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Prática Jurídica Simulada Trabalhista

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AO JUÍZO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE GOVERNADOR VALADARES/MG

PROCESSO Nº: 0007/2020.

BANCO DIMDIM S/A, qualificação completa..., endereço completo..., vem,


respeitosamente, perante V. Exa., representada por seu advogado infrafirmado, com
procuração em anexo e com escritório profissional estabelecido à Rua ..., nº..., Cidade
..., Estado ..., CEP: ..., onde recebe notificações e intimações, com fundamento no art.
847, CLT, OFERECER

CONTESTAÇÃO

em face de DANIEL, já qualificado, pelas razões de fato e de direito a seguir


expostas.

1. PRELIMINARES

1.1 DA INÉPCIA POR AUSÊNCIA DE CAUSA DE PEDIR

O autor pleiteou, na peça exordial, indenização por danos morais. Entretanto,


não arrolou, dentre os fundamentos de fato e de direito, qualquer causa de pedir. Nos
termos do art. 330, § 1.º, I, CPC, a ausência de causa de pedir torna a petição inicial
inepta, o que enseja o seu indeferimento (art. 330, I, CPC). Diante do exposto, requer
a extinção do processo sem resolução do mérito em relação ao dano moral, com fulcro
no art. 485, I e 330, I, CPC.

2. PREJUDICIAL DE MÉRITO

2.1 DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

O reclamante ajuizou ação trabalhista em 13.09.2020, postulando verbas que


retroagem ao início do contrato de trabalho em 04.08.2012.
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De acordo com o art. 7º, XXIX, da CF/88, o art. 11, CLT e a Súmula 308, I, TST,
as verbas trabalhistas prescrevem em 5 anos, contados da data do ajuizamento da
ação. No caso em apreço, o limite legal foi ultrapassado, estando prescrita.
Diante do exposto, requer, a extinção do processo com resolução do mérito nos
termos do art. 487, II, CPC, quanto às verbas anteriores aos últimos 5 anos, contados
da data de ajuizamento da ação, anterior a 13.09.2020.

3. MÉRITO

3.1 DA INEXISTÊNCIA DO DIREITO À ESTABILIDADE

O Reclamante postulou a sua reintegração no emprego, alegando que exercia


a função de delegado sindical e por entender que aquele cargo lhe confere garantia
de emprego.
Não assiste razão ao Reclamante, pois nos termos do art. 8º, VIII, da CF/88, o
delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória, a qual é dirigida,
exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos,
submetidos a processo eletivo, conforme a OJ 369, SDI-I, TST. Logo, não é detentor
de estabilidade provisória, motivo pelo qual não faz jus à reintegração ao emprego
nem à indenização substitutiva correspondente.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do reclamante nos
termos do art. 487, I, CPC.

3.2 DA AUSÊNCIA DO DIREITO À EQUIPARAÇÃO SALARIAL

O Reclamante postulou a percepção das diferenças salariais e reflexos legais


em razão de equiparação salarial com o Sra. Ana, funcionária readaptada
funcionalmente por causa previdenciária desde 2018, requerendo diferenças salariais.
Não assiste razão ao Reclamante, pois nos termos do art. 461, § 4.º, da CLT,
o trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental
atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para
fins de equiparação salarial, o que impede o direito à equiparação salarial.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de equiparação salarial,

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bem como de seus reflexos.

3.3 DA INEXISTÊNCIA DE HORAS EXTRAS

O Reclamante postulou a condenação do Reclamado ao pagamento de 02


(duas) horas extraordinárias com adicional de 50% por laborar de segunda a sexta-
feira das 9h às 20h, bem como o pagamento de mais uma hora extra pela supressão
do intervalo intrajornada mínimo de 01 (uma) hora e seus reflexos.
Não assiste razão ao Reclamante, pois, consoante dispõe a Súmula no 287 do
TST, para o gerente geral de agência bancária presume-se o exercício de encargo de
gestão, aplicando-se lhe o art. 62, II, da CLT. Tal artigo estabelece que não são
abrangidos pelo regime do capítulo da duração da jornada de trabalho os gerentes,
assim considerados os exercentes de cargo de gestão, aos quais se equiparam, para
efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial, que
recebem gratificação de função superior a 40%. Portanto, o Reclamante, por ser
gerente geral de agência e perceber gratificação de função de 45%, não tinha a
jornada controlada e nem era a empresa obrigada a fazê-lo. Assim, face à
incompatibilidade das funções da autora com o controle de jornada, não há que se
falar em horas extras, seja pela suposta extrapolação de jornada, seja pela suposta
supressão do intervalo intrajornada.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de 2 (duas) horas extras
diárias e do intervalo intrajornada, bem como de seus reflexos.

