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TERESINA
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
I. DA GRATUIDADE
O reclamante é pessoa pobre nos termos da Lei 1060/50 não tendo condições de litigar contra
a Reclamada sem prejuízo do seu sustento, conforme a declaração de situação econômica
anexa, razão por que faz jus ao benefício da Justiça Gratuita, nos precisos termos do inc.
LXXIV do art. 5º da CF/88.
O reclamante foi contratado pela empresa Reclamada em 25 de maio de 2018 para exercer a
função de pedreiro na Cidade de Campo Maior. Ele teve a carteira assinada em 25/05/2018,
mas foi contratado em 25/02/2018.
Ele trabalhava de segunda à sábado das 07h às 12h e das 14h às 19h, tendo 2 horas de
intervalo e descanso nos domingos. Além disso ele recebia a remuneração no valor de R$
1.300,00 reais abaixo do valor do piso salarial do pedreiro que correspondente ao valor de
R$1.500,00 reais na cidade de Campo Maior.
O reclamante informou que a reclamada não estava recolhendo o FGTS do empregado desde
janeiro de 2021; que a empresa nunca lhe concedeu férias e que ela negava o pedido de gozo
de férias do empregado; a empresa não pagou o 13º salário referente aos anos de 2020 e 2021;
a empresa reclamada tinha o hábito de atrasar o pagamento do salário com atraso superior de
15 dias e que já estava com mais de 3 meses sem receber seu salário; que ela nunca pagou
pelas horas extras trabalhadas.
Além disso, a empresa reclamada não fornecia água potável para seus trabalhadores e que eles
eram obrigados a beber água oriunda de um velho poço cacimbão. A empresa não fornecia
banheiro químico para os trabalhadores fazerem suas necessidades e por causa disso, eles
faziam suas necessidades de higiene pessoal no meio do mato.
III. DO DIREITO
O reclamante foi contratado em 25/02/2018 pela empresa reclamada para exercer a função de
pedreiro, tendo o contrato formalmente assinado somente em 25/05/2018. Dessa forma a
empresa Reclamada assinou a CTPS do empregado com 3 meses após ter iniciado as
atividades laborais. Em razão disso a empresa deixou de recolher o FGTS por 3 meses na
conta vinculada do empregado.
Desta forma, fica inviável a manutenção do contrato de trabalho, pois o reclamante sempre
desempenhou suas funções com zelo, pontual, profissional e em troca recebeu a recusa da
Reclamada em cumprir suas obrigações trabalhistas e tal situação se deu por culpa exclusiva
da Reclamada.
Diante disso, requer a condenação da Reclamada para que rescinda o contrato de trabalho e
que faça o pagamento de todas as verbas rescisórias devidas da rescisão indireta.
3.2 VERBAS RESCISÓRIAS
Conforme fatos expostos, o reclamante foi contratado em25/02/2018 para exercer a função de
pedreiro na empresa Reclamada e somente em 25/05/2018 foi feito o registro de admissão na
sua CTPS, ou seja, com atraso de 3 meses.
Sendo assim, requer que a Reclamada faça a anotação na Carteira de Trabalho do reclamante
no período de 25/02/2018 à 25/05/2018, assim como a baixa na CTPS do reclamante no
período de 25/02/2018 à 28/10/2022.
FÉRIAS
O reclamante informou que nunca gozou férias e que a empresa recusou a conceder férias
quando era solicitado pelo empregado.
O art. 129 da CLT dispõe que “todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um
período de férias, sem prejuízo da remuneração”.
Dessa forma, o reclamante faz jus a remuneração de férias proporcionais e com adicional de
1/3 referentes aos períodos: março/2019 à março/2020, março/2020 à março/2021,
março/2021 à março/2022 e março à outubro de 2022.
HORAS EXTRAS
O reclamante trabalhava de segunda à sábado das 07h às 12h e das 14h às 19h, tendo 2 horas
de intervalo e descanso nos domingos.
De acordo com os fatos narrados, sua jornada de trabalho era 10 horas diárias, ou seja, ele
laborava 6 horas a mais durante o sábado.
O art. 58 da CLT, dispõe que a duração da jornada do empregado não pode ultrapassar das 8
horas diárias, não excedendo as 44 horas semanais.
