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AO DOUTO JUÍZO DA __ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE _______________-SP.

PROCESSO Nº
RECLAMANTE, já qualificada nos autos em epígrafe, vem por meio de sua advogada abaixo
assinado, propor a presente
IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO
consoante as linhas abaixo explicitadas.
i. BREVE RELATO
Primeiramente, a Reclamante ratifica todo o conteú do de sua exordial, e o que nã o
impugnar por trato específico, impugna por trato geral, no que diz respeito a contestaçã o e
documentos acostados pela reclamada.
Data má xima vênia, Excelência, a contestaçã o trazida e arguida pela Reclamada nã o merece
prosperar, vez que igualmente carecedora de fundamentos fá ticos e jurídicos, denotando
apenas o intuito da Reclamada de tentar defender o indefensá vel com meras alegaçõ es
desprovidas de amparo legal, sendo em tese, peça procrastinató ria.
No entanto, a fim de que nã o restem dú vidas quanto ao direito da Reclamante, apresenta de
forma detalhada o disposto em contestaçã o e consequentemente o que se almeja em sede
de Réplica, analisando separadamente cada alegaçã o apresentada.
i. DA RÉPLICA PROPIAMENTE DITA
2.1- Da irretroatividade da Reforma Trabalhista
Nã o obstante a vigência e aplicaçã o imediata da Lei 13.467/17 que instituiu a Reforma
Trabalhista, necessá rio dispor sobre a irretroatividade da lei, quando em prejuízo do ato
jurídico perfeito das relaçõ es jurídicas anteriores à reforma.
Trata-se da observâ ncia pura à segurança jurídica inerente ao Estado Democrá tico de
Direito, e de preservar o Direito Adquirido, nos termos de clara redaçã o constitucional em
seu Art. 5º.
“ XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Logo, trata-se de aplicaçã o inequívoca do PRINCIPIO DA IRRETROATIVIDADE DE NORMA
NOVA, especialmente quando trazem normas prejudiciais ao trabalhador conforme
disposto no Decreto – Lei nº 4.657/42 LIDB:
“ Artigo 6º - A lei em vigor terá efeito imediato e geral respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada”.
A doutrina ao corroborar este entendimento destaca sobre a nã o aplicabilidade de normas
novas concernentes à situaçõ es constituídas antes de sua entrada em vigor:
“ Como se vê, a lei tem efeito imediato, mas não pode retroagir para prejudicar o ato
jurídico perfeito, assim entendido como aquele já consumado segundo a lei vigente ao
tempo que se efetuou (art. 6º, § 2º, da LINDB).
(...)
Admitir efeito imediato aos contratos de prestação de serviço continuada em curso é
autorizar indevidamente a retroatividade da lei no tempo, ferindo o direito adquirido e o ato
jurídico perfeito.” (MIZIARA, Raphael. Eficácia da lei 13.467/2017 no tempo: critérios
hermenêuticos que governam a relação entre leis materiais trabalhistas sucessivas no tempo.
In Desafios da Reforma Trabalhista. Revista dos Tribunais, 2017.p.22-23).
Assim, mesmo que em vigor, a lei que estabeleça alteraçõ es que prejudique algum direito
do trabalhador, só produzirá efeitos para os contratos de trabalho celebrados a partir de
00/00/0000, em respeito à clausula pétrea de proteçã o ao direito adquirido.
i. SÍNTESE DA RELAÇÃO DE TRABALHO E DA RESCISÃO INDIRETA
A rescisã o indireta é direito do empregado sempre que diante de circunstâ ncias legais
previstas na CLT:
Art. 483 – O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
i. Forem exigidos serviços superiores as suas forças, defesos por lei, contrários aos
bons costumes, ou alheios ao contrato.
ii. For tratado pelo seu empregado ou por seus superiores hierárquicos com rigor
excessivo;
iii. Correr perigo manifesto de mal considerável;
iv. Não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
v. Praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo
da honra e boa fama;
vi. O empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legitima
defesa, própria ou de outrem;
vii. O empregador reduzir o seu trabalho, sendo por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
Ora, Excelência, mesmo ciente dos direitos da Reclamante a Reclamada tenta em sua
precá ria e procrastinató ria peça contestató ria subestimar a inteligência deste juízo,
transcrevendo a alínea a e c do artigo 483 da CLT, e justificando de forma a fazer parecer
que nã o descumpriu com seus deveres contratuais legais para com a Reclamante.
