Você está na página 1de 12

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ....

VARA DO TRABALHO DA
COMARCA DA CAPITAL.

Processo nº ....

....(nome da parte em negrito), já qualificado nos autos da Reclamaçã o Trabalhista que


lhe é movida por ...., vem mui respeitosamente apresentar
CONTESTAÇÃO

à pretensã o autoral pelos fatos e fundamentos que passa a expor.


DOS FATOS ALEGADOS EM EXORDIAL
A reclamante alega em inicial que labora para a reclamada e seu filho desde maio de 2013
de forma clandestina, na funçã o de empregada doméstica, em uma jornada diá ria de nove
horas, recebendo abaixo do piso salarial, quando em junho de 2017 foi demitida.
Requer assim o pagamento do FGTS + 40%, as diferenças salariais, e o pagamento das
horas extras, bem como indenizaçã o de cunho moral.
Este é o resumo.
DA REALIDADE DOS FATOS
A reclamante nunca possuiu relaçã o de emprego alguma com a reclamada, nã o havendo em
que se falar em nenhum tipo de verba rescisó ria, tampouco multas e condenaçõ es.
A reclamada por conhecer a reclamante há tempos, sabendo que nã o poderia contratá -la
como doméstica, e querendo ajudá -la, resolveu chamá -la para trabalhar como diarista em
sua casa, momento no qual a mesma deveria ir em sua residência fazer a faxina duas vezes
na semana, e pela pró pria vontade da reclamante, a mesma geralmente se dirigia à
residência da reclamada na terça e na quinta, já que em outros dias da semana ela realizava
seus serviços em outras residências.
Ao contrá rio do que consta em inicial, a reclamante nã o laborava nos dias de sexta feira,
mas sim eventualmente se dirigia até lá quando durante a semana só houvesse trabalhado
um dia para a reclamada, da mesma forma que fazia com a reclamada litisconsorte,
prestava seus serviços na residência da reclamada na sexta-feira, cumprindo assim os dois
de serviços dias de serviços semanais.
Sua contra prestaçã o pela diá ria era de R$60,00 (sessenta reais), o que fazia com que ao
final do mês, contabilizando os oito dias trabalhados, a mesma auferisse a quantia de
R$480,00 (quatrocentos e oitenta reais).
No que tange a sua carga horá ria, a pró pria reclamante era quem escolhia a hora e o turno
que começaria os seus serviços, nã o existindo qualquer influência da reclamada para tal, e
mesmo assim, quando a mesma estava em sua residência no horá rio do almoço, lhe era
oferecido a sua alimentaçã o e seu tempo de descanso, e nunca, como aludido em exordial,
ultrapassava as seis horas de serviço.
Por fim resta claro, que a reclamante nunca possuiu relaçã o de emprego com a reclamado,
até pelo fato de a mesma nã o poder arcar com o ô nus trabalhista de uma empregada
doméstica, sendo apenas a reclamante sua diarista, uma pessoa que sempre presou e que
ajudou, tratando da melhor forma possível.
PRELIMINARES
DA IMPOSSIBILIDADE DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO
Em exordial preza a reclamante pelo litisconsó rcio passivo da reclamado com seu filho
sr. ..., sob o fundamento de que ambos compõ em uma entidade familiar, devendo ser
responsabilizados solidariamente pelas supostas obrigaçõ es trabalhistas.
Em que pese as alegaçõ es, as mesmas nã o merecem prosperar, posto que a reclamante,
prestava serviço de diarista na casa da ora reclamante e de se filho, Sr. ..., ou seja, tratasse
aqui de dois serviços diferentes, como bem trazido pela pró pria reclamante, a diá ria entre
ambos era diferente, os horá rios também, bem como o dia em que começou seus serviços e
o dia em que nã o mais foi necessá rio.
Desta feita, sendo totalmente diferente os serviços prestados para a reclamada e para seu
filho, ora litisconsorte, nã o merece prosperar o pedido de litisconsorte passivo, por motivos
ó bvios, já transcritos e confessos pela pró pria reclamante.