3.4 DA PARCELA QUEBRA DE CAIXA

O Reclamante postulou o recebimento da parcela quebra de caixa, com a


devida integração e seus reflexos legais, alegando isonomia ao cargo de caixa
bancário.
Não assiste razão ao Reclamante, pois tal parcela é devida somente ao caixa
bancário, uma vez que suas atividades demandam uma maior responsabilidade ao
lidar diretamente com dinheiro. No caso em voga, o autor, ocupante do cargo de
gerente geral, não desempenhava atividades e funções que denotassem a
possibilidade de ensejar erros involuntários de contagem de valores em dinheiro.

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Logo, é incabível a percepção da parcela quebra de caixa pelo Reclamante.


Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de recebimento da
parcela quebra de caixa, bem como de seus reflexos.

3.5 FÉRIAS

O Reclamante postulou o pagamento de férias integrais do período aquisitivo


de 2017/2018 de forma simples e acrescidas de 1/3 pela não concessão a tempo e
modo. Entretanto, afirmou ter se retirado em licença remunerada por 32 (trinta e dois)
dias durante aquele período aquisitivo.
Não assiste razão ao Reclamante, pois, conforme institui o art. 133, II, da CLT,
não terá direito a férias o empregado que no curso do período aquisitivo permanecer
em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de férias do Reclamante.

3.6 DO DANO MORAL

O Reclamante postulou o pagamento de indenização por danos morais. Não


assiste razão e na eventualidade de ultrapassada a preliminar de inépcia arguida,
deve o pedido de dano moral, no mérito, ser julgado improcedente, tendo-se em vista
que o Reclamado, através de seus prepostos, jamais praticou ou teve ciência de
qualquer ato ilícito capaz de ensejar o suposto dano moral, conforme disposto nos
arts. 223-B e 223-C, CLT.
Caso o pedido seja, de forma absurda, acolhido, a condenação deve ser
proporcional à extensão do dano, à culpabilidade da parte demandada e da vítima.
Além disso, o valor fixado deve desencorajar a repetição da conduta lesiva, sem, no
entanto, propiciar enriquecimento indevido à vítima.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido indenização por danos
morais.

3.6 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O Reclamante postulou o pagamento de honorários advocatícios

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sucumbenciais no importe de 20% (vinte por cento).


Não assiste razão ao Reclamante, pois, consoante preveem as Súmulas
números 219, I, e 329 do TST e o art. 14, caput e § 1º, da Lei no 5.584/70, nas relações
de emprego, os honorários são devidos apenas quando o Reclamante preencher os
requisitos para ser beneficiário da justiça gratuita e o advogado estiver vinculado ao
sindicato. Assim sendo, não há qualquer amparo legal à pretensão do Reclamante,
posto que no presente caso, está assistido por advogado particular, não fazendo jus,
portanto, aos benefícios aos honorários advocatícios.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de honorários.

4. REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer a produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial o depoimento pessoal do Reclamante, sob a consequência de
confissão.
Requer o acolhimento da preliminar de mérito para que seja determinada a
extinção do processo, sem resolução do mérito, nos moldes dos arts. 485, I, e 330, I,
e, sucessivamente, 485, IV, todos do CPC, em relação ao pedido de indenização por
danos morais.
Requer, sucessivamente, o acolhimento da prejudicial de mérito para que seja
determinada a extinção do processo, com resolução do mérito, com base no art. 487,
II, do CPC, quanto às parcelas anteriores aos últimos cinco anos contados do
ajuizamento da ação.
E, por fim, gradativamente, ainda, no mérito, requer a improcedência de todos
os pedidos do Reclamante, condenando-a ao pagamento de custas processuais e
honorários advocatícios de sucumbência, nos moldes do art. 791-A da CLT.

Nestes termos, pede deferimento.


Local, data.

Advogado
OAB/MG nº XX.XXX
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