Consideremos entã o os pontos a seguir, examinando item a item do que prevê o artigo Art.
483 da CLT onde diz que o empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a
devida indenizaçã o quando tiver seus direitos transgredidos, como é o caso da Reclamante
em questã o, senã o vejamos:
• “A- Forem exigidos serviços superiores as suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato. ”
A reclamante foi contratada para exercer a função de balconista, porém incontáveis
vezes, teve que exercer a função de “caixa” sem receber nenhum centavo a mais por
isso, aliás, nem reconhecimento, ou “muito obrigado”. Esclarecendo que tais
alegações poderão perfeitamente ser comprovadas através de prova testemunhal,
configurando, portanto, serviço alheio ao contrato de trabalho.
• “B- For tratado pelo seu empregado ou por seus superiores hierá rquicos com rigor
excessivo; ”
A reclamante além de exercer funções diversas a de seu contrato de trabalho,
também trabalhava sem intervalo intrajornada e fazia de tudo, tudo, muitas vezes na
mesma jornada, pois temia perder o emprego!
• “C- Correr perigo manifesto de mal considerável; ”
A Reclamante exercia múltiplas funções, mesmo na condição em que se encontrava,
ou seja, gravidez de risco, e tudo com plena ciência do representante da reclamada,
como por ele mesmo informado em sua peça contestatória, assim, ciente de todos os
riscos que a Reclamante estava submetida, já que a gravidez de risco, exige repouso,
ou atividade compatível com seu estado gestacional, fato este completamente
negligenciado pelo empregador ora Reclamada.
• “D- Não cumprir o empregador as obrigações do contrato; ”
Além de todo o enumerado acima, a Reclamada NUNCA efetuou o depósito do FGTS
na conta vinculada da Reclamante, o que por sí só, já ensejaria a rescisão indireta!
Fato é Excelência, que desde que a Reclamante passou a ser comandada pelo representante
legal da Reclamada, sua vida financeira e pessoal regrediu, e ao contrá rio do alegado em
sede de contestaçã o, a Reclamante nunca teve apoio para ir às consultas médicas,
tanto é verdade, que conforme documentos anexos, o representante legal, sequer
pagava os dias devidamente justificados com atestado médico e mesmo ciente do
risco da gravidez da Reclamante, nunca se importou em cumprir com o contrato de
trabalho, dando-lhe ao menos o direito de usufruir do intervalo intrajornada para
alimentação e descanso, conforme demonstra diálogo abaixo, onde a Reclamante
informa expressamente ao Representante legal que não está se sentindo bem, mas
ainda assim estava indo trabalhar a pedido dele, pois apesar de ele nã o cumprir com
suas obrigaçõ es de empregador a Reclamante até o ultimo dia manteve sua
responsabilidade.
Ora Meritíssimo!
A fim de sanar toda e qualquer objeçã o, analisemos entã o se de fato nã o houve
descumprimento do contrato por parte do empregador, como afirma a Reclamada em toda
sua peça contestató ria:
a. A Reclamante não recebia seu salário integral e nem adiantamento,
recebia sim de forma incompleta, picada e de acordo com a boa
vontade e humor do representante legal da Reclamada;
A lei determina expressamente em seu artigo 459, § 1º, o dever do Empregador no
pagamento dos salá rios em dia (até o 5º dia ú til de cada mês), configurando grave
descumprimento contratual o seu atraso reiterado, viabilizando, assim, a rescisã o indireta
nos termos do artigo 483, d da CLT.
a. A Reclamante, não tinha depositado em conta vinculada seu Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço -FGTS;
A Reclamante foi obrigada a entrar com a presente açã o, apó s tentar de inú meras formas,
ter seus direitos garantidos, afinal, nã o obteve regularizaçã o do FGTS conforme
documentos anexos na exordial, caracterizando a rescisã o indireta.
a. A Reclamante, mesmo grávida, não tinha direito ao intervalo
intrajornada;
Nos termos do artigo 71, caput, da CLT, aqueles que laboram mais de 6 horas diá rias fazem
jus a um intervalo intrajornada de, no mínimo, 1 hora, o qual nã o foi observado desde
01.01.2020, o que também caracteriza descumprimento de contrato de trabalho por parte
do empregador, fazendo jus a rescisã o indireta.
a. A Reclamante não era remunerada por seu descanso semanal;
De acordo com a redaçã o do Artigo 67 da CLT “Art. 67 - Será assegurado a todo empregado
um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de
conveniência pú blica ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o
domingo, no todo ou em parte.