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO EM RAZÃO DA INADEQUAÇÃO
DA VIA ELEITA - RITO SUMARÍSSIMO
A reclamante atribuiu como valor da causa o importe de R$ 30.324,94 (trinta mil trezentos
e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos), o que, por força do artigo 852-A, da CLT
abaixo transcrito, enquadra a presente demanda no procedimento sumaríssimo (40 SM x
R$ 937,00 = R$ 37.480,00). Vejamos:
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor nã o exceda a quarenta vezes o salá rio
mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamaçã o ficam submetidos ao procedimento
sumaríssimo. Pará grafo ú nico. Estã o excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas
em que é parte a Administraçã o Pú blica direta, autá rquica e fundacional.
Nã o obstante o valor dado a causa se enquadrar legalmente em um processo a correr sob o
rito sumaríssimo, o reclamante nã o observou por completo os documentos essenciais da
via eleita, qual seja a juntada da planilha de cá lculos contendo a liquidaçã o da sentença.
Assim, percebe-se que nã o houve cá lculo algum que liquidasse os pedidos das supostas
verbas de horas extras, diferenças salariais e depó sito de FGTS, o que DIFICULTA O
DEVIDO PROCESSO LEGAL E A AMPLA DEFESA, ficando desde já SUSCITADA A VIOLAÇÃ O
AO DEVIDO PROCESSO LEGAL, NOS TERMOS DO ART. 5º, II, LIV e LV, DA CF/88, bem como
fere ao disposto no pará grafo primeiro do art. 852-B, da CLT:
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: I - o pedido
deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; (...) § 1º O NÃO
ATENDIMENTO, pelo reclamante, DO DISPOSTO NOS INCISOS I E II DESTE ARTIGO
IMPORTARÁ NO ARQUIVAMENTO DA RECLAMAÇÃO E CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO
DE CUSTAS SOBRE O VALOR DA CAUSA. (...). (destaques nossos)
Como se nã o fosse o suficiente, as falhas na petiçã o inicial ainda persistiram e por sua vez,
nã o satisfeita, deu à causa o valor de R$ 30.324,94 (trinta mil trezentos e vinte e quatro
reais e noventa e quatro centavos), o que provavelmente denota pela quantia fornecida, e
pelo que foi pedido, que nã o houve sequer razoabilidade e proporcionalidade ao auferir tal
valor, havendo valores constantes nos pedidos da exordial, que sequer foi dado a real base
de cá lculo para chegar à quelas quantias, nã o podendo a reclamada tomar conhecimento
como foi calculado o valor da causa, cerceando assim seu direito a defesa.
Razã o pela qual merece ser EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, em
razã o dos fundamentos acima expostos.
DA INEPCIA DA PETIÇÃO INICIAL
A Reclamada suscita a INÉ PCIA DA PETIÇÃ O INICIAL forte no art. 840, § 1º da CLT c/c art.
330, I, do NOVO CPC, quanto aos pedidos insertos na petiçã o inicial, EM ESPECIAL NO
TOCANTE À QUANTIDADE DAS SUPOSTAS HORAS EXTRAS, posto que SEQUER FEZ A
INDICAÇÃ O DOS DIAS DE TRABALHO E DE FOLGA DURANTE A SEMANA, como também
nã o faz indicaçã o de onde surgiu os valores constantes nos pedidos da exordial tampouco
nã o informou sequer, o salá rio utilizado como base de cá lculo, os dias referentes ao saldo
salá rio, referência do FGTS, quantas parcelas seriam de seguro desemprego, a proporçã o
das férias e 13º salá rios, de onde surgiu os valores referentes ao vale transporte, o total de
horas extras, dentre outros valores e referencias a que requer, impossibilitando a
reclamada de exercer seu amplo direito de defesa.
Veja Excelência que a confusã o nos fatos da exordial, na tentativa de indicar uma data de
admissã o e demissã o, impede que a reclamada exerça seu amplo direito de defesa e com
violaçã o ao contraditó rio e ao devido processo legal, posto que nã o conseguiu entender o
que o reclamante almejou alegar, assim como tratar-se INDISCUTIVELMENTE DE UMA
PETIÇÃ O GENÉ RICA.
Insiste o reclamante em afirmar que nã o teve suas supostas horas extras retidas, bem como
nã o recebia salá rio que respeitasse o piso da categoria, MAS CONTINUA SEM INDICAR:
- folga durante a semana;
- bem como em que período do tempo alegado, recebia a suposta remuneraçã o.
Portanto, temos que A INÉ PCIA DA PETIÇÃ O INICIAL ESTÁ NITIDAMENTE CONFIGURADA.
