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BOLETIM JURÍDICO – TRABALHISTA, COM INFORMAÇÕES DE DIVERSAS FONTES, REFERENTE AO MÊS DE JULHO DE 2023
Natureza ocupacional de depressão deve ser examinada com base em nexo reconhecido
pelo INSS...........................................................................................................................02
Bancário que aderiu a PDI não consegue anular quitação geral do contrato de trabalho.04
Agente de correios demitida por criticar empregador em redes sociais será reintegrada.05
TST invalida norma coletiva que limita abono de faltas por atestado a 48 horas............. 06
Lei da Igualdade Salarial: homens e mulheres na mesma função devem receber a mesma
remuneração......................................................................................................................08
Empregada que guardou maconha no armário do trabalho tem justa causa revertida.....12
Decisão reverte justa causa de empregada que divulgou vídeo dançando uniformizada em
horário de trabalho.............................................................................................................13
Prova por amostragem é válida e impede concessão de dano moral coletivo a empregados de
frigorífico............................................................................................................................14
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
Técnico de enfermagem que gravou passageira em metrô não consegue reverter justa
causa...............................................................................................................................15
Empregada que alegou estar em "limbo previdenciário" por quase dez anos tem seus pedidos
indeferidos, confirma a 5ª Turma do TRT-1....................................................................16
9ª Turma mantém decisão que não homologou acordo considerado lesivo ao trabalhador..18
7ª Turma mantém despedida por justa causa de cobrador que usou crachá de colega e
falsificou rubrica para uma troca de escala.....................................................................19
Empresa de energia elétrica que mantinha "ponto britânico" deve pagar R$ 300 mil por danos
morais coletivos...............................................................................................................21
Depressão
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
competência. Esta teria sido, segundo ela, a causa da depressão - que a levou ao
afastamento por auxílio-doença acidentário. Seu argumento era o de que a doença se
equipararia a acidente de trabalho.
Sem comprovação
Ônus da prova
Nulidade
Presunção
Conclusão
Processo: RR-1203-45.2018.5.09.0016
Bancário que aderiu a PDI não consegue anular quitação geral do contrato de trabalho
A decisão da 7ª Turma segue o entendimento do STF sobre o caso
De forma aleatória
O pedido foi julgado improcedente pelo juízo de primeiro grau e pelo Tribunal
Regional do Trabalho da 12ª Região (SC).
Absoluta identidade
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
geral. Ele lembrou que o empregado havia aderido ao PDI do Besc de 2001, e não há
nenhuma distinção que afaste a aplicação desse precedente.
Processo: Ag-ED-RR-6354-29.2010.5.12.0035
Agente de correios demitida por criticar empregador em redes sociais será reintegrada
Para a 7ª Turma, não houve gradação das penalidades
Punição excessiva
Segundo seu argumento, uma “mera frase coloquial” não poderia atingir a honra ou a
boa imagem de uma empresa pública de nível nacional, nem a postagem teria tido
feita com essa intenção.
Falta grave
Em sua defesa, a ECT sustentou que a punição fora aplicada com base em fatos
devidamente apurados em procedimento interno, em que foi garantido à empregada o
exercício do contraditório e da ampla defesa. A seu ver, os fatos foram graves o
suficiente para abalar a confiança que deve existir na relação de emprego, pois a
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
Reversão
Quebra de confiança
Normalização da escravidão
Gradação da penalidade
Contudo, para o ministro, a conduta, por si só, não serve como justo motivo para a
dispensa porque não tem gravidade suficiente para ofender a honra e a imagem da
empresa, considerando o sentido coloquial emprestado à expressão. “Ou seja,
embora se trate de ato reprovável, não tem a gravidade necessária à configuração da
justa causa”, explicou.
Ainda de acordo com o relator, a empresa deveria ter graduado as penalidades para,
só assim, aplicar a pena máxima. Sem a observância desse procedimento, a dispensa
é inválida.
