Você está na página 1de 24

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL(A) DA _

VARA DO TRABALHO DE JUNDIAÍ, ESTADO DE SÃO PAULO

JOÃO VICTOR CASSEMIRO OLHIER, brasileiro, solteiro, vendedor, nascido em


09/03/1999, filho de Laerte Olhier e Rosane Cristina Cassemiro, portador do documento de
identidade RG n° 56.324.747-2 e CPF n° 453.748.348-27, residente e domiciliado na Rua
Tapajós, n.º 122, bairro Morada da Lua, em Vinhedo-SP, CEP 13.280-000, vem,
respeitosamente, perante este Juízo, por meio de seus advogados que a esta subscrevem
(procuração anexa), os quais recebem notificações e intimações no escritório profissional
situada à Rua Amilar Alves, nº 349, Vila João Jorge, CEP 13041-301, Campinas/SP, com
fundamento no artigo 840, §1º da CLT C/C artigo 319 do CPC/15, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO


RITO ORDINÁRIO

em face de FW PERFORMANCE IMPORTACAO E DISTRIBUICAO DE PECAS


LTDA., nome fantasia “FWPERFORMANCE”, pessoa jurídica de direito privado inscrita
no CNPJ n.º 11.351.045/0001-27, com sede na Rua Alfredo Acchar, n.º 923, bairro Nova
Vinhedo, CEP 13.284-072, em Vinhedo-SP, pelos motivos de fato e direito que passa a
expor.

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Nesta oportunidade, para efeitos do art. 103 e seguintes do novo CPC e sob pena de
nulidade dos futuros atos processuais, requer que todas as intimações ocorram no endereço
descrito no rodapé e em nome dos seguintes advogados:

Alexandre Krisztan Junior - OAB/SP 271.178 – alexandre@akmadvogados.com.br


Pedro Alonso Molina Almeida - OAB/SP 351.995 – pedro@akmadvogados.com.br
Luís Felipe Prado Cassar – OAB/SP 362.953 – cassar@akmadvogados.com.br

REQUERIMENTOS PRELIMINARES

DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

Conforme será demonstrado no decorrer desta Reclamatória, o Reclamante não


possui condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família. Ademais, encontra-se em situação de desemprego.

Dessa forma, não possui condições financeiras de arcar com as custas


processuais sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. Neste sentido, junta
Declaração de Hipossuficiência a fim de confirmar a real necessidade de usufruir da
gratuidade processual. Isto posto, como medida de acesso à justiça, requer a concessão dos
benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal e
artigo 790, §3º da CLT.

Por derradeiro, requer seja observado o quanto decidido pelo E. STF sobre a
matéria na ADI5766: “Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente
o pedido formulado na ação direta, para declarar inconstitucionais os arts. 790-B, caput e
§ 4º, e 791-A, § 4º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”

DA NÃO LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO


AOS VALORES DOS PEDIDOS INICIAIS

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Os valores devidos ao Reclamante deverão ser apurados, em liquidação de
sentença, por cálculos que NÃO devem se limitar aos valores lançados na petição inicial.

A inovação trazida na Lei n. 13.467/17 denota a exigência de que o pedido deva


"ser certo, determinado e com indicação de seu valor".

Isso, no entanto, não representa uma alteração substancial, pois a precisão e a


determinação do pedido dizem respeito à sua própria essência e a indicação do valor, como
está expresso no dispositivo legal referido, o que não extrapola a literalidade da lei, de que
se trata de mera indicação ou estimativa, ou seja, não se trata de uma liquidação
propriamente dita, até porque tal assertiva seria impossível, visto que é a Reclamada quem
detém acesso aos documentos do contrato de trabalho e, ainda, detém a expertise contábil de
um time de contadores, capaz de liquidar os valores, fazendo-o nos contracheques, rescisões
trabalhistas e demais documentos.

O art. 791-A da CLT deixa claro que o valor da liquidação não está delimitado
pelo valor do pedido.

Importantíssimo verificar que o próprio legislador (da Lei 13.467/17) elucida


que a definição do valor efetivamente devido será feita com a liquidação da sentença.

Vide, a propósito, o teor do art. 791-A, que estabelece que os honorários


advocatícios devidos ao advogado do reclamante serão calculados sobre "o valor que
resultar da liquidação da sentença" – evidenciando, com isso, o caráter precário e
provisório dos valores apontados na petição inicial.

O valor do pedido indicado na inicial é, como visto, meramente a expressão


econômica que se considera advir do pedido (daí a expressão "indicação"), sendo que
mesmo essa indicação não poderá ser exigida quando for impossível (ou bastante difícil,

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
dada a complexidade dos cálculos trabalhistas que muitas vezes se apresentam) fazê-lo no
momento da propositura da ação, considerando-se, como deve ser, que em muitas situações
isso não é possível.

O CPC possui regra neste sentido (§ 1º do art. 324, CPC).

Por este motivo, o valor apresentado não delimita a condenação porque o


Magistrado deve julgar o pedido, na perspectiva de uma correspondência entre o fato e o
direito, e não o valor do pedido, que via de regra, é apurado em fase de liquidação de
sentença.

Fosse assim, todas as sentenças da Justiça do Trabalho também deveriam ser


líquidas, mas raros são os casos em que é proferida uma sentença líquida, sendo que o valor
da condenação é sempre arbitrado pelos juízes.

Vejamos o entendimento da Corte do Tribunal Superior do Trabalho:

LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AOS VALORES DOS PEDIDOS


INICIAIS. JULGAMENTO ULTRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. Não
obstante o Regional tenha externado entendimento que, em tese, afronta os
artigos 141 e 492 do CPC/15 e diverge da jurisprudência desta Corte, no
sentido de que a inobservância dos valores líquidos indicados na petição
inicial configura julgamento ultra petita, no caso dos autos, a mera leitura
da exordial revela que o reclamante não formulou pedidos líquidos. Ao
contrário do que faz crer a reclamada, à fl. 8 da petição inicial , o
reclamante ressalta que os valores pleiteados deverão ser apurados em
liquidação de sentença, não havendo, na hipótese em exame, fixação de
montante isolado a cada um dos pedidos. Desse modo, não se há falar
em violação dos dispositivos invocados (artigos 5º, incisos II, XXXV,
LIV e LV, da CF/88, 141 e 492 do CPC/15), muito menos em
divergência jurisprudencial. Recurso de revista não conhecido. (grifo
nosso)

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Assim, por ser inadequada e ilegal a limitação da condenação aos pedidos
estimados na petição inicial, requer seja proibida a limitação do valor da condenação aos
montantes indicados na petição de ingresso, por serem meramente estimativas do valor do
direito.