Consabido que os requisitos da petiçã o inicial trabalhista sã o: "sendo escrita, A
RECLAMAÇÃ O DEVERÁ CONTER a designaçã o do Presidente da Junta (VARA DO
TRABALHO), ou do juiz de direito, a quem for dirigida, a qualificaçã o do reclamante e da
reclamada, UMA BREVE EXPOSIÇÃ O DOS FATOS DE QUE RESULTE O DISSÍDIO, o pedido, a
data e a assinatura do reclamante ou de seu representante." (os grifos do art. 841, da CLT
sã o nossos)
É preciso que realmente haja uma breve exposiçã o dos fatos acerca de tudo que for pedido,
pois somente poderá ser apta a formar alguma convicçã o para que possa viabilizar o
processo, se estiver em condições de entendimento.
Outrossim, a petiçã o inicial nã o apresenta a documentaçã o mínima necessá ria para a
apreciaçã o dos pedidos, inclusive a INEXISTÊ NCIA DA PRÓ PRIA CAUSA DE PEDIR
prejudicando o exercício do pleno direito de defesa, maculando o devido processo legal.
Desta forma, impõ e-se a extinçã o do processo sem resoluçã o do mérito, nos termos
impugnados nesta proemial e forte nos artigos 330, I e 485, I, do NOVO Có digo de Processo
Civil - Lei nº 13.105/2015 c/c art. 769, da CLT
NO MÉRITO
Por mero juízo de precauçã o, caso vossa excelência entenda por dar continuidade ao
andamento processual, mesmo com todas as falhas contidas em exordial, inclusive
prejudicando a pró pria defesa da reclamada, passaremos agora a analisar o mérito.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente requer a V. Exa. lhe sejam concedidos os benefícios da Gratuidade Justiça na
forma do art. 2º, Pará grafo ú nico, c/c art. 4º da Lei 1.060 de 05 de fevereiro de 1950, por
ser a reclamada pessoa física, e ser aposentada, nã o podendo arcar com as custas
processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família.
DA INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIA
Excelência!
A reclamada nega a relaçã o de emprego alegada pela autora no período de 05.08.2013 à
15.06.2017, justamente porque, a reclamante NUNCA trabalhou para a reclamada com
cunho empregatício. A relaçã o estabelecida entre as partes nã o era nem nunca foi de
emprego, tendo em vista que a reclamante apenas e tã o somente prestou serviços de
limpeza como diarista no período de agosto de 2016 à junho de 2017, pois fazia faxina
somente 02 (duas) vezes na semana e em dias e flexíveis, sendo que era a pró pria
reclamante quem decidia o seu dia e horá rio, eis que também prestava serviços de diarista
em outras residenciais.
Outrossim, a reclamante recebia por faxina e o valor era combinado a cada dia de acordo
com as tarefas realizadas, em média percebia o importe de R$ 60,00 por faxina.
Depreende-se que, nã o resta configurado o vínculo de emprego ante a ausência de
continuidade na prestaçã o dos serviços, haja vista no período em que prestou serviço para
a reclamada, foi apenas como diarista, exercendo suas atividades apenas duas vezes na
semana, fato esse que, por si só , já descaracteriza a continuidade dos serviços prestados
requisito essencial para configuraçã o do vínculo empregatício.
Logo a alegaçã o da reclamante de que fazia três faxinas semanais, é totalmente falsa!
Veja-se que o art. 3º da CLT traz a definiçã o de empregado: "...é toda a pessoa física que
presta serviços de natureza nã o eventual a empregador, sob dependência deste e mediante
salá rio".
Há , no art. 2º da CLT, a definiçã o de empregador, como sendo aquela empresa, individual
ou coletiva, que "assumindo os riscos da atividade econô mica, admite, assalaria e dirige a
prestaçã o pessoal de serviços".
Assim, essencial à caracterizaçã o da relaçã o de emprego a presença da subordinaçã o, da
pessoalidade, da remuneraçã o mediante salá rio e da nã o eventualidade. Requisitos que a
reclamante nã o preenche e, por isso, afasta a caracterizaçã o de vínculo empregatício!
Cabendo, portanto, a total improcedência da açã o, bem como o indeferimento dos pedidos,
de reconhecimento de vínculo de emprego e anotaçã o da CTPS da reclamante, pagamento
de verbas rescisó rias, valores de férias proporcionais com 1\3, 13 salá rio proporcional,
aviso prévio, saldo de salá rio, FGTS e multa de 40%, recolhimentos previdenciá rios do
período, auxílio transporte e abono família.
