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Nº 040.2859.6.08.0167/0
CONTESTAÇÃO
Em face de YAGO AZEVEDO CARNEIRO, brasileiro, casado, inscrito no CPF sob nº 909,
portador da carteira de identidade RG sob nº 855, residente e domiciliado na Rua Coronel
Saturnino, n 28, Sã o-Paulo/SP, em decorrência das razõ es fá ticas e direito adiante
evidenciadas, com fulcro no art. 847 da CLT.
DA TEMPESTIVIDADE
Salienta-se que a presente contestaçã o é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo
para sua apresentaçã o é de 15 (quinze) dias ú teis, nos moldes dos arts. 219 e 335, CPC.
1. DOS FATOS
Breve resumo da exordial e veracidade dos fatos.
A requerente ajuizou AÇÃ O THABALHISTA em face da requerida, com vistas ao pagamento
de verbas rescisó rias que a mesma alega nã o terem sido pagas.
A requerente foi admitida na data de 20/09/2014 a 30/12/2016, pela empresa, para
laborar como auxiliar de produçã o, submetendo-se ao exame admissional e recebendo
fardamento e todos os equipamentos de EPI da empresa, através de um contrato por prazo
determinado.
No ato do rompimento do contrato foram pagas todas as verbas rescisó rias devidas,
conforme será demonstrado por provas documental e testemunhal.
A requerente recebia alimentaçã o (almoço e lanche) gratuitamente, trabalhando de
segunda as sextas feiras, com intervalo de 1 hora de almoço, Marina ainda recebeu a
participaçã o proporcional nos lucros da empresa de 2014, e de maneira integral nos anos
de 2015 e 2016.
No entanto a requerente alega na exordial direitos e benefícios que supostamente nã o
foram cumpridos pela requerida, data vênia, discorda das alegaçõ es insertas na exordial,
impugnando, especificamente, as pretensõ es discriminadas nos termos articulados que
passa aduzir:
2. DAS PRELIMINARES
O legislador consolidado nã o contempla regras quanto à inépcia da petiçã o inicial, logo,
invocaremos a aplicaçã o subsidiá ria do Có digo de Processo Civil - CPC, de acordo com o
disposto no art. 769 da Consolidaçã o das Leis Trabalhistas - CLT.
2.1 Da Inépcia da Exordial
Inicialmente, vem o reclamado, anteriormente à discussã o do mérito, requerer seja julgado
improcedente o pedido autoral, nos termos precisos do art. 330, I, do CPC, pois: Sã o
requisitos do pedido que o mesmo seja claro, coerente, certo e determinado, nã o se
admitindo pedido implícito, ou seja, aquele reputado formulado, mesmo sem ter sido feito
expressamente.
As quatro características supramencionadas sã o também as quatro dimensõ es da sentença
regular.
Desta maneira, informe-se, que conforme o pará grafo ú nico do artigo 330 § 1º, inciso III do
CPC a inicial apresenta inépcia quando falta pedido ou causa de pedir; da narraçã o dos
fatos nã o decorrer logicamente a conclusã o; o pedido for juridicamente impossível; ou
contiver pedidos incompatíveis entre si.
Logo, o reclamante careceu de explicar pormenorizadamente o que efetivamente pleiteia, já
que a pretensã o de restituiçã o de descontos indevidos se mostra confuso, considerando
que a petiçã o inicial deixou de apresentar os cá lculos discriminados de todas as verbas
pleiteadas, deixou apresentar pedido certo, determinado e com o valor pleiteado, sendo
necessá ria a informaçã o.
Ainda sobre o tema da duraçã o do trabalho, inepto, também, o argumento formulado na
inicial, uma vez que, a informaçã o é de que teria laborado em jornada noturna sem recebê-
las, contudo, há indicaçã o na rescisã o os valores acrescidos ao adicional noturno
proporcional.
Ressalta-se que tais matérias nã o obstam tã o somente o direito à ampla defesa, como o
julgamento dos pedidos da presente.
Por este turno, resta claro, a toda evidência, que o pedido deduzido na exordial nã o é certo.
Assim, diante da evidente inépcia da inicial, impõ e-se a extinçã o do feito sem julgamento do
mérito, como preconiza o art. 485, I, c/c art. 330, inciso I e pará grafo ú nico, inciso I, ambos
do CPC, todos c/c art. 769 da CLT.
