ESTRATÉGIA OAB

Direito do Trabalho – Priscila Ferreira

RODADA DE QUESTÕES DISCURSIVAS

Olá, pessoal.

Seguimos com a disponibilização de mais algumas questões inéditas, elaboradas

por mim, e com a intenção de que você treine possíveis temas que poderão estar
presentes em questões, ou ainda, em teses de peças.

Reforço que, neste momento, vocês NÃO deverão me enviar tais exercícios para
correção, mas, pediria que, de fato, se esforçassem e tentassem resolver as
questões.

Vamos ao treino, já que somente ele nos leva a perfeição.

Bons estudos e muito sucesso a todos!

Prof.ª Priscila Ferreira

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QUESTÃO 01

O Instituto “KLK” LTDA, autarquia federal, recebeu notificação decorrente de uma Reclamação Trabalhista
ajuizada por sua ex-empregada Key Alves, dispensada em 01/04/2019. Nesta ação, que tramita perante a 2ª
Vara do Trabalho de Curitiba/PR, sob o rito sumaríssimo, a reclamante pleiteou horas extras, atribuindo à
causa o valor de R$ 6.000,00 e férias com acréscimo do 1/3 constitucional dos períodos de 2017/2018 no
importe de R$ 4.000,00. A sentença julgou todos os pedidos improcedentes. A reclamante interpôs recurso,
no prazo de 8 dias, sendo que o Tribunal negou provimento a este apelo, mantendo os fundamentos da
decisão proferida pelo juízo “a quo”.

Diante dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às seguintes indagações:

A) Está correto o rito pelo qual tramita a presente reclamação trabalhista? (Valor: 0,65)

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B) Caso a reclamante, neste rito, tivesse a intenção de ingressar com novo recurso, em face da decisão
proferida pelo Tribunal, poderia alegar toda matéria de defesa que entender pertinente? (Valor: 0,60)

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Quesito Avaliado Faixa de valores

a) O procedimento está incorreto, uma vez que a reclamada é autarquia federal, o que
impede o tramite processual pelo rito sumaríssimo, (0,45) conforme artigo 852-A, 0,65
parágrafo único, da CLT. (0,25)
b) Não. A matéria de defesa fica limitada neste rito, e em se tratando de Recurso de
Revista, somente o será admitido por contrariedade à Súmula do TST; Súmula
0,60
Vinculante do STF e violação direta a Constituição Federal (0,30), conforme Artigo 896,
§9º, CLT e Súmula 442 do TST (0,30)

Palavra-Chave:

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

- administração direta, autárquica e fundacional; vedação: art. 852-A, par. ún., da CLT.

- recurso de revista; limitação: art. 896, § 9º, da CLT, e Súm. nº 442 do TST.

QUESTÃO 02

Tadeu Schmidt labora das 8 às 17h30, de segunda a sexta-feira, usufruindo 1 hora de intervalo para
alimentação, e aos sábados das 8h às 12h, sem intervalo. O superior hierárquico, Sr. Tiago Leifert, concedia,
ainda, de segunda a sexta-feira, outros dois intervalos de 15 minutos por mera liberalidade da empresa,
sendo o primeiro intervalo no período matutino e o segundo no período vespertino. Ao ser despedido sem
justa causa, Tadeu Schmidt propôs Reclamação Trabalhista, a qual foi distribuída perante a 17ª Vara do
Trabalho de São Paulo - SP, pleiteando o pagamento de horas extras e respectivos reflexos, alegando ter
laborado 30 minutos diários além da jornada legal, em razão dos dois intervalos concedidos.

Diante do caso apresentado, responda, de forma fundamentada:

A) Os 30 minutos diários laborados por Tadeu Schmidt, constituem tempo à disposição do empregador?
Justifique. (Valor: 0,65)

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B) É devido o pedido de horas extras e reflexos formulado por Tadeu Schmidt? Justifique. (Valor: 0,60)

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Quesito avaliado Faixa de valores

a) Sim, os dois intervalos de 15 minutos concedidos por mera liberalidade da empresa

não estão autorizados por lei (0,30); portanto, o período é considerado como tempo à 0,65
disposição do empregador, conforme dispõe a Súmula 118 do TST (0,35).
b) Sim, uma vez que os 30 minutos diários excedem a jornada constitucional de oito
horas diárias, logo, torna-se devido o pagamento como hora extra e com o
0,60
correspondente adicional de 50% (0,30), nos termos do artigo 7º, incisos XIII (0,10) e
XVI (0,10), CF e dos artigos 58 e 59 da CLT (0,10).

Palavras-Chave:

INTERVALO INTRAJORNADA

- intervalos concedidos; não previstos em lei: Súm. nº 118 do TST.