Por fim, cabe esclarecer que a autora nã o foi dispensada pela reclamada conforme alegado
na inicial. O que de fato aconteceu é que a reclamante nã o mais apareceu no serviço, sequer
deu notícia, sendo assim a reclamada teve que chamar outra diarista! Descabendo,
portanto, qualquer pagamento a título de verba rescisó ria!
Pela improcedência da açã o!
DA JORNADA DE TRABALHO
Excelência! Era a pró pria reclamante quem decidia o seu turno, pois como trabalhava em
outros locais fazia as faxinas para reclamada em dias e horá rios alternados. O horá rio
alegado em exordial era o comumente utilizado pela mesma, porém eventualmente era
modificado por liberalidade da reclamante.
Assim, impugna-se desde já o horá rio de trabalho informado na inicial, eis que totalmente
inverídico como restará comprovado pelo depoimento das testemunhas da reclamada e
através da documentaçã o ora juntada, que demonstram de forma cabal, que a reclamante
trabalhava 02 vezes na semana e em turnos diversos sendo ela quem decidia o turno e o
horá rio.
Devendo ser indeferido qualquer verba referente as horas extras, seja pela suposta carga
horá ria arguida em inicial, bem como pelos supostos intervalos intrajornadas
desrespeitados.
Pela Improcedência da Açã o!
DAS VERBAS RESCISÓRIAS
Excelência!
Tendo em vista as razõ es expostas no item anterior, atesta-se que a reclamante nã o faz jus
ao pagamento das parcelas rescisó rias, uma vez que NÃ O HÁ VÍNCULO EMPREGATÍCIO
entre as partes, face a total ausência dos requisitos da relaçã o de emprego previstos nos
artigos 2 e 3 da CLT.
Aliá s, o conjunto probató rio dos autos que nã o traz elementos suficientes para a
caracterizaçã o do vínculo de emprego pretendido, entre a autora e a ré.
Logo, nã o há falar em pagamento de parcelas rescisó rias e tampouco em saldo de salá rio,
aviso prévio indenizado, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1\3, décimo terceiro
salá rio integrais e proporcional, FGTS, multa de 40% sobre o FGTS, salá rio família.
Cabendo, o que desde já se requer!
Pela improcedência da açã o!
DO FGTS – CONTRATUALIDADE E DA MULTA DE 40%
A reclamante nã o faz jus ao pagamento do FGTS nã o recolhido e tampouco da multa de
40%, uma vez que NÃ O HÁ VÍNCULO EMPREGATÍCIO entre as partes, face a total ausência
dos requisitos da relaçã o de emprego previstos nos artigos 2 e 3 da CLT. Devendo,
portanto, ser indeferido o pedido C, o que desde já se requer!
Bem como a autora nã o foi dispensada pela reclamada conforme alegado na inicial. O que
de fato aconteceu é que a reclamante nã o mais apareceu no serviço, sequer deu notícia,
sendo assim a reclamada teve que chamar outra diarista! Descabendo, assim, o pagamento
da multa de 40% sobre o FGTS!
Pela Improcedência da Açã o!
DO SEGURO DESEMPREGO INDENIZADO
A reclamante nã o faz jus ao pagamento de indenizaçã o pelo Seguro Desemprego nã o
recolhido, uma vez que NÃ O HÁ VÍNCULO EMPREGATÍCIO entre as partes, face a total
ausência dos requisitos da relaçã o de emprego previstos nos artigos 2 e 3 da CLT. Devendo,
portanto, ser indeferido o pedido C, o que desde já se requer!
Bem como a autora nã o foi dispensada pela reclamada conforme alegado na inicial. O que
de fato aconteceu é que a reclamante nã o mais apareceu no serviço, sequer deu notícia,
sendo assim a reclamada teve que chamar outra diarista! Descabendo, assim, o pagamento
da multa de 40% sobre o FGTS!
Pela Improcedência da Açã o!
