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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO

TRABALHO DA 88ª VARA DO TRABALHO DE


MURIAÉ – ESTADO DE MINAS GERAIS
(espaço)

PROCESSO NÚMERO...

BANCO BOM S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob o número..., com
sede à Rua..., número..., bairro..., cidade..., UF..., CEP..., vem, à
presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado
devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o
número..., com escritório profissional à Rua..., número...,
bairro..., cidade...-UF..., CEP..., propor a presente
CONTESTAÇÃO

com fundamento no artigo 847, da Consolidação das Leis do


Trabalho, em face de PAULA, já devidamente qualificado nos
autos em epígrafe, pelos motivos que passa a expor.
I – DA DEFESA DIRETA DO MÉRITO
1.1.DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

A Reclamante alegou que percebia R$8.000,00 mensais, além


de gratificação de função, no percentual de 50% a mais que o
cargo efetivo. Igualmente, alegou que, pelo fato de ser mulher,
percebia menos que seu colega de trabalho, requerendo as
diferenças salariais e reflexos.

O artigo 461, parágrafo primeiro, da Consolidação das Leis do


Trabalho dispõe que deverá ser assegurada a igualdade salarial
aos empregados que exercerem as mesmas funções, prestando
o trabalho de igual valor ao mesmo empregador, na mesma
localidade.
Ainda, a Súmula 06, inciso III, do Tribunal Superior do
Trabalho, aduz que

EQUIPARAÇÃO SALARIAL.
ART. 461 DA CLT (redação do item VI alterada) – Res.
198/2015, republicada em razão de erro material –
DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o
paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as
mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a
mesma denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ
09.12.2003)
Ocorre que o colega de trabalho da Reclamante exercia a
função de gerente de agência de grande porte que atendia
contas de pessoas físicas e jurídicas, enquanto a Reclamante
exercia a função de gerente geral da agência de pequeno porte,
sendo a responsável por controlar o desempenho comercial
desta.

Sendo assim, a Reclamante não faz jus ao direito de receber a


diferença salarial pleiteada por ela na inicial, requerendo,
desde já, que tal pedido seja julgado improcedente, diante os
fundamentos expostos.

1.2.DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS

A Reclamante afirma que cumpriu uma jornada de trabalho de


segunda a sexta-feira, de 8h00min as 20h00min, com apenas
20 minutos de intervalo, requerendo, desta forma, horas
extraordinárias e seus respectivos reflexos.

Cabe ressaltar que a Reclamante em questão exercia a função


de gerente geral na agência a qual trabalhou por quatro anos,
configurando cargo de segurança.

O disposto no artigo 62 e seu inciso II, da Consolidação das


Leis do Trabalho, estabelece que os cargos de confiança, como
o exercido pela Reclamante em questão, têm uma
regulamentação diferenciada
A Súmula 287, do Tribunal Superior do Trabalho, consolidou o
seguinte entendimento:

JORNADA DE TRABALHO. GERENTE BANCÁRIO


A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de
agência é regida pelo art. 224, § 2º, da CLT. Quanto ao
gerente-geral de agência bancária, presume-se o exercício de
encargo de gestão, aplicando-se-lhe o art. 62 da CLT.
Desta forma, não há direito a ser pleiteado em relação às horas
extraordinárias, vez que a Reclamante, haja vista a sua função,
tem um regimento diferenciado dos demais empregados.

1.3.DO ADICIONAL DE TRANFERÊNCIA

A Reclamante fez constar que, após um ano de serviço nas


dependências da Reclamada, foi transferida de São Paulo para
Muriaé, fixando, neste local, sua residência juntamente com
sua família. Sendo essa a razão pela qual a mesma pleiteou o
pagamento de um adicional de transferência.