3. DO DIREITO
3.1. Da demissão
A reclamante falta com a verdade ao alegar que a sua demissã o seria impossível pela
condiçã o da mesma ser presidente de classe, pois a CLT estabelece que só sete dirigentes
sindicais tem direito à estabilidade Nã o há o que negar que o cargo para o qual o
reclamante foi eleito é o décimo na hierarquia da direçã o do sindicato. Na forma do que
preceitua o artigo 522 da CLT,
Art. 522 - A administraçã o do sindicato será exercida por uma diretoria constituída, no
má ximo, de 7 (sete) e, no mínimo, de 3 (três) membros e de um conselho fiscal composto
de 3 (três) membros, eleitos esses ó rgã os pela assembleia geral"e somente a estes é
reconhecida a garantia de emprego a partir do registro da candidatura até um ano apó s o
término do mandato, se eleito.
Ademais o reclamante é o décimo dirigente na hierarquia, conforme consta da ata de posse
e no estatuto do sindicato. Nã o fazendo jus a reintegraçã o no emprego, pois nã o é portador
de estabilidade.
3.2. Recálculo da rescisão contratual da inexistência do pagamento salário família e
do salário -utilidade (alimentação).
No ano de 2016 o superior de Marina foi acometido por doença que impossibilitou ao
retorno do trabalho por 90 dias, a requerente ficou encarregada de substituí-lo pelo tempo
que o mesmo ficou ausente do serviço.
Entretanto a requerente alega nã o ter recebido pelos serviços prestados no tempo em que
substituiu o superior ausente, o que acontece é que a requerente nã o tem direito ao salá rio
substituiçã o, pois esse plus salarial só fará jus aquele que substituir outro funcioná rio em
casos de substituiçõ es que nã o tenham cará ter meramente eventual.
Isto é o salá rio substituiçã o nã o será pago em situaçõ es que acorre devido a um
acontecimento incerto, casual, fortuito ou acidental, esse é o caso das hipó teses
disciplinadas pelo art. 473 da CLT, aqui já mencionado.
Desse modo, apesar dos exemplos serem previstos em lei, nã o sã o acontecimentos
previsíveis e certos, porque podem ou nã o ocorrer, logo, nã o garante direito ao salá rio
substituiçã o.
3.6. Danos materiais
O Reclamante alega danos materiais no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), o art. 949
do CC/02 assegura ao ofendido o direito de se ressarcir quanto aos danos emergentes e os
lucros cessantes, consubstanciados nos danos materiais. Contudo, para que seja devido
essa indenizaçã o, é necessá rio que estejam presentes os requisitos do art. 186 do CC/02:
(a) conduta, (b) culpa, (c) dano e (d) nexo causal). Conforme narrado diversas vezes nesta
contestaçã o, a Reclamada agiu dentro das normas legais existentes, o Reclamante na sua
admissã o foi submetido a exames admissionais recebendo o uniforme adequado para a
funçã o assim como o EPI da empresa, nã o agindo de modo comissivo ou omissivo para que
gerasse algum risco, bem como está presente qualquer elemento que caracterize a culpa,
pois a Reclama sempre agiu balizada conforme o art. 157 da CLT.. Além do mais, conforme
o laudo médico do Reclamante, o mesmo nã o adquiriu nenhuma lesã o ou problema laboral
estando apto para a dispensa de seus serviços.
Requer a improcedência do pedido do Reclamante por ausência dos elementos
caracterizadores da responsabilidade da Reclamada, conforme o art. 186 do CC/02.
5. DAIMPUGNAÇÃO DOS PEDIDOS
Impugna-se TODOS os pedidos do Reclamante eis que manifestamente improcedentes nã o
merecendo guarida inclusive o pedido de Danos Materiais.
5. DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Provará o alegado, por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pela
juntada dos documentos em anexo, depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas e
todos os outros que se fizerem necessá rios a perfeita instruçã o do feito.
Por todo o exposto, protestando por todos os meios de prova admitidas em direito, em
especial, depoimento pessoal da Reclamante sob pena de confessa e juntada de novos
documentos, requer a Reclamada seja apreciada a preliminar acima arguida e no mérito
seja a demanda julgada INTEIRAMENTE IMPROCEDENTE, pois os pedidos sã o
impertinentes e descabidos e, ao final, seja o reclamante condenado como LITIGANTE DE
MÁ FÉ , com a condenaçã o da Reclamante em todos os consectá rios legais, como medida da
mais lídima JUSTIÇA!
Nestes termos,
Pede deferimento.
Sã o Paulo, ____de ___________ de 2018.
Adília Rodrigues OAB/SP