Processo: RR-1000864-41.2018.5.02.0444
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TST invalida norma coletiva que limita abono de faltas por atestado a 48 horas
Para a SDC, não há na lei nenhuma restrição temporal à validade do abono
Limite
Necessidade do paciente
Sem restrição
Processo: RO-1108-90.2018.5.08.0000
Está em vigor, desde o dia 4 de julho, a Lei 14.611/2023, que garante a igualdade de
salário e de critérios de remuneração entre trabalhadoras e trabalhadores. Além de
estabelecer salários iguais para a mesma função, a nova legislação visa aumentar a
fiscalização contra a discriminação e facilitar os processos legais.
Justiça do Trabalho
A lei determina que, na hipótese de discriminação por motivo de sexo, raça, etnia,
origem ou idade, o pagamento das diferenças salariais devidas não exclui o direito de
quem sofreu a discriminação ajuizar uma ação trabalhista de indenização por danos
morais, considerando-se as especificidades do caso concreto.
Perspectiva de Gênero
Em 2021, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou o Protocolo para Julgamento com
Perspectiva de Gênero, com o propósito de orientar a magistratura para que os
julgamentos ocorram sob a lente de gênero, a fim de evitar preconceitos e
discriminação e avançar na efetivação da igualdade e nas políticas de equidade.
O documento funciona como um guia com orientações para que, nos julgamentos em
que as mulheres são vítimas ou mesmo acusadas, não ocorra a repetição de
estereótipos.
Grupo de Trabalho
Multa
A norma altera a multa, prevista no artigo 510 da CLT, para as empresas que não
pagarem o mesmo salário para homens e mulheres que desempenham a mesma
função. A partir de agora, o valor será dez vezes o novo salário devido pela empresa
à trabalhadora ou ao trabalhador discriminado.
Transparência
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Metas e prazos
Mercado de Trabalho
Fonte: TST
32 anos
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Possível causa
Quatro anos após ser desligado da empresa, o empregado foi diagnosticado com
câncer de garganta. Ele sustentou que, de acordo com as informações do médico que
o atendia, uma das possíveis causas para o surgimento da doença seria a exposição
ao amianto, fato comprovado por laudo pericial. O operador ingressou então com a
ação trabalhista pedindo que a empresa fosse responsabilizada pela situação.
Exclusão de responsabilidade
Nexo causal
Nexo técnico-epidemiológico
STF
Outro aspecto destacado pelo relator é o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF)
declarou a constitucionalidade dos dispositivos da legislação previdenciária que
preveem a presunção de vínculo entre a incapacidade do segurado e suas atividades
profissionais quando a Previdência Social a presença do nexo técnico epidemiológico
entre o trabalho e o dano.
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Responsabilidade civil
Processo: RRAg-11692-89.2017.5.03.0034
Empregada que guardou maconha no armário do trabalho tem justa causa revertida
Por decisão em 1º grau da Justiça do Trabalho de São Paulo, uma empregada que portou
maconha no local de trabalho obteve reversão da justa causa aplicada pelo empregador. Para
o juízo da 13ª Vara do Trabalho de Guarulhos-SP, a legislação trabalhista não prevê dispensa
motivada por mero porte de entorpecentes, apenas quando a ilegalidade resultar em
condenação criminal transitada em julgado.
Na sentença, o juiz Flávio Antônio Camargo de Laet ressalta que não há comprovação de que
a mulher tenha feito uso da substância no ambiente laboral e durante a jornada, “como
falsamente asseverou a reclamada em sua defesa”. Declara ainda que se o empregador toma
ciência de que algum de seus empregados seja usuário de entorpecentes pode dispensá-lo
por não concordar com o uso de drogas mesmo fora do local de trabalho, “mas aí o
desligamento deverá ocorrer sem ‘justa causa’ e com o pagamento de todas as indenizações
correspondentes a esse tipo de rompimento de vínculo”.
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
Assim, declarou nula a dispensa por falta grave e obrigou o pagamento do aviso-prévio
indenizado proporcional e projeções, 13º salário proporcional de 2022, férias proporcionais
relativas ao mesmo ano, com um terço, além de liberação do FGTS integral e multa de 40%.
Cabe recurso.
Fonte: TRT2
Um oficial de manutenção foi dispensado por justa causa após ter sido flagrado por câmeras
de vigilância furtando pertences do hospital (2ª reclamada) onde trabalhava. A 9ª Turma do
TRT da 2ª Região manteve a sentença de 1º grau por entender que houve quebra de
confiança, em razão de ato de improbidade.