No entanto, a reclamante quando folgava, nã o recebia o dia nã o trabalhado, configurando
descumprimento do contrato de trabalho e consequentemente, o direito s rescisã o indireta.
a. A reclamante, não tinha suas faltas justificadas, mesmo com
apresentação de atestados médicos, devido ao risco da gravidez;
O art. 6º, letra f, da lei 605/49, estabelece que, se o empregado faltar ao trabalho por
motivo de doenças, devidamente atestado, nã o perderá o salá rio e o Descanso Semanal
Remunerado. Considerando a desobediência da reclamada, configurado está o direito a
rescisã o indireta.
a. A reclamante não recebia em dobro os feriados trabalhados;
A Sumula 146 do TST e da Orientaçã o Jurisprudencial 410 da SDI-1 do TST, determina o
pagamento em dobro do labor em domingos e feriados, sem a correspondente folga até o
sétimo dia consecutivo.
Uma vez que a reclamada deixou de cumprir as obrigaçõ es bá sicas referente ao contrato de
trabalho, configurado está o direito a rescisã o indireta nos termos do artigo 483 d CLT.
Analisemos então:
i. DOS SALÁRIOS MAUS PAGOS E DAS TENTATIVAS DE ACORDO FRUSTRADAS
(PROVAS)
i. DO FGTS NÃO DEPOSITADO
(PROVAS)
i. DAS DECLARAÇÕES DE “COLEGAS” DE TRABALHO
(PROVAS)
i. RECLAMAÇÕES TRABALHISTAS COM A MESMA CAUSA DE PEDIR E O MESMO
PEDIDO EM FACE DO REPRESENTANTE LEGAL DA RECLAMADA.
ii. Processo nº
iii. Processo nº
iv. Processo nº
Isto posto, Excelência, a fim de corroborar todo alegado pela Reclamante, esta, indica ainda
processos de colegas com a mesma reclamaçã o ou ainda mais estarrecedoras, o que
comprova de forma incontestá vel que diferentemente do alegado pela Reclamada, seu
representante legal nã o se trata de um amador e as reclamaçõ es nada tem a ver com a atual
situaçã o financeira mundial ou rompimento de “diversos” contratos, mas sim, de uma
prá tica comum utilizada pelo representante legal da Reclamada, nã o podendo, portanto,
serem recebidas as insistentes tentativas da Reclamada de se apoiar, talvez, na atual
situaçã o financeira do país, sob alegaçã o da quebra de “diversos contratos” com intuito de
transferir sua responsabilidade e continuar enriquecendo-se ilicitamente as custas da
exploraçã o de mã o de obra de pessoas necessitadas e desprovidas como a Reclamante.
i. DAS FALSAS ALEGAÇÕES DA RECLAMADA SOBRE IMPACTO FINANCEIRO
DECORRENTES DA PANDEMIA
Ademais Excelência, não podemos olvidar que o objeto social da Reclamada está
dentro das atividades essenciais, que diferentemente dos demais ramos, obtiveram
lucros muito além dos obtidos, por exemplo, em datas comemorativas, desde o início
da Pandemia.
Assim, não há que se falar em enfrentamento de graves dificuldades financeiras por
parte da Reclamada, ao contrário, sabemos que a PANDEMIA do vírus SARS-COV-2
(coronavírus), causador da doença COVID-19, trouxe lucros incomparáveis e
imensuráveis para todos os empresários que exploram o mesmo objeto social da
Reclamada, pois trata-se de atividade essencial e em nenhum momento foi afetada
pela pandemia, levando a “quebra de diversos contratos” como tenta fazer crer a
Reclamada.