DO JUÍZO 100% DIGITAL

Informa o Reclamante que concorda com a tramitação da presente Reclamação


Trabalhista na modalidade do Juízo 100% Digital, requerendo, outrossim, que as
publicações sejam por Diário Oficial, sob pena de nulidade.

DO MÉRITO
DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi contratado em 16/04/2018 pela empresa Reclamada, para o


cargo de auxiliar administrativo.

A Reclamada é empresa que comercializa peças e acessórios automotivos, sendo


o Reclamante responsável por vender essas peças:

O salário em carteira do Reclamante era de R$ 1.345,00.

Sua jornada de trabalho era desempenhada de segunda a sexta-feira, das 8h00 às


17h00, com 1 hora de intervalo intrajornada.

Na época, era responsável por contribuir com os demais vendedores, prestando


suporte com o que fosse necessário, como emissão de notas fiscais e atividades
administrativas gerais.

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Sempre substituiu os vendedores em períodos de férias, assumindo suas carteiras
e executando todas as vendas enquanto estes vendedores estavam de férias.

Em junho de 2019, foi promovido ao cargo de vendedor, no entanto a carteira de


trabalho não foi alterada nessa ocasião, mantendo-se os salários inalterados.

O Reclamante permaneceu em desvio de função até junho de 2023, quando


alteraram a sua função em CTPS, bem como seu salário.

No entanto, no período de junho de 2019 até maio de 2023, sempre executou as


mesmas atividades que os demais vendedores, sendo, no entanto, remunerado com salário
inferior aos seus colegas, que eram registrados como vendedores.

Durante todo o período em que desempenhou atividades como vendedor, isto é,


a partir de junho de 2019 até a rescisão contratual, em julho de 2023, o Reclamante sempre
recebeu comissões sobre as vendas de forma “extrafolha”, isto é, sem lastro em holerite.

No início, as comissões eram pagas em dinheiro vivo, mediante a entrega de um


envelope. Em meados de 2020, passaram a ser pagas por transferência bancária.

Recebia, portanto, pagamentos ‘por fora’, que não eram discriminados em


holerite e, portanto, ocasionaram significativa perda salarial, decorrente da diminuição
proposital dos salários e respectivos reflexos, pelo pagamento sem lastro em holerite.

Não obstante os inadimplementos verificados até o momento, tem-se que, em


julho de 2023, a Reclamada promoveu alteração contratual lesiva, eis que decidiu, de
forma unilateral e sem o consentimento do autor, transferir toda a sua carteira de clientes
para outro vendedor, determinando que o Reclamante assumisse uma carteira de clientes
diversa, com a qual jamais havia tido contato, relativo a clientes de itens para motos, que
representavam faturamento muito inferior a carteira que o próprio Reclamante havia
construído ao longo de, no mínimo, 4 anos de trabalho como efetivo vendedor.

Assim, diante da alteração lesiva das condições de trabalho, dos pagamentos


“por fora” e do desvio de função que perdurou por, no mínimo, 4 (quatro) anos, tem-se que
restou caracterizada falta grave, nos termos do art. 483, b, da CLT, pelo que o obreiro
encaminhou aos cuidados da Reclamada telegrama de rescisão indireta, em 13/07/2023
(doc. anexo n.º 4.3).

DOS PAGAMENTOS EXTRAFOLHA

O Reclamante passou a desempenhar, em toda a sua jornada, atividades típicas


de um vendedor, a partir de junho de 2019.

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Apesar de em sua CTPS estar registrado como auxiliar administrativo, desde
junho de 2019 o Reclamante executou atividades típicas de vendedor.

A partir disso, foi responsável por construir uma carteira de clientes, abordando
comerciantes de forma estratégica no mercado, oferecendo peças e acessórios automotivos
comercializados pela Reclamada.

Neste sentido, passou a receber comissões em junho de 2019, quando iniciou


suas atividades efetivas de vendedor.

No ano de 2019, de junho até dezembro, recebeu, em média, R$ 400,00 a título


de comissões, mensalmente, valor este que NUNCA foi incluído em holerite, sendo pago
“por fora”, isto é, através de simples transferência para a conta bancária do Reclamante, sem
integrar qualquer verba salarial devida, como férias, décimo terceiro, horas extras, DSR e
FGTS.

Neste período, as comissões eram pagas em dinheiro vivo, através da entrega de


um envelope.

No ano de 2020, as comissões giraram, em média, em R$ 600,00 por mês, ainda


sendo pagas em dinheiro.

No e-mail encaminhado pela Reclamada em outubro de 2019 (doc. n.º 24),


consta os dizeres: “Comissão paga em dinheiro.”

(...)

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Entre o final de 2020 e início de 2021, os pagamentos passaram a ser feitos por
meio de transferência bancária.

No ano de 2021, em razão do desenvolvimento da carteira de clientes do


Reclamante, fruto do seu mais legítimo esforço e trabalho árduo, sendo considerado um
vendedor exemplar pela Reclamada, tendo sido consagrado com um bônus de R$ 5.000,00
em janeiro de 2021 pela sua excelente performance, o Reclamante recebeu, em média, R$
1.000,00 por mês de comissões.

No ano de 2022, novamente em razão de sua exímia capacidade de vendedor, o


Reclamante aumentou ainda mais as suas vendas, percebendo, em média, R$ 1.200,00 de
comissões.

No ano de 2023, o Reclamante conquistou dois bônus de performance, de R$


2.000,00 e de R$ 2.250,00 em janeiro e maio, respectivamente, além de perceber, em média,
R$ 1.252,67 por mês de comissionamento, sempre pagos “por fora”.