Em depoimento, testemunha trazida pelo autor, mas ouvida como informante por ter interesse
na causa, confirmou que o colega pediu a ele para pegar o item guardado. Revelou ainda que
efetuou a entrega “depois de 10 ou 15 minutos da saída do reclamante”.
De acordo com a defesa, as gravações nas câmeras do hospital foram analisadas e ficou
constatado que integrantes da manutenção retiravam pertences da firma sem autorização da
diretoria. Em resposta, o profissional alega que os líderes tinham anuência disso, que a
empresa não fez boletim de ocorrência do caso e que antes da dispensa por justa causa não
havia sido punido por nenhum motivo.
Para a desembargadora Bianca Bastos, relatora do acórdão, não há provas de que havia
efetiva permissão para retirada do material. “Tendo admitido a subtração, competia ao autor
comprovar que tinha autorização de seus superiores hierárquicos”. Destacou ainda que os
líderes que o trabalhador afirmou terem ciência das subtrações dos equipamentos e insumos
foram dispensados por justa causa em decorrência do referido fato.
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
Fonte: TRT2
Decisão reverte justa causa de empregada que divulgou vídeo dançando uniformizada
em horário de trabalho
Salienta que a empresa também está inserida no mundo digital e que utiliza as redes
sociais quando lhe convém. “Incumbe ao empregador, na condição de dono do
negócio, estipular regras claras e precisas para evitar exposição inadequada de sua
marca por seus empregados”. A magistrada ressaltou, ainda, que a trabalhadora não
recebeu punições anteriores pela divulgação de vídeos nas redes sociais. “A conduta
do empregador se mostrou desproporcional aos acontecimentos e, por isso, nula de
pleno direito”.
(Processo nº 1000980-05.2022.5.02.0057)
A 13ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região negou pedido de horas extras e
dano moral a trabalhadores que movimentam mercadorias em câmaras frias e congeladas na
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
A entidade questiona a ausência de prova robusta por parte do grupo sobre a efetiva
concessão do intervalo para recuperação térmica dos empregados. Destaca a importância de
tal procedimento, uma vez que se trata de demanda coletiva. Diz que os controles juntados
pela JBS demonstram que poucos empregados fazem a pausa do artigo 253 da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), e no máximo uma vez por dia. Pede horas extras pela alegada
supressão do intervalo, além de dano moral coletivo por prática de “dumping social”, quando o
prejuízo causado atinge não só os trabalhadores, mas a toda a sociedade.
Em defesa, a ré afirma que concede pausas de 20 minutos a cada 1h40 de labor, conforme
prevê a legislação trabalhista. Anexou ao processo, por amostragem, controles de pausas de
alguns empregados e fotografias da sala utilizada para o intervalo térmico. A testemunha
patronal confirma as alegações do empregador ao dizer que a sala para recuperação térmica
existe desde 2014, e que todos os trabalhadores a utilizam, sob controle feito pelos gestores
de cada equipe.
(Processo nº 1000366-58.2020.5.02.0028)
Técnico de enfermagem que gravou passageira em metrô não consegue reverter justa
causa
Sentença proferida na 56ª Vara do Trabalho de São Paulo manteve justa causa aplicada a
técnico de enfermagem que filmou as partes íntimas de uma passageira em vagão do metrô.
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
Para a juíza Alice Nogueira e Oliveira Brandão, o desvio de comportamento sexual do homem
justifica o rompimento do contrato com o empregador por quebra de confiança.
Ficou comprovado que o homem fez as gravações com o celular durante o trajeto
casa/trabalho, o que foi descrito em boletim de ocorrência e resultou em abertura de processo
criminal. Cerca de 20 dias após o ocorrido no trem, foi dispensado do hospital em que atuava,
o qual recebeu postagens em redes sociais e denúncias nos canais de atendimento sobre os
fatos.