O artigo 469 da Consolidação das Leis do Trabalho, veda a


transferência de empregado por parte do empregador sem a
sua anuência. No entanto, mais uma vez, ressalta-se o fato de
que a Reclamante ocupava um cargo de confiança na agência.
O parágrafo primeiro do referido artigo dispõe que não estão
compreendidos na proibição do caput, os empregados que
exerçam cargo de confiança.
Sendo assim, o pedido de pagamento do adicional de
transferência formulado na inicial pela a Reclamante não é
cabível ao caso, vez que a mesma não faz jus ao referido direito,
em razão de seu cargo.

1.4.DOS DESCONTOS SALARIAIS DO PLANO DE SAÚDE

Foi requerida pela Reclamante a devolução dos descontos


relativos ao plano de saúde que a mesma assinou ao ato de
admissão, tendo indicado dependentes.

Cabe ressaltar que a Reclamante não foi coagida, no ato de sua


admissão, a assinar o contrato aceitando o plano de saúde,
tampouco indicar dependentes. A Reclamante assinou os
documentos de livre e espontânea vontade, caracterizando,
desta forma, a exceção prevista no artigo 462, da Consolidação
das Leis do Trabalho.
No mesmo sentido, a Súmula 342, do Tribunal Superior do
Trabalho, estabelece que os descontos salariais efetuados pelo
empregador, com a autorização prévia e por escrito do
empregado, para ser integrado em planos médico-hospitalar,
em seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o
disposto no artigo supracitado.

Desta forma, a Reclamada não tem direito a ser ressarcida


pelos descontos salariais referentes ao plano de saúde por ela
contratado.

1.5.DA MULTA

A Reclamante alegou que foi notificada de sua dispensa em


02/03/2015, numa segunda-feira. Alegou, também, que a
empresa pagou somente as verbas rescisórias e efetuou a
homologação da dispensa em 12/03/2015, um dia aos o prazo,
requerendo, por esta razão, o pagamento da multa prevista no
artigo 477, da Consolidação das Leis do Trabalho.
No entanto, a contagem do prazo para a quitação das verbas
decorrentes da rescisão contratual estabelecido no artigo
supracitado se faz excluindo o dia da notificação da demissão e
incluindo o dia do vencimento, conforme o entendimento da
Orientação Jurisprudencial da Seção Especializada em
Dissídios Individuais 1, de número 162.

Assim sendo, o Reclamado cumpriu com sua obrigação


pagando à Reclamada o que era devido, dentro do prazo
estipulado em lei, não havendo nenhum direito a ser pleiteado.

II – DOS PEDIDOS
Em face de todo o exposto, vem, com o devido respeito,
requerer:

a) A improcedência total dos pedidos formulados pela


Reclamada na peça inicial, os quais são:
· O pagamento da diferença salarial, uma vez que o cargo
exercido pelo seu paradigma difere do seu, não havendo direito
à equiparação salarial;

· O pagamento das horas extraordinárias, haja vista que sua


função, se tratando de cargo de confiança, tem uma
regulamentação diferenciada dos demais, não fazendo jus as
horas extraordinárias;

· O pagamento do adicional de transferência, vez que, também,


em razão de seu cargo, não faz jus ao direito;

· O ressarcimento dos descontos salariais feitos referentes ao


pagamento do plano de saúde, uma vez que a própria
Reclamante optou pelo plano no ato de sua admissão;

· O pagamento da multa prevista no artigo 477,


da Consolidação das Leis do Trabalho, uma vez que o
pagamento das verbas rescisórias fora feito dentro do prazo,
como fora exposto anteriormente.
b) Alternativamente, caso Vossa Excelência entenda que os
pedidos formulados na inicial são direitos que, de fato,
assistem à autora, o Reclamado requer, desde já, a redução dos
valores a serem pagos.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em


direito admitidos, que, desde já, requer.

Dar-se-á o valor da causa de R$ ...

Nestes termos,

Pede deferimento.

Muriaé - MG, data...


ADVOGADO...
OAB.../UF...

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