DO VALE TRANSPORTE E DA IMPUGNAÇÃO DO VALOR POSTULADO
Cumpre registrar que a pró pria reclamante disse que nã o utilizava o transporte pú blico,
pois morava pró ximo a reclamada e, por isso, nã o lhe era necessá rio o fornecimento de vale
transporte pela empresa, pois considerando a distâ ncia entre a parada de ô nibus e a sede
da reclamada, para reclamante era melhor e mais rá pido ir de a pé até o trabalho ou de
carona com seu marido ou filhas.
Logo, nã o há o que se falar em pagamento de indenizaçã o ou valor de reembolso à
reclamante. Haja vista que a reclamante nunca utilizou o transporte pú blico para se
deslocar até a empresa. Ao contrá rio, sempre se deslocou da sua residência até a sede da
reclamada e vice-versa, através de carona com seu esposo ou filhas ou até mesmo a pé em
razã o da curta distâ ncia.
Excelência!
A reclamante jamais teve qualquer gasto com deslocamento durante o período postulado.
Nã o fazendo, portanto, jus a qualquer reembolso, simplesmente, porque nã o há valor
dispendido e, conseqü entemente, nã o há valor a ser ressarcido ou indenizado!
Todavia, apenas a título de argumentaçã o, ainda que a Reclamada seja condenada a pagar
indenizaçã o à autora a título de vale transporte, o valor de R$ 4.116,00 (quatro mil cento e
dezesseis reais), postulado na inicial, é superior ao gasto que a reclamante teria com o seu
deslocamento, considerando o preço da passagem e o nú mero de dias trabalhados.
Cabendo, desde já , a impugnaçã o do referido valor, eis que além de exorbitante também
configura em flagrante enriquecimento ilícito da reclamante! Assim, requer desde já o
indeferimento do pedido F.
Pela improcedência da açã o!
DO DANO MORAL PELA SUPOSTA FALTA DE ANOTAÇÃO NA CTPS E PELAS SUPOSTAS
RETENÇÕES DAS VERBAS RESCISÓRIA
A ausência de anotaçã o de contrato de emprego na CTPS, bem como a suposta retençã o de
verbas rescisó rias, por si só , nã o sã o suficientes para gerar o dever do empregador de
indenizar o empregado por danos morais. Isso porque nã o é o fato de ser as condutas
ilícitas que atraem a indenizaçã o, mas sim o abalo na honra e imagem do lesado. Tais
condutas, isoladamente, nã o sã o capazes de abalar a esfera personalíssima do titular. Este
vem sendo o entendimento adotado pelo Tribunal Superior do Trabalho, senã o vejamos
recente decisã o da mais alta corte trabalhista:
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. FALTA DE ANOTAÇÃ O NA CTPS.
INDENIZAÇÃ O POR DANO MORAL (SÚ MULA 126 DO TST). A reparaçã o por danos morais
decorrente do contrato de trabalho se caracteriza por lesã o a direito da personalidade do
empregado decorrente de ato ilícito praticado pelo empregador. Consoante jurisprudência
desta Corte, a falta de anotaçã o da CTPS do trabalhador, por si só , nã o configura dano moral
ensejador de reparaçã o pecuniá ria. O dever de reparar só surge quando evidenciada lesã o
que provoque abalopsicoló gico, decorrente de efetiva afronta à honra, à imagem,
constrangimento ou prejuízo suportado pelo trabalhador, o que nã o restou comprovado no
caso em exame. Incidência do ó bice da Sú mula 126 do TST. Agravo de instrumento nã o
provido. (AIRR - 1172-29.2011.5.15.0040 Data de Julgamento: 19/03/2014, Relatora
Ministra: Delaíde Miranda Arantes, 7ª Turma, Data de Publicaçã o: DEJT 28/03/2014).
EMENTA – FALTA DE PAGAMENTO DE VERBAS RECSISÓ RIAS – AUSÊ NCIA DE DANOS
MORAISO nã o pagamento de verbas rescisó rias, exceto dolo provado, nã o dá ensejo à
indenizaçã o por danos morais porquanto a legislaçã o trabalhista contém medidas punitivas
e reparadoras, como juros de mora, multas dos artigos 467 e 477 da CLT e, no â mbito
processual, há possibilidade de tutela antecipada. Se for entendido que inadimplementos
de toda natureza causam danos morais, a cadeia de reparaçõ es pode nã o ter fim. Recurso
do empregador provido para excluir da condenaçã o a indenizaçã o por danos morais.