Assim, restam incontroversos os fatos alegados e comprovados pela Reclamante,
rechaçando de uma vez por todo argumento vazio e desleixado trazido pela Reclamada, já
que sua peça contestató ria e procrastinató ria nã o passa de um mero modelo padrã o
utilizado em todas as suas defesas, sem zelo nenhum.
Restando, portanto, configurado o direito a rescisã o indireta, conforme passa a dispor:
i. DAS VERBAS RESCISÓRIAS
A Reclamada afirma em sua peça contestató ria que a Reclamante nã o faz jus ao
recebimento das verbas rescisó rias, sob a mera alegaçã o de que nã o existe documentos
comprobató rios que corrobore as alegaçõ es da Reclamante.
Entretanto, importante salientar que, diante a apresentaçã o de um mero modelo padrã o,
utilizado em todas as defesas da Reclamada, nã o é de se admirar, que esta, nã o tenha se
dado o trabalho, se quer, de visualizar os documentos ora juntados na peça inicial,
perfeitamente capazes de comprovar toda narrativa da Reclamante.
Além disso, temos ainda a prova testemunhal que poderá ser apresentada em
momento oportuno, se assim Vossa Excelência julgar necessário, além das provas
documentais que poderá a Reclamada ser compelida a apresentar, a fim de
comprovar também suas alegações de Empregador exemplar, até então vazias e sem
qualquer fundamento.
Portanto, uma vez configurada e comprovado o direito a rescisã o indireta, faz a Reclamante
jus a todas as verbas rescisó rias o que desde já se requer.
i. DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL
Uma vez configurado e comprovado o direito a rescisã o indireta, diante do
descumprimento do contrato de trabalho e do abuso por parte da Reclamada, é legitimo o
pleito da Reclamante que faz SIM jus ao recebimento do 13º salá rio de forma proporcional
ao período correspondente entre 01/01/2020 a 22/05/2020, nos termos do Artigo 7º, VIII
da CF/88 e Leis nº 4.090/62, 4.749/65 e Decretos nº 57.155/65 e 63.912/68.
i. DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO
Resta configurado e comprovado o direito da Reclamante a rescisã o indireta do contato de
trabalho, concretizando, portanto, o direito ao Aviso Prévio Indenizado, nos termos do §
1º do artigo 487 da CLT, correspondente a mais 15 dias de tempo de serviço para efeitos
de cálculo do 13º salário, férias + 1/3, FGTS e multa de 40%.
i. DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS EFETUADOS INDEVIDAMENTE DO SALÁRIO
Conforme contrato de trabalho e holerites anexo à peça exordial, a Reclamante foi
contratada e obedecia a uma jornada de 0/0 00 dias trabalhados para 00 (oo) de descanso,
sendo das 00h00 à s 00h00, com direito a 00 folga semanal. Todavia desde 00 de janeiro de
0000, ou seja, quando o representante da Reclamada assumiu a empresa, nos dias que a
Reclamante folgava, nã o era remunerada, tanto é verdade, que a Reclamante nã o recebeu
nenhum comprovante de pagamento salarial apó s o início da nova gestã o, restando assim,
nítido que o representante da Reclamada já possuía tudo arquitetado em sua mente, pois
essa é a forma de agir e auferir lucro em cima da exploraçã o de mã o de obra de pessoas que
ele sabe que precisa e que suportaria muita humilhaçã o, tudo para no final continuar
enriquecendo-se ilicitamente.
Assim, nos termos da redaçã o do Artigo 67 da CLT “Art. 67 - Será assegurado a todo
empregado um descanso semanal de 00 (descrever) horas consecutivas, o qual, salvo
motivo de conveniência pú blica ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com
o domingo, no todo ou em parte.
Diante do exposto a reclamante faz SIM jus à devolução dos valores correspondentes a
00 folgas mensais totalizando 00 folgas em 00 meses e 00 dias, considerando as faltas
devidamente justificadas da Reclamante.
i. FERIADOS TRABALHADOS E NÃO PAGOS EM DOBRO
Conforme documentos anexos, a Reclamante laborou e faz jus ao recebimento em dobro
dos seguintes feriados: Finados 00/00/0000; Proclamaçã o da Repú blica 00/00/0000
(trabalhados e não pagos); Paixã o de Cristo 00/00/0000; Tiradentes 00/00/0000,
trabalhados e pagos em diária simples.