HORAS EXTRAS

- fundamento constitucional: art. 7º, XIII e XVI, da CF.

- fundamento legal: arts. 58 a 61 da CLT.

- prorrogação da jornada; remuneração: art. 59, § 1º, da CLT e art. 7º, XVI, CF

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QUESTÃO 03

Leandro, metalúrgico, foi dispensado em 10 de setembro de 2011 e Fred Nicácio, também metalúrgico, foi
dispensado em 14 de outubro de 2011. Em julho de 2013, os dois empregados procuram advogado
afirmando que não tiveram suas verbas rescisórias pagas adequadamente. Informam, ainda, que não
tiveram o aviso prévio indenizado projetado adequadamente, já que no termo de rescisão consta o direito
a aviso prévio de 30 dias, tão somente, sendo o de Leandro projetado para o dia 10 de outubro de 2011 e o
de Fred para 14 de novembro de 2011, o que implicou no percebimento das verbas rescisórias inferiores ao
que fariam jus.

Sabendo que os dois trabalharam exatamente há 5 (cinco) anos para os seus empregadores e que todas
as verbas rescisórias incidiram conforme a data indicada no Termo de Rescisão, informe para Leandro e
Fred acerca do direito de recebimento da proporcionalidade do aviso prévio, indicando eventual
posicionamento consolidado do TST. (Valor: 1,25)
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Quesito avaliado Faixa de valores

Leandro foi dispensado em 10 de setembro de 2011, tendo recebido aviso prévio

indenizado de 30 dias. Nesta situação, o pagamento das verbas rescisórias foi realizado
de forma adequada (0,30), vez que se aplicou o disposto no artigo 7º, inciso XXI, da CF.
(0,20) Observe que até então não havia sido publicada a lei que regulamentou o aviso
prévio proporcional. (0,10)
1,25
Fred, por sua vez, foi dispensado em 14 de outubro de 2011, tendo recebido aviso
prévio indenizado de 30 dias. O pagamento das verbas rescisórias, nesse caso, foi

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realizado de forma inadequada, já que a Lei nº 12.506, que regulamenta o aviso prévio
proporcional, foi publicada em 13 de outubro de 2011. (0,30)

Assim, como advogado de Fred, dever-se-á informar que o aviso prévio foi pago em
valor inferior, já que ele faria jus ao aviso prévio proporcional e suas consequências
legais nas demais verbas rescisórias, conforme Lei nº 12.506/2011 e Súmula nº 441 do
TST, e suas consequências nas demais verbas rescisórias. (0,35)

Palavras-Chave:

AVISO PRÉVIO

- aviso-prévio proporcional; aplicação; data da publicação da Lei nº 12.506/2011: Súm. nº 441 do TST.

- aviso-prévio proporcional; fundamento legal: art. 7º, XXI, da CF; e Lei nº 12.506/2011; Nota Técnica nº
184/2012/CGRT/SRT/MTE.

QUESTÃO 04

Thifany Ferreira foi admitida como empregada doméstica por Paula da Silva Santos em 04 de Agosto de
2022, para exercer jornada de trabalho das 8h às 16h30, com 30 minutos de intervalo intrajornada, de terça
a sábado, mediante contrato de trabalho escrito. Considerando as restrições financeiras de sua família, Paula
pretende substituir a viagem internacional de férias por um período em seu sítio e cogita solicitar que Thifany
a acompanhe.

Considerando o caso hipotético apresentado, responda de maneira fundamentada:

A) O tempo de intervalo intrajornada está regular? Justifique. (Valor: 0,65)

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B) Na eventualidade da empregada acompanhar a família de sua empregadora em viagem, como seria a
remuneração do tempo trabalhado? (Valor: 0,60)

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Quesito Avaliado Valores

a) Sim. Mediante acordo escrito torna-se possível reduzir o
intervalo intrajornada para 30 minutos (0,45), conforme artigo 13 0,65
da Lei Complementar 150/2015. (0,20)
b) Nesta hipótese, devem ser computadas as horas efetivamente
trabalhadas, e as quais devem ser pagas com um plus de, no
mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) , a título de
acompanhamento de viagem. (0,20)
0,60
Ainda, as partes podem acordar que as horas trabalhadas serão
convertidas em banco de horas (0,10), conforme artigo 11, caput
(0,10), parágrafo 2º (0,10) e 3º da Lei Complementar 150/2015.
(0,10)

Palavra-Chave:

DOMÉSTICO

- acompanhamento em viagem: art. 11 da LC nº 150/2015.

- intervalo intrajornada; repouso e alimentação: art. 13 da LC nº 150/2015.

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Aguardo vocês em nossa próxima aula!

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