(PROCESSO TRT/SP Nº 01654.2007.055.02.00-2, ORIGEM: 55ª VARA DO TRABALHO DE
SÃ O PAULO, 1º RECORRENTE: SERVIMARC CONSTRUÇÕ ES LTDA, 2º RECORRENTE: VT E
MUNICÍPIO DE SÃ O PAULO,RECORRIDO: J.N.R.M.)
O dano moral, portanto, assim como qualquer outra reparaçã o baseada na teoria da
responsabilidade civil, artigo 186 do Có digo Civil, pressupõ e necessariamente três
elementos: uma açã o ilícita, um dano e um nexo de causalidade entre ambos. Se nã o há
registros concretos de prejuízos de ordem moral em decorrência da falta de anotaçã o na
CTPS, bem como da retençã o, as meras deduçõ es em torno de eventuais desconfortos que o
fato possa trazer nã o sã o suficientes para ensejar a reparaçã o.
Ainda que sejam obrigató rias as anotaçõ es na CTPS, e o pagamento das verbas rescisó rias,
posto que impostas ao empregador por norma de ordem pú blica e cogente prevista no art.
29 da CLT, a consequência da ausência de anotaçã o na CTPS impõ e sua retificaçã o,
mediante determinaçã o judicial.
Bem como, salienta-se que a nã o anotaçã o na CTPS, bem como o nã o pagamento de verbas
rescisó rias se deu uma vez que NÃ O HÁ VÍNCULO EMPREGATÍCIO entre as partes, face a
total ausência dos requisitos da relaçã o de emprego previstos nos artigos 2 e 3 da CLT.
Devendo, portanto, ser indeferido o pedido, o que desde já se requer!
DA INAPLICABILIDADE DOS ARTIGOS 467 E 477 DA CLT
Excelência, nã o há o que se falar em aplicaçã o das multas previstas nos artigos 467 e 477
da CLT, pois inexistem parcelas rescisó rias a serem pagas! Primeiro porque inexiste relaçã o
de emprego entre as partes e segundo porque, a autora nã o foi dispensada pela reclamada
conforme alegado na inicial. O que de fato aconteceu é que a reclamante nã o mais apareceu
no serviço, sequer deu notícia, sendo assim a reclamada teve que chamar outra diarista!
Pretende a autora a condenaçã o da reclamada ao pagamento das multas previstas nos
artigos 467 e 477 da CLT. Ocorre que a reclamada apresentou contestaçã o, asseverando
que a autora JAMAIS trabalhou como empregada da empresa, inexistindo, portanto, vínculo
empregatício entre as partes.
Além do que inexiste qualquer verba salarial incontroversa, sendo inaplicá vel o quanto
disposto no artigo 467, consolidado. Ademais da inexistência de qualquer embasamento
fá tico, eis que nã o há qualquer diferença salarial a ser paga!
Logo nã o há o que se falar em parcelas incontroversas, também nã o há qualquer base legal
a amparar o postulado pela autora.
Assim, inexistem quaisquer verbas salariais e rescisó rias incontroversas, sendo
absolutamente inaplicá vel o quanto disposto nos artigos 467 e 477 da CLT.
Com relaçã o ao disposto nos artigos 467 e 477 da CLT, cabe esclarecer que o fato gerador
da multa prevista no § 8º da referida norma, é o pagamento em atraso das verbas
rescisó rias, circunstâ ncia nã o configurada no caso em concreto, uma vez que nã o restou
caracterizadaa relaçã o de emprego e tampouco a despedida imotivada, alegadas pela
reclamante.
Ademais, tais pedidos sã o manifestamente improcedentes, cabendo, portanto, o
indeferimento do postulado na letra G, o que desde já se requer!
Pela improcedência da açã o!
DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
É exorbitante e absurdo o valor atribuído à causa de R$ 30.324,94 (trinta mil trezentos e
vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos), "data venia", nã o condiz com os pedidos
formulados na presente demanda. Salientando que é desconhecida a origem dos valores
expostos nos pedidos da exordial, posto nã o demonstrar a base de cá lculo utilizada, nem
sequer as referências dos calclos, cerceando a defesa da reclamada
Assim sendo, restou demonstrada a total incompatibilidade entre os pedidos exordiais e o
valor atribuído à causa, no presente processo, estando desatendidos, o disposto no art. 258,
e seguintes do CPC.
Pela Improcedência da Açã o!