A título de amostragem, aponta-se que no mês de novembro de 2022, o


Reclamante recebeu em sua conta bancária a quantia de R$ 793,93 a título de comissões:

No entanto, o salário base do Reclamante era de R$ 2.302,2, tendo sido pago ao


obreiro R$ 3.248,71 em razão do salário líquido mais a primeira parcela do décimo terceiro
salário de 2022:

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Portanto, no mês de novembro de 2023, o Reclamante recebeu R$ 3.248,71
como contraprestação oficial, mas em verdade, foi depositado em sua conta bancária a
quantia extrafolha de R$ 793,93, sem lastro em holerite.

Idêntica situação ocorre em absolutamente TODOS OS MESES a partir de


junho de 2019.

Como se vê, a Reclamada sempre pagou as comissões devidas de forma


“extrafolha”, sem considerar tais valores como salariais, impedindo a incidência de
reflexos em décimo terceiro, férias, horas extras, DSR e FGTS, o que trouxe grande prejuízo
financeiro ao Reclamante.

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
As comissões devem compor a base de cálculo das verbas salariais, como
preceitua o art. 457, § 1º, da CLT.

É pacífico na jurisprudência o direito do Reclamante de ter suas comissões


pagas de forma oficial, refletindo nas demais verbas salariais.

COMISSÕES EXTRAFOLHA. INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO. O salário


extrafolha consiste em procedimento fraudulento por natureza, cujo
reconhecimento deflui até mesmo de indícios e circunstâncias que apontem
sua existência. O pagamento de comissões representa salário por produção,
na forma do § 1º do art. 457 da CLT. Havendo elementos evidenciando que
a remuneração mensal total auferida pelo trabalhador é superior àquela
registrada nos recibos salariais, impõe-se a manutenção da sentença em
que fora reconhecido o pagamento de comissões extrafolha, condenando-se
a ré ao pagamento dos respectivos reflexos.

(TRT-2 10006434420195020017 SP, Relator: PAULO EDUARDO


VIEIRA DE OLIVEIRA, 3ª Turma - Cadeira 1, Data de Publicação:
22/04/2021)

Destarte, requer seja determinada a integralização das comissões, observando-se


as médias anuais informadas, condenando a Reclamada ao pagamento dos reflexos em
décimo terceiro, férias + 1/3, DSR, FGTS e horas extras, além de verbas rescisórias, em
valor estimado e não inferior a R$ 14.638,05 (quatorze mil, seiscentos e trinta e oito reais
e cinco centavos).

DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL – CARGO DE VENDEDOR

Houve a promoção do Reclamante em junho de 2019 para o cargo de vendedor,


mas a Reclamada não alterou na Carteira de Trabalho o seu registro, tampouco conferiu
aumento salarial, apesar da mudança em suas atribuições.

Seu salário em janeiro de 2019, quando era auxiliar administrativo de vendas,


era de R$ 1.600,00, vindo a ser alterado somente em janeiro de 2020, mas não em razão de
promoção, eis que continuou sendo assistente comercial.

No entanto, durante todo o período em que se ativou como vendedor, de


junho de 2019 até julho de 2023, executou idênticas atividades dos demais vendedores
da Reclamada, percebendo salários sensivelmente inferiores, ocorrendo discriminação
salarial indevida.

Todos os outros vendedores da Reclamada detinham salários maiores que o

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Reclamante.

De junho de 2019 até a efetiva promoção em carteira, ocorrida em junho de


2023, o Reclamante executou exatamente as mesmas atividades que os demais
empregados lotados no cargo de vendedor.

Por exemplo, cita-se o vendedor Lucas, que detinha um salário de R$ 2.700,00.

Ainda, tem-se a vendedora Érica, que percebia salários de R$ 2.700,00,


aproximadamente.

Ou seja, o Reclamante executava as mesmas atividades que Érica e Lucas, mas


percebia o salário de R$ 1.600,00, a partir de junho de 2019, o que ocasionou indevida
discriminação salarial.

As atividades de vendedor eram, basicamente, realizar a captação de clientes,


entrar em contato com o mailing de clientes, realizar a busca ativa e atender passivamente os
clientes que procuravam a Reclamada, realizando as vendas, elaborando relatórios,
preenchendo documentos de venda, atividades estas comuns a todo e qualquer vendedor.

Assim, o Reclamante executou atividades típicas de vendedor, mas era


remunerado como um assistente administrativo, percebendo salários inferiores aos demais
vendedores, que executavam exatamente as mesmas atividades, com idêntica perfeição
técnica, mesma localidade e sem mais do que 2 (dois) anos de experiência na Reclamada
em relação ao tempo de exercício de função de vendedor pelo Reclamante.

Destarte, encontram-se preenchidos todos os requisitos do art. 461 da CLT,


quais sejam, a) idêntica função exercida em trabalho de igual valor; b) prestado ao mesmo
empregador, em idêntico estabelecimento empresarial; c) equivalência de perfeição técnica;
d) inexistência de tempo de serviço para o mesmo empregador não superior a quatro anos e
2 anos na atividade desempenhada.

Neste sentido caminha a jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO DA EMPRESA. EQUIPARAÇÃO SALARIAL


DEVIDA. Nos termos do artigo 461 da CLT a equiparação salarial justifica-se
quando houver o desempenho da mesma função, com igual produtividade e com a
mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for
superior a dois anos. Presentes os requisitos legais, são devidas as diferenças
salariais. Recurso improvido, no aspecto. (Processo: ROT - 0001370-
19.2019.5.06.0143, Redator: Ana Claudia Petruccelli de Lima, Data de
julgamento: 15/04/2021, Quarta Turma, Data da assinatura: 16/04/2021)

Assim sendo, requer seja determinada a equiparação salarial do Reclamante

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
com os demais vendedores da Reclamada, citando-se os empregados paradigma Érica e
Lucas, sendo ônus da prova da Reclamada a juntada da ficha de registro de tais
empregados, para evidenciar o patamar salarial destes, presumindo-se a faixa salarial de
R$ 2.700,00 em caso de omissão dos documentos (arts. 396 a 404, CPC), devendo ser
condenada ao pagamento das diferenças salariais devidas na proporção de R$ 1.100,00 (mil
e cem reais) por mês, de junho de 2019 até junho de 2023, compensando-se eventuais
aumentos salariais de acordo com a documentação funcional a ser carreada aos autos pela
própria Reclamada, que detém o ônus da prova neste aspecto (art. 818, II, CLT), estimando-
se o valor do pedido em R$ 52.798,68 (cinquenta e dois mil, setecentos e noventa e oito
reais e sessenta e oito centavos), valor este já acrescido de reflexos em 13º salário, FGTS,
DSR e férias + 1/3.