Na decisão, a magistrada pontua que o resultado da ação penal não interfere no julgamento
da ação trabalhista, pois se trata de jurisdições distintas. Lembra ainda que a incontinência de
conduta pode ocorrer também fora das dependências da empresa, como em férias, licenças e
finais de semana. E quando essa falta liga o trabalhador e a empresa fica tipificada sua
gravidade e os reflexos negativos na relação empregatícia.
Ao validar a justa causa, a julgadora afirma que não é possível considerar normal a produção
de vídeos íntimos sem consentimento ou autorização e que o trabalhador representa ameaça
no ambiente de trabalho.
"O reclamante é técnico de enfermagem, ou seja, lida com a saúde e fragilidade de pessoas
(...) Não é necessário que a empregadora espere que fato semelhante ocorra nas
dependências do hospital para afastar do trabalho quem comprovadamente representa risco a
pacientes e funcionários que frequentam o local”.
Com isso, todos os pedidos do homem foram julgados improcedentes, entre eles o de FGTS,
aviso-prévio e seguro-desemprego.
Fonte: TRT2
Empregada que alegou estar em "limbo previdenciário" por quase dez anos tem seus
pedidos indeferidos, confirma a 5ª Turma do TRT-1
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
convocado Mauricio Paes Barreto Pizarro Drummond, de que não há como se admitir
que cerca de dez anos após a alta previdenciária, a trabalhadora exija do empregador
parcelas contratuais do período no qual ela não trabalhou, não se apresentou para o
trabalho, tampouco justificou sua não apresentação, mantendo vínculos de emprego
paralelos em outras empresas.
Em sua defesa, a empresa argumentou que a trabalhadora prestou serviços até julho
de 2007, quando apresentou um atestado médico necessitando afastamento.
Esclareceu que houve a concessão do benefício de auxílio-doença até agosto de
2009. Após essa data, a empregadora narrou que não teve mais notícias da
trabalhadora, já que perdeu o seu contato, mas acreditava que ela ainda estivesse em
gozo do benefício previdenciário. Alegou que a auxiliar retornou à empresa apenas
em outubro de 2018. Por fim, narrou que procedeu à dispensa sem justa causa da
obreira em 2019, com o pagamento de todas as verbas rescisórias devidas.
No segundo grau, o caso foi analisado pelo juiz convocado Mauricio Drummond. O
relator observou, pelas provas produzidas nos autos, que o benefício previdenciário
cessou em 2009 e que a trabalhadora apenas retornou ao trabalho no início de 2018,
quase dez anos após a alta previdenciária. Além disso, observou que durante esse
período, a auxiliar manteve outro vínculo empregatício, com outra empresa, o que não
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
Além disso, o relator concluiu que não houve prova nos autos de que a empresa
negou o retorno ao trabalho, mas ao contrário, a prova testemunhal foi robusta e
segura no sentido de que a ex-empregadora, sistematicamente, buscou contado com
a profissional, sem sucesso. “Dessa forma, não há como se admitir que cerca de dez
anos após o ‘sumiço’ da autora, esta venha exigir do empregador parcelas contratuais
decorrentes do período posterior à alta previdenciária, quando não trabalhou, não se
apresentou para o trabalho, tampouco justificou sua não apresentação, mantendo
vínculos de emprego paralelos no mesmo período.”, concluiu o juiz.
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Edição Nº 008| São Paulo, 1 de agosto de 2023
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“Aferindo o magistrado que a proposta revela renúncia a direitos e não transação, não
havendo qualquer benefício ao trabalhador, mas tão somente receber o que já lhe é
incontroversamente devido e em parcelas e com cláusula de quitação geral - o que
implica renúncia ao direito constitucional de acesso ao judiciário de propor ação para
reivindicar outros direitos não constantes da proposta de acordo -, tem-se por correta
a decisão que fundamentadamente recusou a homologação do pacto por não se
revestir do genuíno caráter de transação”, concluiu o desembargador, negando
provimento ao recurso. Os integrantes da 9ª Turma do TRT-1 acompanharam o voto
por unanimidade.