De acordo com a Sumula 146 do TST e da Orientaçã o Jurisprudencial 410 da SDI-1 do TST,
que determina o pagamento em dobro do labor em domingos e feriados, sem a
correspondente folga até o sétimo dia consecutivo. Admitindo a deduçã o de valores pagos e
comprovados.
Assim, reitera nesta oportunidade o pedido para que seja a Reclamada condenada ao
pagamento em dobro dos feriados trabalhados e nã o recebidos.
i. DAS FÉRIAS + 1/3 CONSTITUCIONAL
Restando incontestá vel o direito da Reclamante a rescisã o indireta do contato de trabalho,
faz SIM jus a Férias acrescida de 1/3 Constitucional, conforme dispõ e o artigo 146
pará grafos ú nico da legislaçã o laboral, e da sú mula 261 do TST, seja ela de forma integral e
proporcional, considera para este fim o período entre a admissã o 00/00/0000, o
encerramento do contrato de trabalho e a projeçã o do aviso prévio de 00 dias, portanto,
00/00/0000, para efeito de férias.
Dessa forma, reitera a Reclamante o pedido para condenar a Reclamada, ao pagamento das
férias de forma integral referente aos períodos aquisitivos de 00/00/0000 a 00/00/0000 e
período aquisitivo proporcional 00/00/0000 a 00/00/0000 nos termos descritos em peça
inicial.
i. DO INTERVALO INTRAJORNADA SUPRIMIDO
A Reclamada alega em sua peça contestató ria que a Reclamante sempre usufruiu de seu
intervalo intrajornada, sob a alegaçã o de que, caso nã o usufruísse a pró pria Reclamante
nã o concordaria em trabalhar em situaçã o tã o precá ria.
Ora, Excelência, a reclamante atualmente é mã e de 00 filhos, e enfrenta dificuldades
financeiras, e nã o veio até este juízo implorar por socorro, se de fato, nã o estivesse
trabalhando em situaçã o precá ria e indigna! Pois nem se sentar para descansar os pés a
Reclamante tinha permissã o.
A Reclamante sempre trabalhou com comprometimento e zelo, mesmo diante de tanto
desrespeito, sempre fez questã o de cumprir com suas obrigaçõ es de empregada e somente
buscou auxílio jurídico, porque foi de fato obrigada, conforme demonstra diá logo com o
representante legal da Reclamada.
Dessa forma, nos termos do artigo 71, caput, da CLT, a reclamante faz SIM jus a um
intervalo intrajornada de, no mínimo, 00 hora, o qual nã o foi observado desde 00/00/0000
e aproveita para reiterar aqui o pedido para que seja a reclamada condenada ao pagamento
do período suprimido, ou seja, de 1 hora diá ria, acrescido de 50%, nos termos descritos em
peça inicial.
i. DO SALDO DE SALÁRIO
A Reclamada alega em sua peça contestató ria que a Reclamante nã o faz jus ao saldo de
salá rio sob o argumento vazio de que devido a quebra de contratos a Reclamada enfrenta
dificuldade financeiras, o que não merece ser apreciado, uma vez que conforme bem
demonstrado na peça inicial da Reclamação trabalhista, o Representante legal da
Reclamada é empresário muito bem sucedido, e possui diversas empresas no ramo
alimentício, e diga-se de passagem, nos últimos meses, foi o segmento empresarial
que mais cresceu e auferiu lucro.
Assim sendo, de acordo com artigo 4º da legislaçã o trabalhista, considera-se como período
de labor o efetivamente trabalhado pelo empregado, integrando-se assim, os dias
antecedentes à sua dispensa, que foram objetos de labor pelo operá rio, consubstanciando-
se em direito adquirido, de acordo também com inciso IV do art. 7º e inciso XXXVI do artigo
5º, ambos da Constituiçã o Federal de 1988, de modo que faz jus, a Reclamante ao saldo
salarial de 00 dias (já descontados os 00 dias recebidos) relativos ao período
trabalhado antes da do pedido de rescisão indireta.
i. DEPÓSITOS FGTS 8% + MULTA DE 40% E LIBERAÇÃO DAS GUIAS PARA SAQUE
Sob o mesmo argumento de quebra de contratos e dificuldades financeiras a Reclamada
tenta fugir de sua responsabilidade.