Pelo princípio da eventualidade, caso não reconhecida a equiparação salarial,


o que não se espera e configurará grave Injustiça no caso concreto, requer, então, seja
reconhecido o direito do Reclamante ao adicional por desvio de função, visto que foram
totalmente alteradas as atividades originalmente desempenhadas pelo Reclamante, após sua
contratação, sem que tenha sido efetivada contraprestação efetiva pelo novo trabalho.

Da data de admissão até junho de 2019, o Reclamante executava atividades de


auxiliar administrativo, emitindo notas fiscais, preparando relatórios, realizando cadastros,
dentre outras atividades de escritório.

Quanto um vendedor saia de férias, neste período da data de admissão até junho
de 2019, o Reclamante substituía o vendedor, executando todas as suas vendas.

A partir de junho de 2019, foi efetivamente promovido ao cargo de vendedor.

No entanto, apesar de suas atividades diárias terem sido totalmente alteradas,


passando a executar as próprias vendas, captar clientes, montar carteira, dentre outras, ainda
assim, seu salário permaneceu o mesmo, de R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais) por mês.

Veja-se que na CTPS do Reclamante fora mantido o cargo de assistente


comercial, ao invés de vendedor, até a efetiva alteração em junho de 2023, cerca de
quatro anos após a efetiva mudança de atribuições.

Neste contexto, verifica-se que a Reclamada violou o princípio sinalagmático do


contrato de trabalho, segundo o qual é dever do empregador remunerar o empregado de
acordo com os serviços prestados.

Se houve acréscimo de mão-de-obra por parte do empregado ao ser promovido


para o cargo de vendedor, seria necessário o reajuste dos salários de acordo com a nova
função, preservando o equilíbrio e comutatividade do contrato.

Ora, tão evidente é o fato de que o Reclamante era merecedor do reajuste de

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
seus salários que, em junho de 2023, houve a alteração de sua CTPS para o novo cargo e a
retificação de seu salário para a base de R$ 2.714,37 (dois mil, setecentos e quatorze reais)
mensais.

Todavia, nenhuma alteração ocorreu em junho de 2019, quando todas as


atividades de assistente foram alteradas para de vendedor, aceitando o desafio proposto pela
Reclamada, que, no entanto, não promoveu a alteração de registro em carteira, tampouco
majorou os salários do obreiro.

Portanto, durante 4 (quatro) anos, os salários do Reclamante foram pagos com


deficiência, sem contemplar o efetivo valor que era pago aos demais vendedores
(equiparação) ou, subsidiariamente, sem nenhum acréscimo apto a justificar o aumento de
atribuições (desvio de função).

Tal situação gerou inequívoco enriquecimento ilícito da Reclamada às custas do


Reclamante, que passou a depositar mais trabalho e obter maiores encargos em seu labor,
sem obter a contrapartida salarial que era naturalmente paga a TODOS os demais
vendedores.

Determina o art. 442 da CLT que o contrato de trabalho é estabelecido através de


mútuo acordo entre empregado e empregador. Neste sentido, a alteração salarial também
deve proceder do mútuo ajuste entre as partes – o que não ocorreu, in casu.

Tem-se que o art. 460 da CLT expressamente dispõe sobre o direito do


Reclamante de receber pelos valores habitualmente pagos pela Reclamada para os demais
empregados que exercem o cargo de vendedor.

Ademais, o art. 468 da CLT, ao seu turno, estabelece que eventuais alterações do
contrato de trabalho que resultem em prejuízo do empregado poderão ser reparadas
legitimamente, através do reenquadramento salarial.

Neste sentido, destacamos a seguinte jurisprudência, a qual agasalha os pedidos


do autor, ante a demonstração de alteração de suas atribuições:

DAS DIFERENÇAS SALARIAIS POR DESVIO DE FUNÇÃO. A imposição


ao trabalhador de atividades mais complexas, especializadas e distintas das
contratuais, sem a exigível contraprestação pecuniária nos moldes praticados em
relação a empregados nas mesmas condições, revela o enriquecimento sem causa,
atentando contra o princípio isonômico albergado na Carta Magna, sendo devidas
as diferenças salariais requeridas. Sentença mantida. (TRT-2
10002516020205020473 SP, Relator: ROSA MARIA VILLA, 2ª Turma -
Cadeira 2, Data de Publicação: 25/08/2021)

DESVIO DE FUNÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. DIFERENÇAS SALARIAIS.


CABIMENTO. O reconhecimento do desvio de função impõe o pagamento das
respectivas diferenças salariais, sob pena de propiciar o enriquecimento ilícito do

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
empregador, que exigiu do trabalhador maior responsabilidade técnica sem lhe
oferecer a correspondente contraprestação salarial. (...). (TRT-15 - ROT:
00107430520195150085 0010743-05.2019.5.15.0085, Relator: LUIZ
ANTONIO LAZARIM, 9ª Câmara, Data de Publicação: 20/01/2021)

Desta forma, com fundamento no princípio da eventualidade, CASO NÃO SEJA


RECONHECIDO O DIREITO À EQUIPARAÇÃO SALARIAL, requer, então, seja
analisado o presente pedido através do viés do DESVIO DE FUNÇÃO para o cargo de
vendedor, mediante determinação de pagamento de diferenças salariais de 30% (trinta por
cento) do salário base, estimando-se em R$ 480,00 (quatrocentos e oitenta reais) por mês
e o total estimado, de junho de 2019 até maio de 2023, de R$ 30.719,92 (trinta mil,
setecentos e dezenove reais e noventa e dois centavos), valor este já acrescido de reflexos
em 13º salário, FGTS, DSR e férias + 1/3.

Ainda, requer a retificação da CTPS do obreiro, para que conste a data da


mudança de função em junho de 2019 para o cargo de vendedor.

DA RESCISÃO INDIRETA E VERBAS RESCISÓRIAS

O contrato de trabalho foi permeado de gravíssimas irregularidades trabalhistas.

Primeiramente, da data de admissão até maio de 2019, o Reclamante sempre


substituiu outros vendedores da Reclamada em momentos de férias, sem receber qualquer
remuneração por estas atividades, em claro desvio de função não remunerado.