Em relação ao caso apresentado, o reclamante tem direito ao pagamento de 6 horas extras por
semana. Portanto requer o pagamento das horas extras.
13º SALÁRIO
O empregado não recebeu as verbas relativas ao 13º salário proporcional referente aos anos de
2020 e 2021.
Portanto requer que a Reclamada seja condenada ao pagamento do 13º salário referentes aos
anos de 2020 e 2021.
Por se tratar de uma garantia prevista no art.7º, III, da CF, traz uma obrigação do empregador
de efetuar o pagamento e tempestivo recolhimento dos depósitos na conta vinculada do
empregado, para que possibilite o empregado em caso de necessidade, realizar o saque dos
valores depositados.
Desta forma requer a condenação da Reclamada para que efetue o pagamento e recolhimento
do FGTS no período de janeiro à outubro de 2022, bem como seus reflexos.
SALDO DE SALÁRIO
O reclamante trabalhou até o dia 27 de outubro de 2022 e não recebeu qualquer valor
referente ao saldo de salário dos 27 dias de labor do mês de outubro de 2022.
O reclamante encerrou seu contrato de trabalho, por conta do descumprimento das obrigações
da Reclamada, no dia 28 de outubro de 2022 e em decorrência disso, não recebeu aviso prévio
ou ter sido indenizado.
SEGURO- DESEMPREGO
3.3 REMUNERAÇÃO
O reclamante informou foi contratado para exercer a função de pedreiro e que recebia a
remuneração anotada da sua carteira de trabalho no valor de R$ 1.300,00 reais. Além disso, o
piso salarial do pedreiro no Acordo Coletivo do Sindicato dos Trabalhadores na Construção
Civil do Estado do Piauí e firmado com a empresa empregadora para o período janeiro
2020/dezembro de 2022 corresponde a quantia de R$1.500,00.
Conforme os fatos narrados, ele recebia desde janeiro de 2020 valor abaixo do piso salarial do
pedreiro e a Reclamada estava deixando de cumprir o acordo firmado com o sindicato dos
trabalhadores.
O reclamante afirmou que a Reclamada não efetuava o pagamento dentro do prazo estipulado
em lei, chegando às vezes, efetuar o pagamento com mais de 15 dias de atraso e que está com
mais de 3 meses sem receber seu salário.
Essa prática corriqueira da empresa caracteriza-se falta grave e enseja rescisão indireta,
conforme art.483, inciso d, da CLT.
Conforme dispõe o art. 459 da CLT, o pagamento do salário não pode ser estipulado ao
período superior de 1 mês e que deve ser pago até o 5 º dia útil do mês subsequente ao
vencido.
Além disso, o incidente normativo nº 72 do TST prevê multa de 10% sobre o saldo salarial
em caso de atraso do pagamento do salário, no período superior de 20 dias e de 5% para os
períodos subsequentes.
O reclamante informou que a empresa reclamada não fornecia água potável para seus
trabalhadores e que eles eram obrigados a beber água oriunda de um velho poço cacimbão. A
empresa não fornecia banheiro químico para os trabalhadores fazerem suas necessidades e por
causa disso, eles faziam suas necessidades de higiene pessoal no meio do mato.
Conforme o art.200, inciso VII, dispõe que o Ministério do Trabalho deve estabelecer normas
complementar em relação a higiene nos locais de trabalho, fornecimento de água potável e
instalações sanitárias. A NR-24 é a norma que regulamenta sobre as condições sanitárias e de
conforto aplicáveis aos trabalhadores, incluindo neste caso o fornecimento de água potável e
instalações sanitárias.
18.5.6.1 O fornecimento de água potável deve ser garantido de forma que, do posto
de trabalho ao bebedouro ou ao dispositivo equivalente, não haja deslocamento
superior a 100 m (cem metros) no plano horizontal e 15 m (quinze metros) no plano
vertical.
Portanto requer a condenação da Reclamada ao pagamento de danos morais em razão das más
condições de trabalho no valor de R$ 5.000,00 reais.
V. DOS PEDIDOS
f) Requer que a Reclamada seja condenada ao pagamento do 13º salário referentes aos anos
de 2020 e 2021;
Nestes termos.
Pede deferimento
Advogada
OAB XXXX