No entanto, conforme bem explanado, tal argumento apresentado pela Reclamada
não merece guarida, uma vez que o seu Representante legal é empresário muito
bem-sucedido, possui diversas empresas no ramo alimentício conforme documentos
anexos, e diga-se de passagem, nos últimos meses, foi o segmento empresarial que
mais cresceu e auferiu lucro.
Conforme có pia de extrato da conta do FGTS da Reclamante, desde o mês de novembro de
0000, momento da venda e troca de administraçã o da empresa, nã o sã o realizados
depó sitos na conta vinculada da Reclamante.
Dessa forma, requer seja a Reclamada compelida a efetuar SIM os depó sitos do FGTS ainda
nã o realizados, ou seja, dos meses de 0000 (novembro, dezembro) dos meses de 0000
(janeiro, fevereiro, março, abril e maio) até a data da rescisã o contratual, acrescidos de
juros e correçã o monetá ria.
Além disso, considerando a rescisã o indireta do contrato de trabalho, requer ainda, seja a
Reclamada compelida ao pagamento da multa de 40% sobre o valor total do FGTS,
conforme dispõ e o pará grafo 1º do artigo 18 da lei 8036/90, bem como o artigo 7º, I, da
Carta Magna, nos termos descrito em peça inicial, bem como, a liberação do termo de
Rescisão do contrato de trabalho – TRCT sob o código 01, assim como as guias para
sacar o saldo de FGTS.
i. SEGURO DESEMPREGO / LIBERAÇÃO DAS GUIAS PARA HABILITAÇÃO
Excelência, a Reclamante laborou por 00 anos e 00 (descrever) meses consecutivos desde
00/00/0000 até 00/00/0000, para a Empresa, de forma que tem direito SIM ao seguro
desemprego, que deverá ser indenizado pela Reclamada as parcelas nã o recebidas pois é do
empregador o ô nus da entrega da “Comunicação de dispensa”, no ato da rescisão, de
forma que o Empregado demitido possa obter o benefício e receber as guias para
habilitação e recebimento do Seguro Desemprego bem como os demais documentos
indispensáveis à concessão deste benefício.
Caso nã o sejam entregues e/ou seja inviabilizada a entrega dessas guias deverá a
Reclamada, pelo Descumprimento de Determinação de Ordem Pública, responder
pela respectiva Indenização em Pecúnia, nos termos da Lei nº. 7.998/90 combinados
com inciso II do Artigo 7º da CF/88, Artigo 186 e 927 do Novo Có digo Civil e Sú mula 389 do
TST, nos exatos termos descritos em peça inicial.
Bem como deve ser dada baixa na CTPS, assinalando como termino do pacto laboral.
i. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Nos termos do art. 818 da CLT, “o ô nus da prova incube ao reclamante, quanto ao fato
constitutivo de seu direito”, ocorre que:
§ 1º - Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou excessiva dificuldade de cumprir com o encargo nos termos deste artigo ou
à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o Juiz atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar a
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. (incluído pela lei nº
13.467 de 2017).
Assim, diante do nítido desequilíbrio na obtençã o das provas necessá rias, tem-se a
necessá ria inversã o do ô nus da prova.
A inversã o do ô nus da prova é consubstanciada na impossibilidade de obtençã o de prova
indispensá vel por parte do Autor, sendo amparada pelo princípio da distribuiçã o dinâ mica
do Ô nus da Prova implementada pelo Novo Có digo de Processo Civil:
Art. 373. O Ônus da prova incumbe:
i. Ao autor, quanto ao fato constitutivo de se direito;
ii. Ao réu, quanto a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor.
§ 1º - Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas a
impossibilidade ou a excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar a parte a oportunidade de desincumbir do ônus que
lhe foi atribuído.
O referido dispositivo foi perfeitamente recepcionado pela Justiça do Trabalho, conforme
clara redaçã o da IN39/2016 do C.TST:
Art. 3º - Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao processo do Trabalho, em face de omissão e
compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:
(...)
VII – art. 373, §§ 1º e 2º (distribuição dinâmica do unis da prova);
Nesse sentido, a jurisprudência orienta a inversã o do ô nus da prova, sob pena de
inviabilizar o acesso a justiça:
AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTNO EM RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECUSÃO
PUBLICADA NA VIGENCIA DA LEI Nº 23.015/2014.