Todas as vendas executadas pelo Reclamante quando substituía esses


vendedores não geraram comissões ao obreiro, sendo que os vendedores que estavam de
férias recebiam pelas comissões das vendas que o Reclamante executava, em claro prejuízo
do trabalhador.

A despeito disso, em junho de 2019, o obreiro foi promovido ao cargo de


vendedor, mas a Reclamada somente reconheceu tal fato em CTPS em junho de 2023, ou
seja, 4 (quatro) anos depois.

Destaque-se que neste período, o obreiro atuou de forma informal como


vendedor, isto é, sem o efetivo reconhecimento em sua carteira de trabalho, bem como sem
receber a justa contraprestação que era paga aos demais empregados da Reclamada que
executavam as mesmas atividades que o obreiro, com idêntica perfeição técnica e na mesma
localidade e contemporaneidade.

Deste modo, tem-se que houve discriminação salarial do Reclamante, de junho


de 2019 até junho de 2023, quanto então o cargo de vendedor foi reconhecido em CTPS.

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Em todo este ínterim, a Reclamada sempre pagou as comissões “por fora”,
sem incluir as verbas em holerite, gerando prejuízo financeiro ao Reclamante, que
recebia seu décimo terceiro, férias + 1/3, DSR e FGTS apenas calculado com base no
salário de CTPS.

Ou seja, houve sonegação de direitos e contribuições previdenciárias do


Reclamante, ocasionando grave violação de direitos trabalhistas e previdenciários.

Pois bem, não obstante todos os anos de ultraje e ilícitos trabalhistas, em julho
de 2023, o Reclamante foi comunicado que perdera todos os clientes, por decisão unilateral
da Reclamada, que simplesmente optou por transferir todas as suas vendas para outras
pessoas, imputando ao obreiro a responsabilidade de realizar a venda de outra carteira de
clientes, muito menor que a sua carteira originária, que foi por ele construída.

Tal fato gerou grande insatisfação nos clientes do Reclamante, que passaram a
entrar em contato diretamente com o autor para entender o ocorrido.

Não obstante, o obreiro se viu gravemente atingido, pois sequer fora


questionado se concordava ou não com a alteração da base de clientes.

O relacionamento de vendas que o obreiro desenvolveu durante árduos 4


(quatro) anos de trabalho foi literalmente “jogado fora”, sendo que outro vendedor colheria
os louros da lucrativa carteira de clientes desenvolvida pelo autor.

Neste sentido, a alteração lesiva, nos termos do art. 468 da CLT, foi a “gota
d’água”, gerando grande insatisfação no obreiro, eis que as irregularidades trabalhistas
vinham ocorrendo desde a data da admissão, tendo se agravado em junho de 2019 com a
falta de promoção na CTPS e de alteração salarial, tomando proporções inaceitáveis a partir
de julho de 2023, quando realizada a alteração da carteira de forma arbitrária, injusta e
desarrazoada.

As alterações contratuais lesivas são faltas graves, aptas a caracterizar justa


causa pelo empregador, nos termos do art. 483, alínea “d”, da CLT.

Não obstante, a existência de pagamentos “por fora” também autoriza, por si só,
a ruptura do contrato de trabalho pela justa causa da Reclamada, conforme julgados, a
seguir, expostos:

RECURSO DE REVISTA NÃO REGIDO PELA LEI 13.015/14. RESCISÃO


INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. PAGAMENTO "POR
FORA" DE PARTE DO SALÁRIO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL.
CARACTERIZAÇÃO. Hipótese em que a Corte Regional entendeu que o
pagamento "por fora" de parte da remuneração da Reclamante não justificaria a
rescisão contratual indireta, tendo em vista não inviabilizar a continuidade do

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
vínculo empregatício. O artigo 483 da CLT, ao estabelecer as hipóteses
autorizadoras da rescisão indireta do contrato de trabalho, ressalta o rigor
excessivo no tratamento dispensado ao obreiro pelo empregador, a conduta
patronal no sentido de praticar, ainda que por meio de prepostos, ato lesivo da
honra e da boa fama contra o empregado ou pessoas de sua família, bem como o
descumprimento das obrigações contratuais. Nesse cenário, esta Corte firmou
jurisprudência no sentido de que o pagamento extrafolha configura falta grave
patronal, suficiente para ensejar o reconhecimento da rescisão indireta do contrato,
nos termos do artigo 483, d, da CLT. Decisão do Tribunal Regional contrária ao
entendimento desta Corte. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.
(TST - RR: 13864620135180111, Relator: Douglas Alencar Rodrigues, Data
de Julgamento: 06/09/2017, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/09/2017)

RESCISÃO INDIRETA. JUSTA CAUSA DO EMPREGADOR. VIOLAÇÃO


DO ARTIGO 483, d, DA CLT. CONFIGURADA. PROVIMENTO. Constata-
se do v. acórdão regional que a reclamada não efetuou o pagamento de parte do
salário "por fora", bem como não recolheu determinadas parcelas de FGTS. Não
obstante, o egrégio Tribunal Regional, por meio da composição majoritária da
Turma julgadora, manteve o indeferimento do pedido de rescisão indireta do
contrato de trabalho, sob o fundamento de que o contrato de trabalho perdurou por
mais de duas décadas e de que as infrações contratuais praticadas pela
empregadora foram reparadas por meio da sentença. Frise-se que o habitual atraso
no pagamento de parcela salarial, por si só, já justificaria a rescisão indireta.
Convém ressaltar que, presente o justo motivo, não se pode impedir o empregado,
hipossuficiente e parte mais interessada na continuidade da prestação de serviços,
de exercer a prerrogativa que lhe faculta o artigo 483, d, da CLT, de considerar
rescindido o contrato de trabalho. Recurso de revista de que se conhece e a que se
dá provimento. (TST- RR - 4772-28.2013.5.12.0022, Relator Ministro
Guilherme Augusto Caputo Bastos, 5ª Turma, DEJT 17/04/2015).

RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. HORAS


EXTRAS NUNCA PAGAS E COMISSÕES SEMPRE PAGAS POR FORA. O
contrato de trabalho perdurou por quase oito anos e ficou comprovado que a ré
nunca pagou as horas extras, além de ter confessado que pagava as comissões por
fora. A conduta da reclamada por tão longo período acarretou prejuízos à
reclamante, não só pela falta do dinheiro correspondente ao serviço contra
prestado, como também pela ausência de repercussão das parcelas negadas em
direitos de cunho social que favorecem em caráter geral todos os trabalhadores,
tais como o FGTS, o INSS e o imposto de renda. Assim, o descumprimento da
principal obrigação do empregador, caracterizado no caso pelo pagamento
irregular dos salários constitui falta grave a ensejar a rescisão indireta por não
cumprir o empregador as obrigações do contrato de trabalho, nos termos do art.
483, alínea d, da CLT. Inaplicável o princípio da imediatidade, tendo em vista a
prevalência da necessidade de manutenção do emprego e a aplicação do princípio
da hipossuficiência. Recurso de revista conhecido e não provido. (TST- RR -
97900-88.2008.5.17.0006, Relatora Ministra Delaíde Miranda Arantes, 2ª
Turma, DEJT 06/06/2014).

RESCISÃO INDIRETA. PAGAMENTO "POR FORA". O pagamento


extrafolha configura falta grave patronal suficiente para ensejar o reconhecimento
da rescisão indireta do contrato de trabalho, na forma do art. 483, d, da CLT. In
casu, comprovado que a reclamada realizava o pagamento de valores não
computados nos contracheques deve ser reconhecida a rescisão indireta e,

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
considerando a natureza salarial destes, sobre eles incidem os reflexos dos
consectários trabalhistas. Recurso dos reclamados conhecidos e parcialmente
providos. (TRT-11 00005271420205110003, Relator: JOICILENE
JERONIMO PORTELA, 2ª Turma)

RESCISÃO INDIRETA. PAGAMENTO DE SALÁRIO EXTRAFOLHA.


FALTA GRAVE. O pagamento de salário "por fora" durante grande parte do
vínculo de emprego configura descumprimento de obrigação contratual pelo
empregador, enquadrando-se, portanto, na hipótese de rescisão indireta disposta no
art. 483, d, da CLT. (TRT-3 - ROT: 00108032220215030091 MG 0010803-
22.2021.5.03.0091, Relator: Sebastiao Geraldo de Oliveira, Data de
Julgamento: 22/07/2022, Segunda Turma, Data de Publicação: 25/07/2022.)

Diante de todo o exposto, evidenciada reiteradas condutas culposas por parte da


Reclamada, requer a caracterização da rescisão indireta do contrato de trabalho, nos termos
do art. 483, alínea “d”, da CLT, determinando-se a anotação de baixa na CTPS na data de
28/08/2023, devendo ser lançado referido registro na CTPS digital do autor, bem como em
sua CTPS física, sob pena de multa diária de R$ 100,00, condenando a Reclamada,
outrossim, ao pagamento de aviso-prévio indenizado proporcional de 45 dias, décimo
terceiro salário proporcional (8/12), férias simples e proporcionais (4/12) acrescidas de um
terço, saldo de salário, comissões do mês de junho de 2023 e indenização de 40% do FGTS,
no montante estimado de R$ 17.344,87 (dezessete mil, trezentos e quarenta e quatro
reais e oitenta e sete centavos).

SALDO DE SALÁRIO (13 dias) ................................R$ 1.170,00


AVISO PRÉVIO INDENIZADO (45 dias) .................R$ 4.050,00
REFLEXOS AVISO PRÉVIO EM 13º.................R$ 225,00
REFLEXOS AVISO PRÉVIO EM FÉRIAS........R$ 299,99
13º PROPORCIONAL (08/12) ....................................R$ 1.800,00
FÉRIAS SIMPLES + 1/3 .............................................R$ 3.599,91
FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3 (04/12) .................R$ 1.199,97
MULTA DE 40%...........................................................R$ 5.000,00
TOTAL.........................................................................R$ 17.344,87

Requer, outrossim, a expedição de alvará para saque do FGTS depositado, bem


como habilitação no programa de seguro-desemprego.

DA MULTA DO ARTIGO 477

O artigo 477, §8º, da CLT, é claro ao determinar a sanção de multa sempre que
houver atraso na quitação das verbas rescisórias, excepcionando-se apenas as hipóteses em
que o próprio empregado der causa à mora.

Insta salientar que o reconhecimento da rescisão indireta em juízo não afasta a


Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
obrigação da Reclamada de pagar as verbas rescisórias que entender devidas, no prazo de 10
(dez) dias da comunicação da rescisão contratual, o que ocorreu pelo telegrama enviado pelo
obreiro em 13/07/2023, conforme documento anexo n.º 4.3.

Assim caminha a jurisprudência do C. TST:

AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE. RECURSO DE


REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/2017. MULTA DO ART.
477, § 8º, DA CLT. CABIMENTO. RESCISÃO INDIRETA
RECONHECIDA EM JUÍZO. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-
A, DA CLT, ATENDIDOS. Merece provimento o agravo de instrumento
para determinar o processamento do recurso de revista para melhor análise
da aplicação da multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, em caso de
rescisão indireta do contrato de trabalho. Agravo de instrumento provido.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA SOB A
ÉGIDE DA LEI 13.467/2017. MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT.
CABIMENTO. RESCISÃO INDIRETA RECONHECIDA EM
JUÍZO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA. REQUISITOS DA LEI
13.015/2014 ATENDIDOS. No caso em tela, o debate acerca da aplicação
da multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, em caso de rescisão indireta do
contrato de trabalho, detém transcendência política, nos termos do art. 896-
A, § 1º, II, da CLT. RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE.
MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT. CABIMENTO. RESCISÃO
INDIRETA RECONHECIDA EM JUÍZO. A multa prevista no artigo
477, § 8º, da CLT, nos termos da jurisprudência desta Corte, é devida nos
casos em que o empregador deixa de efetuar o correto pagamento das
verbas rescisórias no prazo definido pelo § 6º do referido dispositivo. Com
o cancelamento da OJ 351 da SBDI-1 desta Corte, não mais subsiste o
entendimento de que a fundada controvérsia ou dúvida sobre as obrigações
isentaria o empregador do pagamento da multa. Assim, não sendo
corretamente pagas as verbas rescisórias no prazo aludido no art. 477, § 6º,
ainda que reconhecido o próprio vínculo (Súmula 462 do TST) ou a
rescisão indireta somente em juízo, tem-se por cabível a sanção.
Precedentes. Recurso de revista conhecido provido. (TST - RR:
10017567620165020069, Relator: Augusto Cesar Leite De Carvalho,
Data de Julgamento: 06/04/2022, 6ª Turma, Data de Publicação:
08/04/2022)