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA E HONORÁRIOS
Excelência! Nã o estã o preenchidas as condiçõ es legais autorizadoras do deferimento do
pedido de "assistência judiciá ria gratuita", especialmente porque a demandante nã o
comprovou nos autos que sua renda atual é inferior a dois salá rios mínimos.
Destaque-se também que nã o foi juntada a declaraçã o de pobreza, situaçã o que aponta
para a improcedência do pedido.
Quanto aos honorá rios advocatícios esses nã o sã o devidos, uma vez que a reclamante, além
de nã o comprovar sua condiçã o de pobreza, nã o está assistida por profissional credenciado
à sua entidade sindical, situaçã o que afasta qualquer possibilidade de deferimento do
benefício em debate nos termos da lei.
Pelo exposto requer desde já o indeferimento do pedido D do requerimento.
Pela improcedência da açã o!
DAS CONTRIBUIÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS
Por cautela, requer a reclamada, no caso de qualquer deferimento - o que nã o se acredita -,
que as contribuiçõ es previdenciá rias sejam satisfeitas pela reclamante e reclamada,
arcando cada um pela sua quota-parte, nos termos do que dispõ em os artigos 43 e 44 da
Lei 8.212/91 e de acordo com o Provimento nº 01/96 da CORREGEDORIA GERAL DA
JUSTIÇA DO TRABALHO.
Relativamente ao Imposto de Renda, tal valor deverá ser retido em eventual execuçã o e de
acordo com as disposiçõ es contidas também no Provimento nº 01/96 da Corregedoria
Geral da Justiça do Trabalho.
Pela Improcedência da Açã o!
DA COMPENSAÇÃO
Em havendo uma eventual condenaçã o, Requer desde já , seja deferido a Reclamada o
direito de compensar os valores já pagos à Reclamante, no tocante a valores
implementados sob o mesmo título daqueles vindicados nesta reclamató ria.
Assim, se a presente açã o chegar à fase de liquidaçã o de sentença, entã o se deverá
compensar o que já pago a reclamante, na contratualidade, com o que, eventualmente
possa lhe ser deferido em virtude deste processo.
Pela Improcedência da Açã o!
DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA
Ainda, "ad cautelam", na absurda hipó tese de deferimento de alguma das pretensõ es da
autora, o que se admite apenas a título de argumentaçã o, a correçã o monetá ria deverá ser
contada pelos índices vigentes para o mês posterior ao vencido, uma vez que, nos termos
do pará grafo ú nico do art. 459 da CLT, o pagamento dos salá rios deverá ser efetuado até o
5º dia ú til do mês subseqü ente ao vencido e 'ipso facto', eventuais débitos sofrerã o
correçã o monetá ria a partir do mês subseqü ente e nã o a partir do mês vencido. Tudo na
exata orientaçã o do precedente nº 124 da SDI/TST.O que desde já se requer!
Pela Improcedência da Açã o!
DAS IMPUGNAÇÕES AOS DOCUMENTOS JUNTADOS PELA RECLAMANTE E DOS
PEDIDOS
Pelo exposto impugnam-se as pretensõ es em debate, bem como a reclamada pede vênia
para impugnar, de forma total e completa, todas as inverídicas alegaçõ es da Reclamante
constantes da peça inaugural.
De forma especial, impugnam-se os valores lançados na Inicial, posto que aleató rios e longe
de refletir a realidade. Reitera-se a impugnaçã o do valor da causa e, também, dos
documentos que acompanham a peça vestibular, por inservíveis aos fins pretendidos.
No que restou, contesta-se por negaçã o geral e total.
Pela Total Improcedência da Açã o como medida de mais lídima e salutar Justiça!
