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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1ª VARA DO TRABALHO DE

BOA ESPERANÇA – MG

Processo no (...)

O BANCO FINANÇAS, qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente,


perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado
(procuração anexa), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe
intimações e notificações, com fulcro no art. 847 da CLT, OFERECER:

CONTESTAÇÃO

à Reclamatória Trabalhista que lhe move KELLY AMARAL, já qualificada nos autos
em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – PRELIMINAR DE MÉRITO

1. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL

A reclamante, na petição inicial, postula o pagamento de indenização por danos


morais, sem, contudo, articular os fundamentos de fato e de direito que amparam
sua pretensão.
Segundo estabelece o art. 330, § 1º, I, do CPC, a petição inicial é inepta, dentre
outras hipóteses, quando lhe faltar pedido ou causa de pedir, sendo o que
aconteceu com o pedido de indenização por danos morais, em que a Reclamante
não apresentou a causa de pedir quanto ao mesmo.
Esclarece-se que à luz do art. 337, IV, do CPC, a inépcia da inicial deve ser
analisada em preliminar de contestação.
Diante do exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, nos
moldes dos arts. 485, I, e 330, I, do CPC (indeferimento da petição inicial) e,
sucessivamente, com fulcro no art. 485, IV, do CPC (ausência de pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo), em relação ao
pedido de indenização por danos morais, por ser tratar de pedido inepto.
Sucessivamente, caso não seja acolhida a preliminar, requer a análise dos demais
itens a seguir expostos.

2. DA PRESCRIÇÃO

A Reclamante postulou em sua reclamatória trabalhista, ajuizada em 13.09.2010,


parcelas que retroagem à data de sua admissão, que ocorreu em 04.08.2002.
Com base no art. 7o, XXIX, da CF e art. 11, I, da CLT, o direito de ação quanto a
créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos, contados da
data do ajuizamento da ação (Súmula 308, I, TST).
Diante do exposto, requer a extinção do processo, com resolução do mérito, nos
termos do art. 487, II, do CPC, quanto às parcelas postuladas anteriores aos últimos
5 (cinco) anos contados do ajuizamento da ação, ou seja, anteriores a 13.09.2005.
Sucessivamente, caso não seja acolhida a prescrição, requer a análise dos demais
itens a seguir expostos.

3. DA REINTEGRAÇÃO

A Reclamante postulou a reintegração ao emprego, ou a equivalente indenização


substitutiva, tendo em vista a suposta estabilidade adquirida em janeiro de 2009 por
ter sido nomeada para exercer o cargo de delegada sindical de representação
obreira.
Não assiste razão à Reclamante, pois, conforme estabelece a OJ no 369 da SDI-I
do TST, o delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória
prevista no art. 8o, VIII, da CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que
exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, submetidos a processo
eletivo.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de reintegração, bem como
de indenização substitutiva.

4. DAS HORAS EXTRAS E INTERVALO

A Reclamante postulou a condenação do Reclamado ao pagamento de 02 (duas)


horas extraordinárias com adicional de 50% por laborar de segunda a sexta-feira
das 9h às 20h, bem como o pagamento de mais uma hora extra pela supressão do
intervalo intrajornada mínimo de 01 (uma) hora e seus reflexos.
Não assiste razão à Reclamante, pois, consoante dispõe a Súmula no 287 do TST,
para o gerente geral de agência bancária presume-se o exercício de encargo de
gestão, aplicando-se-lhe o art. 62, II, da CLT. Tal artigo estabelece que não são
abrangidos pelo regime do capítulo da duração da jornada de trabalho os gerentes,
assim considerados os exercentes de cargo de gestão, aos quais se equiparam,
para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial,
que recebem gratificação de função superior a 40%. Assim sendo, a Reclamante,
por ser gerente geral de agência e perceber gratificação de função de 45%, não se
submete ao controle de jornada de trabalho, não fazendo jus às horas extras
pleiteadas.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de 2 horas extras diárias e do
intervalo intrajornada, bem como de seus reflexos.

5. DA PARCELA QUEBRA DE CAIXA

A Reclamante postulou o recebimento da parcela quebra de caixa, com a devida


integração e seus reflexos legais, alegando isonomia ao cargo de caixa bancário.
Não assiste razão à Reclamante, pois tal parcela é devida somente ao caixa
bancário, uma vez que suas atividades demandam uma maior responsabilidade ao
lidar diretamente com dinheiro. Logo, é incabível a percepção da parcela quebra de
caixa pela Reclamante, que exerce função de gerente geral de agência.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de recebimento da parcela
quebra de caixa, bem como de seus reflexos.
6. DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

A Reclamante postulou equiparação salarial ao Sr. Osvaldo Maleta, readaptado


funcionalmente por causa previdenciária, afirmando estarem presentes os requisitos
da Súmula no 6 do TST e art. 461 da CLT, pleiteando isonomia salarial e seus
reflexos.
Não assiste razão à Reclamante, pois, de acordo com o determinado pelo art. 461,
§ 4o, da CLT, o trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência
física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá
de paradigma para fins de equiparação salarial.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de equiparação salarial, bem
como de seus reflexos.

7. DAS FÉRIAS 2007/2008

A Reclamante postulou o pagamento de férias integrais do período aquisitivo de


2007/2008 de forma simples e acrescidas de 1/3 pela não concessão a tempo e
modo. Entretanto, afirmou ter se retirado em licença remunerada por 32 (trinta e
dois) dias durante aquele período aquisitivo.
Não assiste razão à Reclamante, pois, conforme institui o art. 133, II, da CLT, não
terá direito a férias o empregado que no curso do período aquisitivo permanecer em
gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de férias.

8. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A Reclamante postulou o pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais.


Não assiste razão à Reclamante, pois, consoante preveem as Súmulas nos 219, I, e
329 do TST e o art. 14, caput e § 1o, da Lei no 5.584/70, nas relações de emprego,
os honorários são devidos apenas quando a reclamante preencher os requisitos
para ser beneficiário da justiça gratuita e o advogado estiver vinculado ao sindicato.
Assim sendo, não há qualquer amparo legal à pretensão da Reclamante, posto que
no presente caso, a Reclamante está assistida por advogado particular, não fazendo
jus, portanto, aos benefícios aos honorários advocatícios.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de honorários.

II – REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer a produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial o depoimento pessoal do Reclamante, sob a consequência
de confissão;

Seja pronunciada a prescrição quinquenal dos créditos pleiteados pelo Reclamante,


declarando prescritas todas verbas anteriores ao marco prescricional que deverá ser
fixado em 13/09/2005;

Requer o acolhimento da preliminar de mérito para que seja determinada a extinção


do processo, sem resolução do mérito, nos moldes dos arts. 485, I, e 330, I, e,
sucessivamente, 485, IV, todos do CPC, em relação ao pedido de indenização por
danos morais.

E, por fim, gradativamente, ainda, no mérito, requer a improcedência de todos os


pedidos do Reclamante, condenando-a ao pagamento de custas processuais.

Nestes termos,

Pede deferimento.

LOCAL/DATA

ADVOGADO(A)
OAB

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