Referido entendimento possui suporte na Súmula n.º 462 do C. TST, a qual


define que, em caso de reconhecimento de vínculo de emprego, ainda é devida a multa do
art. 477, § 8º, da CLT. Ou seja, se até em casos de reconhecimento do vínculo empregatício
em juízo há direito à multa, quanto mais nos casos de rescisão indireta, que é fato
incontroverso serem devidas verbas rescisórias ao Reclamante – apenas pendendo
controvérsia sobre a modalidade rescisória.
Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
A multa do art. 477, § 8º, da CLT, deverá ser calculada com base no salário base
acrescido da média de comissões:

RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. BASE


DE CÁLCULO. A decisão regional merece reforma para se adequar ao
entendimento desta Corte Superior no sentido de que a multa do art. 477, § 8º, da
CLT deve incidir sobre a remuneração, ou seja, sobre todas as verbas de natureza
salarial, e não sobre o salário básico somente. Recurso de revista conhecido e
provido. (TST - RR: 7340420175060182, Relator: Dora Maria Da Costa, Data
de Julgamento: 17/11/2021, 8ª Turma, Data de Publicação: 19/11/2021)

RECURSO DE REVISTA. LEIS NºS 13.015/2014 E 13.467/2017. MULTA


PREVISTA NO ART. 477 DA CLT. BASE DE CÁLCULO. A jurisprudência
desta Corte assentou o entendimento de que a base de cálculo da multa por atraso
no pagamento das verbas rescisórias (art. 477, § 8º, da CLT) deve ser calculada
com base no valor equivalente a totalidade das parcelas salariais percebidas pelo
empregado. Precedentes. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá
provimento. (TST - RR: 00100953720215030134, Relator: Alberto Bastos
Balazeiro, Data de Julgamento: 17/08/2022, 3ª Turma, Data de Publicação:
19/08/2022)

Sendo assim, requer a condenação da Reclamada ao pagamento da multa


estabelecida no art. 477, §8º, da CLT, no valor de 1 salário contratual do Obreiro,
devidamente acrescido das comissões médias dos últimos 12 meses, resultando na
importância de R$ 3.800,00 (três mil e oitocentos reais).

DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

A Reclamada cometeu diversas irregularidades trabalhistas contra o Reclamante.

Primeiramente, da data de admissão até maio de 2019, o Reclamante sempre


substituiu outros vendedores da Reclamada em momentos de férias, sem receber qualquer
remuneração por estas atividades, em claro desvio de função não remunerado.

Todas as vendas executadas pelo Reclamante quando substituía esses


vendedores não geraram comissões ao obreiro, sendo que os vendedores que estavam de
férias recebiam pelas comissões das vendas que o Reclamante executava, em claro prejuízo
do trabalhador.

A despeito disso, em junho de 2019, o obreiro foi promovido ao cargo de


vendedor, mas a Reclamada somente reconheceu tal fato em CTPS em junho de 2023, ou
seja, 4 (quatro) anos depois.

Destaque-se que neste período, o obreiro atuou de forma informal como


Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
vendedor, isto é, sem o efetivo reconhecimento em sua carteira de trabalho, bem como sem
receber a justa contraprestação que era paga aos demais empregados da Reclamada que
executavam as mesmas atividades que o obreiro, com idêntica perfeição técnica e na mesma
localidade e contemporaneidade.

Sofreu inequívoca discriminação salarial de junho de 2019 até junho de 2023,


quanto então o cargo de vendedor foi reconhecido em CTPS.

Em todo este ínterim, a Reclamada sempre pagou as comissões “por fora”,


sem incluir as verbas em holerite, gerando prejuízo financeiro ao Reclamante, que
recebia seu décimo terceiro, férias + 1/3, DSR e FGTS apenas calculado com base no
salário de CTPS.

Ou seja, ocorreram diversas sonegações de direitos e contribuições


previdenciárias, ocasionando grave violação de direitos trabalhistas e previdenciários.

Todos estes ilícitos trabalhistas geraram grande sofrimento e prejuízo emocional


ao autor.

As ilicitudes trabalhistas inequivocamente atingem os direitos da personalidade


do Reclamante, visto que atingem diretamente a honra, a imagem e a dignidade do
trabalhador, insculpidos como direitos fundamentais no art. 5º, V e IV, da Constituição
Federal.

Estabelece o art. 186 e 927 a responsabilidade civil daquele que causam dano a
outrem, de forma dolosa ou culposa.

No caso, a Reclamada praticou ilícitos trabalhistas, atingindo direitos da


personalidade do Reclamante, pelo que detém o dever de indenizar.

Destarte, requer seja condenada a Reclamada ao pagamento de indenização por


danos morais no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS DE SUCUMBÊNCIA

A Lei nº 13.467 de 2017 inseriu o artigo 791-A da CLT, o qual prevê que “ao
advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência,
fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento)
sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.”

Nesse sentido, o advogado é decisivo para a defesa dos interesses do


trabalhador, uma vez que indispensável à administração da justiça.

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
Tratando-se de demanda de alta complexidade, elevado dispêndio de trabalho,
com fundamento no artigo 791-A e §§ da CLT, requer seja a Reclamada condenada ao
pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais no importe de 15% da condenação, na
quantia de R$ 13.287,24 (treze mil, duzentos e oitenta e sete reais e vinte e quatro
centavos).

DOS JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA

Requer juros moratórios de 1% ao mês, nos termos do art. 883 da CLT, bem
como art. 39, § 1º, da Lei 8.177/91, notadamente pois a decisão do STF na ADI 5867 e 6021
não transitaram em julgado até a presente data, bem como seja aplicada correção monetária
segundo índice IPCA-E, ante a inconstitucionalidade declarada na utilização do índice TR
para atualização dos créditos em face da fazenda pública.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

1) A notificação da Reclamada para ter ciência da presente Reclamação Trabalhista e,


querendo, apresente defesa dentro do prazo legal, sob pena de revelia e confissão
da matéria de fato, nos termos do artigo 844 da CLT e súmula 74 do TST;

2) A tramitação do processo por meio do Juízo 100% Digital, sendo que as publicações
deverão ser informadas por intermédio do Diário Oficial da União, sob pena de
nulidade.