HORAS EXTRAS.DISTRIBUICÃO DINÂMICA DO ONUS DA PROVA.ARTIGOS 818 DA CLT E 373, I,
DO CPC. VIOLAÇAO NÃO CONFIGURADA. A agravante não logra afastar a fundamentação da
decisão agravada. Ao processo trabalhista aplica-se a teoria da Distribuição Dinâmica
do Ônus da prova, incumbindo-o à parte que melhor tem condições de produzir a
prova. Os artigos 818 da CLT e 373, I, do CPC – único viés recursal valido do apelo denegado –
disciplina a distribuição do encargo probatório entre as partes, razão pela qual eventual
violação desses preceitos somente ocorre na hipótese em que o magistrado decide mediante
atribuição equivocada do ônus probandi, o que não se verifica no caso concreto, ante o
princípio da aptidão para a prova. Assim, mantém-se a condenação em horas extras, calcada
na regular valoração do conjunto probatório. Agravo conhecido e não provido. (TST, ag –
AIRR – 10740-84.2015.5.01.0051, Relator Ministro: Claudio Mascarenhas Brandão, data de
Julgamento: 22/05/2019, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31.05.2019).
Assim, se V. Excelência entender insuficientes os documentos acostados nesse processo
pela Reclamante, e considerando a busca pela equidade processual, bem como a situaçã o
hipossuficiente da Reclamante, Requer a inversã o do Ô nus da Prova, com base no Art. 818,
§ 1º da CLT e art. 373, § 1º do CPC/15.
i. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA
A Reclamada implora pelo indeferimento do pedido referente aos honorá rios advocatícios,
sob a vaga alegaçã o de que nã o foram comprovados nos autos a hipossuficiência financeira
da Reclamante!
Ora Excelência! se o fato da reclamante está desempregada, grá vida e sem ter recebido, se
quer, os valores bá sicos dos dias trabalhados nã o configurar a hipossuficiência da
Reclamante, apresentada pela có pia de sua CTPS anexa em peça inicial, entã o acredito ser
necessá ria a imediata alteraçã o do artigo 5, inciso LXXIV da Constituiçã o Federal e
disciplinado nos Artigos 98 e seguintes da Lei 13.105/15 CPC e Artigo 790 § 4 da CLT.
Assim, diante de todo o exposto até aqui, considerando a pratica abusiva e reiterada do
representante legal da reclamada, no diz respeito ao enriquecimento ilícito as custas da
mã o de obra barata e mal pagas de pessoas simples e necessitadas, que na maioria das
vezes se submetem a situaçõ es precá rias de trabalho em troca de um serviço que lhes
garantam o sustento de sua família sem se importar muitas vezes com a pró pria dignidade!
Levando em conta todo o narrado e demonstrado, requer, a Reclamante, nos termos do
artigo 14 do NCPC, e com o advento das alteraçõ es trazidas pela Lei 13.467/17 (Reforma
Trabalhista), a condenaçã o da Reclamada nos honorá rios advocatícios de sucumbência em
grau má ximo previsto no artigo 791-A da CLT, sobre os pedidos deferidos, devidamente
atualizados, nos termos da lei.
i. DOS PEDIDOS
ii. Portanto, IMPUGNA a Reclamante o inteiro teor da peça contestató ria, tendo em vista
que os fatos ali articulados nã o se coadunam com a realidade fá tica do contrato de
trabalho ora em litígio.
iii. Ante todo o exposto, a Reclamante reporta-se aos pedidos proferidos na inicial,
requerendo que sejam acolhidos, se dignando Vossa Excelência em receber a presente,
impugnando ainda um a um os documentos juntados pela Reclamada.
iv. Assim, considerando a busca pela equidade processual, bem como a situaçã o
hipossuficiente da Reclamante, Requer a inversã o do Ô nus da Prova, com base no Art.
818, § 1º da CLT e art. 373, § 1º do CPC/15.
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência o protesto da minha alta estima
e mais distinta consideraçã o.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Cidade 00 de mês de ano.
______________________
ADVOGADA
OAB/SP n

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