convicção diversa daquela apontada pelo perito, posto que a
perícia não é prova hierarquicamente superior às demais provas; e na técnica do
Código, o juiz não se vincula à opinião do perito, mas apenas à própria convicção"
(Curso de Direito Processual Civil. Teoria Geral do Direito Processual Civil e Processo
de Conhecimento. 43 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 519 e 520).

Nesse sentido podem ser citados os seguintes precedentes:

"APELAÇÃO CÍVEL - AUXÍLIO-ACIDENTE -


DEFICIT DA FLEXÃO DA FALANGE DISTAL - 2° QUIRODÁCTILO - MÃO
ESQUERDA - NEXO ETIOLÓGICO - SEQÜELA COMPROVADA PELA
PERÍCIA JUDICIAL - MARCO INICIAL - ÍNDICE CORREÇÃO MONETÁRIA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ALCANCE DA SÚMULA 111 DO STJ.

"1. O juiz não está obrigado a decidir em consonância com


o resultado da perícia, frente ao princípio do livre convencimento (art. 131 e 436 do
Código de Processo Civil), desde que demonstre suficientemente no decisum as
razões que formaram a sua convicção" (AC n. 2003.002603-7, Des. Nicanor da
Silveira).

3. DO REQUERIMENTO FINAL.

Do exposto, data vênia, de ser reconhecida a necessidade de


complementação da prova, inclusive, com

a - desprezo total das conclusões periciais, inclusive,


destituição do Perito e, ainda, determinação de realização da prova por profissional
outro e da confiança do Juízo, com as verificações objeto do Check-List aplicável ao
caso e resposta aos quesitos já formulados, fornecendo em qualquer resposta
detalhes elucidativos, bem como, após afirmar e considerando referida apuração ter
ou não nexo causal e/ou ter ou não concausa no agravamento dos problemas de
saúde do autor as atividades exercidas junto a empresa ré;

Inclusive, considerando a afirmativa das perícias e dos


médicos do INSS.

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Nestes termos, respeitosamente, pede deferimento.

Fraiburgo, 16 de janeiro de 2.012.

Adilson Antunes Pinto


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