3) Concessão dos benefícios da justiça gratuita ao Reclamante, nos termos do artigo


790, §3º da CLT, de forma integral e irrestrita, suspendendo a exigibilidade de
eventual verba honorária sucumbencial, com esteio na declaração de
inconstitucionalidade pelo C. STF na ADI 5766;

4) INTEGRALIZAÇÃO DOS VALORES PAGOS “POR FORA” – requer o


reconhecimento e a integralização dos valores pagos pela Reclamada de forma
extrafolha, determinando-se a inclusão em holerites e o pagamento dos respectivos
reflexos em 13º, férias + 1/3, DSR, FGTS + 40% e verbas rescisórias, em montante
não inferior a........................................................................................ R$
14.638,05;

5) EQUIPARAÇÃO SALARIAL PARA O CARGO DE VENDEDOR – requer o


reconhecimento do direito aos salários pagos aos empregados da Reclamada que

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
ocupavam o cargo de vendedor, mediante salário de R$ 2.700,00 (dois mil e
setecentos reais), devendo a Reclamada exibir os contracheques e ficha de registro
de empregado dos vendedores Lucas e Érica, sob pena de se presumir verdadeira a
média salarial informada (art. 396 a 404 do CPC), determinando-se o pagamento
das diferenças salariais estimadas em R$ 1.100,00 (mil e cem reais) por mês mais
reflexos em 13º, férias + 1/3, DSR, FGTS + 40% e verbas rescisórias, em montante
não inferior a........................................................................................ R$
52.798,68;

6) PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE – DESVIO DE FUNÇÃO PARA O


CARGO DE VENDEDOR – caso não seja acolhido o pedido de equiparação
salarial, pelo princípio da eventualidade, requer então o reconhecimento do desvio
de função para o cargo de vendedor, mediante acréscimo salarial de 30% do valor
originalmente percebido como salário base, determinando-se a quitação mensal de
diferenças salariais de R$ 480,00 (quatrocentos e oitenta reais) , estimando-se o
total do pedido, de junho de 2019 até maio de 2023, já acrescido de reflexos em
13º salário, FGTS, DSR e férias + 1/3, em................................................. R$
30.719,92;

7) RESCISÃO INDIRETA E VERBAS RESCISÓRIAS – requer o reconhecimento


da rescisão indireta do contrato de trabalho, determinando-se a anotação da data de
saída na CTPS física e digital do autor, sob pena de multa diária de R$ 100,00,
para fazer constar a data de 28/08/2023, considerada a projeção do aviso-prévio,
determinando-se o pagamento de todas as verbas rescisórias devidas atinentes a
modalidade de rescisão contratual reconhecida em sentença, especificando-se as
seguintes verbas: aviso-prévio indenizado proporcional de 45 dias, décimo terceiro
salário proporcional (8/12), férias simples e proporcionais (4/12) acrescidas de um
terço, saldo de salário, comissões do mês de junho de 2023 e indenização de 40%
do FGTS, no montante meramente estimado de........................................ R$
17.344,87;

8) Requer a expedição dos alvarás para saque do FGTS e habilitação do seguro-


desemprego.

9) MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT – requer o pagamento da multa do art.


477, § 8º, da CLT, a ser calculada com base da remuneração total do empregado,
devendo ser apurada com base na média de comissões dos últimos 12 meses mais o
salário base, no montante estimado de.............................................................. R$
3.800,00;

10) INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – requer o pagamento de indenização


por danos morais em valor não inferior a............................................. R$
20.000,00;

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
11) Honorários advocatícios de sucumbência em 15%, em valor não inferior a R$
11.903,75;

12) Incidência de juros de mora de 1% ao mês desde o ajuizamento da ação, nos termos
do artigo 883 da CLT e correção monetária, nos termos da súmula 381 do TST com
percentual fixado pelo índice IPCA-e do IBGE, recompondo integralmente o
patrimônio jurídico e econômico do trabalhador, através de indenização suplementar
da diferença entre a taxa SELIC e o índice geral de preços IPCA-E;

13) A expedição de Ofício ao Ministério do Trabalho e Emprego, para aplicação das


penalidades cabíveis, nos termos do art. 29, § 3º, da CLT.

Pugna a produção de todas as provas em direito admitidas,


especialmente o depoimento pessoal da Reclamante, a oitiva de testemunhas e juntada de
documentos que se mostrarem essenciais ao deslinde da ação.

Desde já a Reclamante autoriza a execução de ofício dos valores


julgados procedentes na presente ação trabalhista.

Informa que todos os valores apresentados na presente petição são


mera estimativa, sendo que o momento de liquidação é aquele disposto no art. 879 da CLT.

Requer por fim, que todas as publicações, intimações/notificações


sejam expedidas, EXCLUSIVAMENTE, em nome do advogado ALEXANDRE
KRISZTAN JUNIOR, OAB/SP 271.178, PEDRO ALONSO MOLINA ALMEIDA,
OAB/SP 351.995, e LUÍS FELIPE PRADO CASSAR, OAB/SP 362.953, todos com
endereço em Campinas/SP, na Rua Amilar Alves, situada no bairro Vila João Jorge, n 349,
CEP 13.041-301 sob penalidade de nulidade.

Dá-se a causa o valor de R$ 101.868,84 (cento e um mil,


oitocentos e sessenta e oito reais e oitenta e quatro centavos).

Termos em que pede deferimento.


Campinas, 22 de agosto de 2023.

LUÍS FELIPE PRADO CASSAR


OAB/SP 362.953

PEDRO ALONSO MOLINA ALMEIDA


OAB/SP 351.995
Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br
ALEXANDRE KRISZTAN JUNIOR
OAB/SP 271.178

Rua Amilar Alves, 349 - Vila João Jorge, Campinas – SP – CEP: 13.041-301
Telefone: (19) 3014-9544
E-mail: contato@akmadvogados.com.br | www.akmadvogados.com.br

Você também pode gostar