DO REQUERIMENTO
Em razã o do exposto, Requer a Vossa Excelência:
a. Seja acolhida as preliminares arguidas, nos termos do artigo295, pará grafo ú nico, inciso
I, do CPC. E, por consequência, decretada a extinçã o do processo sem resoluçã o de mérito
com fulcro no artigo 267 do CPC;
b. A Total Improcedência do pedido da Reclamante no que tange ao Reconhecimento de
vínculo empregatício do período de 05.08.2013 à 15.06.2017 e anotaçã o da sua CTPS, bem
como o pagamento de férias proporcionais com 1\3, 13 salá rio proporcional, FGTS com
multa de 40% e recolhimentos previdenciá rios do período;
c. A Total Improcedência do pedido da Reclamante no que se refere ao pagamento de
verbas rescisó rias: saldo de salá rio, aviso prévio indenizado, férias integrais proporcionais,
13 salá rio integrais e proporcional, FGTS com multa de 40%, salá rio família;
d. A Total Improcedência do pedido da Reclamante quanto ao pagamento das horas extras
referentes à suposta carga horá ria exercida, bem como das horas extras referentes aos
supostos intervalos intrajornada;
e. A Total Improcedência do pedido da Reclamante quanto ao pagamento do vale-
transporte;
f. A Total Improcedência do pedido da Reclamante quanto ao pagamento de indenizaçã o
referente à s parcelas de Seguro Desemprego;
g. A Total Improcedência do pedido da Reclamante quanto ao pagamento de indenizaçã o de
cunho moral, seja por suposta retençã o de verba rescisó ria, bem como pela suposta
omissã o na CTPS do serviço prestado, por inexistir causa geradora de qualquer motivo que
leve a tal indenizaçã o, conforme comprovado nos autos;
h. A Total Improcedência do pedido da Reclamantecom relaçã o ao pagamento das Multas
previstas nos artigos 467 e 477;
i. A Total Improcedência do pedido da Reclamanteno que se refere a coibir a reclamada a
arcar integralmente com os recolhimentos fiscais ou estabelecer uma indenizaçã o
compensató ria ou ressarcimento dos mesmos valores, por ferir de morte a legislaçã o
vigente que regula a matéria;
j. Em havendo uma eventual condenaçã o, Requer seja deferido a Reclamada o direito de
compensar os valores já pagos no que cerne a valores implementados sob mesmo título
daqueles vindicado nesta reclamató ria, conforme recibos em anexo;
k. Os juros de mora, na remota hipó tese de condenaçã o, deverã o ser calculados de forma
simples, nã o capitalizados, à razã o de 1% ao mês (Art. 39 da Lei 8.177/91), a partir do
ajuizamento da causa - a exemplo da correçã o monetá ria - que adotará como época pró pria
a regra do Pará grafo Ú nico do artigo 459 da CLT, referendada pela Sú mula 381 do TST.
l. A Total Improcedência do pedido da Reclamantequanto ao pagamento dos honorá rios de
assistência judiciá ria no valor de 20% do total bruto da condenaçã o;
m. A Total Improcedência do pedido da Reclamantede Assistência Judiciá ria Gratuita, pois
nã o comprovou preencher os requisitos legais à concessã o desse benefício, consoante
alínea D do Requerimento;
n. A Total Improcedência da Açã o e, consequentemente, a Condenaçã o da Reclamante ao
ô nus da Sucumbência.
o. A Condenaçã o da Reclamante ao pagamento de honorá rios advocatícios no valor de 20%
sobre o valor da causa;
p. A produçã o de todos os meios de provas em direito admitidas, documental, pericial e
testemunhal, bem como o depoimento pessoal da Reclamante, sob pena de confissã o ficta;
q. Por fim, que as futuras notificaçõ es e intimaçõ es à Reclamada, sejam encaminhadas
através dos advogados que subscrevem a presente.
Improcedendo, na totalidade, as parcelas pleiteadas, inexistem valores a serem corrigidos.
Todavia, e por cautela, a reclamada invoca a aplicaçã o, à espécie, do disposto no art. 39 da
Lei 8.177/91.
Protesta pela produçã o de todo o gênero de provas em direito admitidas e necessá rias, em
especial depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de confissã o, juntada de
documentos, ouvida de testemunhas, realizaçã o de perícias técnicas, dentre outros.
DIANTE DO EXPOSTO, contestados todos os fatos, valores e pretendidas repercussõ es
contidas na inicial, bem como todo e qualquer direito postulado, REQUER a reclamada, seja
acolhida as preliminares arguidas declarando a extinçã o do feito sem resoluçã o do
mérito pela inépcia da inicial e, no mérito seja a ação julgada totalmente improcedente,
responsabilizando o autor pelas custas processuais e demais ô nus de sucumbência.
Nestes termos,
pede e espera deferimento.
... (Município – UF), ... (dia) de ... (mês) de ... (ano).
ADVOGADO
OAB nº .... - UF
http://modelo.legal/modelo-contestacao-vinculo-empregaticio/

Você também pode gostar