Fonte: TRT1
7ª Turma mantém despedida por justa causa de cobrador que usou crachá de colega e
falsificou rubrica para uma troca de escala
Foi confirmada a despedida por justa causa de um cobrador de ônibus que trabalhou
enquanto o contrato estava suspenso, recebendo bolsa de qualificação profissional, e
usou identificação de outro colega para impedir que a empresa tomasse
conhecimento da troca de escala. A decisão unânime da 7ª Turma do Tribunal
Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) confirmou a sentença da juíza Sheila Spode,
da 14ª Vara do Trabalho de Porto Alegre.
Após ser despedido por “falta gravíssima”, o cobrador tentou ser reintegrado à
empresa ou, sucessivamente, reverter o desligamento para despedida imotivada.
Alegou que a extinção do contrato não ocorreu logo que a empresa teve
conhecimento dos fatos, não tendo havido a imediatidade entre a falta e a demissão
exigida em lei. Afirmou, ainda, que não houve a gradação na aplicação da pena. A
versão de que a empresa sabia da troca, pois era autorizada pelo fiscal, foi
desconstituída pelas testemunhas.
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O trabalhador recorreu ao Tribunal para reformar a decisão, mas não obteve êxito.
Para o relator do acórdão, desembargador João Pedro Silvestrin, os elementos
probatórios demonstram a falta grave. “O escalador declarou em Juízo que somente
ele poderia efetuar/autorizar trocas nas escalas. No aspecto, nem mesmo há
contrariedade no depoimento da testemunha indicada pelo reclamante. Quanto à
alegada falta de imediatidade, não procede. Isto, na medida em que o aviso de
demissão consigna que a falta foi cometida em um sábado e a despedida ocorreu na
terça-feira seguinte”, concluiu o magistrado.
Empresa de energia elétrica que mantinha "ponto britânico" deve pagar R$ 300 mil por
danos morais coletivos
A concessionária de energia elétrica Rio Grande Energia (RGE) deve pagar R$ 300
mil por danos morais coletivos após o Ministério Público do Trabalho (MPT) constatar
que a empregadora não mantinha registros corretos das jornadas dos empregados. A
empresa também foi obrigada a corrigir a situação, sob pena de multa no valor de R$
50 a cada registro irregular. Tanto o valor da indenização como o montante relativo às
eventuais multas devem ser destinados à Secretaria de Saúde de Gravataí, na Região
Metropolitana de Porto Alegre. As determinações foram estabelecidas em primeira
instância pela juíza Márcia Carvalho Barrili, titular da 4ª Vara do Trabalho do
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Ao ajuizar a ação civil pública em 2018, o MPT argumentou que, durante inquérito civil
instaurado no ano anterior, havia detectado diversas irregularidades nos registros de
pontos dos empregados. Como exemplos, o órgão trouxe ao processo cerca de
quatro mil documentos que demonstraram a utilização do chamado "ponto britânico",
ou seja, registros invariáveis de horários, ou com variações mínimas, que não
demonstram fielmente a duração das jornadas.
Segundo o MPT, essas irregularidades foram verificadas tanto nos pontos manuais
como nos registros eletrônicos. Diante disso, o órgão pleiteou o pagamento da
indenização por danos à coletividade e, em caráter liminar, que a empregadora fosse
obrigada a manter registros fidedignos dos horários de trabalho dos seus
empregados, sob pena de multa.
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No entanto, o relator optou por limitar em R$ 10 mil reais a soma das multas diárias
diante da constatação de registros irregulares, bem como em R$ 100 mil o valor da
indenização por danos morais coletivos, no que foi vencido pelos votos divergentes
das desembargadoras Beatriz Renck e Simone Maria Nunes, também integrantes da
Turma Julgadora, que consideraram adequados os valores respectivos de R$ 100 mil
e de R$ 300 mil. A empresa apresentou recurso de revista contra a decisão ao
Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Fonte: TRT 4
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O desembargador destacou que não houve alteração nas funções exercidas; que a
prestação de serviços foi destinada exclusivamente à reclamada e que o reclamante
era subordinado a um coordenador nacional. “Foi confirmado que o reclamante
continuou a prestar as mesmas atividades após a constituição de empresa e a
mudança da forma de contratação, o que traduz o emprego do subterfúgio
reconhecido pela doutrina como ‘pejotização’", afirmou o desembargador.
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